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Clorodehidrometiltestosterona (Turinabol®)

Saiba tudo sobre clorodehidrometiltestosterona (Turinabol®): como ciclar, efeitos colaterais, para que serve e mais


Clorodehidrometiltestosterona

Imagem meramente ilustrativa e que pode ser fictícia.

Tabela resumida
Princípio ativo: Clorodehidrometiltestosterona
Nome comercial mais conhecido: Turinabol®
Família: Derivado da metandrostenolona
Forma: Comprimido oral
Meia-vida: ~16 horas
Anabolismo (hipertrofia):
Androgenia (masculinização):
Estrogenismo (feminilização): não se aplica
Hepatoxidade:
Efeito lipolítico (queima de gordura):
Retenção hídrica: não se aplica
Distúrbios psicológicos:
Disponibilidade (acesso no mercado):
Preço (custo):

Introdução

O que é o Turinabol® oral?

O Turinabol® oral, cientificamente denominado 4-Clorodehidrometiltestosterona (CDMT ou DHCMT), é um esteroide anabolizante androgênico (EAA) sintético, concebido para administração por via oral. Estruturalmente, é um derivado direto da metandrostenolona (Dianabol®), ou mais precisamente, da deidrometiltestosterona, que é a própria metandrostenolona sem o grupo 17α-metil.1

A molécula de Turinabol® possui modificações químicas chave que ditam suas propriedades farmacológicas e seu perfil de efeitos. A primeira e mais distintiva é a adição de um átomo de cloro na posição C-4 da estrutura esteroidal. Esta cloração impede que a enzima aromatase converta o Turinabol® em estrogênio, um processo comum a muitos outros EAA, como a testosterona e a própria metandrostenolona. Como resultado direto, o Turinabol® não induz efeitos colaterais mediados pelo estrogênio, tais como ginecomastia (desenvolvimento de tecido mamário em homens) ou retenção hídrica significativa. Adicionalmente, esta modificação na posição 4 também parece dificultar a ação da enzima 5α-redutase sobre a molécula, o que contribui para uma androgenicidade relativa menor em comparação com seu precursor, Dianabol®, que é mais propenso a efeitos androgênicos potentes.

Outra característica estrutural relevante é a presença de uma dupla ligação entre os carbonos 1 e 2 (Δ1) no anel A do esteroide. Esta característica, herdada de compostos como a boldenona e a metandrostenolona, também contribui para a resistência à aromatização e influencia a razão entre os efeitos anabólicos (de construção muscular) e androgênicos (de masculinização).

Finalmente, como a maioria dos esteroides anabolizantes orais, o Turinabol® é metilado na posição carbono 17-alfa (C17-aa). Esta alquilação protege a molécula da rápida degradação metabólica pelo fígado durante sua primeira passagem após a absorção intestinal, permitindo que uma quantidade significativa do fármaco atinja a corrente sanguínea e exerça seus efeitos sistêmicos, conferindo-lhe biodisponibilidade oral. No entanto, esta mesma modificação C17-aa é a principal responsável pela considerável hepatotoxicidade associada ao uso do Turinabol® e de outros EAA orais com estrutura similar. Esta característica ilustra um dilema fundamental no desenvolvimento de esteroides orais: a necessidade de modificações para garantir a atividade oral frequentemente introduz riscos significativos, como a toxicidade hepática.

O Turinabol® foi projetado e sintetizado na Alemanha Oriental com o objetivo específico de maximizar os efeitos anabólicos – como o aumento da massa muscular e da força – enquanto se minimizavam os efeitos colaterais androgênicos (em comparação com a testosterona ou a metandrostenolona) e se eliminavam completamente os efeitos colaterais estrogênicos. A intenção declarada era alcançar uma "dissociação única dos efeitos anabólicos e androgênicos", buscando um agente que fosse potente para o desempenho atlético, mas com um perfil de segurança percebido como mais favorável.

Um pouco da história

O Turinabol® oral (Clorodehidrometiltestosterona, CDMT) possui uma história notória, indissociavelmente ligada a um dos mais extensos e controversos programas de doping patrocinados pelo Estado na história do esporte. Seu desenvolvimento e subsequente utilização em massa por atletas da Alemanha Oriental (República Democrática Alemã - RDA) deixaram um legado complexo e sombrio.

O CDMT foi o primeiro produto esteroide original desenvolvido pela Jenapharm, uma proeminente empresa farmacêutica estatal da Alemanha Oriental. A patente da substância foi registrada em 1961. A concepção da molécula, que visava combinar as características estruturais da 4-clorotestosterona (clostebol) com as da metandrostenolona (Dianabol®), é atribuída ao químico Albert Stachowiak. Esta combinação buscava um perfil farmacológico que oferecesse uma separação mais pronunciada entre os efeitos anabólicos desejados e os efeitos androgênicos, que eram frequentemente limitantes ou indesejáveis, especialmente em atletas do sexo feminino.

O produto foi introduzido para uso clínico em 1965, e sua produção pela Jenapharm continuou até 1994. A interrupção da fabricação ocorreu após a reunificação da Alemanha e a subsequente revelação e escrutínio público do programa de doping estatal da RDA. Originalmente, o Oral-Turinabol® era comercializado em comprimidos de 1mg e 5mg.

A faceta mais infame da história do Turinabol® reside em seu papel central no programa de doping da Alemanha Oriental, conhecido formalmente como "Staatsplanthema 14.25" (Plano Estatal Tópico 14.25). Estima-se que aproximadamente 10.000 atletas da Alemanha Oriental, de diversas modalidades, receberam CDMT como parte desta política secreta e oficial de melhoria de performance. Este programa sistemático vigorou, em linhas gerais, de 1968 até a queda do Muro de Berlim em 1989.

O objetivo primordial era assegurar a superioridade da RDA em competições internacionais, especialmente nos Jogos Olímpicos, através da administração de substâncias que promovessem ganhos anabólicos significativos. Inicialmente, acreditava-se que o Turinabol® oferecia a vantagem de uma menor probabilidade de detecção nos testes antidoping da época, além de apresentar menos efeitos colaterais virilizantes visíveis, o que era particularmente relevante para as atletas femininas.

No entanto, muitas vezes, os atletas, incluindo adolescentes, recebiam os comprimidos – frequentemente apelidados de "vitaminas azuis" ou "feijões azuis" – sem pleno conhecimento da natureza das substâncias que estavam ingerindo ou dos riscos associados à sua saúde a curto e longo prazo. A Jenapharm foi a fornecedora do Oral-Turinabol® para este programa de doping em larga escala. Documentos secretos da Stasi, a polícia secreta da RDA, posteriormente revelaram a extensão desta operação, que era internamente codificada como "Komplex 08".

Com a queda do Muro de Berlim e a reunificação alemã, os detalhes chocantes deste programa de doping vieram à tona, expondo uma rede de administração de drogas que envolvia treinadores, médicos e oficiais do governo. As consequências para a saúde de muitos dos atletas envolvidos foram devastadoras e duradouras.

Este escândalo levou à descontinuação da produção farmacêutica do Oral-Turinabol® pela Jenapharm no início da década de 1990. Em 2005, a Jenapharm, já sob nova propriedade (Schering AG), enfrentou processos judiciais movidos por ex-atletas que sofreram graves problemas de saúde e contribuiu para um fundo de compensação destinado a essas vítimas. A história do Turinabol® serve, portanto, como um contundente exemplo das graves implicações éticas e de saúde pública decorrentes do doping sistemático e da administração de fármacos sem consentimento informado.

Apesar de sua produção farmacêutica ter sido encerrada, o Turinabol® oral ressurgiu no mercado negro, produzido por laboratórios clandestinos (Underground Labs - UGLs). Ele continua a ser procurado e utilizado por alguns atletas e fisiculturistas contemporâneos.

Esta procura se deve, em parte, à sua reputação histórica de promover ganhos de massa muscular magra de qualidade, os chamados ganhos "secos" (sem retenção hídrica significativa), e aumentos de força, com uma percepção de que seus efeitos colaterais visíveis são menos pronunciados em comparação com outros esteroides anabolizantes orais mais potentes e aromatizáveis.

É importante notar a distinção entre a intenção original declarada para o desenvolvimento do fármaco e sua aplicação predominante na prática. Embora algumas fontes sugiram que o CDMT foi inicialmente desenvolvido com fins terapêuticos, como auxiliar na recuperação pós-cirúrgica, a documentação e o impacto histórico de seu uso para doping em atletas da RDA superam vastamente qualquer evidência de aplicação médica legítima e disseminada. Esta divergência entre um propósito terapêutico limitado e mal documentado e uma utilização ilícita em massa para melhoria de desempenho define grande parte do legado do Turinabol®.

Status legal

A regulamentação da Clorodehidrometiltestosterona (Turinabol® oral) varia globalmente, mas em geral, é classificada como uma substância controlada na maioria dos países devido ao seu potencial de abuso e aos riscos à saúde associados ao seu uso não médico.

