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Oxandrolona (Anavar®)

Saiba tudo sobre oxandrolona (Anavar®): como ciclar, efeitos colaterais, para que serve e mais


Tabela resumida
Princípio ativo: Oxandrolona
Nome comercial mais conhecido: Anavar®
Família: derivados de dht (diidrotestosterona)
Forma: oral
Meia-vida: 9 horas
Anabolismo (hipertrofia):
Androgenia (masculinização):
Estrogenismo (feminilização):
Hepatoxidade:
Efeito lipolítico (queima de gordura):
Retenção hídrica:
Distúrbios psicológicos:
Disponibilidade (acesso no mercado):
Preço (custo):

Introdução

Oxandrolona é um esteroide anabolizante oral derivado da diidrotestosterona (DHT). Ele foi projetado para ter uma separação muito forte de efeito anabólico e androgênico, e nenhuma atividade estrogênica ou progestacional significativa.

Como ela é uma forma modificada de diidrotestosterona, apresenta as seguintes diferenças:

  • adição de um grupo metil no carbono 17-alfa para proteger o hormônio durante a administração oral;
  • substituição do carbono-2 no anel A por um átomo de oxigênio.

A oxandrolona é o único esteroide comercialmente disponível com tal substituição em sua estrutura de anel básico, uma alteração que aumenta consideravelmente a força anabólica do esteroide (em parte tornando-o resistente ao metabolismo pela 3-hidroxiesteróide desidrogenase no tecido do músculo esquelético).

A oxandrolona é conhecida por ser bastante suave no que diz respeito aos esteroides orais, bem feita para a promoção de força e ganhos de tecido muscular de qualidade sem efeitos colaterais significativos.

Miligrama por miligrama, exibe até seis vezes a atividade anabólica da testosterona em testes laboratoriais, com significativamente menos androgenicidade.

Esta droga é a favorita de fisiculturistas em dieta e atletas competitivos em esportes de desempenho anaeróbio/velocidade, eis que sua tendência é para promover ganho de tecido muscular puro (sem retenção de gordura ou água) e se encaixa bem com os objetivos desejados por esses atletas.

A oxandrolona foi descrita pela primeira vez em 1962. Ela foi empregada num medicamento vários anos depois, pela gigante farmacêutica G.D. Searle & Co., que agora se chama Pfizer.

A droga foi vendida nos Estados Unidos e na Holanda sob o nome comercial Anavar®.

A Searle também vendeu/licenciou o medicamento sob diferentes nomes comerciais, incluindo Lonavar® (Argentina, Austrália), Lipidex® (Brasil), Antitriol® (Espanha), Anatrophill® (França) e Protivar®.

A oxandrolona foi projetada para ser um anabolizante oral extremamente suave, que poderia até ser usado com segurança por mulheres e crianças.

Nesse sentido, o laboratório Searle parece ter conseguido sucesso nesse projeto, pois, a droga Anavar® demonstrou um alto grau de sucesso terapêutico e de tolerabilidade em homens, mulheres e crianças.

Durante seus primeiros anos, o Anavar® foi oferecido para uma série de aplicações terapêuticas. Dentre elas estão:

  • promoção do crescimento do tecido magro durante a doença catabólica;
  • promoção do crescimento do tecido magro após cirurgia, trauma, infecção e administração prolongada de corticosteroides;
  • suporte de densidade óssea em pacientes com osteoporose.

Na década de 1980, o FDA refinou ligeiramente as aplicações aprovadas de oxandrolona para incluir a promoção do ganho de peso após cirurgia, infecção crônica, trauma ou perda de peso sem razão fisiopatológica definida.

Apesar de seu histórico contínuo de segurança, Searle decidiu interromper voluntariamente a venda de Anavar® em 1 de julho de 1989. As vendas atrasadas e a crescente preocupação do público sobre o uso atlético de esteroides anabolizantes pareciam estar na raiz dessa decisão.

Com a marca Anavar® fora do mercado, a oxandrolona desapareceu completamente das farmácias americanas.

Logo depois, os produtos da oxandrolona nos mercados internacionais (muitas vezes vendidos pela Searle ou sob licença) também começaram a desaparecer, à medida que o principal fabricante global da droga continuava se retirando do mercado de esteroides anabolizantes.

Por vários anos, durante o início dos anos 1990, parecia que o Anavar® estava em seu caminho para fora do comércio para sempre.

A oxandrolona voltou ao mercado dos EUA seis anos depois. O produto voltou às prateleiras das farmácias em dezembro de 1995, desta vez com o nome Oxandrin®, da Bio-Technology General Corp. (BTG).

O BTG continuaria a vendê-lo para usos aprovados pela FDA envolvendo preservação de massa magra, mas também recebeu o status de medicamento órfão para o tratamento de perda massa magra em consequência da AIDS, hepatite alcoólica, síndrome de Turner em meninas e retardo constitucional de crescimento e puberdade em meninos.

