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Rodrigo Poderoso de Souza

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  1. Ana Carolina Gleden Poderoso Rodrigo Poderoso de SOUZA[2] (PG – FAG) Professor Mestre Paulo Cesar FACHIN[3] (orientador PG – FAG) RESUMO: O presente estudo se fez por uma revisão bibliográfica onde analisou a prática do Judô nas escolas públicas e a sua socialização. Um dos principais benefícios do judô é o auxilio para crianças tímidas e que têm dificuldades de socialização. Mesmo sendo uma modalidade individual, a luta prioriza o trabalho em grupo, a amizade e a disciplina. O Judô, neste caso, deve ser usado como um meio para desenvolver a criança, tendo como objetivo final vencer a timidez e melhorar os relacionamentos. A aplicação do lúdico, disciplina e respeito fazem parte da socialização do aprendizado da aula de Judô. A idade em que a criança está mais apta para receber e assimilar os estímulos, tanto motores como intelectuais e na Educação Infantil. Por isso, crianças que têm estimulação positiva nesta idade, muito possivelmente, serão adultos com bom desenvolvimento motor, dinâmicos, ponderados, sociáveis enfim, pessoas preparadas para atuar no meio social em que vivem. Além disso, o Judô consegue interferir no caráter do praticante, uma vez que esta arte tem sua filosofia voltada para o bem estar físico, mental e social. PALAVRAS-CHAVE: Socialização. Educação Escolar. Judô. Crianças. INTRODUÇÃO Desde 2007 está sendo inserido em escolas e universidades de todo o País o Judô. A ideia é usar o esporte e tudo o que ele traz de bom para o aluno do ponto de vista do aprendizado, disciplina e concentração para melhorar as condições das escolas públicas e universidades (BRASIL 1998) O judô foi criado no final do século XIX, no Japão, por Jigoro Kano. Kano baseou-se nas técnicas de um sistema de autodefesa tradicional japonês denominado jujitsu, imortalizado no imaginário ocidental pela figura do samurai. (SUGAI 2000). A intenção de transformar uma arte marcial tão antiga e popular em outra deve-se, muito provavelmente, à sua formação de filósofo: Kano modificou as técnicas de luta exclusivas para combate em uma arte que se propõe a formar o ser humano, baseando-se na percepção de sua limitação para ultrapassá-la. Traduz-se o termo judô como “caminho suave” ou “caminho da suavidade”. E classificam-se os seus benefícios em três blocos: o primeiro refere-se ao condicionamento físico proporcionado pela prática; o segundo diz respeito à disciplina atingida por meio da luta e dos mecanismos de concentração, autocontrole e autoconfiança; e o terceiro se dá no campo da ética e da moral, em que o respeito aos valores apresenta significativa importância. Acredita-se que o ingresso do judô no Brasil tenha se dado por meio da imigração japonesa, no início do século XX. No entanto, embora haja rumores de que em 1903 já houvesse quem ensinasse a luta aqui no Brasil, a maioria das informações aponta para década de 20 como o período de introdução do judô no Brasil. A graduação no judô tem duas grandes etapas chamadas Kyu e Dan. A etapa iniciante é o Kyu e se apresenta em ordem decrescente, representada pela cor expressa na faixa do kimono. Nesse sentido, a faixa branca é o 8º kyu, a faixa cinza é o 7º kyu, a faixa azul é o 6º kyu, a faixa amarela é o 5º kyu, a faixa laranja é o 4º kyu, a faixa verde é o 3º kyu, a faixa roxa é o 2º kyu e a faixa marrom é o 1º kyu. A segunda parte da graduação chama-se Dan que, ao contrário do kyu, é desenvolvido de modo crescente. Nesse momento, o praticante já passou pela introdução à luta e agora é o momento de se aperfeiçoar. São dez fases de dan: O primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto dan são representados pela faixa preta com, respectivamente, listras brancas que vão de uma a cinco, conforme o dan. A faixa branca e vermelha marca o sexto, sétimo e oitavo dan. E as duas maiores graduações – nono e décimo dan – são marcadas pelo uso da faixa vermelha. Segundo Gama ( 1986), os fundamentos básicos centram-se em