Regulamentação no Brasil

No Brasil, os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), categoria na qual o Turinabol® se enquadra, são controlados pela Portaria SVS/MS nº 344 de 12 de maio de 1998, e suas atualizações subsequentes. Especificamente, estas substâncias constam na Lista C5 ("LISTA DAS SUBSTÂNCIAS ANABOLIZANTES").

A Clorodehidrometiltestosterona, embora possa não estar individualmente listada pelo nome completo em todas as iterações da lista original, é abrangida pelo controle devido à sua natureza como EAA e como um derivado de substâncias que podem estar listadas, ou pela cláusula que inclui "todos os sais e isômeros das substâncias enumeradas" na lista.

A inclusão na Lista C5 implica que sua prescrição, dispensação e comercialização estão sujeitas a um controle rigoroso, exigindo Receita de Controle Especial em duas vias. A posse não prescrita, a importação sem autorização específica da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a comercialização são consideradas ilegais. A complexidade regulatória reside no fato de que, mesmo que um composto específico como o CDMT não seja explicitamente nomeado, sua classificação química e farmacológica como um EAA o submete automaticamente às restrições da Lista C5.

Disponibilidade no mercado brasileiro

O Turinabol® oral não possui registro na ANVISA e, portanto, não tem produção farmacêutica legítima ou autorização para comercialização legal no Brasil. Sua disponibilidade restringe-se exclusivamente ao mercado paralelo, através de laboratórios clandestinos (UGLs). Estes produtos não passam por controle de qualidade, apresentando riscos adicionais de subdosagem, superdosagem, contaminação ou presença de substâncias não declaradas.

Regulamentação CFM (Conselho Federal de Medicina)

O Conselho Federal de Medicina do Brasil, através da Resolução CFM nº 2.333/2023, estabeleceu normas éticas claras para a prescrição de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes. Esta resolução veda explicitamente a prescrição de EAA, incluindo substâncias como o Turinabol®, para fins estéticos (como ganho de massa muscular) ou para a melhoria do desempenho esportivo.

A prescrição de EAA para estas finalidades é considerada uma infração ética grave, sujeitando o médico a sanções disciplinares. Esta posição do CFM reforça que qualquer uso de Turinabol® para tais fins no Brasil ocorre à margem da prática médica sancionada e é ilegal. A postura do CFM destaca o conflito entre a condenação médica e ética do uso não terapêutico de EAA e a realidade de sua disponibilidade e uso no mercado clandestino.

Status de doping

O Turinabol® (clorodehidrometiltestosterona) é uma substância com um longo e proeminente histórico no contexto do doping esportivo, sendo rigorosamente proibido pelas principais organizações antidoping mundiais.

A clorodehidrometiltestosterona (referida como Dehydrochlormethyltestosterone na lista) é classificada pela Agência Mundial Antidoping (WADA) como um Agente Anabolizante. Especificamente, ela se enquadra na subcategoria S1.1A: Esteroides Androgênicos Anabolizantes (EAA) Exógenos da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos.

O uso de Turinabol® é proibido em todos os momentos, tanto durante os períodos de competição quanto fora de competição, para todos os atletas sujeitos ao Código Mundial Antidoping.

Detecção e janela de detecção

A detecção do Turinabol® e de seus metabólitos em amostras biológicas, primariamente urina, é realizada através de técnicas analíticas avançadas e altamente sensíveis. Os métodos mais comuns empregados pelos laboratórios credenciados pela WADA incluem a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas em tandem (GC-MS/MS) e a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas em tandem (LC-MS/MS).

Um avanço crucial na luta contra o doping com Turinabol® foi a identificação e caracterização de seus metabólitos de longa duração (LTMs). Estes LTMs, como o 4α-cloro-17β-hidroximetil-17α-metil-18-nor-5α-androstan-13-en-3α-ol (conhecido como M3), além de outros como M2, M4, epiM4 e M5, são excretados muito mais lentamente do que o composto original ou seus metabólitos de curta duração. A pesquisa liderada por Grigory Rodchenkov foi fundamental no desenvolvimento de metodologias para detectar esses LTMs, o que expandiu drasticamente a janela de detecção do Turinabol® de poucos dias para até seis meses ou mais após a interrupção do uso. Estudos controlados de administração demonstraram a detecção de certos metabólitos por 45-60 dias ou mais após uma única dose oral.

Esta capacidade de detecção estendida permitiu a reanálise de amostras antigas de competições passadas, como os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012, resultando em inúmeras desqualificações retroativas de atletas que haviam utilizado Turinabol®. A análise laboratorial foca tanto nos metabólitos não conjugados quanto nos conjugados (principalmente glucuronídeos) para maximizar a probabilidade de detecção.

A evolução contínua dos métodos de detecção para o Turinabol® e seus LTMs ilustra a dinâmica persistente entre as tentativas de doping e os esforços das agências antidoping para combatê-las. A capacidade de identificar o uso de uma substância meses após sua administração altera significativamente a avaliação de risco-benefício para atletas que consideram seu uso ilícito.

Contexto no fisiculturismo

O Turinabol® é estritamente proibido em competições de fisiculturismo que seguem as regras da WADA ou que se autodenominam "naturais".

No entanto, em federações de fisiculturismo que não realizam testes antidoping rigorosos (conhecidas como "untested" ou "tradicionais"), o Turinabol® ainda encontra uso. É procurado por atletas que buscam ganhos de massa muscular de qualidade, com o benefício percebido de menor retenção hídrica e ausência de efeitos colaterais estrogênicos diretos, o que pode levar a uma aparência muscular mais "seca" e definida.

Para que serve (efeitos esperados)

O Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona) não possui, atualmente, quaisquer usos médicos aprovados e reconhecidos pelas principais agências regulatórias de saúde em nível global. Sua história e desenvolvimento estão predominantemente associados ao seu uso para melhoria de desempenho atlético, e não para fins terapêuticos convencionais.

Usos médicos aprovados

Atualmente nenhum uso médico aprovado. Não existem indicações médicas aprovadas para o Turinabol® oral (CDMT) em nenhum país. A produção farmacêutica da substância foi formalmente descontinuada no início da década de 1990, após a exposição do programa de doping da Alemanha Oriental.

Podemos falar sobre os usos históricos potenciais e limitados na Alemanha Oriental. Há relatos de que o DHCMT foi originalmente desenvolvido pela Jenapharm com o intuito de auxiliar na recuperação de pacientes após cirurgias de grande porte e em estados catabólicos. No entanto, a documentação robusta e os estudos clínicos que comprovem uma aplicação terapêutica ampla e segura são escassos. O uso da substância foi rapidamente desviado e massificado para o programa de doping esportivo da RDA, ofuscando qualquer potencial aplicação médica legítima.

É importante fazer distinção entre o Turinabol® oral (CDMT) e o "acetado de Turinabol®" (provavelmente acetado de Clostebol®). É crucial fazer uma distinção clara. Algumas fontes mais antigas ou menos precisas podem mencionar "Turinabol®" (frequentemente como um éster acetato injetável ou mesmo oral) em contextos de tratamento para osteoporose ou outras condições de debilidade. No entanto, o Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona, CDMT), foco deste relatório, é um derivado da metandienona e é quimicamente distinto do acetato de Clostebol® (4-clorotestosterona acetato). O Clostebol® é um EAA consideravelmente mais fraco, e sua forma acetato pode ter tido algumas indicações terapêuticas no passado. Esta confusão de nomes pode levar a interpretações errôneas sobre os usos médicos do CDMT. O Turinabol® oral (CDMT) teve, na prática, um uso médico legítimo extremamente limitado, se é que algum, fora do contexto específico e controverso da Alemanha Oriental.

