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  1. AUDIÊNCIA NO DOMINGO AGORA TAMBÉM ESTÁ BOMBANDO... (A ÓLEO!) No dia 1º-08-2010, mais uma vez foi apresentada uma matéria sobre o tema anabolizantes esteróides, desta vez por um programa de auditório exibido aos domingos, de grande audiência, porém de qualidade duvidosa. Como já era de se esperar, não foi surpresa alguma para nós, amantes do Bodybuilding, sermos mais uma vez vítimas de discriminação e preconceito por parte da mídia. Como se já não bastasse a falta de informação a respeito de nosso esporte, este tipo de cobertura nada acrescentou ou contribuiu, apenas deteriorou ainda mais nossa imagem perante o público. Em se tratando de ecletismo, não há um profissional que encerre mais esta característica que o jornalista. Por lidar com assuntos de diversas naturezas, seu conhecimento se torna extremamente superficial, o que acaba por gerar distorções quanto à abordagem dos temas. Por outro lado, a mídia precisa “vender” notícias e desta forma procura dar às matérias enfoque dramático e sensacionalista, a fim de chocar as pessoas. No caso da “matéria” exibida no domingo, mais uma vez foi feita uma confusão em relação ao tema. Foram convidados ao palco alguns “usuários” de AAEs, um deles com músculos repletos de óleo (não é preciso conhecer anatomia humana para chegar à esta conclusão) e à este cidadão foram feitas perguntas acerca do uso de esteróides, muito provavelmente por sua aparência deformada, o que certamente foi associada à uso de AAEs. Muito mais apropriado seria formular perguntas do tipo: “quantos militros de ADE você injetou em cada grupo muscular?” Também foi convidado um médico, inclusive muito claro em suas colocações quanto ao uso de anabolizantes. O grande viés do episódio ficou por conta da associação do uso de esteróides e injeções de óleo localizadas. De vez em quando, através dos mecanismos da mídia, nos chega a notícia de “mais uma morte pelo uso de anabolizantes esteróides”. Esta informação, a despeito do sensacionalismo embutido na sua veiculação, ainda se manifesta como um choque. Curiosamente, este tipo de situação ocorre com mais freqüência nas classes sociais menos favorecidas, talvez por falta de informação e esclarecimento. No início do ano, a imprensa registrou mais uma morte por uso abusivo e indiscriminado (de esteróides anabolizantes?!?!?) aqui no Brasil, mais precisamente em Maceió, Alagoas. Uma pessoa, famosa por ostentar 90 cm de braços, faleceu no dia 25/01/2010, vítima de infecção generalizada ocasionada por injeções localizadas. Na ocasião, foi divulgado que ele morrera em decorrência do uso de anabolizantes esteróides. O que provocou sua morte, na realidade, foi um quadro de infecção generalizada (septicemia) provocado pelo uso de óleo injetado em quantidades absurdas em seus braços e não de esteróides. Mais um equívoco por parte da imprensa. Esta prática (absurda) se originou pouco mais de uma década, quando um alemão chamado Chris Clark criou o Pump´n Pose, uma espécie de óleo para ser utilizado em coreografias (apenas fachada, evidentemente, pois se tratava na verdade de uma substância criada exclusivamente para administrações intra-musculares para efeito de aumento imediato). Clark colocou na fórmula da sua criação substâncias anestésicas e antibióticas, para minimizar a dor e evitar infecções, respectivamente. A idéia se espalhou (infelizmente) mundo afora e as pessoas começaram a procurar alternativas ao óleo, apelidado posteriormente de Synthol. Aqui no Brasil, alguns começaram a fazer uso de um composto comercialmente destinado ao uso em bovinos, para suplementação vitamínica, o famigerado A.D.E., cuja formula encerra em veículo oleoso e extremamente viscoso as vitaminas que lhe dão o nome, A, D e E (de características lipossolúveis, daí estarem imersas em meio oleoso). Uma outra corrente de praticantes (igualmente desavisados), começou a fazer aplicações de óleos de cozinha, sem se dar conta da contaminação por microorganismos a que estavam sujeitos. Um destes usuários quase perdeu uma das pernas devido a infecção localizada. Sobreviveu para contar sua história, porém com graves seqüelas motoras. Embora os anabolizantes esteróides de fato possuam graves efeitos colaterais e possam matar, normalmente estes efeitos se manifestam a médio ou longo prazo, a não ser é claro, quando se injeta uma substância (anabolizante ou não), de veículo oleoso, diretamente na corrente sanguínea!!! Parece estúpido e improvável que alguém administre um composto desta natureza via aplicação endovenosa, mas foi o que aconteceu há cerca de seis anos, quando um grupo de adolescentes de Goiás fizeram uso de um anabolizante para uso em bovinos chamado Estigor. Aplicaram em diversas regiões do corpo e ainda fizeram aplicação endovenosa! Na época do ocorrido, mais uma vez foi o esteróide que matou e não a falta de informação… Num país como o nosso, repleto de problemas educacionais, sociais e econômicos, não é surpresa que ainda aconteçam fatos lamentáveis como estes. Até mesmo a mídia, de maneira equivocada, aborda a situação de forma estereotipada e preconceituosa. Não se trata de apologia ao uso deste tipo de recurso ergogênico, até mesmo porque sua utilização indiscriminada pode realmente causar danos à saúde, mas sim uma reivindicação à imprensa e a mídia para que sejam mais comprometidos com a verdade do que com o sensacionalismo barato. Embora seja tarefa bastante difícil, cabe somente à nós, pessoas sérias e comprometidas com o esporte, tentarmos mudar nossa imagem perante à população. Somente através de muita informação e educação chegaremos a esta condição. Até lá, nos resta apenas paciência e tolerância com o erro alheio...
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