Na prática do exercício físico contínuo alguns participantes apresentam um novo distúrbio: a vigorexia. Esta surge quando não se utiliza o exercício físico como um meio para levar uma vida mais saudável. A obtenção do corpo musculoso se converte entre meios e fins. (Silva et al, 2010 apud Kauffmann, 2009).
Também conhecida como Dismorfia Muscular e Anorexia Nervosa Reserva, a Vigorexia foi recentemente descrita como uma variação da desordem dismórfica corporal e enquadra-se entre os transtornos dismórficos corporais (TDC) (Camargo et al, 2008 apu Chung, 2001).
Os indivíduos acometidos pela Vigorexia freqüentemente se descrevem como fracos e pequenos, quando na verdade apresentam musculatura desenvolvida em níveis acima da média da população masculina, caracterizando uma distorção da imagem corporal. Segundo Sismon et al, 2008 apud assunção (2002), além de estar associada a prejuízos sociais, ocupacionais, recreativos e em outras áreas do funcionamento do individuo, a dismorfia muscular é também um fator de risco para o abuso de esteróides anabolizantes.
Além do uso de esteróides estarem associado a problemas tanto físicos quanto psiquiátricos, outras conseqüências podem ser vistas neste transtorno. A utilização excessiva de pesos durante os exercícios sobrecarrega os ossos, tendões, músculos e articulações, principalmente dos membros inferiores.
A prevalência da vigorexia afeta com maior freqüência homens entre 18 e 35 anos, mas pode também ser observada em mulheres, sendo expressa por fatores socioeconômicos, emocionais, fisiológicos, cognitivos e comportamentais. O nível socioeconômico destes pacientes é variado, mas geralmente é mais freqüente na classe média baixa (Camargo et al, 2008 apud Alonso, 2006; GRIEVE, 2007).
Um dos principais fatores de alterações da percepção da imagem corporal é a imposição, pela mídia e pela sociedade, de um padrão corporal considerado o ideal ao qual associam o sucesso e a felicidade (COSTA et al, 2007 apud CONTI et al, 2005). O que pode levar o aluno a priorizar apenas a estética e a qualidade de vida é deixada de lado, o que é extremamente negativo.
Segundo SISMON et al (2008 apud ASSUNÇÃO, 2002), não há descrição do tratamento para vigorexia, em sua maior parte, práticas são “emprestadas” do tratamento de quadro correlatos e não devem ser entendidas como definitivas. Da mesma forma que indivíduos com transtornos alimentares, os indivíduos com vigorexia dificilmente procuram tratamento, pois através dos métodos propostos geralmente acarretarão perda da massa muscular.
Sendo assim, é importante que os profissionais da área de educação física fiquem atentos a alguns sintomas que podem apontar a vigorexia como: o uso de suplementos alimentares e anabolizantes e colocar o treino físico em primeiro plano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, T. P. P et alii. Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem corporal. Revista brasileira de psicologia do esporte v.2 n.1 São Paulo jun. 2008
SILVA, L. V. et alii A VIGOREXIA COMO REFLEXO DA CONTEMPORANEIDADE: UMA ANÁLISE DOS ALUNOS DAS ACADEMIAS DE RIO GRANDE-RS. Rio Grande do Sul, 2011.
SISMON, J. M; FIGUEIREDO, S. H; ROCHA, C. M; GARCIA, A. B. Compulsão e exercício físico: um problema para o Educador Físico. Revista Digital - Buenos Aires –n.119 – Abr/2008. Disponível em < '>
CAMARGO, T. P. P et alii. Distúrbios da imagem corporal e transtornos
alimentares em atletas e praticantes de atividade física. Revista Digital - Buenos Aires - n.114 – Nov/2007. Disponível em <
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