O status de medicamento órfão deu ao BTG um monopólio de 7 anos sobre o medicamento para esses novos usos, permitindo-lhes proteger um preço de venda muito alto. Muitos pacientes ficaram indignados ao saber que o medicamento custaria a eles (no preço de atacado) entre US$ 3,75 e US$ 30 por dia, o que era muito mais caro do que o Anavar, que havia saído do mercado há apenas alguns anos.

O lançamento de um comprimido de 10 mg do Oxandrin® da BTG, vários anos depois, não reduziu o custo relativo da droga.

O Oxandrin® continua a ser vendido nos EUA, mas agora está sob o rótulo Savient® (anteriormente conhecido como BTG).

É atualmente aprovado pelo FDA para “terapia adjuvante para promover ganho de peso após perda de peso após cirurgia extensa, infecções crônicas ou trauma grave e em alguns pacientes que sem razões fisiopatológicas definidas não conseguem ganhar ou manter o peso normal, para compensar o catabolismo da proteína associado à administração prolongada de corticosteroides e para o alívio da dor óssea que freqüentemente acompanha a osteoporose.”

Versões genéricas do medicamento já estão disponíveis nos EUA, o que reduziu o preço da terapia com oxandrolona. Fora dos EUA, a oxandrolona permanece disponível, embora não amplamente.

No Brasil, está legalmente presente nas farmácias de manipulação.

A oxandrolona está disponível em mercados selecionados de medicamentos para humanos. A composição e dosagem podem variar de acordo com o país e o fabricante. A droga Anavar® original continha 2,5 mg de esteroide por comprimido. A droga Oxandrin contém 2,5 mg ou 10 mg por comprimido. Outras marcas modernas geralmente contêm 2,5 mg, 5 mg ou 10 mg de esteroide por comprimido.

Para que serve (efeitos esperados)

Como já descrito no tópico acima, pela administração da oxandrolona são esperados ganhos musculares sem retenção de gordura ou de água e baixos efeitos androgênicos.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais serão apresentados como estrogênicos, androgênicos e de supressão de produção endógena (natural) de testosterona.

Efeitos colaterais estrogênicos

A oxandrolona não é aromatizada pelo corpo e não é mensuravelmente estrogênica. A oxandrolona também não oferece atividade progestacional relacionada.

Não é necessário usar antiestrogênio duarante a administração deste esteroide, pois, a ginecomastia não deve ser uma preocupação, mesmo entre indivíduos sensíveis.

Como o estrogênio é o culpado usual na retenção de água, a oxandrolona, em vez disso, produz uma aparência magra e de qualidade para o físico, sem retenção excessiva de líquidos subcutâneos.

Isso o torna um esteroide favorável para uso durante os ciclos de cuting, quando a retenção de água e gordura são as principais preocupações dos atletas de fisiculturismo.

A oxandrolona também é muito popular entre os atletas de esportes de força/velocidade, como corrida, natação e ginástica.

Em tais modalidades esportivas, geralmente, não se deseja carregar excesso de peso de água e pode-se considerar que o crescimento muscular bruto (massa magra) gerado pela oxandrolona é bastante favorável em relação aos ganhos de massa de qualidade inferior, própria dos agentes esteroidais aromatizáveis.

Efeitos colaterais androgênicos

Embora classificada como um esteroide anabolizante, os efeitos colaterais androgênicos são possíveis pelo uso da oxandrolona.

O colaterais androgênicos podem incluir episódios de:

  • pele oleosa;
  • acne;
  • crescimento de pêlos faciais e corporais.

Os esteroides anabólicos/androgênicos também podem agravar a queda de cabelo de padrão masculino.

As mulheres podem sofrer potenciais efeitos virilizantes pelo uso da oxandrolona. Isso pode incluir:

  • engrossamento da voz;
  • irregularidades menstruais;
  • mudanças na textura da pele;
  • crescimento de pelos faciais;
  • aumento do clitóris.

Apesar de tais efeitos androgênicos serem possíveis pela administração da oxandrolona, ela é um esteroide com menor atividade androgênica com relação a outros esteroides, tais como testosterona, metandrostenolona ou fluoximesterona.

A baixa atividade androgênica da oxandrolona se deve em parte ao fato de ela ser um derivado da diidrotestosterona.

Isso cria um esteroide menos androgênico porque o agente não tem a capacidade de interagir com a enzima 5-alfa redutase e se converter em uma forma "di-hidro" mais potente.

Isso é diferente da testosterona, que é várias vezes mais ativa em tecidos-alvo responsivos a andrógenos, como couro cabeludo, pele e próstata (onde a 5-alfa redutase está presente em grandes quantidades), devido à sua conversão em DHT.

Em essência, a oxandrolona tem um nível de potência mais equilibrado entre o músculo e os tecidos-alvo androgênicos. Esta é uma situação semelhante à observada com Primobolan e Winstrol, que também são derivados da dihidrotestosterona e não são conhecidas por serem substâncias muito androgênicas.

Efeitos colaterais supressão de testosterona

Os esteroides anabólicos-androgênicos, quando tomados por tempo e em doses suficientes para promover o ganho muscular, suprimem a produção endógena de testosterona.

A oaxandrolona não é exceção a esta regra.

