Estudo de caso: dor no ombro
Um paciente com 30 anos se queixa de dor no ombro há 3 (três) meses. O diagnóstico clínico foi de bursite subacromial e tendinopatia de supraespinhal. O paciente foi submetido a tratamento tradicional de fisioterapia e não teve melhora significativa.
Em avaliação cinética funcional (avaliação fisioterapêutica), o paciente apresentou protração do ombro esquerdo, rotação interna do úmero esquerdo, abdução e rotação interna da escápula, acentuado aumento da lordose cervical (evidenciados na foto 1).
Durante a palpação, o paciente apresenta dor e contraturas nos músculos peitoral maior e menor, redondo maior, e grande dorsal, além de falha funcional nos romboides.
Percebemos uma reação em cadeia que vem acentuando a dor e levando a posições antálgicas de fixação, reduzindo a mobilidade em cada momento (progressivamente?).
Trata a dor ou a causa da dor?
A causa da dor sempre deve ser identificada, apesar de ser evidente que o tratamento isolado dos processos inflamatórios instalados não elimina a causa. No caso descrito, optou-se por se iniciar o atendimento com a técnica de liberação miofascial, fazendo o ajuste.
A diferença fica evidente quando são comparadas as fotos 1 e 2:
Será que se parando o tratamento por aqui temos a solução do problema? Definitivamente não!
Liberação miofascial cura a enfermidade?
Fazer ajustes, seja através da liberação miofascial, da quiropraxia ou qualquer outra técnica não resolve. Também não resolve fazer apenas a intervenção no processo inflamatório, seja com eletroterapia ou medicamentos, e até mesmo com intervenção cirúrgica.
O corpo é um todo e deve ser tratado como um todo. O paciente não é um ombro, não é uma liberação miofascial, não é um “estralo”. Ele é um ser humano que tem uma história por detrás da sua dor.
E também não adianta comprar um colchão magnético. O corpo deve ser tratado de forma global. E, dessa forma, podem ser restabelecidos os movimentos em harmonia com esse ajuste no corpo.
O que gera a dor no ombro?
A causa do problema ou da dor pode ser um reflexo da forma como o paciente dorme, da postura durante o trabalho, ou de diversos outros fatores.
Como tratar afinal?
O tratamento é fisioterapêutico. Nós, fisioterapeutas, não fazemos liberação miofascial, não usamos ventosas e não ganchamos o paciente de forma aleatória para aparecermos "bonitinhos" no Instagram e para sermos admirados por leigos (e sermos motivo de piada entre os entendidos).
Não usamos essas técnicas por sermos a modinha da vez, mas por serem ferramentas de uma causa muito maior, que é o reestabelecimento da saúde de quem precisa e nos procura.
Como visto, o tratamento do corpo deve ser feito de forma global, com o acompanhamento de diversos profissionais e com a investigação completa da causa da dor. Quando a origem da dor é identificada, podem ser adotadas as medidas que podem solucionar a dor definitivamente.
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