Flavio,
Os ganhos de força com o treinamento decorrem de dois fatores: neurais e musculares (hipertróficos).
As adaptações neurais incluem:
- melhor sincronia no disparo das unidades motoras, que leva a uma forma mais eficiente tanto na ativação das unidades motoras de um mesmo músculo, como de todos os grupos musculares envolvidos no trabalho ( melhor coordenação intra e intermuscular).
- aumento da frequencia de disparo do potencial de ação, que possibilita o recrutamento de unidades motoras de mais alto limiar.
- aumento do nº de unidades motoras recrutadas na unidade de tempo.
As adaptações musculares estão relacionadas à hipertrofia miofibrilar em razão do aumento do conteúdo de miofibrilas, o que possibilita ao músculo aumentar a capacidade de gerar tensão pelo aumento do nº de pontes cruzadas ativas durante a contração das fibras.
Esses dois fatores se inter-relacionam e não ocorrem de forma isolada, sendo que a ênfase entre um ou outro será definido pelo tipo de treinamento adotado, ou seja, ninguém fica forte desenvolvendo apenas as adaptações neurais, pois as adaptações musculares acabam ocorrendo de forma secundária ao treinamento de força pura ou máxima, mesmo que em menor grau. O problema é que vc está utilizando um fisiculturista como parâmetro para afirmar que a hipertrofia de um halterofilista olímpico não existe. Na verdade ela existe, só que em grau menor.
Em relação ao levantador olímpico que vc afirma pesar 60 Kgf e ter levantado 180 Kgf, vc sabe quanto ele pesava em massa magra antes de começar a treinar? Como pode afirmar que ele não hipertrofiou?
Um abraço.