Visitante Postado 17 de julho de 2009 Postado 17 de julho de 2009 A anatomia descreve a localização, forma, origem e inserção dos músculos esqueléticos. Esse conhecimento é básico e fundamental para qualquer profissional que atue diretamente nesta musculatura (Fisioterapeutas e professores de educação física, por exemplo). Entretanto, para desenvolver um trabalho muscular eficiente de força é indispensável conhecer profundamente a anatomia muscular, além de saber os níveis de ativação elétrica dos músculos nas diferentes variações dos exercícios. Portanto, livros, revistas ou artigos que se proponham a descrever a ação muscular nos exercícios de musculação devem estar baseados na anatomia e na ativação elétrica dos músculos. Desta maneira, o treinamento será elaborado com diversas possibilidades, e cada indivíduo deverá fazer apenas os exercícios mais indicados para sua real condição física. A análise anatômica e a análise eletromiográfica mostraram resultados distintos em alguns exercícios estudados, e em outros exercícios essas análises complementaram-se, o que mostra a necessidade de mais estudos. Concluímos que os profissionais de educação física devem ter conhecimento profundo da anatomia muscular e da atividade elétrica do músculo durante os diferentes exercícios de LEG PRESS, AGACHAMENTO e LEVANTAMENTO TERRA, tendo sempre em mente a necessidade de procurar um referencial teórico e metodológico bem fundamentado, pois um planejamento baseado no conhecimento anatômico e eletromiográfico pode direcionar melhor o treino em função dos objetivos e limitações do praticante. Stiff Esse exercício mostrou maior ativação nos músculos posteriores da coxa em relação a todos os outros exercícios. Gale e colaboradores (1999) afirmam que o exercício STIFF enfatiza prioritariamente os músculos posteriores da coxa, devido ao amplo movimento de flexão e extensão de quadril. A maior solicitação muscular, de acordo com esses autores, foi eviden¬ciada entre a fase principal e a final do movimento. Agachamento Nesse exercício ficou evidenciado que quanto maior a flexão dos joelhos maior será a ativação da musculatura, que os ângulos de variações dos pés nesse exercício não afetam a musculatura ativada e que esse exercício é muito eficaz para o trabalho muscular do quadríceps femoral. Com o posicionamento dos pés afastados, a ação muscular será do quadríceps femoral, glúteo máximo, adutores, abdominais, posterior de coxa e conjunto dos músculos lombos sacrais. Com os pés aproximados, a ação muscular será maior no músculo quadríceps femoral. Leg press Esse exercício mostrou grande ativação dos músculos isquiotibiais e que os ângulos de variações dos pés não afetam os músculos ativados quando o exercício é realizado no aparelho em que o indivíduo permanece deitado durante a execução do exercício. Já no aparelho em que o indivíduo permanece sentado em ângulo de 45º na articulação do quadril o posicionamento dos pés para cima ativa mais os músculos posteriores da coxa e o posicionamento dos pés para baixo ativa mais o quadríceps femoral, ou seja, ao posicionar os pés mais próximos da parte inferior da base da plataforma, admite-se que o movimento de flexão do joelho será maior e, por conseqüência, a ação do músculo do quadríceps femoral aumentará em relação aos demais músculos que participam do movimento. Entretanto, se os pés forem posicionados mais próximos da parte superior da base da plataforma, o esforço muscular será centralizado nos músculos glúteo máximo e posteriores da coxa, devido à maior flexão da articulação do quadril. Ao afastar os pés a uma largura superior à dos ombros, os músculos adutores da coxa apresentarão maior atividade muscular para melhor estabilização das articulações dos membros inferiores. Uma aula sobre Levantamento Terra ou extensão do quadril em pé com barra É um movimento caracterizado pela extensão do joelho e do quadril, tendo seu início com o indivíduo posicionado com flexão do quadril e joelho e a barra sendo segurada a frente, este irá realizar inicialmente uma extensão do joelho e quadril e finalizará com a flexão destes. Os principais músculos atuantes neste exercício são os: interespinhais, intertransversais, ileocostal dorsal, ileocostal lombar, dorsal largo, semi-espinhal toráxico, rotadores, multífides, retoanterior, vasto lateral, vasto intermediário, vasto medial, sartório, glúteo maior, semitendineo, semimebranáceo e bíceps crural. O Levantamento Terra é um dos movimentos da musculação em que maior número de grupos musculares são solicitados, seja como agonistas, sinérgicos ou estabilizadores. Ao endireitar o tronco fazendo a extensão, os músculos eretores da coluna são amplamente trabalhados e, ao inclinar o tronco para frente, são fortemente recrutados além dos lombares, os crurais e glúteos. Trapézio, grande dorsal, rombóides, bíceps braquial e braquioradiais atuam sinérgicamente. A execução do Levantamento Terra mostra que uma técnica errônea é fácil de adquirir, porém difícil de corrigir. Às vezes, a técnica errônea é conseqüência de uma anormalidade física menor, conseqüentemente, aumentada por força