cinco categorias: 1. Postura corporal (shinsei) – Baseia-se em dois tipos: a postura normal do corpo e a postura defensiva (jigotai); 2. Movimentação do praticante no tatame (shintai) – Baseia-se em três tipos: andar de modo comum (ayumi-ashi), andar arrastando os pés (suri-ashi) e andar apenas com uma das pernas à frente, arrastando a outra (tsugi-aschi); 3. Giros do corpo (tai-sabaki) – São também três tipos: o giro para frente (mai-sabaki), giro para trás (ushiro-sabaki) e giro para os lados (yoko-sabaki); 4. Formas de pegadas (kumi-kata) – Podem ser feitas tanto do lado esquerdo (hidari) ou do direito (migui). Elas podem ser feitas na gola (eri), na manga (sode) e na calça (chitabaki). São proibidas as pegadas por dentro da manga e por dentro da barra da calça; 5. Amortecimento de quedas (ukemi) – Totalizam dez tipos, que se dividem em três tipos para trás, dois tipos para frente, três tipos para os lados e dois tipos de rolamento. Nós devemos utilizar o judô como forma de auxiliar na formação da personalidade da criança, transmitindo seus ensinamentos com o principal motivo de educar. Segundo Batista (2003), “o judô deve ser trabalhado através de atividades recreativas, com o objetivo de tornar as aulas mais atraentes, fazendo com que a crianças sinta prazer em participar”. A pratica do judô infantil deve ser trabalhado de forma lúdica, não esquecendo a essência da técnica e sua filosofia da arte marcial (DARIDO 2005). Segundo Virgílio (1986), “praticar judô é educar a mente com velocidade e exatidão, bem como o corpo a obedecer com justeza, o corpo eficiente depende da precisão com que se usa a inteligência.” Com esse pensamento de Virgílio podemos tornar cidadãos de bem, que melhor interagem com a sociedade, interagindo com todos os ensinamentos filosóficos e práticos, se ensinado desde crianças de uma forma que a crianças sinta prazer e reflita sobre suas atitudes, não usando apenas para benefícios próprios, mas sim mais os benéficos múltiplos de todos em que interagem em seu redor. A dimensão atitudinal pode abranger instruções acerca da eliminação de estereótipos sociais, disposições favoráveis à autoestima e autovalorização conscientização do judô como uma prática desportiva com grandes vistos formadoras e a dimensão procedimental englobada a aprendizagem dos exercícios da luta em geral e execuções corretas dos mesmos. (PINA, 2005, p. 58). A base filosófica em questão torna-se evidente no trato educacional da formação moral dos praticantes, deve ser estabelecido um paralelo sobre o que se ensina na prática e a vida cotidiana. Segundo Shiozawa (1999) “o aluno que prática judô aprende que se deve “ceder para vencer”, “cair para se levantar”, dentre outros preceitos que são aplicados na luta e na vida.” Essa filosofia de ceder pra vencer e cair para se levantar e um dos princípios da humildade, simplicidade, onde o aluno aprende que deve se esforçar para aprender, independendo de tão qual difícil seja, ele deve saber superar todos os obstáculos. Conforme Santos (2011), o Judô pode ser utilizado como forma de socialização, esse método é aplicado e forma de brincadeiras fazendo com que a criança tenha contato com as outras, sempre respeitando seus colegas e preservando a participação do colega. De acordo com Gonçalves (2001) através das brincadeiras com regras podemos desenvolver o potencial de raciocínio e trabalho em conjunto, preparando para a formação de sua conduta moral, respeitando o mais fraco e auxiliando nas tarefas para completar a tarefa, isso ajuda no trabalho em conjunto e na socialização. Um dos princípios filosóficos da arte marcial e o respeito ao próximo, isso você consegue demostrar nas brincadeiras realizadas, colocando regras e misturando os alunos fracos com os fortes, para conquistarem uma vitória um deve ajudar o outro com um único objetivo mais com um trabalho em conjunto. Conforme Feitosa (2011), “o judô tem um valor pedagógico importante que potencia a valorização pessoal e social dos jovens praticantes, contribuindo dessa forma para a sua formação cívica.” As