MUSCULAÇÃO: TREINANDO COM CARGAS
Não que eu seja contra a biomecânica perfeita dos exercícios, ou que apóie a idéia de que a carga deva superar a qualidade dos movimentos.
Mas a hipertrofia muscular é proporcional ao nível de força do sujeito, que é conseqüência das cargas levantadas, que por fim é proporcional à intensidade do treinamento.
Lendas da musculação (que tem uma contribuição imensurável no que realizamos atualmente a nível de treinamento), como Milo de Crotona, Joe Weider, Arthur Jones e Mike Mentzer, sempre fundamentaram-se na antiga expressão: “pra você ficar grande, você tem que ficar forte”, ou seja, nenhum bodybuiding chegou à este estágio agachando ou supinando com 30kg!
Eles fazem força pura, estimulando principalmente as fibras musculares do tipo II, que são as mais potentes para o anabolismo muscular verdadeiro.
Não quero dizer com isso que a utilização de outros tipos de sobrecargas intensivas sejam improdutivas.
Pelo contrário, as sobrecargas com caráter metabólico são bem produtivas no que diz respeito à exaustão máxima de um maior número de fibras musculares, e por vezes são até mais intensas que um treino convencional estilo Weider.
Além disso, dependendo da maneira como é empregado, um treino com sobrecargas metabólicas tem um potencial catabólico muito grande, que trás como conseqüência à hipertrofia muscular advinda da adaptação neuromuscular.
O sobrepeso, advindo das cargas utilizadas, é um dos fatores relacionados à Intensidade do Treinamento.
Para que o treino seja realmente um estímulo forte o suficiente para promover as rupturas miofibrilares - levando o músculo à adaptação, através do processo anabólico hipertrófico - a intensidade deve ser suficientemente alta.
Para isso, métodos de treino avançados (como repetições forçadas) devem ser empregados por indivíduos realmente avançados no treinamento.
Daí a importância de realizar o treino acompanhado de um parceiro de treino.
Além de mais motivante, devido ao fator competitividade, a presença de alguém experiente nas técnicas de ajuda pode representar algumas repetições a mais no final da série, ou aqueles quilogramas extras levantados, fatos que não poderiam ser empregados caso se esteja treinando sozinho.
A utilização de Ciclos de Força Pura ao longo de uma fase de treino, de um microciclo, ou de um ano, parece apresentar ótimos resultados no que refere-se aos ganhos de força geral e específica para os exercícios utilizados.
E a conseqüência do ganho de força é inevitavelmente o ganho de massa muscular, de maneira direta ou como meio para uma próxima fase de treino.
A organização destas estratégias chama-se Periodização do Treinamento, e deveria ser empregada por um profissional experiente ou identificado com estruturas avançadas de treinamento intenso.
Na prática esta teoria não se aplica e acaba não acontecendo, mas isso não quer dizer que não tenha importância.
Na verdade, a ausência desta estrutura organizada reflete o fato de que muitas vezes estamos subestimando nosso esforço e nosso rendimento, pois se nosso treinamento estivesse melhor estruturado (no que diz respeito à divisão/rotina de treino, intervalos recuperativos entre sessões, fases de treino, tipos de sobrecargas impostas, métodos de treino, escolha de exercícios, consciência neuromuscular, intensidade adequada, dieta e suplementação específicas para cada fase de treino), talvez já teríamos atingido nosso atual nível físico bem anteriormente, ou melhor ainda, atualmente já poderíamos estar desfrutando de melhores resultados estéticos.
Prof. Samuel Moura da Rosa
Treinador
Esp. Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo
samuelmrosa@hotmail.com
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