Ir para conteúdo
  • Cadastre-se

Pesquisar na comunidade

Resultados para as tags 'undecanoato'.

  • Buscar por Tags

    Digite tags (palavras-chave) separadas por vírgulas, não use hashtags (#).
  • Buscar por Autor

Tipo de Conteúdo


Fórum

  • Suplementos Alimentares
    • Tópicos sobre suplementação
    • Relatos de uso de suplementos alimentares
  • Anabolizantes Esteroides
    • Tópicos sobre esteroides
    • Relatos de ciclos
  • Treinamento de Musculação
    • Tópicos sobre treinamento
    • Lesões musculares
    • Diário de treino
  • Nutrição Esportiva
    • Tópicos sobre nutrição
    • Relatos sobre dietas
  • Gente
    • Tópicos de evolução do shape
  • Assuntos Diversos
    • Tópicos diversos
  • Fãs do Ronnie Coleman's Tópicos

Calendários

  • Campeonatos de fisiculturismo
  • Cursos, palestras e feiras
  • Lives

Categorias

  • Esteroides
  • Suplementos
  • Treinamento
  • Nutrição
  • Gente
  • Diversos

Categorias

  • Esteroides
  • Suplementos
  • Treinamento
  • Nutrição
  • Gente
  • Diversos

Categorias

  • Aves
  • Bebidas
  • Carnes
  • Lanches
  • Legumes
  • Ovos
  • Massas
  • Peixes e Frutos do Mar
  • Saladas
  • Sobremesas

Categorias

  • Abdominal
  • Antebraço
  • Bíceps
  • Costas
  • Coxa
  • Glúteo
  • Lombar
  • Ombro
  • Panturrilha
  • Peito
  • Pescoço
  • Romboide
  • Trapézio
  • Tríceps

Pesquisar resultados em...

Pesquisar resultados que...


Data de Criação

  • Início

    Fim


Data de Atualização

  • Início

    Fim


Filtrar por número de...

