dano Postado 1 de dezembro de 2002 Postado 1 de dezembro de 2002 Como no metabolismo humano as vitaminas sempre atuam juntas e quase sempre em conjunto com minerais, o potencial ergogênico de compostos minerais multivitamínicos vem sendo estudado há meio século. Numa revisão de pesquisas mais antigas, Wiliams relatou que, embora os resultados de parte dos estudos indicassem efeitos ergogênicos, os projetos experimentais em geral foram muito mal controlados. Em contrapartida, pesquisas contemporâneas indicam que tais suplementos, consumidos durante períodos mais longos, não são ergogênicos para atletas que seguem uma dieta balanceada. Barnett e Conlee constataram que quatro semanas de suplementação com um composto mineral multivitamínico (incluindo aminoácidos adicionais) não tiveram qualquer influência na captação máxima de oxigênio. Do laboratório de Timothy Noakes, na África do Sul, Wight dirigiu um estudo cruzado, duplo-cego e com placebo por um período de nove meses. Embora os suplementos minerais multivitamínicos elevassem as concentrações sangüíneas de algumas vitaminas, os autores declararam que três meses de suplementação não melhoraram a captação máxima de oxigênio, o limiar anaeróbio (lactato), o tempo de corrida de esteira até a exaustão ou o desempenho de corrida numa experiência de 15 minutos. Resultados semelhantes foram relatados por Labadarios, também do laboratório de Noakes. Um recente estudo duplo-cego, com placebo e bem-planejado realizado por Schrijver et al, usando um suplemento de ferro e de todas as vitaminas, exceto a K, dez vezes superior às RDA durante quatro meses, não revelou qualquer efeito benéfico na capacidade de desempenho físico avaliada pela freqüência cardíaca, VO2 máx ou desempenho de corrida no teste de Cooper (2,4km). Anita Singh et al. forneceram um suplemento mineral multivitamínico de alta potência ou um placebo a 22 homens saudáveis, fisicamente ativos, durante 90 dias. As dosagens variaram entre 300 a 6.000% das RDA. Embora as concentrações séricas de muitas vitaminas aumentassem, não houve qualquer efeito significativo nas variáveis fisiológicas durante uma corrida de 90 minutos, nem qualquer efeito na taxa de freqüência cardíaca, no VO2 max ou no tempo de exaustão. Finalmente Ricard Telford, chefe do departamento de fisiologia do exercício e nutrição do Instituto Australiano de Esportes, e colaboradores organizaram em pares, 82 atletas australianos ranqueados e os submeteram a tratamento com um suplemento ou placebo. Os suplementos continham uma combinação de vitaminas e minerais, variando entre 100% e 5000% das RDA e foi tomado durante sete a oito meses. Os sujeitos foram avaliados por vários testes esportivos específicos (por exemplo, banco de natação), bem como testes comuns de força (torque), potência anaeróbia (corrida de 400 metros) e resistência aeróbia (corrida de 12 minutos e VO2 max). Esses pesquisadores declararam que não houve nenhum efeito significativo do suplemento em qualquer avaliação de desempenho físico em comparação a atletas cuja ingestão diária de vitaminas e minerais por meio da dieta se equiparava às RDA. Assim, todas as pesquisas atuais refutam o efeito ergogênico dos suplementos minerais multivitamínicos em ateltas bem nutridos. Recomendações prudentes - Embora os suplementos minerais multivitamínicos não melhorem o desempenho atlético de atletas bem nutridos, aqueles envolvidos com esportes em que há necessidade de controle de peso e, portanto, de limitação calórica, podem pensar em tomar um suplemento diário desde que não ultrapasse os 100% das RDA de vitaminas e minerais essenciais. Melvin Williams Nutrição para saúde, condicionamento físico & desempenho esportivo.
Post Destacado
Arquivado
Este tópico foi arquivado e está fechado para novas respostas.