Principais efeitos fisiológicos e desejados (uso não médico/em performance)

Os efeitos buscados por usuários de Turinabol® em contextos não médicos, como no fisiculturismo e em outras modalidades esportivas (de forma ilícita), incluem:

  • Ganhos de massa muscular magra ("seca"): o Turinabol® é conhecido por promover o aumento da massa muscular de boa qualidade, com a característica de não causar retenção hídrica significativa. Isso se deve à sua incapacidade de se converter em estrogênio. Os ganhos de massa muscular com Turinabol tendem a ser menos volumosos e mais graduais em comparação com esteroides altamente androgênicos e aromatizáveis (como o Dianabol® ou a oximetolona), mas são frequentemente descritos como mais "sólidos", "densos" e, teoricamente, mais fáceis de manter após a conclusão de um ciclo.
  • Aumento da força: um dos efeitos mais pronunciados e consistentemente relatados do Turinabol é um aumento significativo na força muscular. Este foi um dos principais atributos explorados no programa de doping da Alemanha Oriental para melhorar o desempenho dos atletas.
  • Melhora da resistência e recuperação: usuários relatam uma capacidade aumentada de realizar treinos mais intensos e volumosos, bem como uma aceleração no processo de recuperação muscular entre as sessões de exercício. Isso permite uma maior frequência e/ou intensidade de treinamento.
  • Redução da SHBG (Globulina Ligadora de Hormônios Sexuais): o Turinabol® possui afinidade pela SHBG, uma proteína plasmática que se liga a hormônios sexuais como a testosterona, tornando-os inativos. Ao se ligar à SHBG e reduzir seus níveis circulantes, o Turinabol® pode aumentar a quantidade de testosterona livre e biologicamente ativa no organismo (caso a testosterona endógena ou exógena esteja presente). Este efeito é particularmente relevante quando o Turinabol® é utilizado em combinação ("stack") com outros esteroides anabolizantes, especialmente a testosterona, pois pode potencializar a eficácia geral do ciclo ao aumentar a biodisponibilidade dos outros andrógenos.
  • Menor risco de efeitos estrogênicos: devido à sua estrutura química única, especificamente a presença do átomo de cloro na posição 4 e a dupla ligação C1-2, o Turinabol® não é um substrato para a enzima aromatase. Consequentemente, ele não se converte em estrogênio no organismo. Esta característica elimina o risco de desenvolvimento de efeitos colaterais estrogênicos diretos, como ginecomastia, retenção hídrica excessiva (edema) e acúmulo de gordura corporal induzido por níveis elevados de estrogênio.
  • Efeitos androgênicos relativamente baixos (mas presentes): embora o Turinabol® tenha sido intencionalmente projetado para possuir uma atividade androgênica reduzida em comparação com a testosterona ou a metandrostenolona, ele ainda é um esteroide androgênico e possui atividade androgênica inerente. Portanto, efeitos colaterais androgênicos como acne, pele oleosa, aceleração da queda de cabelo em indivíduos predispostos (alopecia androgenética) e aumento da agressividade podem ocorrer, especialmente com o uso de doses mais elevadas, ciclos prolongados ou em indivíduos com maior sensibilidade genética a esses efeitos.

Mecanismo de ação

O Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona), como todos os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), exerce seus efeitos biológicos primariamente através da interação com o sistema endócrino, modulando a expressão gênica e processos celulares.

O mecanismo de ação do Turinabol® inicia-se com sua ligação e ativação dos Receptores de Andrógenos (AR), proteínas intracelulares encontradas principalmente no citoplasma de células-alvo como as musculares esqueléticas, folículos pilosos, glândulas sebáceas e certas áreas cerebrais. Após essa ligação, o complexo hormônio-receptor modifica sua conformação e se desloca do citoplasma para o núcleo celular. No núcleo, o complexo ativado interage com sequências específicas do DNA denominadas Elementos de Resposta a Andrógenos (AREs), situadas nas regiões promotoras de genes responsivos a andrógenos. Essa interação funciona como um fator de transcrição, recrutando coativadores e modulando a taxa de transcrição de genes específicos, o que resulta no aumento da síntese de proteínas estruturais e contráteis, como actina e miosina, nas células musculares – um processo crucial para o anabolismo e a hipertrofia muscular. Paralelamente, pode ocorrer uma redução na taxa de degradação proteica, configurando um efeito anticatabólico.

Um dos resultados fisiológicos dessa atividade anabólica é a promoção de um balanço nitrogenado positivo. Como o nitrogênio é um componente essencial dos aminoácidos, que formam as proteínas, um balanço nitrogenado positivo, onde a ingestão e retenção de nitrogênio superam sua excreção, é fundamental para o crescimento e reparo tecidual, incluindo o muscular.

Uma característica distintiva do Turinabol®, decorrente da presença do átomo de cloro na posição 4 e da dupla ligação entre os carbonos 1 e 2 em seu anel A, é sua incapacidade de ser convertido em metabólitos estrogênicos pela enzima aromatase. Esta enzima é responsável pela conversão de andrógenos como a testosterona em estrogênios. A ausência dessa conversão impede que o Turinabol eleve os níveis de estrogênio no organismo, evitando assim os efeitos colaterais estrogênicos.

Adicionalmente, a cloração na posição 4 da molécula de Turinabol® interfere significativamente em sua interação com a enzima 5-alfa-redutase, que converte a testosterona em diidrotestosterona (DHT), um andrógeno mais potente em tecidos como próstata, pele e folículos pilosos. O Turinabol® não é um substrato significativo para a 5-alfa-redutase, não sendo convertido de forma relevante em um derivado diidro mais androgênico. Essa resistência à conversão, juntamente com as características intrínsecas da própria molécula, contribui para seu perfil de androgenicidade relativamente mais baixo em comparação com outros esteroides. Contudo, é importante notar que o Turinabol possui atividade androgênica intrínseca ao se ligar ao AR; sua menor androgenicidade é relativa, e não uma ausência total de efeitos androgênicos, sendo a afinidade e atividade da molécula parental no receptor androgênico a principal razão para a androgenicidade reduzida.

Por fim, o Turinabol® pode se ligar à Globulina Ligadora de Hormônios Sexuais (SHBG). Ao fazer isso, compete com a testosterona (endógena ou exógena) pelos sítios de ligação na SHBG, o que pode levar a uma diminuição da testosterona ligada à SHBG e, consequentemente, a um aumento nos níveis de testosterona livre, a fração biologicamente ativa do hormônio. Este mecanismo pode potencializar os efeitos androgênicos e anabólicos da testosterona presente no sistema.

Farmacocinética

A farmacocinética descreve como o organismo absorve, distribui, metaboliza e excreta um fármaco. Para o Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona), esses processos são influenciados por suas características estruturais, notadamente sua natureza oral e a modificação C17-alfa-alquilada.

:O Turinabol® é formulado para administração oral e é geralmente bem absorvido pelo trato gastrointestinal. A presença do grupo metil na posição C17-alfa (C17-aa) é crucial para sua biodisponibilidade oral, pois esta modificação estrutural protege a molécula da extensa metabolização de primeira passagem no fígado, que inativaria rapidamente esteroides não alquilados administrados por via oral.

Um estudo realizado com Turinabol® marcado com trítio em voluntários do sexo masculino indicou que, após a administração oral de uma dose de 10 mg, a substância foi quase completamente absorvida. As concentrações plasmáticas máximas, tanto da radioatividade total (representando o fármaco original e seus metabólitos) quanto do fármaco inalterado, foram atingidas aproximadamente 3 horas após a administração.4

Para a distribuição e ligação proteica temos que após a absorção, como outros esteroides anabolizantes androgênicos, o Turinabol® circula na corrente sanguínea ligado a proteínas plasmáticas. As principais proteínas de ligação para hormônios esteroides são a albumina (ligação de baixa afinidade, alta capacidade) e a Globulina Ligadora de Hormônios Sexuais (SHBG) (ligação de alta afinidade, baixa capacidade).

O Turinabol® demonstra afinidade pela SHBG. Esta ligação é competitiva com a testosterona, o que significa que o Turinabol® pode deslocar a testosterona de seus sítios de ligação na SHBG, resultando em um aumento da fração de testosterona livre (não ligada) no plasma. A testosterona livre é a forma biologicamente ativa do hormônio, capaz de interagir com os receptores androgênicos nos tecidos-alvo.

A meia-vida de eliminação terminal do Turinabol® inalterado (a forma original do fármaco) foi estimada em aproximadamente 16 horas. Esta é uma meia-vida relativamente longa para um esteroide oral, em comparação com alguns outros EAA orais que possuem meias-vidas mais curtas.

Farmacocineticamente, uma meia-vida de 16 horas sugere que uma única dose diária poderia ser suficiente para manter níveis terapêuticos ou ativos da substância no organismo ao longo de 24 horas. No entanto, entre usuários de EAA para fins de performance, é comum a prática de dividir a dose diária total em duas ou mais administrações. Esta prática visa, teoricamente, minimizar as flutuações (picos e vales) nas concentrações plasmáticas do fármaco, buscando efeitos fisiológicos mais estáveis ou tentando mitigar efeitos colaterais que poderiam estar associados a picos de concentração. Contudo, a necessidade estrita desta divisão de doses, do ponto de vista puramente farmacocinético para um composto com meia-vida de 16 horas, é debatível.

O Turinabol® é extensivamente metabolizado, primariamente no fígado. A modificação C17-alfa-alquilada, que confere biodisponibilidade oral ao protegê-lo da rápida degradação hepática inicial, é paradoxalmente a mesma característica que o torna significativamente hepatotóxico.

Embora a alquilação C17-alfa reduza o impacto do metabolismo de primeira passagem em comparação com esteroides não alquilados, um certo grau de metabolismo hepático inicial ainda ocorre.