Num estudo científico, homens HIV+ fizeram uso de 20 mg ou 40 mg de oxandrolona por dia, por doze semanas, e isso causou uma redução de aproximadamente 45% nos níveis de testosterona sérica.

Outro grupo tomou 80 mg por dia, por doze semanas, e experimentou uma diminuição de 66% na produção endógena (natural) de testosterona.

Tendências semelhantes de diminuição foram observadas na produção de LH, com as doses de 20 mg e 40 mg por dia causando uma redução de 25-30%, e com doses de 80 mg por dia causando um declínio de mais de 50%.

Além disso, estudos em meninos com puberdade retardada demonstraram supressão significativa de LH endógeno e testosterona com apenas 2,5 mg por dia.

Sem a intervenção de substâncias estimulantes de produção natural de testosterona, os níveis normais de sua produção pelo organismo normalmente retornam ao normal entre  1 a 4 meses após a secessão da droga.

O hipogonadismo hipogonadotrófico prolongado (carência na produção endógena de testosterona) pode se desenvolver secundário se houver abuso de esteroides, não sendo retomada a produção natural pelo corpo após o término do uso das drogas esteroides, sendo necessária intervenção médica.

Ciclos comuns

Administração em homens:

As diretrizes de prescrição originais do Anavar® exigiam uma dosagem diária entre 2,5 mg e 20 mg por dia (5-10 mg sendo o mais comum).

Isso geralmente era recomendado por um período de duas a quatro semanas, mas ocasionalmente era prescrita a droga por até três meses.

As diretrizes de dosagem recomendadas com a forma de produção atual do medicamento nos EUA (Oxandrin®, Savient Pharmaceuticals) também prescrevem entre 2,5 e 20 mg de medicamento por dia, tomados em ciclos intermitentes de 2 a 4 semanas.

A dosagem usual para propósitos de melhoria física ou de desempenho está na faixa de 15-25 mg por dia, tomada por 6 a 8 semanas. Esses protocolos não estão muito distantes daqueles de situações terapêuticas normais.

A oxandrolona costuma ser combinada com outros esteroides para um resultado mais expressivo.

Por exemplo, para se aumentar ainda mais o volume muscular, pode-se optar por adicionar entre 200 mg a 400 mg de um éster de testosterona (cipionato, enantato ou propionato) por semana.

O resultado esperado é um ganho considerável de nova massa muscular, com um nível menor de retenção de água e de gordura em comparação com ciclos planejados apenas com testosterona e em doses mais altas.

Para aumento de definição muscular, pode-se combinar alternadamente a oxandrolona com um esteroide não aromatizante, como 150 mg por semana de um éster de trembolona ou entre 200 mg a 300 mg de Primobolan® Depot (enantato de metenolona).

Essas pilhas são altamente favorecidas para aumentar a definição e muscularidade.

Uma combinação intermediária entre ganho de volume muscular e ganho de definição pode ser pelo uso da oxandrolona com 200 mg a 400 mg de um composto de baixa aromatização (estrogênio), como Deca-Durabolin® (decanoato de nandrolona) ou Equipoise® (undecilenato de boldenona).

Administração em mulheres:

As diretrizes de prescrição originais para Anavar® não ofereciam recomendações de dosagem diferentes para mulheres, embora tenha sido indicado que mulheres que estavam grávidas, ou possam engravidar, não devem usar o medicamento.

As diretrizes atuais para Oxandrin® também não fazem recomendações especiais de dosagem para mulheres.

Mulheres que temem os efeitos masculinizantes (androgênicos) dos esteroides podem ficar menos preocupadas pelo uso da oxandrolona, uma vez que essas propriedades são raramente vistas com doses baixas.

Para propósitos de melhoria física ou de desempenho, uma dosagem diária de 5 mg a 10 mg pode proporcionar um crescimento considerável sem efeitos colaterais androgênicos de outras drogas.

O ciclo de uso deve se limitar a 4 a 6 semanas de administração da droga.

Mulheres em busca de volume muscular rápido podem adicionar outro anabolizante ao ciclo, como Winstrol, Primobolan ou Deca-Durabolin® (decanoato de nadrolona). Quando a oxandrolona é combinada com tais anabolizantes pelas mulheres, os efeitos de construção muscular são mais rápidos e pronunciados. Porém, pode aumentar a probabilidade de efeitos colaterais androgênicos (ou hepatotoxicidade no caso do Winstrol®).

AVISO: CONSULTE UM MÉDICO ANTES DE TOMAR QUALQUER MEDICAMENTO. As informações apresentadas neste site não substituem prescrição médica personalizada. O conteúdo postado é meramente informativo.

Referências

  • Anabolics (William Llewellyn);
  • Hormônios no Fisiculturismo (Dudu Haluch);
  • Esteróides Anabólico Androgênicos (Lucas Caseri);
  • Endocrinologia Feminina e Andrologia (Ruth Clapauch).

Nomes de referência: Anavar®, Lonavar® (Argentina, Austrália), Lipidex® (Brasil), Antitriol® (Espanha), Anatrophill (França) e Protivar®, 17β-hydroxy-17α-methyl-2-oxa-5α-androstan-3-one.

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