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Alternativas para os esteróides anabólicos androgênicos? (pa


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No momento, o precursor da testosterona mais badalado é a androstenediona, que como vimos (Alternativas para os esteróides anabólicos androgênicos(?)-I) se encontra um passo a frente do DHEA na cadeia de produção de testosterona, mas nenhum deles provou seus efeitos, há inclusive dois estudos onde usou-se tanto DHEA quanto androstenediona em homens jovens e não foram encontrados efeitos significativos nem na massa muscular, nem na força e muito menos nos níveis de testosterona (WALLACE et al, 1999; AHRENDT et al, 2001).

Talvez o estudo mais significativo sobre androstenediona tenha sido o realizado em 2000, no Laboratório de Performance Humana da East Tennessee State University, onde BROEDER e mais 13 pesquisadores, conduziram um extenso estudo que avaliou os efeitos de 200 mg diárias de androstenediona e androstenediol juntamente com a prática de musculação em homens entre 35 e 65 anos, em um projeto chamado “The Andro Project”. No primeiro mês o grupo que recebeu androstenediol teve suas taxas de testosterona elevadas em 16%, mas logo em seguida as taxas voltaram aos valores pré-testes, o que pode ter sido causado tanto pela aromatização quanto pela queda no LH. Nenhum dos suplementos conseguiu promover ganhos de massa muscular nem melhoras na performance e ambos aromatizaram de maneira significativa, causando aumentos nas taxas de estrona e estradiol. Mas os problemas não param por aí, a relação de LDL/HDL (colesterol “ruim”/”bom”) aumentou 5,2% para o androstenediol e 10,5% para a androstenediona, ocorrendo um aumento de 6,5% no risco de doenças coronárias.

Estes problemas também foram verificados por BROWN et al (2000) e BALLANTYNE et al (2000) que suplementaram 200 mg de andorstenediona em homens. As taxas de androstenediona e LH subiram cerca de 70%, porém não houve mudanças significativas na concentração de testosterona e o mais interessante: com a realização de treino com pesos as taxas de estradiol subiram 90%!

Realmente a andorstenediona comprovou que pode aumentar as taxas de hormônio sexuais importantes.......femininos. Doses variando de 100 a 300 mg não influenciam positivamente a síntese protéica, não aumentaram a massa muscular, não promoveram ganhos de força e não elevaram as concentrações de testosterona de maneira significativa. Além da ausência dos efeitos prometidos e a constante aromatização (transformação em hormônios femininos) ocorreram alterações negativas nos lipídeos sangüíneos (queda do HDL). (KING et al, 1999; LEDER et al, 2000; RASMUSSEN et al, 2000). No estudo de LEDER ocorreram elevações significativas nos níveis séricos de testosterona com a o uso de 300 mg de androstenediona, mas estes níveis não foram relevantes após 24 horas e novamente a quantidade de estradiol foi maior que o normal.

Outra mania recente e sem fundamentação séria é o uso de “ervas mágicas” que promoveriam estímulo à testosterona. Surgirão assim suplementos como o Tribulus Terrestris, uma erva popularmente (e empiricamente) usada para disfunções sexuais (impotência, infertilidade). Um dos componentes desta planta pode ser convertido em DHEA, mas, como vimos no artigo anterior este hormônio não é eficiente para praticantes de atividades físicas e, como era de se esperar, o Tribulus também não demonstrou eficiência, conforme os resultados da pesquisa de ANTONIO et al (2000) que administraram 3,21 mg/Kg de Tribulus Terrestris durante 8 semanas de treinamento com pesos periodizado. Os autores concluíram que o uso de Tribulus não melhora a composição corporal nem a performance de praticantes de musculação (ressaltando: não houve ganho de massa muscular)

Mas ainda restou uma tentativa, alguém se perguntou: que tal misturamos tudo isso (Androstenediona, DHEA, Tribulus e mais algumas coisas) num só composto? Surgiram, assim, inúmeros suplementos com a mistura de várias substâncias comprovadamente ineficientes. Para testar uma dessas fórmulas “mágicas”, BROWN se juntou com outros pesquisadores e avaliaram o produto chamado ANDRO-6 (300 mg de androstenediona, 150 mg de DHEA, 750 mg de Tribulus terrestris, 625 mg de Crisina, 300 mg Indole-3-carbinol, e 540 mg de Saw palmetto). Adivinhe! Os resultados mostraram que a mistura não aumenta significativamente a concentração de testosterona, nem promove adaptações positivas ao treinamento com pesos.