O processo metabólico do Turinabol® é complexo e resulta na formação de uma variedade de metabólitos. As principais vias metabólicas incluem reações de hidroxilação (por exemplo, formação de 6β-hidroxi-DHCMT e 16β-hidroxi-DHCMT), epimerização (alteração da configuração espacial de um substituinte) e conjugação (principalmente com ácido glucurônico, formando metabólitos glucuronidados).

De particular importância para o controle antidoping é a formação de metabólitos de longa duração (LTMs). Estes metabólitos são excretados muito lentamente pelo organismo e, portanto, podem ser detectados em testes antidoping por períodos consideravelmente mais longos após a cessação do uso do fármaco do que o composto original. O estudo de Schumann et al. demonstrou que os metabólitos são predominantes no plasma em relação à droga mãe, com uma razão da área sob a curva (AUC) entre o fármaco inalterado e a radioatividade total de aproximadamente 1:13.

Há evidências de que o Turinabol® pode sofrer circulação entero-hepática, um processo no qual o fármaco ou seus metabólitos são excretados na bile, reabsorvidos no intestino e retornam ao fígado através da circulação portal. Este processo pode contribuir para as irregularidades observadas no perfil de concentração plasmática do fármaco e prolongar sua permanência no organismo.

Os metabólitos do Turinabol® são excretados do organismo predominantemente através da urina. No estudo de Schumann et al., aproximadamente 60% da dose administrada (tanto por via oral quanto intravenosa) foi recuperada na urina na forma de radioatividade total (representando o fármaco e seus metabólitos).

Efeitos colaterais

Embora o Turinabol® oral tenha sido projetado com a intenção de oferecer um perfil de efeitos colaterais mais brandos em comparação com outros esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) – particularmente no que tange à ausência de efeitos estrogênicos e a uma androgenicidade teoricamente reduzida – seu uso não é isento de riscos e pode levar a uma série de efeitos adversos significativos, alguns dos quais podem ser graves e irreversíveis. A magnitude e a probabilidade desses efeitos são geralmente dependentes da dose, da duração do uso, da sensibilidade individual e da presença de condições médicas preexistentes.

Efeitos colaterais hepatotóxicos

Este é um dos efeitos colaterais mais sérios e bem documentados do Turinabol®. Como um esteroide oral C17-alfa-alquilado, sua estrutura química é inerentemente tóxica para o fígado. A alquilação na posição C17-alfa, essencial para sua biodisponibilidade oral, interfere nos mecanismos normais de transporte e excreção biliar no fígado, levando a um estresse hepático.

O uso de Turinabol® pode causar uma elevação nos níveis de enzimas hepáticas no sangue, como alanina aminotransferase (ALT ou TGP), aspartato aminotransferase (AST ou TGO), gama-glutamil transferase (GGT) e fosfatase alcalina (FA). Estes são marcadores de inflamação ou lesão hepática. O uso prolongado, doses elevadas ou ciclos repetidos aumentam consideravelmente o risco de danos hepáticos mais severos, que podem incluir:

  • Colestase: uma condição caracterizada pela redução ou interrupção do fluxo de bile do fígado. Isso pode levar ao acúmulo de bilirrubina e outras substâncias tóxicas no sangue, resultando em icterícia (pele e olhos amarelados), prurido intenso (coceira), urina escura e fezes claras. Biópsias hepáticas em casos de Lesão Hepática Induzida por Drogas (DILI) por EAA frequentemente revelam um padrão de colestase canalicular "branda", com mínima inflamação ou necrose hepatocelular, mas com significativa disfunção excretora.
  • Peliose hepática: uma complicação rara, mas grave, caracterizada pela formação de múltiplas cavidades (cistos) cheias de sangue no parênquima hepático. Estes cistos podem variar em tamanho e, em casos extremos, podem romper, levando a hemorragias internas potencialmente fatais.
  • Adenomas hepáticos e carcinoma hepatocelular: o uso crônico de EAA C17-alfa-alquilados tem sido associado ao desenvolvimento de tumores hepáticos, tanto benignos (adenomas) quanto malignos (carcinoma hepatocelular).

Falar de Turinabol® sempre envolve o uso de "protetores hepáticos": É comum entre usuários de EAA o consumo de suplementos ou medicamentos ditos "protetores hepáticos" (como silimarina, N-acetilcisteína, TUDCA). No entanto, a eficácia dessas substâncias em prevenir ou mitigar significativamente a DILI induzida por EAA C17-aa é, na melhor das hipóteses, controversa e carece de evidências científicas robustas. Tais medidas não eliminam o risco fundamental de hepatotoxicidade e não devem substituir a cautela, o monitoramento médico (quando aplicável em contextos legítimos, o que não é o caso do uso ilícito de Turinabol®) e, mais importante, a evitação do uso de substâncias hepatotóxicas. A gravidade potencial de danos hepáticos, incluindo condições irreversíveis como tumores ou peliose com risco de ruptura, não deve ser subestimada, e a confiança em "protetores" pode gerar uma falsa sensação de segurança.

Efeitos colaterais cardiovasculares 

O Turinabol®, assim como muitos outros esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), exerce um impacto negativo significativo sobre os níveis de colesterol no sangue, caracterizando a dislipidemia. Tipicamente, observa-se uma redução acentuada nos níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade, o "colesterol bom") e um aumento nos níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade, o "colesterol ruim"). Estudos e relatos de caso com usuários de EAA demonstram reduções drásticas no HDL, que podem ser superiores a 90% em alguns casos, e aumentos significativos no LDL. Este perfil lipídico aterogênico aumenta substancialmente o risco de desenvolvimento de aterosclerose (formação de placas nas artérias), doença arterial coronariana, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), especialmente com o uso crônico.

Ademais, a hipertensão arterial (pressão alta) configura-se como outro risco associado ao uso de Turinabol®. Embora este EAA não cause retenção hídrica significativa, um fator que contribui para a hipertensão com outros EAA aromatizáveis, o aumento da pressão arterial ainda é uma possibilidade, particularmente com o uso de doses elevadas ou em indivíduos com predisposição à hipertensão.

O uso crônico de EAA, incluindo o Turinabol®, também pode induzir alterações cardíacas sérias, como a hipertrofia ventricular esquerda. Esta condição afeta a principal câmara de bombeamento do coração e pode ser patológica, levando à diminuição da elasticidade do músculo cardíaco, disfunção diastólica (dificuldade de relaxamento e enchimento do ventrículo) e, eventualmente, insuficiência cardíaca. Além disso, o uso de EAA tem sido associado a um risco aumentado de arritmias cardíacas e morte súbita cardíaca. Um estudo em camundongos demonstrou que a combinação de esteroides anabolizantes (Dianabol® e Oral-Turinabol®) com exercício físico induziu hipertrofia leve dos miócitos cardíacos e prejudicou a adaptação microvascular do coração ao condicionamento físico, o que poderia comprometer o suprimento de oxigênio ao miocárdio.

Por fim, o aumento do hematócrito, conhecido como policitemia, é outra consequência relevante. Os EAA, por serem derivados da testosterona ou compostos com atividade androgênica, podem estimular a eritropoiese, que é a produção de glóbulos vermelhos na medula óssea. Isso leva a um aumento na contagem de glóbulos vermelhos e, consequentemente, no hematócrito (a proporção do volume sanguíneo ocupada pelos glóbulos vermelhos) e na viscosidade do sangue. Embora um aumento moderado possa ser visto como benéfico para o desempenho, devido à melhor capacidade de transporte de oxigênio, um aumento excessivo (policitemia) torna o sangue mais "grosso". Isso aumenta significativamente o risco de eventos tromboembólicos, como trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e acidente vascular cerebral isquêmico, sendo este um efeito colateral comum, porém frequentemente subestimado, de muitos EAA.

Efeitos colaterais de supressão de testosterona

O uso de Turinabol®, como qualquer EAA exógeno, leva à supressão da produção natural de testosterona pelo organismo (supressão do eixo hipotálamo-hipófise-testicular - HPTA). O corpo, ao detectar níveis elevados de andrógenos externos, reduz a secreção de hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo. Isso, por sua vez, diminui a liberação de hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH) pela glândula hipófise. O LH é o principal estímulo para as células de Leydig nos testículos produzirem testosterona.

A intensidade e a duração da supressão do eixo HPTA são dependentes da dose do EAA utilizado, da duração do ciclo de uso e da sensibilidade individual.

Após a interrupção do uso de Turinabol®, o organismo pode levar semanas, meses ou, em alguns casos, até mais tempo para restaurar completamente a função normal do eixo HPTA e a produção endógena de testosterona. Durante este período de recuperação, o indivíduo pode experimentar sintomas de hipogonadismo (baixos níveis de testosterona), como fadiga extrema, perda de libido, disfunção erétil, depressão, perda de massa muscular e dificuldade de concentração.

