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Vale a pena fazer cheat meals (refeições do lixo)?


Bruna Bosco
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Vale a pena fazer cheat meals (refeições do lixo)?

O que são as cheat meals?

Apesar de ser um tema bastante falado no mundo da nutrição esportiva, ao pesquisarmos artigos científicos, podemos verificar que não existem informações científicas específicas sobre as cheat meals ou refeições do lixo.

Não quer dizer que esta estratégia não tenha efeito, apenas mostra que o possível efeito ainda não foi testado cientificamente.

Em tese, essa é uma estratégia que começou a ser utilizada por fisiculturistas, por terem uma dieta bem restrita e por fazerem períodos “zero carb”. O principal objetivo da cheat meal, é promover uma reativação metabólica, promovendo o aumento da leptina que está deprimida pela restrição calórica.

Como funciona fisiologicamente?

Dietas restritivas, se levadas por muito tempo, levam à consequências metabólicas como as alterações hormonais: ocorre aumento do cortisol (hormônio do estresse), que por sua vez induz a redução da leptina (hormônio responsável pela redução do apetite), que é produzida, predominantemente, pelo tecido adiposo.

Essa redução da leptina torna o nosso metabolismo mais lento, não sendo favorável quando queremos perder gordura corporal.

Assim, estratégias que alterem favoravelmente as concentrações plasmáticas de leptina poderão ser benéficas.

Neste sentido, a superalimentação ocasional poderá trazer alguma vantagem, uma vez que parece aumentar a as concentrações de leptina, levando ao aumento do metabolismo.

O ideal é que esta refeição seja rica em carboidratos. Em resposta ao excesso energético, o tecido adiposo produz uma grande quantidade de leptina que pode se manter elevada durante mais de 24 horas, levando á um aumento da oxidação de gorduras no músculo, fazendo com que nosso metabolismo acelere.

Quando fazer a cheat meals?

As cheat meals não são recomendadas no início da dieta, pois é necessário que o organismo esteja sensível à ação da leptina.  O ideal seria após 4-6 semanas de dieta, que é quando ocorre maior adaptação da dieta.

Não existe uma frequência “ótima” recomendada, porém para a maioria das pessoas seria indicado que essas refeições não sejam feitas mais do que 1 vez por semana. Devemos planejar a cheat meal com antecedência, guardando-a para algum fim de semana, uma festa, ou outra ocasião mais especial com a família ou os amigos. 

Além da questão hormonal, a refeição livre também serve como uma “válvula de escape” psicológica para quem segue uma dieta restrita por muito tempo.

Posso treinar após a cheat meals?

No dia seguinte à refeição livre, volte à dieta e se possível aos treinos. A refeição livre promoverá o “reabastecimento” dos estoques musculares de glicogênio, que levarão a um ótimo rendimento e também à uma maior eficiência na oxidação de gorduras.

Deve-se ressaltar que se trata de apenas “uma refeição livre” e não “um dia inteiro livre”, o que tornaria todo o processo negativo.

Vale lembrar que o álcool não está liberado, uma vez que prejudica os processos adaptativos induzidos pelos treinos, comprometendo os resultados.

Apesar de não existir ainda evidência científica sobre a utilização das cheat meals, parece haver algum efeito positivo em sua utilização, porém um longo caminho ainda terá de ser percorrido antes de se chegar a alguma conclusão cientificamente concreta.

 

Referências bibliográficas:

http://nutricaointeligentesuplementos.com/blog/dia-lixo-fazer-ou-nao/
http://www.biologia.bio.br/curso/1º período Faciplac/Material_estudo_Fisiologia_do_exercicio_v2.pdf
http://www.vidaativa.pt/a/cheat-meal/
http://xtrafit.pt/como-fazer-cheat-meals-sem-arruinar-dieta/

 

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Comentários

Comentários Destacados

  • Administrador

Até hoje a refeição do lixo, ou dia do lixo, ou cheat meal, não tem suporte científico positivo ou negativo quanto aos efeitos metabólicos esperados.

No entanto, pessoas não vivem apenas de efeitos metabólicos, mas também de efeitos psicológicos. E nesse aspecto, a refeição do lixo pode fazer um bem enorme pra cabeça, felicidade sem igual para quem está numa dieta restritiva.

Faça um teste no seu plano de treinamento e alimentar, e tire suas próprias conclusões! Seja hipertrofiado e feliz!

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  • Administrador

Hoje o Dr. Barakat publicou em seu perfil no instagram um post contrário ao dia do lixo:

A argumentação faz sentido. Adotar o dia do lixo pode ser realmente desastroso para a dieta se a prática for adotada em todos os sábados e domingos do mês.

Todavia, uma "refeição do lixo" um final de semana pode ser tão bom para a cabeça e tão insignificante no cômputo geral da dieta que parece fazer muito mais bem do que mal. Cada um deve testar e adotar a melhor prática para seu metabolismo.

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Em 05/11/2017 em 08:42, fisiculturismo disse:

@Loirafitness, qual é a sua posição sobre o dia do lixo ou sobre a refeição do lixo?

Eu acho extremamete importante ter o dia do lixo, principalmente em fase de cutting. Acontece que qdo mantemos uma dieta muito restrita, é mais fácil perder o equilíbrio posteriormente. Na minha experiência, equilibrio é a melhor coisa. O que eu sinto também, é que qdo faço o dia do lixo, meu corpo acaba respondendo melhor a dieta, como se levasse um choque. Observando o meu corpo, nunca senti que o dia do lixo me deixou mais gorda, por isso faço sem dor nenhuma na consciência. @fisiculturismo, já ouviu falar da dieta flexível? Muita gente está aderindo pois ela permite alguns excessos, isso sem que ocorra ganho de gordura ou perda da qualidade muscular. O que os adeptos tem relatado é um resultado otimizado pelo novo estimulo.

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  • Administrador
9 horas atrás, Loirafitness disse:

@fisiculturismo, já ouviu falar da dieta flexível? Muita gente está aderindo pois ela permite alguns excessos, isso sem que ocorra ganho de gordura ou perda da qualidade muscular. O que os adeptos tem relatado é um resultado otimizado pelo novo estimulo.

Vamos pedir a um nutricionista para escrever uma matéria sobre a dieta flexível!

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4 minutos atrás, fisiculturismo disse:

Essa matéria do @Rodolfo Peres é realmente muito interessante. É fácil perceber os benefícios psicológicos e o ganho de força no treino pós "lixo". Mas para quem deseja manter um percentual bem baixo de gordura pode ser um problema se houve abuso calórico.

Eu acho bastante relativo, sobretudo, pois há dois vetores a considerar: o primeiro é a quantidade de calorias com as respectivas divisões de macros, considerando ser o excesso de carbos o fator precípuo de conversão em gordura; o segundo é o fato de que, aparente e empiricamente falando, após o corpo acostumar com uma dieta limpa, quando fazemos o dia do lixo, "a quantidade de fezes" no dia seguinte é aparentemente maior do que nos dias de dieta limpa, o que me leva ao entendimento (e espero não falar uma grande bobagem) que o corpo não absorve ou rejeita muito do que comemos no dia do lixo.

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