Data de registro

  • Início

    Fim


Grupo


Idade

 
ou  

Altura

 
ou  

Peso

 
ou  

Percentual de gordura

 
ou  

Objetivo


Outros objetivos


Tipos de treino


Treinos por semana


Tempo de treino diário

 
ou  

Intensidade do treino


Tempo treinando


Plano de treinamento


Doenças


Medicamentos


Nível de sono


Nível de estresse


Protocolo de uso de esteroides anabolizantes e afins


Preferências alimentares


Alimentos que não gosto


Restrições ou intolerâncias alimentares


Suplementos que gosto


Suplementos que não gosto


Plano alimentar


Instagram


YouTube


Twitter


Website


Facebook


Tumblr

Encontrado(s) 2 registros

  1. O que é o undecanoato de testosterona injetável? O undecanoato de testosterona injetável é uma formulação farmacêutica que representa um éster de testosterona de ação extremamente prolongada, desenvolvido especificamente para administração intramuscular (IM) profunda. A formulação consiste na molécula de testosterona esterificada com ácido undecanoico, uma modificação que retarda significativamente sua liberação e metabolismo. Esta substância ativa é dissolvida em um veículo oleoso, tipicamente uma combinação de óleo de rícino refinado e benzoato de benzila, que atua como solvente e contribui para as propriedades de depósito da formulação. A característica fundamental desta preparação é a formação de um depósito no local da injeção muscular, do qual a testosterona é liberada de forma muito lenta e sustentada ao longo de várias semanas. Este mecanismo resulta na maior duração de ação entre todos os ésteres de testosterona comercialmente disponíveis, permitindo intervalos de administração muito longos. O undecanoato de testosterona funciona como um pró-fármaco. A molécula esterificada é inativa e requer a clivagem da cadeia de éster por enzimas esterases no corpo para liberar a testosterona biologicamente ativa. É classificado como um andrógeno e um esteroide anabolizante (AAS). Um pouco da história O desenvolvimento do undecanoato de testosterona injetável foi conduzido pela Schering AG (posteriormente integrada à Bayer) com o objetivo de aprimorar a conveniência das terapias de reposição de testosterona (TRT). A meta era criar uma formulação que minimizasse a frequência das injeções, um fator limitante para a adesão ao tratamento com ésteres mais curtos. Esta formulação foi introduzida no mercado europeu no início dos anos 2000, sob o nome comercial Nebido® (geralmente na dose de 1000mg/4ml). A aprovação inicial ocorreu na Finlândia em novembro de 2003, seguida pelo procedimento de reconhecimento mútuo na União Europeia em julho de 2004, permitindo a comercialização em países como Alemanha e Reino Unido a partir de 2004-2005. O Nebido® foi projetado para permitir injeções de manutenção tipicamente a cada 10-14 semanas, representando uma melhoria significativa na conveniência para pacientes com hipogonadismo. A aprovação em outros mercados, notavelmente nos Estados Unidos, foi um processo mais longo e complexo. A Food and Drug Administration (FDA) expressou preocupações significativas sobre o risco de Microembolismo Oleoso Pulmonar (POME) e reações anafiláticas, eventos adversos raros, mas potencialmente graves, associados a injeções intramusculares de grandes volumes de soluções oleosas de longa duração. Após várias revisões e a submissão de dados adicionais de segurança pela Indevus Pharmaceuticals (que licenciou os direitos para os EUA da Bayer Schering Pharma AG) e posteriormente pela Endo Pharmaceuticals, a formulação foi finalmente aprovada pela FDA em março de 2014.6 Nos EUA, o medicamento é comercializado como Aveed® (na dose de 750mg/3ml). A notável diferença nos cronogramas de aprovação entre a Europa e os EUA reflete abordagens regulatórias distintas na avaliação e mitigação de riscos para eventos adversos raros. A FDA considerou os dados pós-comercialização de Nebido® na Europa e os dados de ensaios clínicos, concluindo que o risco de POME/anafilaxia necessitava de medidas de controle rigorosas. Como resultado, a aprovação do Aveed® nos EUA foi condicionada à implementação de um programa restrito de segurança, conhecido como Estratégia de Avaliação e Mitigação de Risco (REMS - Risk Evaluation and Mitigation Strategy). Este programa exige certificação para prescritores e locais de administração, além de um período de observação obrigatório de 30 minutos para o paciente após cada injeção, realizado em um ambiente clínico capaz de manejar reações adversas graves. A diferença de dose entre Nebido® (1000mg/4ml) e Aveed® (750mg/3ml), apesar da mesma concentração (250mg/ml) e veículo similar (óleo de rícino e benzoato de benzila), também é um ponto de distinção entre os mercados. Apesar das barreiras regulatórias e do custo relativamente elevado, o undecanoato de testosterona injetável tornou-se uma opção importante para TRT em muitos países, valorizada pela sua conveniência de dosagem. Status legal No Brasil, o undecanoato de testosterona, como