Na comunidade de usuários de EAA, a TPC (terapia pós-ciclo) é uma prática comum que visa acelerar a recuperação do eixo HPTA e minimizar os sintomas do hipogonadismo pós-ciclo. Geralmente envolve o uso de medicamentos como moduladores seletivos do receptor de estrogênio (SERMs), como o citrato de clomifeno ou o tamoxifeno. No entanto, é importante notar que a eficácia e os protocolos ideais de TPC no contexto do uso não médico de EAA carecem de estudos clínicos robustos e controlados. Além disso, os próprios medicamentos utilizados na TPC possuem seus próprios perfis de efeitos colaterais e riscos.

Efeitos colaterais androgênicos

Embora o Turinabol® tenha sido desenvolvido com o objetivo de apresentar uma androgenicidade relativamente baixa em comparação com a testosterona ou a metandrostenolona, ele ainda possui atividade androgênica intrínseca e pode causar efeitos colaterais androgênicos, especialmente com o uso de doses mais elevadas, ciclos prolongados ou em indivíduos com maior sensibilidade genética a esses efeitos:

  • Acne e pele oleosa: devido à estimulação das glândulas sebáceas.
  • Queda de cabelo (alopecia androgenética): em indivíduos com predisposição genética à calvície de padrão masculino, o Turinabol® pode acelerar ou agravar a perda de cabelo.
  • Aumento da agressividade e alterações de humor: efeitos sobre o sistema nervoso central podem levar a irritabilidade, agressividade aumentada ("roid rage") e instabilidade emocional.

Virilização em mulheres

Este é um dos riscos mais significativos e preocupantes do uso de Turinabol® por mulheres. Apesar de seu uso histórico em atletas femininas da Alemanha Oriental, muitas vezes em doses que seriam consideradas "baixas" para homens (por exemplo, 5-15 mg/dia), o Turinabol® é suficientemente androgênico para causar virilização (desenvolvimento de características masculinas) em mulheres, mesmo em doses utilizadas para performance. Os efeitos virilizantes podem incluir:

  • Engrossamento da voz: frequentemente irreversível.
  • Crescimento de pelos faciais e corporais (hirsutismo).
  • Aumento do clitóris (clitoromegalia): potencialmente irreversível.
  • Irregularidades menstruais ou amenorreia (ausência de menstruação).
  • Redução do tamanho dos seios.
  • Alterações na distribuição de gordura corporal (padrão masculino).
  • Aprofundamento da acne.

O uso de Turinabol® por mulheres é fortemente desaconselhado devido a esses riscos.

Efeitos colaterais estrogênicos

Nenhum colateral estrogênico direto. Conforme extensivamente discutido, o Turinabol® não aromatiza em estrogênio devido à sua estrutura química (substituição 4-cloro e dupla ligação C1-2). Portanto, ele não causa efeitos colaterais estrogênicos diretos, como ginecomastia, retenção hídrica significativa ou acúmulo de gordura induzido por estrogênio.

Algumas fontes anedóticas e fóruns de usuários relatam casos raros de ginecomastia leve com o uso isolado de Turinabol®. As explicações para tais ocorrências, caso sejam verídicas e não devidas a outros fatores, são especulativas. Poderiam envolver a contaminação do produto de laboratório clandestino (UGL) com outros esteroides aromatizáveis (por exemplo, metiltestosterona residual do processo de fabricação), uma afinidade direta muito fraca e clinicamente insignificante do Turinabol® pelo receptor de estrogênio, ou desequilíbrios eletrolíticos que podem mimetizar certos efeitos. No entanto, a farmacologia estabelecida do clorodehidrometiltestosterona puro indica ausência de aromatização e atividade estrogênica direta.

Efeitos colaterais diversos

  • Letargia e fadiga ("Tbol lethargy"): um efeito colateral frequentemente relatado de forma anedótica por usuários de Turinabol® é uma sensação pronunciada de letargia, cansaço e falta de energia. A base fisiopatológica exata para este efeito específico do Turinabol® não é bem compreendida cientificamente, mas pode estar relacionada a alterações neuroendócrinas, metabólicas ou mesmo ao estresse hepático.
  • Dores de cabeça.
  • Alterações de humor, irritabilidade, depressão, ansiedade: efeitos psicológicos podem variar consideravelmente entre indivíduos e são influenciados pela dose e duração do uso. Estudos de longo prazo com ex-atletas da Alemanha Oriental que foram submetidos a doping com EAA (incluindo Turinabol®) revelaram uma maior incidência de transtornos psicológicos, como depressão, neuroticismo e dificuldades de ajustamento social.
  • Danos renais (nefrotoxicidade): o uso de EAA, especialmente em combinação com dietas ricas em proteínas e outros suplementos, pode impor uma sobrecarga significativa aos rins, potencialmente levando a lesões renais agudas ou crônicas e declínio da função renal.
  • Supressão do sistema imunológico: alguns estudos e evidências sugerem que o uso de EAA pode modular negativamente a função do sistema imunológico, tornando o indivíduo mais suscetível a infecções.
  • Problemas de fertilidade: tanto em homens (devido à supressão do eixo HPTA e consequente redução da espermatogênese) quanto em mulheres (devido à disfunção ovariana e anovulação), o uso de Turinabol® pode levar a dificuldades de concepção ou infertilidade.

Pode haver consequências a longo prazo (exemplo dos atletas da RDA). O legado mais sombrio do Turinabol® é evidenciado pela miríade de problemas de saúde graves e crônicos enfrentados por ex-atletas da Alemanha Oriental que foram sistematicamente dopados com esta e outras substâncias. Estes problemas incluem uma incidência aumentada de certos tipos de câncer, doenças cardiovasculares prematuras, danos hepáticos persistentes, distúrbios ginecológicos e problemas de fertilidade em mulheres, danos ortopédicos devido ao treinamento excessivo sob o efeito de drogas, e transtornos psicológicos duradouros. A latência de muitos desses efeitos, manifestando-se anos ou décadas após a exposição, é particularmente preocupante e pode criar uma falsa sensação de segurança em usuários atuais que não experimentam problemas imediatos.

Superdosagem e uso indevido

A discussão sobre superdosagem de Turinabol® oral deve ser contextualizada pelo fato de que não existem doses terapêuticas estabelecidas para uso médico atual, e toda a utilização para fins de performance ou estéticos é considerada uso indevido e ilícito.

  • Superdosagem aguda: informações específicas e detalhadas sobre os efeitos de uma superdosagem aguda de Turinabol® são escassas na literatura científica formal. Isso se deve, em grande parte, à sua natureza como uma droga sem aprovação médica corrente e cujo uso ocorre predominantemente no mercado clandestino, fora de qualquer supervisão ou estudo controlado. No entanto, com base na farmacologia dos EAA C17-alfa-alquilados, é razoável inferir que uma ingestão excessiva e aguda de Turinabol® intensificaria a severidade e a incidência dos efeitos colaterais conhecidos. Poderiam ocorrer sintomas gastrointestinais agudos (náuseas, vômitos), manifestações de toxicidade hepática aguda, alterações neurológicas (dores de cabeça, tonturas, alterações de humor exacerbadas) e possivelmente desequilíbrios hidroeletrolíticos.
  • Uso indevido crônico: o uso indevido crônico de Turinabol®, caracterizado por ciclos repetidos, doses elevadas (frequentemente excedendo em muitas vezes as doses originalmente utilizadas no programa de doping da Alemanha Oriental, que já eram problemáticas) e/ou duração prolongada dos ciclos, é a forma mais comum de abuso e acarreta um aumento dramático no risco e na gravidade de todos os efeitos colaterais previamente mencionados. As principais preocupações com o uso crônico incluem:
    • Danos hepáticos graves e potencialmente irreversíveis: a exposição contínua do fígado a um agente C17-alfa-alquilado como o Turinabol pode levar a colestase crônica, peliose hepática (com risco de ruptura e hemorragia), desenvolvimento de adenomas hepáticos e, em casos extremos, carcinoma hepatocelular.
    • Complicações cardiovasculares sérias: a dislipidemia induzida pelo Turinabol® (redução do HDL, aumento do LDL) torna-se mais pronunciada e persistente com o uso crônico, acelerando o processo de aterosclerose. A hipertensão arterial pode se tornar crônica. Alterações estruturais no coração, como a hipertrofia ventricular esquerda, podem progredir, levando à insuficiência cardíaca e a um risco aumentado de eventos cardíacos fatais.
    • Supressão prolongada do eixo HPTA: o uso crônico pode levar a uma supressão do eixo HPTA que é mais profunda e de recuperação mais difícil, podendo resultar em hipogonadismo secundário persistente mesmo após a descontinuação do fármaco. Em alguns casos, a recuperação completa da produção endógena de testosterona pode não ocorrer, exigindo terapia de reposição hormonal a longo prazo.
    • Virilização pronunciada e irreversível em mulheres: com o uso crônico, os efeitos virilizantes em mulheres tornam-se mais severos e a probabilidade de irreversibilidade de alguns deles (como engrossamento da voz e clitoromegalia) aumenta significativamente.
    • Distúrbios psicológicos e comportamentais: o risco de desenvolver alterações de humor persistentes, depressão, ansiedade, comportamento agressivo e outros problemas psiquiátricos é exacerbado pelo uso crônico e em altas doses.

