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Muitos praticantes de exercícios físicos ou até mesmo atletas preferem fazer seus treinos logo de manhã, ao acordar. Às vezes não sobra outro momento ao longo do dia por causa do trabalho, ou se for deixar para depois do trabalho muitas vezes deixará de treinar por estar cansado, estressado, ou se começarem o dia praticando exercícios sentem mais disposição para encarar o restante do dia. São inúmeros os motivos que levam as pessoas a fazer essa opção. E são inúmeros também, os erros alimentares cometidos por essas pessoas. O mais clássico e freqüente é acordar e treinar em jejum. Não é raro ver em academias os professores da musculação auxiliando alunos que sofrem desmaios ou sentem tontura durante o treino. Isso ocorre, pois ao acordarmos as reservas de glicogênio (formas de armazenamento de carboidratos no músculo e fígado) estão baixas em virtude de terem sido consumidas durante toda a noite de sono. No sono o metabolismo corporal é reduzido, porém o consumo de energia para manutenção das funções vitais (respiração, circulação sanguínea, atividade cerebral) continua e não é baixo, gira em torno de 500 kcal por noite. Por isso, treinar em jejum irá levar o corpo a liberar hormônios – glucagon e cortisol - responsáveis por estimular a produção de glicose a partir de proteínas musculares, processo denominado gliconeogênese. Esse processo tem um alto custo metabólico e demanda tempo para ocorrer. Muitas vezes a produção de glicose por meio da gliconeogênese é mais demorada do que o seu consumo durante o exercício. Quando isso ocorre a glicose sanguínea vai reduzindo, podendo ocasionar episódios de hipoglicemias que podem levar a desmaios, indisposição, enjôo e vômito. Se o corpo conseguir produzir glicose na quantidade necessária que está sendo demandada pelo exercício, não haverá risco de desmaios. Mas mesmo assim resultará em perda de massa muscular, principalmente se a refeição pós-treino não for adequada. Além disso, a performance durante o treino também é reduzida e o músculo levará mais tempo para se recuperar dessa sessão de treino do que se tivesse feito um desjejum adequado antes do treino. Então, o correto é fazer uma grande refeição antes do treino para garantir o suprimento energético ao exercício? Na verdade não. Uma grande quantidade de alimentos irá demandar mais tempo para ser digerida. E se você for treinar e a digestão não tiver terminado, poderão surgir alguns inconvenientes. Durante a atividade física o fluxo sanguíneo deve ser voltado para os músculos, para que estes tenham o suprimento de nutrientes e oxigênio adequados. Porém, para proceder à digestão, o fluxo sanguíneo é voltado para o sistema digestivo. Assim, parte do fluxo sanguíneo que deveria estar atendendo aos músculos estará dando conta do processo digestivo, resultando na queda do rendimento no exercício. E pelo mesmo motivo, a digestão e a absorção dos alimentos demorará mais tempo para terminar, já que parte do fluxo sanguíneo estará sendo mobilizado para os músculos. Isso pode levar a enjôos e flatulência (produção de gases), que atrapalharão na execução do exercício. O ideal é adequar a quantidade de alimentos ao tempo disponível para a digestão antes do início do treino. Se for por volta de 30 minutos, pode-se optar por bebidas energéticas, géis de carboidratos, soluções de maltodextrina, sucos de frutas. Se for 1 hora pode-se optar por pães, torradas, biscoitos de água e sal, frutas, cereais, mel, queijos magros (Ex.: minas frescal, ricota) e iogurtes desnatados. É importante lembrar que essa refeição deve ser rica em carboidratos, moderada em proteína e baixa em fibras e gorduras. O melhor a fazer é procurar um profissional nutricionista para orientá-lo não só sobre a refeição pré-treino, mas também sobre o restante da dieta auxiliando assim a alcançar seus objetivos de forma mais rápida e sem trazer riscos à sua saúde.
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