outros esteroides anabolizantes, está sujeito a controle regulatório rigoroso. Classificação ANVISA: a testosterona e seus ésteres, incluindo o undecanoato, estão listados na Lista C5 (Lista das Substâncias Anabolizantes) do Anexo I da Portaria SVS/MS nº 344/98 e suas atualizações.7 Embora o undecanoato não seja nomeado individualmente na lista original, o adendo que inclui sais, ésteres e isômeros das substâncias listadas (como a testosterona, item 27) garante sua inclusão nesta categoria. Tipo de receita: a dispensação de substâncias da Lista C5 exige Receita de Controle Especial emitida em duas vias, com a primeira via retida pela farmácia e a segunda devolvida ao paciente com carimbo comprovando o atendimento. Disponibilidade no mercado brasileiro Disponibilidade: o produto de marca Nebido® (1000mg/4ml) encontra-se disponível em farmácias e drogarias brasileiras, mediante apresentação da receita controlada, sendo utilizado primariamente para TRT em casos de hipogonadismo comprovado. Manipulação: a manipulação de undecanoato de testosterona injetável é tecnicamente complexa, pois envolve a preparação de uma solução oleosa estéril de alta concentração e viscosidade. Embora não seja impossível, é considerada incomum em comparação com a manipulação de ésteres mais curtos ou a aquisição do produto industrializado. Regulamentações como a RDC 67/2007 da ANVISA normatizam as boas práticas de manipulação, e outras normativas podem impor restrições adicionais. Mercado paralelo (UGL - Underground Labs): como ocorre com outros AAS, formulações de undecanoato de testosterona podem ser encontradas no mercado paralelo ou negro. No entanto, esses produtos apresentam riscos significativos relacionados à qualidade, pureza, dosagem (sub ou superdosagem), esterilidade (risco de infecções) e contaminação, além da ilegalidade da sua comercialização e posse sem prescrição. A administração desses produtos também carrega os mesmos riscos intrínsecos da injeção IM profunda. Regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM) O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu normas éticas claras sobre a prescrição de terapias hormonais. Resolução CFM nº 2.333/2023: esta resolução proíbe expressamente que médicos prescrevam esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA), incluindo todas as formas de testosterona, com finalidades estéticas (como ganho de massa muscular isolado) ou para melhora de desempenho esportivo (doping). A resolução veda o uso dessas substâncias em indivíduos sem diagnóstico comprovado de deficiência hormonal que justifique a terapia. A combinação das regulamentações da ANVISA (controle de venda) e do CFM (restrição ética da prescrição) cria um forte arcabouço legal e ético no Brasil, direcionando o uso do undecanoato de testosterona injetável estritamente para indicações médicas aprovadas, como o tratamento do hipogonadismo masculino diagnosticado. Status de doping A Agência Mundial Antidoping (WADA) classifica a testosterona e seus ésteres de forma rigorosa. Classificação: o undecanoato de testosterona se enquadra na categoria S1. Anabolic Agents, especificamente S1.1 Anabolic Androgenic Steroids (AAS), na Lista de Substâncias e Métodos Proibidos da WADA. A testosterona é explicitamente listada. Estas substâncias são proibidas tanto em competição quanto fora de competição para todos os atletas sujeitos ao Código Mundial Antidoping. Natureza da substância: as substâncias da classe S1.1 são consideradas "não-especificadas", o que geralmente implica que uma violação de regra antidoping envolvendo essas substâncias pode resultar em sanções mais severas (períodos de inelegibilidade mais longos) em comparação com substâncias "especificadas". Detecção em testes antidoping Os métodos para detectar o uso de testosterona exógena são sofisticados e as janelas de detecção para o undecanoato injetável são particularmente longas. Perfil esteroidal urinário e IRMS: o método padrão envolve o monitoramento do perfil esteroidal do atleta na urina ao longo do tempo (parte do Passaporte Biológico do Atleta - ABP). Amostras que mostram alterações suspeitas (ex: razão Testosterona/Epitestosterona - T/E elevada ou outros marcadores alterados) são submetidas a análise confirmatória por Cromatografia Gasosa acoplada à Combustão e Espectrometria de Massa de Razão Isotópica (GC/C/IRMS). Este método mede a razão entre os isótopos de carbono 13C e 12C nos metabólitos da testosterona (como androsterona e etiocolanolona) e a compara com a razão de um esteroide de referência endógeno (como pregnanodiol ou 16-androstenol). Uma diferença significativa indica a presença de testosterona exógena, que geralmente é derivada de fontes vegetais (C3) com menor teor de 13C. Detecção direta do éster no sangue: um método adicional e conclusivo é a detecção do próprio éster de testosterona (neste caso, undecanoato de testosterona) em amostras de sangue (soro, plasma) ou em amostras de sangue seco (DBS - Dried