A percepção de que o Turinabol® é um esteroide "leve", possivelmente derivada das doses relativamente mais baixas (comparadas aos padrões atuais de fisiculturismo) utilizadas em algumas fases do programa da RDA, pode ser perigosamente enganosa. As doses frequentemente relatadas no uso recreativo moderno são consideravelmente mais altas, e os riscos aumentam proporcionalmente com a dose e a duração da exposição.

Contraindicações

Dado que o Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona) não possui atualmente nenhuma indicação médica aprovada e sua produção farmacêutica foi descontinuada, seu uso para fins de performance ou estéticos é, por definição, contraindicado do ponto de vista médico e legal. As contraindicações listadas abaixo são baseadas nos riscos conhecidos dos esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), especialmente os C17-alfa-alquilados, e seriam aplicáveis caso a substância fosse considerada para uso terapêutico legítimo.

As contraindicações absolutas para o uso de Turinabol® incluiriam:

  • Doença hepática preexistente: qualquer condição hepática ativa ou crônica, como hepatite viral ou autoimune, cirrose, insuficiência hepática, colestase intra-hepática, ou histórico de tumores hepáticos. A alta hepatotoxicidade do Turinabol® (devido à sua estrutura C17-alfa-alquilada) exacerbaria severamente qualquer patologia hepática existente.
  • Câncer de próstata ou mama masculino (conhecido ou suspeito): os EAA são hormônios androgênicos e podem estimular o crescimento de tumores dependentes de andrógenos, como o câncer de próstata em homens e, raramente, o câncer de mama masculino.
  • Gravidez e amamentação: o uso de Turinabol® durante a gravidez é absolutamente contraindicado devido ao alto risco de virilização do feto feminino (desenvolvimento de características sexuais masculinas). A substância é classificada como Categoria X de Risco na Gravidez na Austrália, indicando que estudos em animais ou humanos demonstraram anormalidades fetais ou há evidência de risco fetal, e os riscos envolvidos no uso da droga em gestantes claramente superam quaisquer potenciais benefícios. Não se sabe se o Turinabol ou seus metabólitos são excretados no leite materno, mas devido aos potenciais efeitos adversos no lactente, seu uso durante a amamentação também é contraindicado.
  • Hipersensibilidade: alergia ou hipersensibilidade conhecida à clorodehidrometiltestosterona ou a qualquer um dos excipientes que pudessem estar presentes em uma formulação farmacêutica (embora, no contexto do mercado clandestino, a composição exata e a pureza dos produtos sejam desconhecidas e não controladas).
  • Doença cardíaca grave: indivíduos com doença cardíaca significativa, como insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial coronariana instável, histórico recente de infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral, ou arritmias cardíacas graves, não devem utilizar Turinabol® devido aos seus potenciais efeitos adversos cardiovasculares, incluindo dislipidemia, hipertensão e cardiotoxicidade direta.
  • Doença renal grave (insuficiência renal): a excreção de metabólitos de EAA e a potencial sobrecarga proteica associada ao seu uso podem agravar doenças renais preexistentes ou levar à nefrotoxicidade.
  • Crianças e adolescentes (exceto em indicações médicas extremamente específicas e controladas, o que não se aplica ao Turinabol®): o uso de EAA em crianças e adolescentes pode causar o fechamento prematuro das epífises ósseas, resultando em interrupção do crescimento e baixa estatura final. Além disso, pode induzir virilização precoce em meninos e meninas, e ter outros efeitos adversos no desenvolvimento físico e psicológico.

É fundamental reiterar que, para além destas condições médicas específicas, a principal contraindicação ao uso de Turinabol® no contexto atual é sua ausência de aprovação médica, a origem de fontes não regulamentadas (laboratórios clandestinos) com pureza e dosagem desconhecidas, e os riscos inerentes à saúde que, no uso não médico, invariavelmente superam quaisquer supostos benefícios estéticos ou de performance.

Precauções e advertências

O uso de Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona) fora de um contexto médico aprovado (que atualmente não existe) carrega consigo uma série de riscos e perigos que exigem extrema cautela. As seguintes precauções e advertências são cruciais:

  • Natureza ilícita e riscos inerentes ao uso não médico: o Turinabol® é uma substância controlada e proibida para fins de melhoria de desempenho esportivo ou estéticos na maioria dos países. Seu uso para tais finalidades é ilegal e expõe o indivíduo a riscos significativos à saúde, além de possíveis sanções legais e esportivas. Não existe dose considerada "segura" para uso não médico.
  • Hepatotoxicidade severa: dada a sua estrutura C17-alfa-alquilada, o Turinabol® é intrinsecamente hepatotóxico. Mesmo em ciclos curtos, pode causar elevação de enzimas hepáticas. O uso prolongado ou em altas doses aumenta exponencialmente o risco de danos hepáticos graves, como colestase, peliose hepática e tumores. O monitoramento da função hepática (TGO/AST, TGP/ALT, GGT, fosfatase alcalina, bilirrubinas) antes, durante e após qualquer ciclo de uso é uma prática de redução de danos, mas não elimina o risco fundamental de lesão.
  • Riscos cardiovasculares significativos: o Turinabol® pode afetar adversamente a saúde cardiovascular através de múltiplos mecanismos, incluindo dislipidemia (redução do HDL, aumento do LDL), potencial hipertensão arterial, aumento do hematócrito (levando à policitemia e aumento da viscosidade sanguínea) e possíveis efeitos diretos no músculo cardíaco. É crucial monitorar o perfil lipídico, a pressão arterial e o hemograma completo.
  • Limitação da duração do ciclo: devido primariamente à hepatotoxicidade, os ciclos com EAA orais C17-alfa-alquilados, como o Turinabol, são geralmente limitados por usuários experientes a um período máximo de 6 a 8 semanas. Exceder essa duração aumenta desproporcionalmente os riscos de efeitos adversos graves.
  • Evitar uso concomitante com outras substâncias nocivas: o risco de danos hepáticos é significativamente aumentado se o Turinabol® for usado concomitantemente com outras substâncias hepatotóxicas, incluindo (mas não se limitando a) álcool, outros esteroides orais C17-alfa-alquilados, paracetamol em doses elevadas e certos medicamentos antifúngicos ou antibióticos. Da mesma forma, deve-se evitar a combinação com substâncias que possam agravar os riscos cardiovasculares.
  • Supressão da produção endógena de testosterona: o uso de Turinabol® levará à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-testicular (HPTA), resultando na diminuição ou cessação da produção natural de testosterona. A recuperação completa pode ser demorada e, em alguns casos, incompleta. A terapia pós-ciclo (TPC) é uma prática comum entre usuários para tentar acelerar essa recuperação, mas sua eficácia e segurança no contexto do uso ilícito de EAA não são totalmente comprovadas por estudos científicos robustos.
  • Riscos psicológicos e comportamentais: usuários devem estar cientes do potencial para alterações de humor, aumento da agressividade, irritabilidade, ansiedade, depressão ou letargia.5 Em caso de manifestações psicológicas adversas, o uso deve ser interrompido e, se necessário, deve-se procurar ajuda profissional.
  • Pureza, dosagem e contaminação de produtos do mercado clandestino: uma advertência crítica refere-se à origem dos produtos. Como o Turinabol® farmacêutico legítimo não está mais disponível, toda a oferta provém de laboratórios clandestinos (UGLs). Estes produtos não são submetidos a nenhum controle de qualidade ou fiscalização por agências regulatórias. Consequentemente, há um risco significativo de que os comprimidos contenham:
    • Subdosagem: menor quantidade do princípio ativo do que o rotulado.
    • Superdosagem: maior quantidade do princípio ativo, aumentando os riscos.
    • Outros fármacos não declarados: presença de outros esteroides, medicamentos ou substâncias desconhecidas.
    • Contaminantes: impurezas, metais pesados ou substâncias tóxicas resultantes de processos de fabricação inadequados. Estes fatores aumentam drasticamente a imprevisibilidade dos efeitos e os perigos associados ao uso de Turinabol® obtido no mercado negro.

O monitoramento laboratorial, embora praticado por alguns usuários como forma de redução de danos, não deve ser interpretado como uma garantia de segurança. Ele pode detectar danos após o seu início, mas não previne a toxicidade inerente de substâncias como o Turinabol®, especialmente quando a pureza e a dosagem do produto são desconhecidas. Trata-se, na melhor das hipóteses, de uma estratégia de minimização de riscos, e não de uma salvaguarda completa.

