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Não raramente, as pessoas me perguntam se é verdade toda essa história acerca do chocolate como alimento funcional. Eu percebo também que vários atletas não têm conhecimento sobre os benefícios que a sua matéria prima, o cacau, pode promover. Decidi, então, escrever um pouco sobre como o chocolate se tornou tão popular. Até onde vai a verdade da sua fama em promover saúde? Ele pode ser inserido na dieta de praticantes de atividade física? A história do chocolate como “alimento do bem” não é tão simples assim. A matéria prima responsável pela fama do chocolate é o cacau, que representa menos de 50% do peso dos ingredientes utilizados na sua preparação. Além disso, ele contém açúcar em maiores quantidades, o que significa um dano quando se pensa no controle da glicemia sanguínea, tão importante na prevenção de doenças como diabetes e também na promoção da longevidade. A dica, então, é optar por chocolates que contenham mais de 50% de cacau e não exagerar no seu consumo. O cacau em pó é uma ótima alternativa ao chocolate ao leite, já que não fornece as calorias vazias vindas da adição de açúcar e nem as suas características maléficas à saúde. Ele pode ser encontrado em lojas de produtos naturais e adicionado a shakes e outras preparações doces e seu sabor amargo pode ser mascarado com o uso de edulcorantes (adoçantes dietéticos). Então, agora que você já sabe de onde vem a fama do chocolate, vamos falar sobre o perfil nutricional e funcional do fruto do cacaueiro. Em 1753 o cientista sueco Carl Von Linnaeus – criador do sistema latino de categorização vegetal e animal - nomeou o gênero e espécie do cacaueiro de Theobroma cacao que, literalmente, significa: cacau, o alimento dos deuses. O cacau é rico principalmente em potássio, que desempenha papel fundamental na regulação arterial e na contração muscular; magnésio, responsável pela transmissão neuromuscular (o cacau contém mais magnésio que qualquer outro alimento) e ácido fólico, que auxilia na formação de hemácias. Entre as principais vitaminas estão B6, B1 e B2, indispensáveis no metabolismo de açúcares, proteínas e gorduras. A gordura presente no cacau é, por sua vez, composta por altas frações dos ácidos oleico e linoleico, sendo assim capaz de elevar os níveis de endorfina no cérebro e promover a sensação de bem-estar. Ele tem também quantidades elevadas de flavonóides, como a epicatequina, encontrados também em chás, vinhos e algumas frutas. O efeito principal destes compostos é causar elevação do nível de óxido nítrico no sangue, o que aumenta a elasticidade dos vasos sanguíneos e auxilia na prevenção de males cardíacos como a hipertensão. Entre atletas, o óxido nítrico é famoso por promover a irrigação do tecido muscular pelo processo de vasodilatação veno-arterial e evidenciar a vascularização. Potentes antioxidantes, os flavonóides são capazes também de combater os efeitos nocivos dos radicais livres, sendo, portanto, benéficos para indivíduos muito ativos. Um estudo na Universidade de Cornell, em Nova Iorque, mostrou que o cacau em pó tem duas vezes mais antioxidantes que o vinho tinto e três vezes mais que o chá verde. Ele é o alimento mais antioxidante do mundo. Outro fitoquímico presente nesse fruto é a teobromina, à qual o Diário Americano de Nutrição Clínica se referiu como anti-hipertensiva. Ela é adicionada ao coquetel de medicamentos para outros problemas circulatórios como arteriosclerose e angina pectoris. O uso da teobromina em campos de prevenção de câncer foi patenteado. Ela, inclusive, é capaz de estimular o coração em maior grau que a própria cafeína, existente também no cacau, só que em baixas quantidades. Ainda que a teobromina não seja apontada como uma substância viciante, alguns sugerem que ela seja a causadora do “vício por chocolate”.