Blood Spots). Como o corpo humano não produz ésteres de testosterona, a simples detecção do undecanoato é uma prova direta e inequívoca de administração exógena, eliminando a necessidade de interpretação de razões isotópicas ou perfis esteroidais. Janela de detecção: a janela durante a qual o uso de undecanoato de testosterona injetável pode ser detectado é extremamente longa, tornando-o uma escolha de altíssimo risco para atletas testados. IRMS (Urina): devido à liberação muito lenta e contínua de testosterona do depósito intramuscular, a alteração na razão isotópica 13C/12C pode permanecer detectável na urina por vários meses após a última injeção. Estimativas sugerem que este período pode ultrapassar 5 meses, alinhando-se com a longa farmacocinética do composto. Éster no sangue: estudos demonstraram que o éster undecanoato intacto pode ser detectado em amostras de sangue por um período muito prolongado. Em um estudo clínico, o undecanoato de testosterona foi detectável no sangue durante todo o período de acompanhamento de 60 dias após uma única injeção de 1000mg. Outras pesquisas confirmam a detecção prolongada do éster no sangue. A combinação da prova direta (detecção do éster no sangue) com a janela de detecção excepcionalmente longa (meses, seja por IRMS urinário ou análise de sangue) posiciona o undecanoato de testosterona injetável como uma das substâncias dopantes de maior risco de detecção para atletas. Contexto no fisiculturismo Fisiculturismo natural: estritamente proibido, pois qualquer forma de AAS exógeno viola os princípios desta categoria. Fisiculturismo tradicional/untested: o uso de undecanoato de testosterona injetável é considerado muito raro para ciclos típicos de ganho de massa (bulking) ou definição (cutting). As principais razões são seu início de ação extremamente lento (leva semanas a meses para atingir níveis terapêuticos estáveis) e a dificuldade em controlar rapidamente os níveis hormonais e manejar efeitos colaterais agudos. Em contextos onde ajustes rápidos de dose ou interrupção abrupta são necessários, esta formulação é impraticável. Seu uso seria teoricamente mais plausível, embora ainda incomum e arriscado, em regimes específicos como: Fase de "cruise" muito longa: para manter níveis de testosterona fisiológicos ou ligeiramente suprafisiológicos por períodos prolongados (vários meses) entre ciclos de "blast" com outros compostos mais potentes ou de ação mais rápida. A estabilidade dos níveis e a infrequência das injeções seriam os atrativos neste cenário. Base para ciclos extremamente longos: em protocolos que duram 6 meses ou mais, onde o início lento da ação é menos problemático e a estabilidade hormonal a longo prazo é desejada como base androgênica contínua.
  2. O que é o undecanoato de testosterona oral? O undecanoato de testosterona oral é uma forma de testosterona desenvolvida especificamente para administração pela boca. Ele atua como um pró-fármaco, o que significa que a molécula de undecanoato de testosterona em si tem pouca atividade até ser metabolizada no corpo. É apresentado em cápsulas gelatinosas que contêm o éster de testosterona dissolvido em um veículo oleoso ou lipídico, como óleo de rícino ou formulações mais complexas como sistemas de auto-emulsificação (Self-Emulsifying Drug Delivery Systems - SEDDS), utilizados em marcas como Jatenzo®. Uma característica fundamental que o distingue de muitos outros esteroides anabolizantes orais (como a metiltestosterona ou o estanozolol) é a ausência da modificação química conhecida como 17-alfa-alquilação (C17-aa). Essa modificação, embora proteja o esteroide da rápida degradação pelo fígado, está associada a um risco significativo de toxicidade hepática (hepatotoxicidade). Por não possuir a estrutura C17-aa, o undecanoato de testosterona oral apresenta um risco consideravelmente menor de causar danos diretos ao fígado, um avanço crucial na busca por uma terapia de reposição de testosterona (TRT) oral mais segura. A chave para sua administração oral eficaz reside no seu mecanismo de absorção. Graças à sua natureza lipofílica (afinidade por gorduras) e à formulação oleosa, o undecanoato de testosterona oral é absorvido predominantemente através do sistema linfático intestinal. Esse caminho permite que uma porção significativa do fármaco "contorne" o metabolismo de primeira passagem no fígado, onde a testosterona administrada oralmente seria normalmente inativada em grande parte. Uma vez absorvido e na circulação linfática e sanguínea, o éster undecanoato (uma cadeia de 11 carbonos) é clivado por enzimas chamadas esterases, presentes no intestino, linfa, sangue e tecidos, liberando a testosterona ativa na circulação sistêmica para que possa exercer seus efeitos. Este mecanismo de absorção e ativação representa a principal inovação por trás do undecanoato de testosterona oral, mas também introduz complexidades relacionadas à dependência de gordura na dieta e variabilidade na absorção, que serão discutidas