Monitoramento médico essencial

A discussão sobre "monitoramento médico essencial" no contexto do Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona) é complexa, pois não existem indicações médicas aprovadas para seu uso em performance ou estética, e sua produção farmacêutica foi descontinuada. Portanto, qualquer uso para esses fins ocorre fora do âmbito da prática médica legítima e ética.

Idealmente, o uso de qualquer esteroide anabolizante androgênico (EAA) C17-alfa-alquilado, como o Turinabol®, deveria ser estritamente evitado fora de contextos de pesquisa clínica altamente controlados e aprovados por comitês de ética – cenários que não se aplicam ao uso recreativo ou para melhoria de desempenho.

No entanto, reconhecendo a realidade do uso não médico e ilícito, alguns indivíduos podem tentar realizar um "automonitoramento" ou buscar orientação de profissionais que atuam na periferia da medicina convencional. Este automonitoramento frequentemente envolve a realização de exames laboratoriais periódicos, como:

  • Função hepática: dosagem de transaminases (ALT/TGP, AST/TGO), gama-glutamil transferase (GGT), fosfatase alcalina (FA) e bilirrubinas (total, direta e indireta).
  • Perfil lipídico: dosagem de colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol e triglicerídeos.
  • Hemograma completo: para avaliar contagem de glóbulos vermelhos, hematócrito, hemoglobina, leucócitos e plaquetas.
  • Função renal: dosagem de ureia e creatinina.
  • Níveis hormonais: dosagem de testosterona total e livre, LH (hormônio luteinizante), FSH (hormônio folículo-estimulante) e, em alguns casos, estradiol (embora o Turinabol® não aromatize, outros compostos em um "stack" podem).

É crucial e imperativo ressaltar que o automonitoramento não elimina riscos. A realização desses exames não torna o uso de Turinabol® seguro. Os exames podem detectar alterações ou danos após o seu início, mas não previnem a toxicidade inerente da substância, especialmente quando obtida de fontes não regulamentadas (UGLs) com pureza e dosagem incertas.

Esse automonitoramento também não substitui acompanhamento médico profissional. A interpretação de resultados de exames e a gestão de efeitos colaterais por indivíduos leigos ou profissionais não qualificados para lidar com o abuso de EAA podem ser inadequadas, perigosas e levar a um falso senso de segurança.

Há um paradoxo do "uso responsável" ilícito. O conceito de "uso responsável" ou "monitoramento médico" no contexto do uso ilícito de substâncias como o Turinabol® é um paradoxo. Enquanto algumas práticas de redução de danos (como a realização de exames) podem ser observadas em comunidades de usuários, elas operam fora do sistema médico legítimo e não podem replicar a segurança, a supervisão e o arcabouço ético dos tratamentos médicos aprovados para condições de saúde reconhecidas. O verdadeiro monitoramento médico ocorre sob prescrição, para indicações aprovadas, com produtos farmacêuticos de qualidade controlada.

Em suma, não há "monitoramento médico essencial" que legitime ou torne seguro o uso não terapêutico de Turinabol®. A única recomendação médica e de saúde pública verdadeiramente essencial é a não utilização desta e de outras substâncias anabolizantes para fins estéticos ou de performance.

Interações medicamentosas

A informação específica e detalhada sobre interações medicamentosas envolvendo o Turinabol® oral (clorodehidrometiltestosterona) é limitada na literatura científica formal. Isso se deve, em grande parte, à sua descontinuação como produto farmacêutico aprovado e ao seu uso predominante no mercado ilícito, onde estudos formais de interação não são conduzidos. No entanto, com base na farmacologia geral dos esteroides anabolizantes androgênicos (EAA), especialmente aqueles com estrutura C17-alfa-alquilada, e nos princípios gerais de interações medicamentosas, podem-se antecipar algumas interações potenciais significativas:

  • Anticoagulantes orais (ex: varfarina): os EAA, de forma geral, podem aumentar a sensibilidade do organismo aos anticoagulantes orais cumarínicos. Isso ocorre porque os EAA podem diminuir os fatores de coagulação dependentes da vitamina K e/ou aumentar a afinidade do anticoagulante pelo seu receptor. Consequentemente, o uso concomitante de Turinabol® com varfarina ou outros anticoagulantes orais pode potencializar o efeito anticoagulante, elevando o risco de sangramentos (hemorragias). É crucial um monitoramento rigoroso do Tempo de Protrombina (TP) e da Razão Normalizada Internacional (RNI) caso essa combinação seja inevitável (embora, no contexto do Turinabol, o uso seja sempre não médico).
  • Hipoglicemiantes orais e insulina: os EAA podem influenciar o metabolismo da glicose, podendo, em alguns casos, melhorar a tolerância à glicose ou aumentar a sensibilidade à insulina. Em pacientes diabéticos que utilizam hipoglicemiantes orais (como sulfonilureias, metformina) ou insulina, a administração concomitante de Turinabol® poderia, teoricamente, levar a uma hipoglicemia. Portanto, um ajuste na dosagem dos medicamentos antidiabéticos pode ser necessário, exigindo monitoramento cuidadoso dos níveis de glicose no sangue.
  • Outras substâncias hepatotóxicas: esta é uma das interações mais críticas. O Turinabol® é um composto C17-alfa-alquilado e, como tal, possui um potencial significativo de hepatotoxicidade. O uso concomitante de Turinabol® com outros medicamentos ou substâncias que também são conhecidas por serem tóxicas para o fígado aumenta sinergicamente o risco de lesão hepática grave. Exemplos de substâncias hepatotóxicas incluem (mas não se limitam a):
    • Outros esteroides anabolizantes orais C17-alfa-alquilados (ex: metandrostenolona, oximetolona, estanozolol).
    • Consumo excessivo de álcool.
    • Paracetamol (acetaminofeno) em doses elevadas ou uso crônico.
    • Certos antibióticos (ex: isoniazida, rifampicina, algumas sulfonamidas).
    • Certos antifúngicos (ex: cetoconazol, fluconazol em altas doses).
    • Metotrexato e outros quimioterápicos. A combinação de Turinabol® com qualquer uma dessas substâncias deve ser evitada devido ao risco aumentado de hepatite medicamentosa, colestase, ou outras formas de dano hepático.
  • Corticosteroides (glicocorticoides):  o uso concomitante de EAA com corticosteroides (ex: prednisona, dexametasona) pode aumentar o risco de desenvolvimento de edema (retenção de líquidos) e agravar a retenção de sódio e água. Embora o Turinabol em si não cause retenção hídrica significativa por não aromatizar, esta interação pode ser relevante se outros fatores predisponentes ao edema estiverem presentes.
  • Medicamentos que afetam o perfil lipídico: o Turinabol® já possui um impacto negativo conhecido no perfil lipídico (redução do HDL, aumento do LDL). A combinação com outros fármacos que também podem alterar desfavoravelmente os níveis de colesterol (como alguns diuréticos tiazídicos, certos betabloqueadores não seletivos, ou progestágenos androgênicos) pode exacerbar a dislipidemia, aumentando ainda mais o risco cardiovascular.
  • Inibidores ou indutores de enzimas hepáticas (sistema citocromo P450): o metabolismo específico do Turinabol® pelas isoenzimas do citocromo P450 (CYP450) não é extensivamente detalhado nas fontes fornecidas para fins de interações medicamentosas clássicas. No entanto, um estudo indicou que enzimas mitocondriais do citocromo P450 (CYP11B1, CYP11B2) são capazes de metabolizar o Turinabol®, enquanto as hidroxilases esteroidais microssomais não o converteram. Isso sugere uma via metabólica que pode ser menos suscetível a interações com inibidores ou indutores das principais enzimas CYP microssomais (como CYP3A4, CYP2D6). Contudo, não se pode descartar completamente a possibilidade de que fármacos que modulem significativamente o sistema CYP450 hepático ou outras vias metabólicas possam alterar a concentração plasmática do Turinabol® e, consequentemente, sua eficácia e/ou toxicidade.

Devido à ausência de estudos formais de interação medicamentosa com o Turinabol® (dado seu status ilícito e descontinuação farmacêutica), muitas das potenciais interações são extrapoladas do conhecimento da classe dos EAA e de princípios farmacológicos gerais. Isso significa que os usuários que combinam Turinabol® com outros medicamentos (prescritos ou não) estão, em grande medida, navegando por esses riscos com informação incompleta e potencialmente se expondo a interações perigosas e imprevisíveis. A mistura de Turinabol® com drogas de abuso, como a cocaína, também é relatada como intensificadora de efeitos colaterais e riscos à saúde.

Ciclos comuns

As informações apresentadas nesta seção referem-se a padrões de uso relatados na comunidade de fisiculturismo e por atletas para fins de melhoria de desempenho, e não constituem uma recomendação ou endosso. Tal uso é ilegal na maioria das jurisdições, proibido em competições esportivas e acarreta riscos significativos à saúde.

Administração

O Turinabol® é administrado na forma de comprimidos orais.

