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É cada vez maior o interesse de pesquisadores sobre as respostas agudas e crônicas do treinamento de força para diversos objetivos, como o desempenho esportivo, patologias ou estética (ACSM, 2002). No âmbito esportivo é comum a utilização do treinamento de força para a melhora do desempenho, principalmente em modalidades que exigem força e explosão muscular. (FLECK; KRAEMER, 2006). A literatura mais antiga cita que para modalidades de longa distância deve-se treinar principalmente a resistência muscular localizada, por se tratar de atividades que utilizam principalmente as fibras de contração lenta (tipo I) e o sistema oxidativo como fonte de energia (STEGEMANN, 1979; TUBINO, 1980). Porém, estudos recentes demonstram que o treinamento de força pode também trazer benefícios não apenas para modalidades de força e potência muscular, mas também para modalidades de resistência, através de uma economia de movimento (HOFF et al, 2002). Millet at al (2002) cita que o treinamento de força de alta intensidade em quinze triatletas produziu efeitos benéficos na economia de corrida e na velocidade do Vo2max. Já Paavolainen et al. (1999) fizeram um estudo com corredores de 5 Km, sendo que este estudo era formado por dois grupos: um grupo só treinava Resistência aeróbia(RA) enquanto o outro treinava força mais Resistência aeróbia(TC). Como conclusão os autores não constataram aumento na medida do Vo2 max, porém, houve uma melhora no tempo de corrida no grupo TC quando comparado ao grupo que só treinou resistência aeróbia (RA). O custo energético na corrida está significantemente relacionado à tensão viscoeslática do músculo (stiffness) na fase de propulsão da perna, que é regulado pelo sistema nervoso, ocasionando um menor tempo de contato com o solo e conseqüentemente aumentando a velocidade de deslocamento dos sujeitos. (DALLEAU et al. 1998; PAULO et al, 2005). É importante salientar que todos os estudos citados acima são com corredores. Em um estudo feito no cicloergômetro, Dickson et al. (1988) também demonstraram que o TC permitiu aos sujeitos suportar por mais tempo uma atividade aeróbia sem o aumento concomitante do VO2 máx, sugerindo que um aumento na força decorrente do treinamento dos membros inferiores pode melhorar o tempo para atingir a exaustão pela diminuição da proporção da força máxima requerida para cada pedalada, o que teoricamente, aumentaria a participação das fibras do tipo I e retardaria o recrutamento maior das fibras glicolíticas do tipo II que são as fibras que fadigam mais rapidamente. Apesar dos estudos citados acima, ainda existe uma carência de estudos que verifiquem as variáveis do treinamento de força em relação ao desempenho aeróbio, porém é importante salientar que o treinamento de força parece não ser um vilão para atletas de atividades aeróbias, contrariando a literatura mais antiga. REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE – ACSM (2002). Position stand: Progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and Science in Sports Exercise, v.34, p.364-380. DALLEAU, G.A.; BELLI, A.; BOURDIN, M.; LACOUR, J.R. The spring-mass model and the energy cost of treadmill running. European Journal of Applied Physiology. v. 77, n.3, p. 257-263, 1998. FLECK, S.T.; KRAEMER, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3° ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2006 HICKSON, R.C.; DVORAK, B.A.; GOROSTIAGA, E.M.; KUROWSKI, T.T.; FOSTER, C. Potential for strength and endurance training to amplify endurance performance. Journal of Applied Physiology, v.65, n.5, p. 2285-2290, 1988. HOFF J, GRAN A, HELGERUD J. (2002). Maximal strength training improves aerobic endurance performance. Scand J Med Sports: 12: 288-295 STEGEMANN J. Fisiologia do esforço. Editora cultura médica. 2° edição. Rio de Janeiro, 1979. TUBINO G. Metodologia científica do treinamento desportivo. Instituição Brasileira de difusão cultural. 2° edição. São Paulo, 1980.
