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Treino Ideal: Um dos Maiores Problemas Encontrados Perante a Prática Desportiva


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Um dos maiores problemas encontrados perante a pratica desportiva é a montagem do programa de treinamento, mais conhecida como periodização do treinamento no meio cientifico. Varias variáveis são analisadas para que o treinamento consiga alcançar os níveis de aptidão física desejados: series, repetições, intervalo, freqüência semanal, tipos de exercícios, métodos de treinamento e conceitos relacionados a pratica desportiva (Ferreira,2011).

Tais variáveis são analisadas e seguem um aspecto inversamente proporcional, devido às valências físicas treinadas daquela determinada rotina semanal de treinamento e a especificidade do treinamento chamada de Microciclo de treinamento que abrange o treinamento geral do atleta chamado de macrociclo de treinamento.

Um Macrociclo treinamento representa todo treinamento que será desenvolvido durante um determinado período de tempo a fim de alcançar o ponto Maximo do desempenho do atleta.

Um Mesociclo de treinamento e composto em média por quatro semanas de treinamento, onde serão propostos objetivos variados a fim de aumentar as valências físicas do atleta em determinada pratica desportiva.

Um Microciclo de treinamento se resume em uma semana de treinamentos.

Toda a periodização do treinamento deve estar construída com base nos princípios do treinamento desportivo com dois objetivos centrais: organização dos estímulos de forma apropriada, de acordo com a modalidade desportivas, e proporcionar a melhora do rendimento do atleta equilibrando os esforços do treinamento e a recuperação necessária para que aja o aumento da aptidão física do atleta(Ferreira,2011).

Principio da individualidade biológica: Cada indivíduo é um ser único, respondendo de forma diferente as cargas impostas pelo treinamento físico. Logo, percebe-se que, para maximizar os efeitos do treinamento devem-se ajustar as cargas de treino de acordo com as respostas morfofuncionais apresentadas após o estimulo. Essas diferenças existentes entre os indivíduos são a razão de fatores genéticos (genótipo) e fenótipo (Monteiro, 2002).

Principio da Adaptação: o conceito de adaptação é um modo de explicar como as entidades biológicas se modificam ao longo do tempo (Pereira e Souza Junior, 2002). Se algum tipo estresse de grandeza suficiente para proporcionar a quebra da homeostase (estado de equilíbrio dinâmico) for aplicado ao organismo, ele, então, promove modificações fisiológicas como resposta, a fim de restabelecer a homeostase. Se os estímulos ocorrerem continuamente, darão origem a diferentes reações: reação de alarme, de resistência e de exaustão. As reações e alarme se dão quando organismo sofre um estimulo capaz de provocar a quebra da homeostase, produzindo, assim, um desequilíbrio (Monteiro, 2002). Quando isso acontece durante a recuperação ocorre uma serie de reações que faz que o organismo se recupere, ultrapassando o nível de equilíbrio inicial superconpensação este é o principio de adaptação geral (Selye, 1960).

Principio da Sobrecarga: explica como expor o organismo acima das cargas, geralmente, vivenciadas no dia-a-dia (Pereira e Souza Junior, 2002), sendo esta progressiva e continua aplicada no ápice do período de superconpensação, com o objetivo de manter o estimulo forte (Guedes Jr., 1997; 2003). A sobrecarga pode ser aplicada no volume e/ou intensidade (Monteiro, 2002).

Principio da continuidade/reversibilidade: o aprimoramento do desempenho ocorre ao longo do tempo, desde que o treinamento seja continuo. Pelo fato do organismo adaptar-se á um nível habitual de solicitação, os efeitos do treinamento revertem-se caso o individuo tornar-se inativo, ou seja, os efeitos do exercício são transitórios e o organismo também pode adaptar-se á inatividade. Pesquisas demonstram diminuição da aptidão física quando da paralisação do treinamento (Coyle et al., 1984; Hakkinen e Komi, 1983).Portanto se o organismo não recebe uma carga de intensidade igual e/ou superior no prazo adequado, não ocorrerá ajuste positivo na aptidão física.