artes marciais de um modo geral proporcionam ao aluno uma considerável ascensão neste processo de autoconhecimento, isso se deve à sutil necessidade de observar-se durante a luta. Desta forma, uma relação equilibrada entre ataque ao oponente e proteção aos contra-ataques pode ser estabelecida. Tal fato evidencia a íntima relação das lutas com a meditação, uma vez que esta consiste fundamentalmente no ato de olhar para si mesmo. Um dos nove princípios teóricos básicos do judô nos diz: conhecer-se é dominar-se, e dominar-se é triunfar, fundamentando-nos para esta máxima do olhar para si que, inicialmente, parece algo muito simples, no entanto se trata de uma tarefa árdua e trabalhosa. (VIRGÍLIO, 1986, p. 75). Em virtude de se fazer uma profunda modificação interna, isso leva tempo pois temos que diariamente termos algum tempo para a reflexão do enunciado acima. Apos muito treino e que conseguiremos uma pequena transformação num grande espaço de tempo. Com a paciência peculiar daquele que reflete, com um tempo razoável alcançaremos o objetivo desejado. O Judô pode atuar como uma via determinante para a autodescoberta, bem como, um meio de desenvolvimento da mobilidade. A prática do Judô tem despertado interesse, não só pelo seu aspecto competitivo, mas, sobretudo, pelos benefícios recreativo, físico, mental, entre outros. O Judô é mais que um esporte do físico, ele pretende ser também uma filosofia, que valoriza a inteligência e o culto a verdade. Assim o desenvolvimento espiritual desta arte deverá ser tão ou mais importante que o objetivo de vencer as lutas (RUFFONI, 2006). Segundo o autor acima e o que chamamos de disciplina mental, um de tal aprendizado nos mostrara a obediência em varias facetas da sociedade, fazendo nos antes de um mero campeão, um cidadão respeitável. E a virtude mental a cima do vigor físico, dai a grande compreensão do comportamento de uma sociedade civil organizada. Da mesma forma que se exercita os músculos menos desenvolvidos ou mais importantes para a execução de um determinado golpe, também estuda-se e determina-se quais os pontos fracos da personalidade, seja ele o medo, a falta de confiança, a falta de vontade, a angústia, a ansiedade, a falta de controle ou nervosismo e, então, com o mesmo esmero, que se dedica o desenvolvimento e aprimoramento da personalidade e do espírito. Só assim, pratica-se o verdadeiro Judô em toda sua extensão. Psicólogos, educadores e psiquiatras, recomendam os benefícios recreativos e terapêuticos do Judô como atividade moderadora e transformadora de crianças irrequietas e/ou complexadas, sendo os resultados alcançados, na maioria dos casos, bastante satisfatórios. (RUFFONI, 2006). Assim como a base de uma nação e a sua constituição bem elaborada, com princípios gerais, alguns rígidos e outros futurísticos, a sim e a formação mental de um ser humano Todo pais tem seus percalços, modificação de comportamento, que chamamos de corrupção, a par disso esta o ser humano que bem direcionado, corrigido, estruturado em princípios morais, religiosos e éticos se fortalecerão em todos os campos de atividade, so necessitando com o decorrer do tempo o aprimoramento eterno, compara se isso a um campeão esportivo que não tem limites para chegar a perfeição. O espírito final do judô, por conseguinte, é de incutir no intimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e de benefícios mútuos e da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa [...] O valor da arte marcial está na formação de personalidade, ou procurar formar a si mesmo como um ser humano desejável através do aprendizado técnica, como diz estas frases, aquilo que é chamado de artes marciais possui uma faceta que tem como objetivo educar de forma a incorporar no cotidiano estas regras das modalidades. (SANTOS, 2009). O judô é um esporte marcial contribuindo na formação global do cidadão. Assim como ele desenvolve suas habilidades físicas e atléticas, para que isso se complete ha necessidade de um acompanhamento em desenvolvimento proporcional a habilidade física. Isto