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Aprendendo com os erros: os riscos do uso de substâncias veterinárias no fisiculturismo No mundo do fisiculturismo competitivo, alcançar o ápice do desempenho e do físico muitas vezes leva atletas a tomar decisões arriscadas. Recentemente, o fisiculturista Marcão dos Venenos compartilhou um relato honesto e impactante sobre os problemas renais que quase comprometeram por completo a sua saúde, resultado de escolhas equivocadas em sua jornada para conquistar o tão sonhado "pro card". Este artigo é um alerta para todos os atletas sobre os riscos de colocar resultados à frente da saúde. O relato de Marcão dos Venenos Marcão, que ganhou notoriedade por sua dedicação e uso de recursos ergogênicos em grande quantidade, revelou que seu problema renal não foi causado exclusivamente pelo uso de hormônios ou anabolizantes, como muitos poderiam imaginar. Segundo ele, três produtos veterinários, utilizados de maneira contínua, foram os responsáveis por levar seus rins à quase falência. Vamos entender cada um deles e os perigos associados: 1. Creatina injetável para cavalos Embora pareça um suplemento comum, a versão veterinária da creatina é diluída em sorbitol, uma substância altamente tóxica para humanos. Marcão utilizou essa creatina injetável acreditando nos benefícios prometidos, mas o sorbitol sobrecarregou seus rins e contribuiu diretamente para o colapso de sua saúde. 2. Oxygen ("pré-treino" para cavalos) Este produto, destinado a melhorar a performance de cavalos de corrida, contém altas concentrações de ATP, DMG, aminoácidos e vitaminas. Usado como pré-treino, ele pode trazer um ganho temporário de energia, mas, em doses contínuas e intensas, sobrecarrega os órgãos vitais, especialmente os rins. 3. GH para cavalos Uma alternativa mais barata ao GH humano (hormônio do crescimento), o GH equino (para cavalos) é biologicamente inadequado para o organismo humano. Ele contém componentes que não podem ser metabolizados, incluindo novamente o sorbitol, tornando-o perigoso e ineficaz para alcançar os benefícios esperados. Riscos e consequências A busca por resultados a qualquer custo levou Marcão a negligenciar alertas médicos e subestimar os danos potenciais dessas substâncias. O uso prolongado, aliado ao treinamento intenso, agravou os impactos em seus rins. Felizmente, exames indicaram que o problema é agudo e, com tratamento adequado, ele tem boas chances de recuperação. Marcão também destacou a importância de reconhecer que saúde é prioridade. Além dos efeitos das substâncias, fatores como uma combinação de dengue e pneumonia contribuíram para a gravidade da situação, mostrando que o corpo humano possui limites. Lições para fisiculturistas e atletas Evite substâncias veterinárias: produtos desenvolvidos para animais não são seguros para humanos. A composição e dosagem são feitas para organismos completamente diferentes, podendo causar toxicidade grave. Consulte especialistas: antes de iniciar qualquer protocolo, é indispensável buscar orientação de médicos, endocrinologistas e nutricionistas especializados. Priorize sua saúde: lembre-se de que o físico desejado não vale o custo de um órgão comprometido ou de uma vida inteira de complicações. Seja transparente com seu treinador: compartilhar detalhes sobre o uso de substâncias ou suplementações é fundamental para que ajustes possam ser feitos com foco em sua segurança. A importância de aprender com os erros Marcão reconhece que colocou seu shape acima da saúde e assumiu as consequências. Seu relato serve como um poderoso alerta para outros atletas, reforçando que não há atalhos seguros no fisiculturismo. "Fiz minha escolha e paguei o preço", disse Marcão. E, como ele próprio destaca, cada escolha traz uma consequência. Se você é um atleta, lembre-se de que sua saúde deve ser sua maior prioridade. Afinal, um físico impressionante não vale nada sem um corpo saudável para sustentá-lo. Conclusão: busque resultados de forma inteligente A história de Marcão dos Venenos mostra que erros podem ser aprendizados. O segredo do sucesso no fisiculturismo vai além de músculos grandes e treinos intensos. Ele está na disciplina inteligente, no acompanhamento médico e na valorização da saúde a longo prazo. Quer evitar erros e alcançar seus objetivos com segurança? Consulte profissionais experientes, crie um tópico no fórum do fisiculturismo, confie na ciência e lembre-se: o caminho mais sustentável é sempre o melhor. Fontes de consulta 1. MARCAO DOS VENENOS. Marcao dos Venenos revela o que causou sua falência renal. Disponível em: <https://youtu.be/Ei6nxSzurSM>. Acesso em: 10 dez. 2024. Você já usou algum produto para cavalos? Deixe nos comentários.