adiante. Um pouco da história A busca por uma forma oral segura e eficaz de testosterona levou ao desenvolvimento do undecanoato de testosterona pela empresa farmacêutica Organon na década de 1970. O produto foi lançado comercialmente na Europa no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 sob o nome Andriol® (posteriormente Andriol Testocaps®). É interessante notar que, embora a forma oral tenha sido introduzida na Europa nessa época, a formulação intramuscular de undecanoato de testosterona já estava em uso na China há alguns anos. O Andriol® representou uma inovação significativa, sendo a primeira tentativa bem-sucedida de criar uma terapia de reposição de testosterona (TRT) oral que evitasse a hepatotoxicidade associada aos esteroides C17-aa. A estratégia foi a formulação lipídica (inicialmente em ácido oleico), projetada para direcionar a absorção do pró-fármaco para a via linfática intestinal, contornando o fígado. Apesar do conceito inovador, o Andriol® enfrentou desafios práticos desde o início. Sua biodisponibilidade era relativamente baixa e notavelmente variável entre diferentes indivíduos e até mesmo no mesmo indivíduo em momentos diferentes. A absorção era criticamente dependente da ingestão concomitante de alimentos gordurosos, sem os quais a eficácia era drasticamente reduzida. Além disso, a testosterona liberada tem uma duração de ação curta no corpo, exigindo múltiplas doses diárias (geralmente duas a quatro vezes ao dia) para tentar manter níveis terapêuticos estáveis, o que representava um inconveniente para os pacientes. Havia também questões de estabilidade com a formulação original em ácido oleico, que exigia refrigeração; uma formulação posterior usando óleo de rícino melhorou a estabilidade à temperatura ambiente. O desejo contínuo por uma opção de TRT oral conveniente e mais confiável impulsionou o desenvolvimento de novas formulações de undecanoato de testosterona nas últimas décadas. O objetivo era melhorar a consistência da absorção e a previsibilidade dos níveis de testosterona. Isso levou à aprovação de novas marcas pela Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, como Jatenzo® (aprovado em 2019), Tlando® (aprovado em 2022) e Kyzatrex® (aprovado em 2022). Essas formulações utilizam tecnologias farmacêuticas, como sistemas de auto-emulsificação, para otimizar a absorção linfática. A trajetória do Jatenzo® para a aprovação pela FDA foi particularmente desafiadora. O pedido inicial de Novo Medicamento (NDA) foi submetido em 2014, mas recebeu uma Carta de Resposta Completa (rejeição) no mesmo ano. Uma nova submissão em 2017 também resultou em rejeição em 2018. As principais preocupações da FDA centravam-se em dados de ensaios clínicos que mostravam um aumento clinicamente significativo na pressão arterial em pacientes que usavam Jatenzo®, levantando questões sobre o risco cardiovascular, além de problemas relacionados à coleta de amostras bioanalíticas e ao regime de titulação de dose proposto. Somente após a apresentação de dados adicionais e revisões no protocolo e na rotulagem, o Jatenzo® obteve aprovação em março de 2019, mas com uma advertência proeminente ("Boxed Warning") sobre o risco de aumento da pressão arterial. Essa história ilustra a complexidade de desenvolver um undecanoato de testosterona oral que atenda aos rigorosos padrões de segurança e eficácia, especialmente no que diz respeito aos riscos cardiovasculares associados às terapias com testosterona. Status legal No Brasil, o undecanoato de testosterona, assim como outros esteroides anabolizantes, está sujeito a controle especial. Ele se enquadra na Lista C5 (Lista das Substâncias Anabolizantes) da Portaria SVS/MS nº 344/98.21 Embora "Testosterona" ou "Undecanoato de Testosterona" não estejam explicitamente nomeados na lista principal, o adendo nº 1 da Lista C5 especifica que "ficam também sob controle, todos os sais e isômeros das substâncias enumeradas acima". Como o undecanoato de testosterona é um éster (um tipo de derivado) da testosterona, e a testosterona é a base para muitos esteroides listados ou implicitamente cobertos, ele é regulamentado sob esta lista. Consequentemente, sua prescrição exige Receita de Controle Especial emitida em duas vias, com uma via retida na farmácia. Quanto à disponibilidade no mercado farmacêutico brasileiro, a situação atual parece limitada. Consultas a grandes redes de drogarias online indicam que marcas históricas como Andriol Testocaps® ou seu equivalente Androxon® estão frequentemente listadas como "esgotado" ou indisponíveis para compra. Além disso, uma busca no sistema de Consulta a Registro de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não revela registros ativos para as formulações orais mais recentes aprovadas nos EUA, como Jatenzo®, Tlando® ou Kyzatrex®. Portanto, o acesso legal a essas formulações industrializadas parece ser inexistente ou extremamente restrito no Brasil atualmente. A principal via de acesso legal seria