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A frase citada por Shakespeare em (Hamlet 1599 e 1601), “Ser ou não ser, eis q questão”, ainda cria filosofias arraigadas dentro do treinamento de força (TF), principalmente quando se fala neste envolvendo crianças e adolescentes. Com isso, o estudo visa mostrar qual seria realmente a resposta para tal frase, mostrando a resposta supostamente correta para o [...] “Ser ou não ser” do treinamento de força para esta faixa etária. Cada vez mais crianças e adolescentes treinando com pesos Nota-se atualmente, que o índice de crianças e adolescentes que buscam um treinamento voltado para exercícios força, é cada vez maior, e o crescimento esta desenfreado, e com isso, surgem algumas polêmicas sobre tal fato, por isso, o estudo procurou levantar estudos científicos na literatura disposta, mostrando que pelo contrário do que se pregam os leigos com “achismos”, o TF pode ser muito bem empregado nesta faixa etária, desde quando bem prescrito e acompanhado por um profissional qualificado. Conceito de criança, adolescente e TF Para prosseguir no entendimento, vamos descrever o que seria criança e adolescente, e TF, criança (pré-adolescente) que é caracterizado por um período que antecede ao aparecimento de características sexuais, isto é (pelos pubianos e órgãos reprodutivos), já o termo adolescente (refere-se ao período entre a infância e a fase adulta), com aparições das características sexuais, (SIMÃO, 2008, p.106). O TF é um método de exercício contra resistência progressiva, específico para aumentar a força muscular, esta que é requisito fundamental para desenvolvimento da maioria das atividades físicas diárias tanto de crianças e adolescente quanto de adultos. TF diferenciado para crianças e adolescentes Antes de discorrer sobre os benefícios do TF para crianças e adolescentes, veja que, que o TF deve ter um caráter diferente quando se trata desta faixa etária, este que deverá ser segundo Simão (2008, p. 106) “[...] distinto dos esportes de levantamento de pesos e potência, onde os indivíduos tentam levantar quantidades máximas de peso na competição”. Benefícios do TF para crianças e adolescentes Podem-se notar inúmeros benefícios oriundos deste tipo de treinamento neste período de vida, fundamentando isso, usam-se algumas literaturas atuais, vejamos: O maior “problema” citado por leigos, porém sem base científica e estruturado apenas no “achismo”, é de que o TF pode vir a prejudicar o crescimento ósseo de crianças em fase de desenvolvimento. Esta afirmativa já foi desmistificada, por fundamentos bem sólidos, pois, sabe-se que o que poderia levar interrupções precoces na cartilagem do crescimento (ponto de fusão entre a epífise e metáfise óssea), sendo que os fatores que mais apresentam lesões nos esportes são: impactos, contatos físicos, e os deslocamentos rápidos, e como é sabido, nenhum destes três estão presentes no TF, (GUEDES, 2007, p.111). Além do mais, a Associação Nacional de Força e Condicionamento, as Sociedades de Medicina Desportiva e a Academia Americana de Pediatria (2001), são unanimes em aceitar que as crianças e adolescentes podem ser beneficiadas com um programa de treinamento de força corretamente prescrito e supervisionado, sendo que o TF além de não prejudicar pode trazer inúmeros benefícios para esta faixa etária, (FLECK & KRAEMER, 1999). Para citar os benéficos do TF para crianças e adolescentes, usaremos bases segundo Guedes (2006, p.111); Arruda (2004, p. 115), Simão (2004, p.108; 2008, p. 111); Kraemer, 1988, p.109-114), Santarém (2012); Goldberg (2004, 520-524: Ao basearmos na literatura, fica evidente afirmar de forma solidificada que o treinamento de força quando bem programado e supervisionado por um profissional competente, usando de técnicas e execuções corretas, podem trazer inúmeros benefícios para a vida destes indivíduos, dentre eles: Aumento de força muscular: o aumento de força muscular não só melhora a capacidade funcional da criança com protege as articulações pelas quais estes músculos passam, protegendo-as de lesões; Aumenta resistência Muscular; Diminuição das lesões, e melhora a performance relacionada com o esporte e atividades recreacionais; Melhora a coordenação Muscular; Manutenção do aumento de flexibilidade; Aumento da densidade mineral óssea; Melhora o controle postural; Aumenta o condicionamento físico; Melhora a composição corporal; Aumenta as adaptações bioquímicas como maiores concentrações de sangue nos músculos durante e depois do exercício máximo: aumentando as reservas de glicogênio e ATP-CP e aumentos de atividade de enzimas glicolíticas nos músculos esqueléticos. O TF é seguro em qualquer idade Em virtude dos fatos mencionados fica transparente que o TF é muito seguro em qualquer idade, e que ao invés de malefício traz é inúmeros benefícios palpáveis e que auxiliaram no desenvolvimento global destes indivíduos, portanto, não restrinjam as crianças de fazer esta modalidade de treinamento, mas exijam sempre profissionais qualificados e capacitados para o desempenho destas funções. Procurem, também, que seja feito no pré-treinamento um acompanhamento médico para que haja um controle maior com segurança nas atividades desempenhadas. Outro fator importante, é que o TF para crianças e adolescentes, não seja limitado apenas ao ganho de força muscular, mas também ensinamentos sobre seus corpos, despertando também outras habilidades, promovendo um interesse pelas atividades físicas, onde possam descobrir o quão é fundamental este modalidade na vida deles, tanto no crescimento quanto no envelhecimento. Segundo os estudiosos vêm mostrando, estimular as atividades físicas e esportes durante a infância contribui para que esses indivíduos continuem ativos na vida posteriormente, e, consecutivamente, tenham uma velhice mais saudável. REFERÊNCIAS AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Strength Training by children and Adolescents. Pediatrics 2001; 107: 1470-1472. ARRUDA, M.C. Musculação: diabéticos, Osteoporóticos, Idosos, Crianças, Obesos. 3.ed. Sprint, 2004. FLECK, S.J.; KRAEMER, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: ArtMed, 1999. Goldberg, T.B.L. et al. O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?. Ver Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004: 520-524. GUEDES, D,P. Saiba Tudo Sobre Musculação. Ed. Corpo e Saúde, Rio de Janeiro – RJ, 2006. KRAEMER, W.J. Endocrine resposives to resistence exercise. Med Scie Sports Exer 1988; 20(Suppl): 152-1577. SANTARÉM, J.M. Beneficios do treinamento de força para crianças e adolescente. Disponível em: Acessado em: 12.Jul.2012. SILVA RAMOS, Péricles Eugênio da. Hamlet Editora Abril, 1976. ISBN. SIMÃO, R. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para grupos especiais. 3ª Ed. Phorte, São Paulo, 2008. ________.Treinamento de Força: Saúde e Qualidade de Vida. Phorte, São Paulo-SP, 2004. ________.Saiba Tudo Sobre Hipertrofia. Ed. Corpo e Saúde, Rio de Janeiro – RJ, 2006.
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