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Muitos nutricionistas baniram o whey protein O whey protein tem adquirido cada vez mais popularidade entre atletas. Pessoas não envolvidas com o meio esportivo e até mesmo praticantes de atividades físicas, muitas vezes, porém, ficam receosos em adicionar esse suplemento à sua rotina, com medo de que ele apresente efeitos colaterais, dos quais o mais temido é a sobrecarga renal. Tenho visto muitos nutricionistas não-esportivos banirem o whey protein do cardápio de pessoas comuns e atletas, o que me levou a pesquisar muito a respeito e tentar, de uma forma simples e clara, apresentar esse suplemento e desmitificar a proibição de uma substância tão benéfica à saúde humana pelos profissionais que mais deveriam apoiar seu consumo: os nutricionistas. Leite: fonte do whey protein (soro do leite) Apresento-lhes então, antes de qualquer coisa, o perfil tecnológico do leite, que é a fonte de extração do nosso whey protein. O leite é constituído, resumidamente, por duas classes de proteínas: as caseínas, que constituem até 80% do total de proteínas presentes no alimento, e as soroproteínas, responsáveis por aproximadamente 20% da sua composição proteica. O que ocorre é que, na fabricação dos queijos, na qual ocorre basicamente a coagulação das caseínas presentes no leite (elas ficam mais "juntinhas", formando o que chamamos de micelas e adquirindo aspecto firme), o soro do leite se separa dessa solução proteica presente no alimento. Você já viu aquele líquido meio amarelado que "sai" do queijo quando ele fica pronto? Esse é o soro do leite. Ele é de aspecto amarelo-esverdeado, já que é muito rico em riboflavina (vitamina B2), que é a principal responsável por essa coloração. Na fabricação de 1 Kg de queijo, 9 Kg de soro são gerados. O soro do leite era um fator de poluição ambiental Quando descartado sem tratamento prévio, o soro do leite se torna um forte agente de poluição ambiental. Pensando nisso e visando lucro, a indústria alimentícia logo desenvolveu inúmeras aplicações tecnológicas do soro nos alimentos. Como é de baixo custo, ele substitui outros ingredientes lácteos na elaboração de sorvetes, bolos, biscoitos e iogurtes, favorecendo assim o lucro das empresas de alimentos sem nenhum prejuízo sensorial no produto final. Panificados contendo soro proteico são beneficiados com maior quantidade de cálcio e proteínas, além de adquirirem maciez. Ricota é soro do leite, não é queijo A famosa ricota, popularmente conhecida como um tipo de "queijo", é obtida a partir do soro do leite. Uso a expressão "queijo", entre aspas porque todo produto não obtido da caseína não pode, cientificamente, ser identificado como queijo. A ricota, portanto, recebe assim a denominação mais adequada de "produto lácteo" pela indústria alimentícia. Qual é a vantagem do whey protein? Agora que você sabe a origem tecnológica deste concentrado proteico, deve estar se perguntando qual é a vantagem do seu consumo em relação às outras proteínas, certo? Se um indivíduo consome carnes, ovos e lácteos e tem seu aporte proteico diário adequado, será que a ingestão do whey protein pode causar um excesso na dieta dele? Ele não seria simplesmente excretado do organismo? Muitos estudiosos tradicionais diriam sim a todas essas questões. Porém, estudos envolvendo a proteína do soro e seus efeitos no organismo humano garantem que não é bem assim. A primeira característica que atrai a atenção de desportistas é a alta digestibilidade dessa proteína. Isto significa que grande parte dela é aproveitada pelo organismo, ao contrário das proteínas aprisionadas em alimentos, cujo aproveitamento é inferior e grande parte é excretada do organismo. Essa propriedade foi aproveitada pela agroindústria para produzir ração animal adicionando soro proteico do leite no lugar de outras proteínas de menor digestibilidade. O resultado foi a redução no volume das fezes do animal, diminuindo o número de higienizações diárias necessárias na localidade. Além disso, rações enriquecidas com o soro do leite facilitaram o ganho de peso nos animais. O whey protein também tem a vantagem de ser mais rapidamente absorvido pelo organismo, pois, ao contrário de todas as demais proteínas, ele pula a etapa de digestão no estômago e é diretamente absorvido no intestino delgado, como foi mostrado num estudo publicado pelo American Journal of Clinical Nutrition em 1996. Isso significa que a sua absorção pelo tecido muscular e todos os demais tecidos é quase imediata e ele é rapidamente usado como anticatabólico no músculo (evita a "quebra" desse tecido com finalidade de geração de energia). Whey protein é pouco excretado e não sobrecarrega os rins Concluímos então, a partir de tudo que foi citado até aqui, que a excreção da proteína do soro pelo organismo é praticamente nula. O whey protein é, inclusive, utilizado na formulação de hidrolisados protéicos para pacientes com várias síndromes de má absorção intestinal e com intolerância as proteínas do leite, para idosos e para pacientes fenilcetonúricos. Sua aplicação clínica é um campo de estudo em expansão e fascina diversos profissionais que lidam diariamente com dietas restritivas e com pacientes com má assimilação protéica. Espero, através deste texto, contribuir para a conscientização de profissionais da saúde e pessoas que buscam qualidade de vida, trazendo mais informações sobre o resíduo industrial que se tornou uma importante contribuição não só na performance de atletas, mas na prevenção e promoção da saúde em geral tanto em pacientes hospitalares como em indivíduos comuns.