e, prepara-se o homem para o verdadeiro combate que e a árdua tarefa do dia a dia onde a formação sua família, a realização do trabalho e o exemplo a ser dado e o maior testemunho do aprendizado comportamental que o judô da, transforma, e também pela própria postura diante da sociedade se exige do judoca. É que o professor de judô tenha uma visão humanista e progressista da Educação Física contemporânea que objetiva a atividade física a fazer com que os alunos desenvolvam-se integralmente e que assuma um papel mais amplo de educar e promover o desenvolvimento do educando, estimular as três áreas inerentes aos comportamentos da natureza humana, segundo a visão pedagógica: Cognitiva, Afetiva e Psicomotora. É dever do professor, favorecer ao homem o seu conhecimento não só tecnicista, mas em âmbito integral, enquanto ser pensante dotado de emoções, e que interage com o todo social no desenvolver de suas funções, desde as mais elementares até as mais superiores. (RUFFONI, 2006). O judô em sua execução e individual, todavia a sua participação e coletiva, pois a partir do pequeno treinamento ha necessidade de se utilizar o corpo do adversário para o seu aprendizado. O companheiro sede o seu corpo para que se execute as técnicas preliminares e ate as mais evoluídas. Para isso o ser humano tem que se desprender do egoísmo, vaidade e admitir a coletividade do esporte, embora em sua competição ele seja individual. O senso de equipe e mais importante do que o individual pois em qualquer sociedade civil organizada nos temos que agir individualmente, toda via, a interação sera necessariamente coletiva. O grande mérito do judô e sua forma aglutinativa de ser, onde a importância do coletivo e maior que o individual, por isso e que o companheirismo e tão exarcebado que a amizade se prolonga por muitos anos de vida. Hoje o adversário, amanha o amigo, no futuro que sa o irmão. Conforme Feitosa (2011) “a Educação Física trabalhada, a partir de seus conteúdos, de maneira mais ampla, mais humanizadora, que contemple corpo, mente e sua correlação com a sociedade, focada na transformação de vida social.” Embora o judô seja realmente uma prática de luta prazerosa e que proporcione os benefícios já citados, poucos professores trabalham esse conteúdo nas escolas, restringindo seu conhecimento apenas a quem pode pagar uma academia especializada. A justificativa desses professores sempre se dá no nível da falta de conhecimento prático deles para poderem trabalhar com esse conteúdo na escola. Segundo Feitosa (2011) “na educação de um aluno, atrelada ao Judô, que não se resume a uma prática tecnicista voltada para fins exclusivamente corporais e sim, uma manifestação cultural esportiva continente de princípios filosóficos que vêm a preencher lacunas formativas.” Estes princípios são aplicáveis não somente com finalidades esportivas, fazendo-se úteis em diversas situações e problemáticas sociais ou profissionais que venham aparecer. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os efeitos positivos da pratica do judô ajudam os alunos nos ajustes social, auto estima, atitudes sociais e relacionamento intersociais. A pratica do judô nao so ocorre o fortalecimento do corpo mas também do seu espirito, esse principio filosófico e aplicado na sua vida social superando desafios e obstáculos. A disciplina ensinada dentro do tatame e também utilizada fora dele, a interação da pratica leva ela a solucionar a questão sem uso da forca. A prática deste esporte serve como aprimoramento do autodomínio para superar seus próprios limites e a ajuda ao próximo. Embora a visão do leigo seja que o esporte é uma violência visível, o certo é que o respeito mutuo é muito intenso, em que hoje eu sou o vencedor e amanhã serei o vencido. Essa e a matiz que move a nossa vida social. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRUDA, Eduardo Okuhara. Capoeira – Corpo, complexidade e humanismo: aportes para uma proposta pedagógica. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Metodista de Piracicaba, UNIMEP. São Paulo, 2006. BAPTISTA, Carlos Fernando dos Santos. Judô da Escola: a competição. 