dos movimentos. É evidenciado o grande risco de lesão na região lombar provocado pela realização deste exercício. A principal lesão é observada no disco intervertebral. A relação disco intervertebral e Levantamento Terra são observados quando flexionamos a coluna com a sobrecarga imposta, assim, as vértebras entram em atrito e ocorre aumento da pressão sobre a parede anterior do disco, forçando o núcleo polposo contra a parede posterior. Quando lesionamos o disco, este pode criar uma protuberância ou prolapso, que pressiona a raiz nervosa da medula espinhal, afeta o movimento e causa restrições e dor (Stallard, 1995 apud Maior; Santos, 2005), estes fatores proporcionam a hérnia de disco. Em suma, a execução de exercício gera uma grande tensão no corpo da vértebra abalando a estrutura anatômica da coluna vertebral. Foram calculados os torques dos membros superiores e separadamente o da barra, ambos em relação à articulação coxofemoral, sendo o torque total o somatório destes. O trabalho foi calculado nas fases: concêntrica, o qual se caracterizou positivo com o valor de 85,91 Joules! e excêntrica, o qual se caracterizou negativo com o valor de -85,91 Joules!. A mesma identificação de quadros ocorreu para o cálculo da potência, sendo esta de 95,46 W (Absurdo não é?) na fase concêntrica, e de 71,59 W na fase excêntrica. A técnica de execução do Levantamento Terra foi realizada de acordo com a descrição encontrada na literatura citada na revisão bibliográfica. É evidenciado o grande risco de lesão na região lombar provocado pela realização deste exercício. Portanto optamos em analisar os valores relacionados à sobrecarga na coluna através do calculo da força e do torque. O torque é dado pelo produto da força aplicada pelo braço de alavanca. Como a força aplicada é constante, já que esta é definida pela massa atribuída ao corpo e à barra, a variação do torque aplicado será definida pela variação da distância do braço de alavanca. Sendo assim, para evitar maior sobrecarga na coluna, a execução do exercício deverá ser de modo que a barra descreva a menor distância possível entre seu centro de gravidade e o eixo de rotação (articulação coxofemoral). Com a extensão do quadril e do joelho, a aproximação da barra com o corpo deveria ser maior do que a realizada na prática. O executante deve estender o quadril com os joelhos ainda flexionados elevando o valor do torque na coluna. REFERÊNCIAS: AABERG, E. Musculação: biomecânica e treinamento. São Paulo: Manole, 2001. ADRIAN, M. J.; COOPER, J. M. Biomechanics of Human Movement. Brown: Benchmark, 1995. AMADIO, A. C.; DUARTE, M. Fundamentos biomecânicos para análise do movimento humano. São Paulo: Laboratório de Biomecânica da EEFE-USP, 1996. BOMPA, T. O.; PASQUALE, M. D.; CORNACCHIA, L. J. Treinamento de força levado a sério. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2004. CAMPOS, M. A. Biomecânica da musculação. 3ª ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006. DELAVIER, F. Guia dos movimentos de musculação: abordagem anatômica. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2002. ENOKA, R. M. Bases neuromecânicas da cinesiologia. 2ª d. São Paulo: Manole, 2000. ESCAMILLA, R. F.; FLEISIG, G. S.; ZHENG, N.; LANDER, J. E.; BARRENTINE, S. W.; ANDREWS, J. R.; BERGEMANN, B. W.; MOORMAN, C. 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Visitante Postado 17 de julho de 2009 Postado 17 de julho de 2009 O que achei estarrecedor e MARAVILHOSO foi o torque altíssimo do Terra. Claro que já sabia disso, mas não em números REAIS, além disso o exame eletromiográfico do mesmo é mais alto que o do Supino Reto e do Agachamento completo (92 se não me engano cada um). Abs, Júnior.
Visitante Romarcos Postado 17 de julho de 2009 Postado 17 de julho de 2009 SHow de bola brother.. Mandou muito bem no post.. Parabens muleke!
Darcson2 Postado 17 de julho de 2009 Postado 17 de julho de 2009 Uma pena que a eletromiografia não seja eficiente para mensurar a fase excêntrica dos movimentos, algo fundamental para o entendimento da hipertrofia.
Visitante Postado 18 de julho de 2009 Postado 18 de julho de 2009 Uma pena que a eletromiografia não seja eficiente para mensurar a fase excêntrica dos movimentos, algo fundamental para o entendimento da hipertrofia. Fala Darcson beleza ????? Se você ler com atenção, este artigo mediu no caso do Levantamento Terra a fase excêntrica sim. Abração, Júnior.
Darcson2 Postado 18 de julho de 2009 Postado 18 de julho de 2009 Fala Darcson beleza ????? Se você ler com atenção, este artigo mediu no caso do Levantamento Terra a fase excêntrica sim. Abração, Júnior. Fala Jr. Foi justamente isso que me chamou a atenção. Já li vários trabalhos de calibração multivariada demonstrarem a não eficiência da eletromiografia para mensurar a fase excêntrica. Você teria, por acaso, a parte deste trabalho que aborda a parte experimental e o equipamento usado? Sabe se ele foi publicado em algum periódico? Abração.
kadisonsilva Postado 18 de julho de 2009 Postado 18 de julho de 2009 Muito bom...teria dos outros exercícios tb???
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