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Treinamento Concorrente Interfere na Hipertrofia?


Demetrius Brandão
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Treinamento Concorrente Interfere na Hipertrofia?

Uma das maiores discussões que existe na atualidade nas academias versa sobre o treinamento concorrente. Tem vários colegas que dizem que se a pessoa fizer exercícios aeróbios pós treino de força irá perder massa muscular. As academias vivem de muitos folclores urbanos e lendas sem sentido, como: Comer carboidrato à noite engorda, fazer mais de 15 repetições não causa hipertrofia entre outros. Porém, em relação ao treino concorrente, há muito de científico e uma parte de especulação. Neste artigo, tentaremos elucidar algumas questões.

A literatura internacional tem adotado com freqüência a terminologia treinamento concorrente (TC) para se referir aos programas que combinam treinamento de força (TF) e de resistência aeróbia (TRA) num mesmo período de tempo, assim como as possíveis adaptações antagônicas produzidas pelo treinamento dessas duas capacidades motoras (Bell et al., 2000; Hakkinen et al., 2003; McCarthy et al., 2002).

Dentre as diferentes formas existentes de exercício físico ,uma em particular tem sido muito utilizada atualmente, o treinamento concorrente. Este termo e utilizado para caracterizar método no qual duas Modalidades de treinamento são realizadas em uma mesma sessão (BEL,2000:DANTAS,2008).

Leveritt et al. (1999) apresentaram em um estudo de revisão três possíveis mecanismos relacionados ao efeito da concorrência, a saber: a) a hipótese crônica, na qual se propõe a idéia que algumas adaptações morfo-funcionais ocasionadas pelo treinamento exclusivo da resistência aeróbia são distintas quando comparadas ao treinamento de força per se; b ) o overtraining, isto é, o organismo não assimilaria um grande volume de treinamento para as duas capacidades motoras; c) hipótese aguda, na qual após uma sessão de treinamento de resistência aeróbia haveria uma fadiga residual que comprometeria o treino de força na sessão subseqüente.

Analisando as exposições dos autores, observa-se que as elucidações sobre o treino concorrente(TC) se dá em sua maioria por teorias sobre os aspectos fisiológicos que envolvem os dois treinamentos separadamente,os autores evidenciam que pelo fato dos dois tipos de treino separadamente utilizarem mecanismos fisiológicos diferentes um incorreria sobre o outro com efeitos negativos, talvez, outros estudos que analisem não só o efeito agudo, mais o efeito crônico desse treinamento, possa elucidar essa questão.

Estudos de ROSA et.al(2010) demonstrou que o treinamento concorrente reduziu significativamente os níveis de cortisol. Outro estudo deste mesmo autor evidenciou redução de níveis séricos de Leptina seja realizando o de força e depois o aeróbio, seja realizando o aeróbio e depois o de força,(ROSA et. al.2011)

Estudos de Viana et. al.(2007) demonstraram não haver diferenças significativas no aumento da massa muscular, redução do percentual de gordura e diferenças de Volume máximo de oxigênio(VO2Máx) em grupos que realizaram só exercícios aeróbios, só exercícios de força e os que fizeram TC.

Observa-se então que estudos de campo tem evidenciado aspectos positivos sobre o treinamento concorrente que contradizem os estudos de revisão. Estudos de campo tem uma maior validade científica do que os estudos de revisão. Desta forma, parece que a discussão, mesmo respaldada em alguns autores, tem sido demonstrado em outros estudos mais recentes que ocorrem mais efeitos positivos do que deletérios.

CONSIDERAÇÔES FINAIS

Como os estudos possuem modelos diferentes de experimento, treinamento, além de variações de intensidade, freqüência e sequência do treinamento, idades diferentes e sexo dos participantes, além de outras variáveis como a aptidão física. Faz-se então necessário futuros estudos que utilizem os mesmos modelos para evidenciar e elucidar os reais efeitos do treinamento concorrente.

Desta forma, pode-se dizer que por enquanto, você poderá fazer seus treinos aeróbios em conjunto com os de força, até que se prove o contrário.

REFERÊNCIAS

BELL GJ. Effect of concurrent strength and endurance training on skeletal muscle properties and hormone concentrations in humans. Eur J Appl Physiol 2000;81:418- 27.10.

DANTAS EHM. Effects of a programme for years enderers physical force on the muscle and body composition of adults. Sport Sci Health 2008;4:15-9.