Conclusão

Os precursores de testosterona podem ter diversas aplicações clínicas: em pessoas com deficiência hormonais, como idosos e castrados, porém em homens saudáveis os efeitos positivos não foram verificados com fidedignidade. Além disso, existem pelo menos duas reações adversas que foram encontradas significativamente em diversos estudos:

1-aumento da produção de hormônios femininos e;

2-alterações nos níveis de HDL.

O primeiro efeito pode trazer consigo o conhecido problema da ginecomastia e outras alterações desagradáveis, mas o segundo é mais preocupante por oferecer um nítido risco a saúde de seus usuários, aumentando as chances de ocorrência de doenças cardiovasculares (assim como os esteróides anabólicos androgênicos).

O marketing exagerado sobre estas substâncias e seu consumo arbitrário por praticantes de atividades físicas são práticas irresponsáveis, ineficientes e perigosas, pois não há comprovação de efeitos positivos e foram verificadas em diversas ocasiões a ocorrência de efeitos colaterais.

Referências Bibliográficas

AHRENDT DM. Ergogenic aids: counseling the athlete. Am Fam Physician 2001 Mar 1;63(5):913-22

ANTONIO J, UELMEN J, RODRIGUEZ R, EARNEST C. The effects of Tribulus terrestris on body composition and exercise performance in resistance-trained males. Int J Sport Nutr Exerc Metab 2000 Jun;10(2):208-15.

BALLANTYNE CS, PHILLIPS SM, MACDONALD JR, TARNOPOLSKY MA, MACDOUGALL JD. The acute effects of androstenedione supplementation in healthy young males. Can J Appl Physiol 2000 Feb;25(1):68-78.

BROEDER CE, QUINDRY J, BRITTINGHAM K, PANTON L, THOMSON J, APPAKONDU S, BREUEL K, BYRD R, DOUGLAS J, EARNEST C, MITCHELL C, OLSON M, ROY T, YARLAGADDA C. The Andro Project: physiological and hormonal influences of androstenedione supplementation in men 35 to 65 years old participating in a high-intensity resistance training program. Arch Intern Med 2000 Nov 13;160(20):3093-104.

BROWN GA, VUKOVICH MD, MARTINI ER, KOHUT ML, FRANKE WD, JACKSON DA, KING DS. Endocrine responses to chronic androstenedione intake in 30- to 56-year-old men. J Clin Endocrinol Metab 2000 Nov;85(11):4074-80.

BROWN GA, VUKOVICH MD, REIFENRATH TA, UHL NL, PARSONS KA, SHARP RL, KING DS. Effects of anabolic precursors on serum testosterone concentrations and adaptations to resistance training in young men. Int J Sport Nutr Exerc Metab 2000 Sep;10(3):340-59.

KING DS, SHARP RL, VUKOVICH MD, BROWN GA, REIFENRATH TA, UHL NL, PARSONS KA. Effect of oral androstenedione on serum testosterone and adaptations to resistance training in young men: a randomized controlled trial. JAMA 1999 Jun 2;281(21):2020-8.

LEDER BZ, LONGCOPE C, CATLIN DH, AHRENS B, SCHOENFELD DA, FINKELSTEIN JS. Oral androstenedione administration and serum testosterone concentrations in young men. JAMA 2000 Feb 9;283(6):779-82

MORALES AJ, HAUBRICH RH, HWANG JY, ASAKURA H, YEN SS. The effect of six months treatment with a 100 mg daily dose of dehydroepiandrosterone (DHEA) on circulating sex steroids, body composition and muscle strength in age-advanced men and women. Clin Endocrinol (Oxf) 1998 Oct;49(4):421-32

NESTLER JE, BARLASCINI CO, CLORE JN, BLACKARD WG. Dehydroepiandrosterone reduces serum low density lipoprotein levels and body fat but does not alter insulin sensitivity in normal men. J Clin Endocrinol Metab 1988 Jan;66(1):57-61

RASMUSSEN BB, VOLPI E, GORE DC, WOLFE RR. Androstenedione does not stimulate muscle protein anabolism in young healthy men. J Clin Endocrinol Metab 2000 Jan;85(1):55-9

WALLACE MB, LIM J, CUTLER A, BUCCI L. Effects of dehydroepiandrosterone vs androstenedione supplementation in men. Med Sci Sports Exerc 1999 Dec;31(12):1788-92

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