3.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. 1998. DARIDO, Suraya Cristina e RANGEL, Irene Conceição. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. 1.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. FEITOSA. A. C. O judô escolar enquanto prática formativa. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 153, Febrero de 2011. http://www.efdeportes.com/ GAMA, R.J. Manual de Iniciação de Judô. Rio de Janeiro: Palestra Sport 1986. GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Sentir, Pensar, Agir: Corporeidade e Educação. 5. ed. Campinas: Editora Papirus, 2001. OLIVER, Jean-Claude. Das Brigas Aos Jogos Com Regras: Enfrentando A Indisciplina na Escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. PERUCA, Ângelo. Judô: Metodologia da Participação. Londrina: Lido 1996. SHIOZAWA, Lhofei. Manual de Judô Nikkei Sport Center. Goiânia:1999. RUFFONI, R. ANÁLISE METODOLÓGICA NA PRÁTICA DO JUDÔ. Universidade Castelo Branco – RJ/Brasil – LABESPORTE, http://www.ombrosdegigantes.com.br/doc/52.pdf. SANTOS, H. S. Características sociais do judô na escolar. Universidade Bandeirante de São Paulo. /www.fpj.com.br/artigos/2009_artigo_csje.pdf SUGAI, Vera Lúcia. O caminho do guerreiro I. 2. ed. São Paulo: Editora Gente, 2000. SHINORAHA, Massao. Manual de Judô. São Paulo: Edição Independente, 2000. VÍRGILIO, Stalei. A Arte do Judô. São Paulo: Papirus,1986. [1] Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-graduação lato sensu em Docência do Ensino Superior – FAG – Faculdade Assis Gurgacz. [2] Graduado em Educação Física. Aluno da especialização. E-mail: rodrigoypoderoso@hotmail.com. [3] Graduado em Pedagogia. Mestre em Letras. Professor orientador do trabalho. E-mail: paulo.fachin@hotmail.com.
  2. Geralmente quando alcançamos a idade avançada, no queixume clássico dos idosos, reclamamos que os jovens de hoje não possuem a mesma garra de seus ancestrais. Ledo engano! Sim, há jovens que ultrapassam o limite da coragem física e mental, chegando a um ponto de incomum capacidade de ação: são os indômitos. São eles que iguais aos sacerdotes católicos, aos monges budistas, aos puritanos protestantes se lançam nesse mundo afora para apregoar e ensinar uma ideologia, uma técnica, um saber. São eles que vão difundir uma arte marcial denominada Brazilian Jiu-Jitsu (BJJ), contudo não só a técnica de combate, mas sobre tudo a parte comportamental e, porque não dizer difundir seu país: o Brasil. São os verdadeiros Brazucas! Conheci três deles: DANILO RODACKI, BETÃO NUNES e RODRIGO PODEROSO, todos amigos de universidade, competidores da mesma equipe e professores de BJJ. Danilão saiu de Telêmaco Borba/PR, Betão Nunes da pequenina Vera Cruz/SP e Rodrigão Poderoso de Marília/SP, peregrinaram por esse mundo, vencendo as barreiras dos costumes, da língua, da etnia, do clima, enfim de tudo, para simplesmente levar adiante um sentimento de dever cumprido com a família Gracie. Efetivamente não são homens comuns! O que realmente tais homens almejam? Não sou versado no assunto, todavia a experiência de vida me da autoridade de responder: querem é pura satisfação pessoal como os já citados monges, padres e puritanos. Se elevam espiritualmente em suas conquistas. Danilo esteve ensinando no Canadá, Alasca, Norte do EUA, Betão no sudeste do EUA, Rodrigão na Escandinávia, Grã-Bretanha, Sul da Europa, sul dos Estados Unidos e hoje são convidados a ministrarem seminários de BJJ na mais famosa escola de formação militar de soldados a COMBAT SCHOOL, situada na Georgia – EUA, onde eles com vários títulos em campeonatos mundiais, formação superior, excelente padrão físico, conduta civil que se desponta carisma, liderança e postura, nos dão, principalmente à geração idosa a compreensão e certeza que deixamos para esse mundo, jovens por demais talentosos e valiosos. São os indômitos, não se deixam vencer nunca, não se vergam a nada. Que Deus os abençoe. (É preferível tentar algo grande e falhar, do que não fazer nada e achar que teve êxito).