Principio da Variabilidade: Este principio é uma forma de não permitir que o habito e a acomodação nos tornem escravos da mesmice (Pereira e Souza Junior, 2002). Portanto, se a carga aplicada e/ou o tipo de atividade física não sofrer variação, poderá ocorrer regressão nos níveis de aptidão física. Logo, se as cargas de treinamento não sofrerem variações, o organismo tende a assimilar impondo regressão na capacidade física. É ineficaz para o individuo praticar atividade física com as mesmas intensidades (Kauffman, 1991; Dantas, 1994; Zatsiorsky, 1995).

Principio da Interdependência /Volume – Intensidade: o volume e a intensidade do treinamento são inversamente proporcionando, ou seja, com o aumento do volume, ocorre a diminuição da intensidade e vice-versa. Volume corresponde a quantidade de treinamento (Exemplo: Correr 10km) e intensidade representa a qualidade do treinamento (Exemplo: correr a 14km/h) (Guedes Jr, 2003).

Principio da Especificidade: a prescrição do treinamento deve obedecer às características especificas da modalidade em questão. Tal especificidade compreende, entre outros, a via metabólica predominante, os grupos musculares, o regime de trabalho muscular e a modalidade de força utilizada para o gesto esportivo. Quando este princípio não é levado em consideração, os resultados podem ser realmente, catastróficos, prejudicando o desempenho do atleta.

Considerações finais:

Fica claro então que não existe nenhuma “receita de bolo” referente a construção do treino ideal “Periodização”, mais sim conceitos e princípios que auxiliam na montagem do programa de treinamento, seguindo critérios importantes para o êxito do seu atleta ou aluno que seria a manutenção ou o aumento da aptidão física, cabe ao profissional saber lidar com estes critérios e princípios formulando o treino em base científicas não buscando de conceitos empíricos sem bases fundamentadas.

Referências:

Coyle, E.F. at al. Time course off loss of adaptations after stopping prolonged intense endurance training. Journal Applied Physiology, v.57,n.6,p.1.857-64,1984.

Dantas, E.H.M. A pratica da preparação física. Rio de Janeiro: Shape, 1994.

Fleck, S.J.; Kraemer,W.J. Designing resistence training programs. 2.ed.Nova Iorque:Human Kinetics, 1997.

Gomes,A.C. Treinamento desportivo: estruturação e periodização. São Paulo:Artmed,2002.

Guedes Jr,D.P. Personal treiner na musculação. Rio de Janeiro:Ney Pereira,1997.

_____. Musculação: estética e saúde femininna. São Paulo:Phorte,2003.

Hakkinen, K,; Komi, P.V. Eletromyographic change during strength training and detraining. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 15, n.6.p. 455-60, 1983.

Houston, M.E. Gaining weight: thescientific basic of increasing skeletal muscle mass. Can.J. Appl. Physiol. v.24,n4,p. 305-16,1999.

Lowe,D.A. et al. Muscle function and protein metanolism after initiation of eccentric contaction-induced injury. J.Appl.Physiol. v.79,p. 1.260-70,1995.

Monteiro, A. G. Treinamento personalizado. Uma abordagem didático-metodologica. São Paulo:Phorte,2002.

Pereira,B.; Souza Junior, T.P. Dimensões bilogicas do treinamento físico. São Paulo:Phorte,2002.

Phillips, S. et al. Mixedmuscle Protein synthesis and breakdown after resistence exercise in humans. Am.J.Physiol. v. 2.736,p.E99-E107,1997.

Seyle, G. Síndrome de adaptação. Moscou: Medguiz. 1960. P.124.

Stauber,W. T.; Smith, C. A. Cellular response inexertion-induced skeletal muscle injury. Mol. Cell.Biochem., v. 179,p. 186-96,1998.

Kauffman, S. Antichaos and Adaption. Scientific American, v. 256, p.64-70, 1991.

Zatsiorsky, V.M. Science and pratice of strength training. Champaing:Human Kinetics,1995.

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