HAKKINEN, K; Alen, M.; KRAEMER, W.J.; GOROSTIAGA, E.; IZQUIERDO, M.; RUSKO, H.; MIKKOLA, J.; HAKKINEN, A.; VALKEINEN, H.;KAARAKAINEN, E.; ROMU, S.; EROLA, V.; ATHIAINEN, J.; PAAVOLAINEN, L. Neuromuscular adaptations during concurrent strength and endurancetrain ing versus strength training. European Journal Applied Physiology, v. 89, n.1, p. 42-52, 2003.

McCARTHY, J.P.; POZNIAK, M.A.; AGRE, J.C. Neuromuscular adaptations to concurrent strength and endurance training. Medicine and Science in Sports and

Exercise. v. 34, n.3, p. 511-519, 2002.

ROSA ,Guilherme. MELLO, Danielli Braga de. BIEHL, Cintia. DANTAS, Estelio H. M. Níveis de Cortisol em Adultos com Sobrepeso Submetidos a Treinamento Concorrente. Brazilian Journal of Sports and Exercise Research, 2010, 1(1):11-15.

________________________________. Níveis séricos de leptona em adultos submetidos a distintas ordens de execução de treinamento concorrente.RBAF 2011;V.6 ( 4);304-8

VIANA, Michell Vetoraci. FERNANDES FILHO, José. DANTAS, Estélio Henrique Martin. PEREZ, Anselmo José. Efeito de um programa de exercícios físicos concorrentes sobre a massa muscular, a potência aeróbica e a composição corporal em adultos aeróbios e anaeróbios. Fit Perf J.2007;6(3):135-9.

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Comentários

Comentários Destacados

O treinamento concorrente não faz com que o atleta perca ou deixe de ganhar massa muscular. Claro que o ganho não seré igual, mas não que o atleta não irá ganhar massa. Um exemplo que eu sempre cito são os jogadore de futebol americano: fazem muito aeróbico e treinamento de força e sempre estão evoluindo fisicamente.

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O treinamento concorrente não faz com que o atleta perca ou deixe de ganhar massa muscular. Claro que o ganho não seré igual, mas não que o atleta não irá ganhar massa. Um exemplo que eu sempre cito são os jogadore de futebol americano: fazem muito aeróbico e treinamento de força e sempre estão evoluindo fisicamente.

Mas ae vc tem q lembrar q tem as drogas né queridão

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Mas ae vc tem q lembrar q tem as drogas né queridão

A NFL tem um forte esquema contra o uso de drogas, então essa desculpa não é válida. Claro que tem atletas q fazem uso de anabolizantes, mas os mesmo são punidos e são a minoria.

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gostei desse artigo, pois 3 vezes por semana eu corro na esteira e o professor da minha academia sempre fala q eu irei perder massa muscular e fala q "ou eu ganho massa, ou eu defino" e eu venho provando pra ele q é possível adquirir os 2 juntos :D

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soh se vc estiver ciclando com anabolizantes e alem disso tomando suplementos pesados pois.... aeróbicos atrapalha no crescimento muscular .. seu lezado

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  • Administrador

O método de treinamento ideal para cada atleta amador ou profissional tem que levar em consideração uma série de fatores, tais como a rotina diária e disponibilidade de tempo, qualidade do sono, genética, facilidade de ou não de acesso à academia, disponibilidade de nutrição adequada, dentre outros. É sim possível promover o aumento de massa muscular sem acumular gordura. No entanto, normalmente, os atletas costumam adotar fases de "engorda" e fases de "enxugamento". Mas essa regra não é absoluta.

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Eh concordo com o fisiculturismo, pois nos tipos de series de treinamento mais modernos, principalmente os utilizados pelos astros de hollywood, a maioria faz series pesadas de anaeróbicos com aeróbicos, para terem um ganho mais seco e ficar melhor visualmente.

Eu particularmente prefiro crescer um pouco menos porém seco dique ter que fazer cutis, Porque abala muito o psicológico treinar pra "diminuir" além de ser difícil pra caramba se vc adquirir gordura localizada.

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A NFL tem um forte esquema contra o uso de drogas, então essa desculpa não é válida. Claro que tem atletas q fazem uso de anabolizantes, mas os mesmo são punidos e são a minoria.

Ah tá, só que não....

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