  3. O que mais diferencia as artes marciais da maioria dos esportes é a sua adoção de uma filosofia de comportamento, que começa no protocolo inicial tanto de cada aula, como a reverência nas competições. Tal atitude estampa o que há de mais importante nas artes marciais, que é a função ordenadora de toda a estrutura comportamental de qualquer estilo de arte marcial. Sem o culto ao comportamento não há artes marciais, enfim são ensinamentos milenares. O eu qualifica a pessoa na sociedade é o comportamento, ai é incluído em escalas maiores ou menores. Nas artes marciais o comportamento é a ilustração de seu alto conhecimento e, ele é a expressão exata da supressão da contenda, onde vai se mostrar através de seu alto domínio. Mahatma Gandhi afirmava que a mais difícil batalha é a que travamos contra nós mesmos. É ai que nos treinamentos, quando estamos sobre pressão negativa da derrota, é que aflora os pensamentos mais perniciosos da alma humana, é nesse momento que vamos ter que dominar esse universo malvado, fazendo de nossos valores positivos nosso escudo contra essa avalanche de ódio, raiva. Vencida essa etapa, a vitória se mostra claramente no comportamento calmo, sereno, tranqüilo, gentil do guerreiro. Isso é BUDO, é o resgate vitorioso do comportamento sadio. Os guerreiros samurais baseavam seus comportamentos nas regras ditadas pelo BUSHIDO, que era o código de honra, que ao ser elaborado teve muita influência do budismo zen e do confucionismo, que adentraram no Japão no século XIII, moldando o caráter do lutador. Tokugawa Yeasu, Xogum do Japão, desenvolveu o padrão moral e espiritual dos guerreiros, visando um comportamento mais homogêneo. Para que tenha tópicos a seguir ao seu desenvolvimento, sugerimos alguns, a saber: - controle das emoções para os pequenos e grandes desafios; - coragem para se desvencilhar de problemas fúteis; - grande dedicação aos treinamentos; - ser otimista a toda prova; - ser autoconfiante; - ser dotado de razoável intuição; - estar atento aos pormenores; - ter exata compreensão do bem e do mal; - muita concentração; - polimento do caráter. Enfim, comportamento é o resultado direto de seu autoconhecimento.
  4. Brazilian Jiu-Jitsu V – Disciplina Estando Leônidas no desfiladeiro das Termópilas, recebeu um mensageiro do imenso exército persa, explicando a inutilidade de tentar resistir. “nossos arqueiros são tão numerosos, que suas flechas bloquearam a luz do Sol”. “tanto melhor, nós os combateremos à sombra, respondeu Leônidas de Esparta”. A disciplina é um dos principais pilares para se atingir a tão esperada perfeição, ou melhor, se aproximar ao máximo possível dela. Sempre quando falamos em disciplina nos vem à mente a militar, a da caserna, baseada em atitudes e gestos, monitorada por uma hierarquia inflexível. Sim, também, todavia a das artes marciais é mais abrangedora, intuitiva, generalizada, baseada numa filosofia milenar, que interage com a técnica de combate. Se um filósofo pudesse comparar, falaria que a disciplina está para as artes marciais, como o Sol está para a Terra. Sem disciplina qualquer pratica de combate fenece. Sun Tzu afirmou: “evite a força, ataque as fraquezas”, pois bem a fraqueza adversária pode ser a disciplina. Para que consigamos uma boa disciplina, devemos ter em mente que as filhas, ou componente desta são a paciência e a concentração. Paciência é tão essencial para nossa disciplina, que para alcançarmos nossos objetivos em cadência regular, a paciência é condição tão importante que sem ela há o desvio de rumo. A maior aliada da paciência é a concentração, que nos fornece o equilíbrio necessário para focar e desenvolver com maior clareza nossos objetivos. Sem paciência e concentração não há disciplina, por conseguinte, também deixa de existir o aprendizado. Hoje em dia é difícil entrarmos em sintonia com uma boa concentração, em virtude dos desvios que a vida moderna nos propicia. Com a dinâmica do trabalho, nosso lazer se concentra em ver televisão, rádio, fumar cigarros, usar