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Musculação e risco de lesões Hoje a academia de musculação se tornou um dos ambientes mais frequentados por pessoas que buscam ter um estilo de vida saudável. Isso é demonstrado pelo número enorme de academias espalhadas de grandes centros a pequenos bairros. Isso é muito positivo, pois, a prática da musculação traz inúmeros benéficos à saúde (FLECK, 2017). Mas, nesta matéria, não se trata dos benefícios da prática da musculação. Trataremos dos riscos que podemos correr se não tomarmos alguns cuidados na prática dos exercícios de musculação. Os exercícios contra resistidos, que chamamos popularmente de musculação, são capazes de gerar alterações rápidas no tecido muscular, proporcionando um efeito de super-compensação que damos o nome de hipertrofia muscular (SANTAREM, 2012). No fim das contas, o que todo praticante de musculação busca é esse aumento do volume muscular, que proporciona a um moldelamento do corpo, juntamente com a diminuição do tecido adiposo (gordura), que resulta na definição e aspecto atlético. A prática da musculação é relativamente segura. Num estudo recente, foi constatado que os praticantes da musculação tiveram 0,12 (doze centésimos) lesões por cada ano de prática, ou 0,24 (vinte e quatro centésimos) lesões por cada 1.000 (mil) horas de atividade (KOGH, 2017). Comparada a outros esportes, tais como a corrida [em que as lesões passam de 1,5 (uma e meio) por ano de prática] (KIM, 2018), o número de lesões é insignificante. Risco de lesões na musculação: ombro e tendinites Ao observarmos algumas características das lesões e entendermos um pouco sobre a mecânica dos movimentos, poderíamos diminuir ainda mais esses números. Por exemplo, o estudo de Kogh, 2017 indicou a articulação do ombro como a mais acometida por lesões, e as tendinites como as principais ocorrências. Ao nos atentarmos para a articulação do ombro, em especial, vamos perceber que ela é uma das mais complexas do corpo humano, e está ativa em praticamente todos os exercícios da musculação que envolvem os membros superiores. Causas de lesões na articulação do ombro Avaliaremos alguns aspectos dos movimentos da articulação do ombro e encontrar possíveis causas das lesões. Anatomicamente, a articulação do ombro é composta por três ossos: escápula; clavícula; úmero. A articulação do ombro de maior mobilidade é a glenoumeral, articulação que fica entre a cavidade glenoide (escápula) e a cabeça do úmero. Essa é a articulação de maior mobilidade de todo o corpo. Por isso, a complexidade é grande. A sua estabilidade é garantida por um grupo de músculos chamados de manguito rotador, região mais suscetível a lesões tendíneas (NEER,1972). Os movimentos do ombro dependem de um conjunto de fatores que envolvem o deslizamento de estruturas ósseas associadas a estabilização muscular. Existe um ritmo entre a escápula e o úmero chamado de ritmo escapuloumeral, na proporção de 3:1 (três para um), ou seja, para cada 4 (quatro) graus de abdução (levantar o braço), temos 3 (três) graus da abertura da escapula, para 1 (um) grau de abertura do úmero (IMHOFF, 2019). Vamos imaginar que alguma coisa mantenha a escápula rígida, sem a possibilidade de realizar esse movimento de abertura e de garantir o ritmo escapuloumeral. O que aconteceria? Como a articulação é livre, ela faria o movimento às custas de um deslizamento forçado da cabeça do úmero e com a compressão dos tendões dos músculos do manguito rotador. Em 2 (duas) ou 3 (três) semanas já temos causa suficiente para uma tendinite do manguito rotador. Espessamento da fáscia muscular como causa de lesão Entre os fatores que podem fixar a escápula, tornando o movimento rígido, temos o espessamento da fáscia muscular. Ela é uma membrana de tecido conjuntivo que reveste o músculo, como se fosse um envelope. Ela garante o deslizamento perfeito entre cada feixe de fibras musculares, e tem a capacidade de se movimentar juntamente com o músculo. Porém, a fáscia muscular não tem propriedades contráteis, e pode sofres deformações devido a fatores como traumas e hipoxia (falta de oxigênio). Musculação e hipoxia Na prática da musculação, é comum a fáscia passar por situações de hipoxia. É uma situação natural devido ao estilo do estímulo do exercício. Essa hipoxia pode gerar deformações da fáscia, levando ao seu espessamento e rigidez. O espessamento e a rigidez da fáscia impedirão o deslizamento natural das fibras musculares, bem como o aporte sanguíneo do músculo, essencial para a recuperação