através da manipulação em farmácias magistrais, mediante prescrição médica. No entanto, isso depende da disponibilidade legal da matéria-prima (undecanoato de testosterona) e do veículo oleoso/lipídico adequado para garantir a absorção linfática pretendida, além da capacidade técnica da farmácia para produzir a formulação corretamente. O medicamento também pode ser encontrado no mercado paralelo (Underground Labs - UGL), mas esta via acarreta riscos significativos de produtos subdosados, contaminados ou de qualidade duvidosa, além de ser ilegal. Adicionalmente, a prescrição de undecanoato de testosterona oral, como qualquer outro esteroide anabolizante androgênico (EAA), é rigidamente regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A Resolução CFM nº 2.333/2023 veda explicitamente a prescrição médica de terapias hormonais com EAA para fins estéticos (como ganho de massa muscular), para melhora do desempenho esportivo (amador ou profissional) ou como terapia anti-envelhecimento. A prescrição é considerada ética apenas para o tratamento de doenças ou condições médicas específicas com deficiência de testosterona comprovada laboratorialmente e clinicamente, como hipogonadismo primário ou secundário, puberdade atrasada, micropênis neonatal, caquexia associada a doenças graves, e em contextos específicos como terapia hormonal cruzada para indivíduos transgêneros ou tratamento de curto prazo para Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo em mulheres, sempre com base em evidências científicas robustas. A situação regulatória difere em outros países. Nos Estados Unidos, o undecanoato de testosterona é classificado como uma substância controlada de Schedule III pela Drug Enforcement Administration (DEA), indicando um potencial moderado para abuso. Diversas formulações orais (Jatenzo®, Tlando®, Kyzatrex®) e intramusculares (Aveed®) são aprovadas pela FDA e disponíveis mediante prescrição médica para TRT em homens adultos com condições específicas de hipogonadismo. No Canadá, é classificado como Schedule IV sob a Controlled Drugs and Substances Act, e formulações como Andriol® estão disponíveis. Na Europa, tanto formulações orais (Andriol®) quanto intramusculares (Nebido®) estão disponíveis há mais tempo. Essa divergência entre a ampla disponibilidade de opções orais aprovadas nos EUA e a aparente ausência delas no mercado regulamentado brasileiro é notável, sugerindo diferenças nas prioridades regulatórias, demandas de mercado ou desafios específicos para o registro desses produtos no Brasil. Status de doping O undecanoato de testosterona, por ser uma forma exógena de testosterona, está categorizado pela Agência Mundial Antidoping (WADA) como um Anabolizante Androgênico Esteróide (AAE) na subcategoria S1. (AAE administrados exogenamente) da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos. A testosterona está explicitamente listada. Sua proibição é permanente, ou seja, é proibido tanto em competição quanto fora de competição para atletas sujeitos às regras da WADA. O uso por um atleta sem uma Autorização de Uso Terapêutico (AUT) válida constitui uma violação das regras antidoping. Detecção em testes antidoping A detecção do uso de undecanoato de testosterona oral é realizada através de testes antidoping na urina. Embora a testosterona liberada pelo éster tenha uma meia-vida curta na circulação, a administração exógena altera o perfil esteroidal natural do indivíduo. Os laboratórios credenciados pela WADA utilizam métodos sofisticados para identificar essa alteração. Inicialmente, pode-se analisar a razão entre a testosterona (T) e seu isômero epitestosterona (E). Uma razão T/E elevada pode levantar suspeitas. Para confirmação definitiva da origem exógena da testosterona, utiliza-se a técnica de Espectrometria de Massa de Razão Isotópica (IRMS). Este método compara a razão de isótopos de carbono (¹³C/¹²C) na testosterona ou seus metabólitos na amostra com os padrões endógenos, permitindo distinguir a testosterona produzida pelo corpo daquela administrada externamente. O uso contínuo de TU oral será detectável via IRMS por um período considerável (provavelmente semanas) após a interrupção, dada a sensibilidade da técnica e a natureza da análise do perfil esteroidal. No fisiculturismo natural (testado), o uso de undecanoato de testosterona é estritamente proibido. Em circuitos não testados (tradicional/untested), seu uso é considerado raro e pouco prático pela maioria dos usuários. As razões para isso incluem o custo relativamente alto, especialmente das formulações mais recentes, a inconveniência da administração (necessidade de múltiplas doses diárias, sempre com refeições gordurosas), a biodisponibilidade variável que torna os resultados menos previsíveis, e a percepção de que outras opções (como testosteronas injetáveis ou outros esteroides orais C17-aa) oferecem resultados mais consistentes e/ou potentes para fins de performance, apesar dos riscos associados.
×
×
  • Criar novo...