drogas, bebidas e muita comida. Nos afundamos nesses usos e costumes de hoje, e não nos damos conta que isso é um pseudo-relaxamento, que o passar do tempo nos joga numa rotina. Não há disciplina sem uma concentração possível, pois perdemos a todo instante o rumo de nosso pensamento. Disciplina é ordenamento mental e físico. Para Sun Tzu, disciplina é condição “Sine Qua Non” para a vitória. Já Miyamoto Musashi fala que para o treinamento ou aprendizado, é impensável viver sem disciplina. Disciplina é aprendermos lidar com os nossos limites, medite aprendendo a ficar sozinho nem que seja por pouco tempo (Zazen). Rodrigo Poderoso de Souza Personal Trainer e Professor de Educação Física Mestrando em Ciências do Desporte - Portugal Pós Graduado em Fisiologia do Exercício. Pós Graduado em Exercício para Grupos Especiais Pós Graduado em Nutrição Esportiva Faixa Preta 3º de Jiu-Jitsu e Faixa Preta 2º de Judô CREF 6478-P/PR Cel: (45) 9982-7671 e-mail: rodrigoypoderoso@hotmail.com
  5. Brazilian Jiu-Jitsu Muito se tem especulado sobre assuntos que se relacionam sobre artes marciais, principalmente o jiu-jitsu, modalidade esportiva em destaque, mormente nos eventos de MMA (Mixed Martial Arts). Pois bem, o jiu-jitsu é uma arte marcial que é originária do Japão contudo, modernamente tem-se desenvolvido tecnicamente em nosso país, por isso é conhecido internacionalmente como Brazilian Jiu-Jitsu. Tomando-se a história das artes marciais japonesas, podemos dividí-las em 03 períodos: Bujitsu, Buguei e Budo. O primeiro período, BUJITSU, começa nos primórdios da civilização japonesa e vai ate o século VIII, caracterizando-se por lutas tecnicamente primitivas, devido às constantes batalhas que o povo travava. Em virtude dessa época o Japão ter um maior contato com a cultura chinesa, isso favoreceu a difusão do budismo, vindo as artes marciais dessa época ter sofrido grande influência das técnicas de lutas dos monges budistas chineses. Face essa influência da cultura chinesa no Japão, as habilidades nas artes marciais passam por um período de desenvolvimento, e como conseqüência começa a adotar um sistema hierarquizado, seguindo o modelo de castas militares. As escolas começam a tomar formas próprias, com técnicas e estratégias de combates singulares. Ai, começam a surgir os estilos (Ryus), com organização própria e que se da o nome de BUGUEI, que vai até o final do século XVI. Com o domínio da dinastia Tokugawa, a partir do século XVII, o Japão conhece um período de grande paz e tranqüilidade, e o Buguei passa a ser adotado como uma forma de educação física e mental, ao invés do uso em combate real. Organizam-se os chamados Katas para o aperfeiçoamento pessoal, pois não há mais razão para a pratica das lutas militares. E o uso da razão em ‘’luto para me aperfeiçoar e não me aperfeiçôo para lutar’’. Passa-se a treinar exaustivamente para atingir o grau máximo de perfeição em cada arte marcial. Alcança-se assim, o ideal de dominar o adversário sem o destruir, de conter o espírito da agressão. É o que Miyamoto Musashi fala do ‘’vazio’’. Esse movimento e a essência das artes marciais: é o denominado BUDO. É a técnica aplicada à filosofia ou a filosofia aplicada à técnica. Por isso, a meta do praticante de Brazilian Jiu-Jitsu é atingir o máximo de perfeição pessoal, esportiva e profissional. Nunca deve estar contente com o estágio mental que se encontra. Luta-se consigo mesmo para prosseguir no caminho da conquista do mais alto grau de perfeição. Brazilian Jiu-Jitsu II No Brazilian Jiu-Jitsu não existem somente regras para as competições, isto é, o comportamento pessoal perante a sociedade é tão importante quanto ser campeão em um torneio. Os sábios que determinam a conduta moral das artes marciais, ensinam que é muito fácil ser um bom grande guerreiro, porém é muito difícil ser um bom ser humano e, esse deve ser o objetivo principal de um verdadeiro guerreiro moderno e atual. A maior parte dos princípios das artes marciais estão consubstanciadas no BUDO, que traduzindo literalmente