e a hipertrofia. Como podemos perceber, qualquer anormalidade no funcionamento do sistema pode comprometer os resultados esperados do exercício e gerar lesão. Liberação miofascial para prevenir lesões Atualmente, existe uma maneira muito eficaz de se prevenir esse tipo de lesão, chamada de liberação miofascial (LM). Ela é uma técnica de mobilização digital que se utiliza de manobras de deslizamento profundo no tecido miofascial proporcionando reequilíbrio e melhora da função musculoesquelética. A técnica se baseia na aplicação de uma tensão, proporcionando alongamento da área de contratura seguida de um relaxamento, aumentando a flexibilidade e reorganizando as estruturas (DA SILVA, 2017). A LM é considerada uma forma de terapia no tratamento de dor, potencializando a função muscular e auxiliando a extensibilidade tecidual. Pode ser realiza de forma manual (mãos, cotovelos ou dedos) ou com auxílio de instrumentos. Liberação miofascial e hipertrofia muscular No mundo do fisiculturismo, considerado um esporte onde os atletas se baseiam no uso de exercícios de resistência com cargas para desenvolver os músculos do corpo, visando por definição, proporção e estética dos músculos, a LM também conquistou o seu espaço. A liberação miofascial no fisiculturismo contribui para a diminuição da aderência miofascial, melhorando a função muscular, auxiliando no ganho de força e de flexibilidade, além de prevenir dores e lesões. Os resultados de hipertrofia muscular são otimizados (Meloto; Cardoso, 2018). “Diante do exposto acima, a SOCIEDADE NACIONAL DE FISIOTERAPIA ESPORTIVA (SONAFE) adota parecer que a Liberação Miofascial é de grande auxílio preventivo e terapêutico e, para finalidade da prevenção e tratamento cineticofuncional é de uso inerente da Profissão Fisioterapia, entretanto, entende que o recurso de Liberação Miofascial não é ato privativo da Fisioterapia. Outros profissionais com domínio técnico-científico podem indicar e aplicar os recursos de Liberação Miofascial e de Auto Liberação Miofascial para objetivos inerentes as suas categorias, tais como a melhora do desempenho físico e a prevenção de dor miofascial pós exercício.” Outras matérias sobre liberação miofascial A fim de fornecer mais conteúdo sobre o tema, sugerimos mais alguns links de matérias sobre a liberação miofascial para facilitar a sua pesquisa: Liberação Miofascial na Hipertrofia: potencializando o treinamento de atletas: aponta que a fáscia saudável permite maior hipertrofia por melhorar a flexibilidade da musculatura, o que também permite mais ganhos no aproveitamento de nutrientes da dieta; Liberação Miofascial: apresenta os conceitos básicos dessa técnica de alongamento promovida por massoterapeutas; Mônica Rivero explica tudo sobre liberação miofascial e deep massage: a especialista indica a liberação miofascial para tratar inflamações, microlesões, aplicações locais (uso de esteroides) ou traumas diretos, os quais podem ocasionar perda de elasticidade (e prejudicar a hipertrofia). Por fim, segue um vídeo publicado no YouTube com o fisiculturista Fernando Sardinha sendo tratado com a técnica da liberação miofascial: Local do consultório para fazer a liberação miofascial Caso você tenha interesse na liberação miofascial, pode buscar atendimento no seguinte endereço: Referências CHARLES S NEER, I. I. Anterior acromioplasty for the chronic impingement syndrome in the shoulder: a preliminary report. JBJS, v. 54, n. 1, p. 41-50, 1972. DA SILVA, D. A., & Mejia, D. P. M. A Liberação miofascial no tratamento da fascite plantar. Portalbiocursos, 2017. FLECK, Steven J .; KRAEMER, William J. Fundamentos do treinamento de força muscular . Artmed Editora, 2017. IMHOFF, Florian B. et al. Glenoid retroversion is an important factor for humeral head centration and the biomechanics of posterior shoulder stability. Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy, p. 1-10, 2019. KIM, Jong-Soon; PARK, Hye-Sang; OH, Sae-Sook. An analysis of the characteristics of sports activities and injury experiences of leisure sports participants. Journal of exercise rehabilitation, v. 14, n. 3, p. 407, 2018. KEOGH, Justin WL; WINWOOD, Paul W. The epidemiology of injuries across the weight-training sports. Sports medicine, v. 47, n. 3, p. 479-501, 2017. MELOTO, F; Cardoso, F. M. Fisiculturismo e Fisioterapia: uma abordagem sobre a liberação miofascial. Ulbra, 2018 . SANTAREM, José Maria. Musculação em todas as idades. Editora Manole, 2012. SONAFE. Parecer nº 05/2016. Acesso em: 13 de agosto de 2019.