A meia-vida de eliminação do Turinabol® é de aproximadamente 16 horas. Com base nisso, a dose diária total é frequentemente administrada de uma só vez. No entanto, alguns usuários optam por dividir a dose diária em duas tomadas (por exemplo, uma pela manhã e outra à noite) na tentativa de manter níveis sanguíneos mais estáveis ao longo do dia. A necessidade farmacocinética estrita dessa divisão para um composto com meia-vida de 16 horas é discutível, mas é uma prática comum entre usuários que buscam minimizar flutuações percebidas nos efeitos ou efeitos colaterais.

Administração em homens (contexto de performance)

As dosagens de Turinabol® relatadas no uso para performance variam consideravelmente, dependendo da experiência do usuário com EAA, seus objetivos e tolerância individual.

  • Iniciantes (relativo ao uso de EAA): doses comuns para indivíduos que estão começando a usar Turinabol® (ou EAA em geral) geralmente variam de 20mg a 40mg por dia.
  • Usuários intermediários/experientes: doses podem aumentar para uma faixa de 40mg a 60mg por dia. Alguns relatos anedóticos em fóruns e comunidades online mencionam doses de até 80-100mg por dia por usuários muito avançados ou em contextos competitivos de alto nível. É importante notar que as doses originais farmacêuticas da Jenapharm eram de 1mg e 5mg por comprimido, e mesmo no programa de doping da Alemanha Oriental, as doses diárias recomendadas, embora significativas (até 50mg/dia em alguns casos), podem ser menores do que as doses extremas vistas em alguns círculos de fisiculturismo hoje. O aumento da dose está diretamente correlacionado com um aumento significativo no risco de hepatotoxicidade e outros efeitos colaterais.

Devido à considerável hepatotoxicidade do Turinabol® (sendo um EAA C17-alfa-alquilado), os ciclos de uso são geralmente limitados a um período máximo de 6 a 8 semanas. Estender o uso além desse período aumenta substancialmente o risco de danos hepáticos e outros efeitos adversos.

O Turinabol® é frequentemente utilizado em combinação com outros esteroides anabolizantes (prática conhecida como "stacking") para potencializar os resultados ou modular o perfil de efeitos.

Embora menos comum para usuários experientes (que geralmente preferem uma base de testosterona injetável), o Turinabol® pode ser usado como único EAA em um ciclo, especialmente por iniciantes que buscam ganhos moderados de massa magra e força com uma percepção de menores efeitos colaterais visíveis (ex: um ciclo de 30-40mg/dia por 6 semanas).

Como agente de "kickstart" (arranque rápido)

  • Objetivo: iniciar os ganhos de força e massa magra rapidamente nas primeiras semanas de um ciclo que utiliza esteroides injetáveis de ação mais longa. Isso ocorre enquanto se espera que os injetáveis atinjam seus níveis ótimos no sangue.
  • Como usar: adiciona-se Turinabol® nas primeiras 4 a 6 semanas do ciclo de injetáveis.

Em ciclos de "cutting" (definição muscular)

  • Objetivo: ajudar a preservar a massa muscular magra e a força durante períodos de restrição calórica, enquanto promove uma aparência muscular mais "dura", "seca" e definida, devido à ausência de retenção hídrica.
  • Como usar: pode ser adicionado durante todo o ciclo de cutting ou nas fases finais para "polimento".
    • Exemplo de stack para cutting com Turinabol®:
      • Semanas 1-8: propionato de testosterona - 100mg DSDN (dia sim, dia não) (para base hormonal).
      • Semanas 1-8 (ou últimas 6-8 semanas): Turinabol® oral - 30mg a 40mg por dia.
      • Semanas 1-8 (opcional): propionato de drostanolona (Masteron®) - 100mg DSDN (para dureza adicional e efeito anti-estrogênico leve) OU enantato de metenolona (Primobolan® Depot) 400-600mg/semana (para preservação de massa com baixo risco androgênico/estrogênico).

Como único oral em ciclos leves ou para iniciantes (menos comum)

  • Objetivo: obter ganhos moderados de força e massa magra com um perfil de efeitos colaterais percebido como mais "suave" (sem efeitos estrogênicos diretos).
  • Como usar: Turinabol® como o principal agente anabólico, geralmente sem outros EAA orais.
    • Exemplo: Turinabol® oral - 30mg a 50mg por dia, por 6 a 8 semanas.

Mesmo usado "sozinho", o Turinabol® ainda suprime a produção natural de testosterona, exigindo uma base de testosterona exógena para a maioria dos homens ou uma TPC rigorosa.

Administração em mulheres

Fortemente desaconselhado e inerentemente perigoso.

Apesar do seu uso documentado em atletas femininas no programa de doping da Alemanha Oriental, muitas vezes em doses que seriam consideradas baixas para os padrões masculinos (por exemplo, 5-15mg por dia, conforme sugerido no texto original e apoiado por referências que mencionam as dosagens farmacêuticas originais de 1mg e 5mg), o risco de virilização (desenvolvimento de características masculinas) é significativo e, em muitos casos, os efeitos são irreversíveis.

Os efeitos virilizantes podem incluir:

  • engrossamento da voz (frequentemente permanente);
  • crescimento excessivo de pelos faciais e corporais (hirsutismo);
  • aumento do clitóris (clitoromegalia, que também pode ser permanente);
  • acne severa;
  • irregularidades ou ausência do ciclo menstrual (amenorreia);
  • alopecia de padrão masculino (queda de cabelo).

Embora existam outros EAA que são considerados por alguns como tendo um risco de virilização relativamente "menor" para mulheres (como oxandrolona ou Primobolan® em doses muito baixas e controladas), nenhum EAA é completamente isento de riscos de virilização e outros efeitos colaterais para o público feminino. O Turinabol®, dadas as evidências históricas e seu perfil androgênico, não é uma escolha segura ou recomendável para mulheres que desejam evitar esses efeitos.

Terapia pós-ciclo (TPC)

A TPC é considerada uma prática essencial pela maioria dos usuários de EAA após a conclusão de um ciclo de Turinabol® (especialmente se usado isoladamente ou em combinação com outros EAA supressores do eixo HPTA). O objetivo da TPC é auxiliar na restauração da produção endógena de testosterona o mais rapidamente possível e mitigar os sintomas associados ao estado de hipogonadismo que se segue à interrupção do uso de EAA.

Protocolos de TPC comumente relatados por usuários (de forma anedótica, pois não há protocolos médicos aprovados para esta finalidade) frequentemente envolvem o uso de moduladores seletivos do receptor de estrogênio (SERMs), como o citrato de clomifeno (Clomid®) e/ou o citrato de tamoxifeno (Nolvadex®). Estes fármacos atuam estimulando a liberação de LH e FSH pela hipófise, o que, por sua vez, sinaliza aos testículos para retomarem a produção de testosterona.

O momento de início da TPC depende dos EAA utilizados no ciclo. Para esteroides orais de meia-vida curta como o Turinabol® (aproximadamente 16 horas), a TPC geralmente é iniciada poucos dias após a última dose do esteroide. Se combinado com esteroides injetáveis de ésteres longos, a TPC só deve começar após a depuração desses compostos de ação mais prolongada do organismo.

É importante ressaltar que, embora a TPC seja uma prática difundida na comunidade de usuários de EAA, sua real eficácia, os protocolos ótimos e a segurança a longo prazo dos próprios medicamentos utilizados na TPC (que são usados off-label para esta finalidade) carecem de estudos científicos robustos, controlados e especificamente desenhados para o contexto da recuperação do eixo HPTA após o uso ilícito de EAA. Grande parte do conhecimento sobre TPC é baseada na extrapolação de usos médicos legítimos desses fármacos para outras condições (como infertilidade ou tratamento de câncer de mama) ou em experiências anedóticas compartilhadas entre usuários. A supressão do HPTA é um efeito fisiológico real e problemático do uso de EAA, mas as "soluções" de TPC adotadas pela comunidade de usuários são, em grande medida, empíricas e não isentas de seus próprios riscos.

AVISO: CONSULTE UM MÉDICO ANTES DE TOMAR QUALQUER MEDICAMENTO. As informações apresentadas neste site não substituem prescrição médica personalizada. O conteúdo postado é meramente informativo. Os textos publicados por Cláudio Chamini foram manipulados por IA e podem conter alucinações. Os textos do Dr. Thiago Carneiro não sofreram manipulação.

Referências

  • Anabolics (William Llewellyn);
  • Hormônios no Fisiculturismo (Dudu Haluch);
  • Esteróides Anabólico Androgênicos (Lucas Caseri);
  • Endocrinologia Feminina e Andrologia (Ruth Clapauch);
  • PubChem / NCBI Databases.

Nomes de referência: Tbol, Turbolic, Turinoid, Torinabolos.

Vídeos relevantes

Indisponível.

Links relevantes

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