é “o caminho para a guerra’’, todavia definitivamente é uma filosofia de aversão as batalhas, as guerras. Tem-se definido como o caminho das artes marciais, todavia é difícil encontramos uma definição exata para esse termo. A complexidade do Budo e suas definições ultrapassam a questão dos estilos e variedades das artes marciais, compreendendo e englobando todas num só mundo. Dentro desse caminho é vencedor quem tiver um bem estar físico e mental em total equilíbrio, tanto no aspecto marcial, que seria a disciplina, o respeito, a humildade, como no aspecto esportivo onde se aprimora a conduta quando submetido a pressão do oponente, da torcida dos amigos. O que mais importa é saber conhecer seus limites. Dentro dos mais variados tratados, que versam sobre diversos temas, citamos os mais famosos: BASENSHUKAI, NIMPIDEM e SHONINKI. Delas extraímos a sua essência em termos de virtude e faltas graves: Virtudes (11): Lealdade, Valentia, Sabedoria, Honradez, Boa Saúde, Responsabilidade, Integridade, Diligência, Estratégia, Talento Oratório e conhecer os ensinamentos dos Mestres, Budas e Deuses. Faltas graves (11): Insolência, Excesso de Confiança, Avareza, Ira, Medo, Dúvida, Desconfiança, Vacilação, Desdenho, Orgulho e Vaidade. Assim, como leitor, com base no descrito acima você poderá a cada mês fazer um calendário e desenvolver virtudes, e combater as faltas graves. Isso também é Brazilian Jiu-Jitsu. “conhecer a si mesmo é descobrir o bem que reside no interior’’. Faltas = falhas morais, transgressões ou ausência de lealdade total. Referência: HAJIME Brazilian Jiu-Jitsu III – Estratégia Sempre que falamos em artes marciais, nos preocupamos em exaltar a técnica de cada estilo e, mais ainda no condicionamento físico, sendo esse dueto os responsáveis pelo êxito do praticante. Deixamos de lado, talvez, a mais importante qualidade: a estratégia. A estratégia está diretamente ligada à guerra, todavia, qualquer combate de artes marciais, pode e deve ser considerada como tal, pois envolve uma série de situações que somente uma luta pode protagonizar. Qual a atividade hoje que não pode ser considerada uma competição vital? Até mesmo a geração de um ser é um combate real, pois milhões de espermatozóides disputam uma corrida frenética para alcançar a fecundação. Partindo desse principio, nossa vida toda é um combate, imagine só uma luta de artes marciais. Tomemos como exemplo a luta de boxe entre George Foreman e Muhammad Ali, pela disputa do titulo mundial dos pesos pesados, que foi realizada no Zaire. O vencedor usou de toda sua inteligência e astucia para vencer, ora sua estratégia começou bem antes do combate, usando para isso todas as minúcias que cercavam aquele evento. Muhammad Ali venceu, mas Foreman era o campeão, favorito mais forte, porém não usou de estratégia. Hoje a estratégia é estudada tomando-se por base ensinamentos dos livros de "A Arte da Guerra", de Sun Tzu e "O Livro dos Cinco Anéis" de Miyamoto Musashi, o primeiro escrito por volta de 500 A.c. e, o segundo em 1.643. São antigos, contudo sua leitura e ensinamentos são modernos, dando ao lutador uma visão otimizada de sua situação. O estudo da estratégia é complexo e intrigante, todavia podemos abreviá-la para uma competição de artes marciais, o que implica em possuir rigorosa observação de tudo. Abaixo, alguns mandamentos a serem observados pelo praticante: - conhecer profundamente as regras, - conhecer a arena do combate, - conhecer minuciosamente seu oponente, - conhecer seus pontos positivos e negativos, - treinar exaustivamente, - evitar pensamentos traiçoeiros, - detectar as sutilezas e detalhes que poucos conseguem se aperceber, - dar atenção especial a esses menores detalhes, pois tudo tem importância, - conhecer outras artes, - saber admitir a verdade em tudo, - nada fazer de inútil, - saber usar ambas as mãos com a mesma eficiência, Comece obedecendo 03 (três) itens e, assim por diante você vai se aprimorando mental e fisicamente.
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