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Eu praticava Parkour a uns tempos atrás, troquei pela calistenia e hoje treino na academia, acontece que nos treinos de calistenia mesmo eu sentia uma dor na região do ligamento da patela com músculo do quadríceps que ia crescendo a medida que eu ia fazendo agachamentos. Gostaria de saber se eu devo cessar totalmente meu treino de pernas, ou posso fazer alguns exercícios em que não sinto a dor no joelho : Exemplo : Não sinto a dor na cadeira extensora, mas Leg press, agachamento sempre que chego perto dos 70º~90º graus já começa a doer e a medida que continuo piora até um ponto que não consigo mais. Posso reduzir bem o peso, ou elimino por enquanto os exercícios que simulam esse movimento de agachar como descritos acima ? Segue abaixo a região que sinto a dor, ela fica bem acima da patela, mas não cobre todo o tendão, só a região em azul da imagem anexada : Vou a um ortopedista , mas só no início do mês outubro. Mas não queria parar treino até lá.
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Dor no Esterno: Fisgada no Meio do Peito Fazendo Supino Reto
um tópico no fórum postou Thiago Gusmao Lesões musculares
Bom, então, eu começei a fazer musculação em 2008 porque era gordinho e tinha que perder peso, e em 2009 eu tava fazendo supino reto deitado com barra, e senti uma forte fisgada no meio do peito, como se fosse uma compressão, como se ele tivesse encurtado. Desde então, meu peito (esterno) nunca mais foi o mesmo. Sinto dores o dia inteiro, independente de fazer exercício ou não. Fui a dezenas de médicos, fiz dezenas de exames. Fiz fisioterapia, rpg, pilates, natação, acunpuntura, massagem, tudo que possa imaginar, e a dor continua. Ela melhorou em intensidade do que quando começou, mas as vezes eu tenho "crises" nas quais a intensidade volta a aumentar. Quando eu sinto que fortaleço as costas ou moderadamente a região peitoral, sem forçar muito, sinto uma melhora, mas até com o stress eu sinto piorar (seja físico ou psicológico). Ultimamente eu fui num médico, ele pediu uma escanometria dos membros inferiores e deu que eu tinha 5mm de encurtamento da perna direito e uma leve escoliose com concavidade pra direita tbm, portanto ele mandou eu usar uma palmilha para que pudesse normalizar. Realizei outro exame 1 ano mais tarde e deu que o encurtamento tinha diminuido para 2mm, o que fez o médico falar para eu parar de usar a palmilha, pois ele era insignificante. Fato é que depois desse tempo todo usando a palmilha minha escoliose inverteu um pouco, e passou a uma leve concavidade à esquerda. O último médico que eu fui, eu relatei tudo isso a ele, e ele levantou a hipótese de ser fibriomialgia, visto que eu tenho outros pontos de dor (cervical e lombo-sacra). Ele falou que isso decorre de uma queda na produção de dopamina e endorfina eu acho, e por isso ele me indicou outro médico que me passou alprazolam que é um ansiolítico tarja preta. Tomei o alprazolam durante um mês e senti melhora, porém eu parei porque não queria criar dependência e voltei ao meu estado normal de dor. Agora ele me indicou para tomar apenas em crises. Isso tudo é muito frustrante, porque até agora eu não sei o que eu tenho, e isso realmente atrapalha nos meus treinos. Já me falaram em síndrome de Tietze (costocondrite), só que eu fiz muita fisioterapia e tomei anti-inflamatório e analgésico, mas nada nunca surtiu efeito. Também me falaram de tendinite no esterno, mas não vejo muito sentido nisso. Estou sem opções, se alguém tiver alguma sugestão será muito bem vinda.