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Ginástica passiva não delineia nem aumenta a massa muscular


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EXERCÍCIO FÍSICO

Sem suor, sem resultado

Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo aponta que a ginástica passiva não delineia nem aumenta a massa muscular. Quem quer emagrecer ou ficar mais forte vai precisar encarar as malogradas malhação e dieta nutricional

Lilian Tahan

Da equipe do Correio

A promessa do corpo perfeito sem nenhum sacrifício, como malhar ou fazer regime, está na moda. A última novidade da indústria do corpo é fazer exercício sem mover um músculo, ou desperdiçar uma gota de suor. O milagre tem o formato de uma cinta preta, cheia de eletrodos. A solução que os mais preguiçosos pediram a Deus. Para a ciência, não passa de fraude. Uma tese de mestrado publicada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que os aparelhos de eletroestimulação vendidos em shop times não emagrecem, não delineiam nem aumentam a massa muscular.

Fátima: ‘‘O resultado foi muito aquém do que eu esperava’’

A pesquisa avaliou o desempenho de 20 pessoas — dez homens e dez mulheres — em duas etapas. Em uma delas, os voluntários usaram o aparelho de eletroestímulo no abdômen por 15 minutos. Na outra fase, eles tiveram que se entregar aos exercícios abdominais. Duzentinhos, divididos em quatro séries de 50. Nos dois dias, foram feitos exames de sangue, freqüência cardíaca, pressão arterial e consumo de oxigênio. ‘‘A intenção era avaliar o efeito imediato da eletroestimulação e compará-lo com os exercícios ativos’’, explica Gerseli Angeli, autora da tese.

O resultado colocou à prova a qualidade das cintas elétricas. Elas estimulam o músculo, mas não o suficiente para modelar o corpo. Os testes de sangue acusaram que as substâncias creatinoquinase e desidrogenase láctica, comuns no sangue após a atividade física, aparecem em pequena quantidade quando o exercício é passivo. ‘‘Para uma atividade fazer efeito é preciso que haja uma sobrecarga. Mesmo na potência máxima, esses aparelhos não provocam a hipertrofia’’, garante a especialista.

Efeito frustrante

A teoria de Gerseli Angeli foi, por alguns meses, realidade para Maria de Fátima Teixeira, 35 anos. Há seis meses, ela cedeu aos apelos da propaganda televisiva e arrematou um desses aparelhos por R$ 390. Queria ajustar a cintura depois de uma gravidez seguida de lipoaspiração. A idéia era modelar o corpo (dela e do marido) sem pisar em uma academia de ginástica. ‘‘As aplicações ajudaram a enrijecer a região da barriga, mas o resultado foi muito aquém do que eu e meu marido esperávamos’’, reclama Maria de Fátima.

Quando comprou o aparelho, a dona de casa imaginava que poderia ficar com um corpinho parecido aos dos modelos que anunciam a novidade. Depois de seis meses, nem sinal da desejada barriga de tanquinho. Mas Maria de Fátima encontrou outra função para os eletroestimuladores. Certa vez, se entregou a uma seção de ginástica sem suor em plena crise de cólica. Em poucos minutos a dor foi embora. Maria de Fátima atribuiu o benefício anestésico aos eletrodos. ‘‘Pelo menos para esse fim, eles me serviram muito bem’’, brinca.

Eficiente para cólica, mas uma negação para emagrecer. Essa é outra conclusão da pesquisa da Unifesp. As medições do nível de oxigenação nas pessoas observadas mostraram que não houve aumento no consumo do gás com o uso da cinta eletroestimuladora. Sem esse aumento, não existe gasto calórico e assim não há queima de gordura. ‘‘Não tem como reduzir medida sem queimar calorias. Para cada litro de oxigênio consumido, são queimadas cinco calorias. No caso das cintas, o consumo de oxigênio é igual ao que se tem em repouso’’, compara Gerseli.

Em meio a tantas críticas, uma ressalva para levantar a bola dos eletroestimuladores. Se não têm tanto sucesso, a pesquisa constatou que mal também não fazem. Nos últimos meses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu o uso de algumas marcas do aparato, alegando riscos à saúde. Um deles responsabilizava os aparelhos por queimaduras na pele e até em órgãos internos.

O outro problema levantado por especialistas da saúde é a arritmia cardíaca provocada pelas descargas elétricas. Os testes aplicados para a conclusão da tese comprovam que os choques são muito leves e, por isso, incapazes de interferir nos batimentos cardíacos. Quanto às queimaduras, também este perigo está descartado, desde que os usuários sigam as instruções. Menos mal, então.

EM TESTE

20 pessoas foram avaliadas na pesquisa da Unifesp, todas fizeram

15 minutos de eletroestimulação e 200 abdominais

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PREJUÍZOS E BENEFÍCIOS

Não aumentam músculos

A pesquisa mostrou que dois tipos de enzimas da fibra muscular que passam para a corrente sangüínea indicando a eficiência da ginástica quase não são encontrados no sangue dos esportistas passivos

Não emagrecem

Comparando a evolução do uso de oxigênio antes e depois das seções de exercícios passivos, constatou-se que não há aumento do consumo de oxigênio depois das atividades com os eletroestimuladores. Sem esse aumento, não há queima de gordura

Não causam danos à saúde

Os aparelhos que estão no mercado não queimam, nem provocam arritmia. O prejuízo é financeiro. O aparelho está na faixa

dos R$ 400

FONTE: Correio Braziliense (link quebrado removido)

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