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O mais importante Esteroide Anabolizante Androgênico é a Testosterona.

A Testosterona é uma substancia lipídica derivada do Colesterol1.

O ciclo de produção da Testosterona se inicia com o Colesterol, e esse após de várias passagens de Oxidação dá origem à Pregnenolona1. Eu já havia aqui no passado colocado o processo de conversão do Colesterol em Testosterona, mas seria bom repetir nesse texto de agora:

Colesterol->Pregnenolona->DHEA->Androstenediol->Testosterona

A Testosterona é designada como anabolizante ou esteroide anabólico-androgênico(EAA)

Tanto a mulher quanto o homem, possuem Testosterona, e a Testosterona é o hormônio produzido nos homens pelas células de Leydig nos testículos, e na mulher ela é produzida em pequenas quantidades nos ovários, e pode ser sintetizado pelo córtex da supra-renal em ambos os sexos2.

Os testículos produzem a maior parte da Testosterona no homem e, produzem também só que em quantidades menores, o DHEA e o androstenediol, e também quantidades muito pequenas de DHT.

Entre os esteroides androgênicos produzidos pela supra-renal, podemos também destacar o DHEA e a Androstenediona. Todos eles depois serão convertidos em Testosterona no Fígado2,3.

Um homem adulto saudável, tem a sua concentração plasmática de testosterona que varia de 300 a 1.000ng/dl e com uma taxa de produção diária entre 2,5 e 11mg3.

Hoje virou moda em sites de Musculação e fórums de Fisiculturismo no Brasil, dizerem sobre a ligação da Testosterona à proteína Plasmática SHBG, mas não é apenas dessa forma que isso ocorre.

Toda substancia ou fármaco circulante na corrente sanguínea, tem uma parte ligada a uma Proteína Plasmática.

No caso da Testosterona cerca de 40% da Testosterona circulante liga-se a uma proteína plasmática chamada "proteína ligante do hormônio sexual"(SHBG), mais ou menos 2% estão livres, sendo que o restante associado à albumina e outras proteínas plasmáticas3. Portanto a Testosterona não se liga somente ao SHBG como colocam algumas pessoas que escrevem sobre o assunto na Internet.

A Testosterona tem a sua parcela Andrógena e Anabólica, e ambas tem suas funções específicas, segundo Ghaphery,1995:

Anabólica:

- Aumento da Massa Muscular Esquelética;

- Aumento de Hemoglobina, Hematócrito e Eritrócitos(Glóbulos Vermelhos);

- Aumento da Retenção de Nitrogênio e Síntese Proteica;

- Redução dos Estoques de Gordura Corporal.

Androgênica:

- Crescimento do Pênis em determinado período da vida do homem;

- Espessamento das cordas vocais;

- Aumento da Libido;

- Aumento da produção das Glândulas Sebáceas(que pode estar associado ao aparecimento de acne);

- Aumento de pelos no corpo e barba;

- Padrão masculino dos pelos pubianos.

Os Esteroides Anabolizantes Androgênicos tem inúmeras formas sintéticas que foram criadas para fins Terapêuticos, e podemos citar algumas: Nandrolona, Estanozolol, Oximetolona, Trembolona, Boldenona, Drostanolona entre outras...

Todos os Anabolizantes que conhecemos, foram de uma certa forma derivados de outros, tirando as duas substâncias "pai", a Testosterona e a Diidrotestosterona(DHT)12.

Podemos citar alguns exemplos:

- A Nandrolona é um derivado da Testosterona, e é muito semelhante à Testosterona na sua estrutura, onde houve uma adição de um átomo de carbono na posição 19, e daí se originou o seu outro nome, a 19-nortestosterona12.

- Já a Trembolona é uma forma modificada de Nandrolona, e difere apenas por uma alteração estrutural nos carbonos 9 e 11, e a droga resultante dessa modificação é significativamente mais potente como Anabolizante e como Andrógeno se comparado à Nandrolona13.

Existem outros casos de Anabolizantes derivados da Diidrotestosterona(DHT), onde podemos citar a Oxandrolona e o Estanozolol12.

Todas essas formas sintéticas, possuem suas parcelas Anabólica e Androgênica, pois não tem como dissociar uma parcela da outra e criar uma forma sintética apenas Anabólica ou apenas Andrógena.

O que se verifica nesses Anabolizantes Sintéticos que citamos acima, é que eles se diferem em suas quantidades Andrógenas e Anabólicas.

Com isso podemos creditar alguns dos colaterais dos Anabolizantes, que podemos citar o caso das mulheres, onde não seria interessante administrar Anabolizantes com perfil androgênico muito elevado, por problemas de virilização e de alterações drásticas no estado de humor5.

A administração de Anabolizantes em mulheres acarreta alterações masculinizantes, devido a parcela andrógena do Anabolizante, que são conhecidos como virilização, e são semelhantes às observadas na puberdade masculina, e esses efeitos virilizantes indesejados podem ser relatados como mudanças no tom da voz e hipertrofia de clítoris entre outros, que dependendo do caso, alguns desses efeitos se tornam irreversíveis12.

Outros colaterais podem ocorrer na mulher, como amenorreia(parada da menstruação), acne, oleosidade da pele e aumento de pelos no corpo e na face e calvíce3,6,7,8,9.

Não dá para quantificar como uma determinada mulher poderá agir com relação à virilização, pois isso acaba sendo muito individual de cada uma, pois pode haver virilização reversível ou não em mulheres usando 30mg de Estanozolol, enquanto outras com 30mg de Estanozolol não teriam essa Virilização.

A virilização com Estanozolol é bem discutida e alguns apontam que essa virilização poderia ser maior em mulheres do que o esperado se considerado apenas a parcela andrógena do Estanozolol, e isso devido ao fato da inibição do SHBG que o Estanozolol aponta em algumas pesquisas na sua versão oral4.

Os efeitos colaterais em homens podemos citar a ginecomastia, oligospermia(diminuição na produção de espermatozoides) durante o uso e pós ciclo também, falta de produção endógena natural de Testosterona durante e após o ciclo, falta de libido e ereção durante e após o ciclo, onde no pós ciclo por ocasionar queda na performance física e mental e diminuição da massa muscular pós ciclo12.

Em ambos os sexos podemos ter problemas relativos à sobrecarga hepática quando utilizados Anabolizantes 17aa(Oxandrolona, Dianabol, Estanozolol, Oximatolona), casos de depressão pós ciclo e problemas relativos ao colesterol12.

Diminuição do crescimento na puberdade pode também ocorrer, por causar o fechamento das epífises ósseas, acarretando diminuição final do crescimento por conseqüência do amadurecimento ósseo precoce9,10.

Aumento da pressão arterial durante o uso em ambos os sexos no caso de Anabolizantes com tendência a retenção hídrica12.

Problemas cardíacos a longo prazo como espessamento da parede do miocárdio, que pode diminuir o potencial de bombeamento do sangue do coração, podem ocorrer11.

Portanto é interessante a pessoas conhecer esses colaterais antes de pensar em usar um Anabolizante.

Elaborado por Mestre fórum FISIculturismo

Referências:

1 .Handelsman DJ. Androgen action and pharmacologic uses. In: De Groot LJ, Jameson JL, editors. Endocrinology. Philadelphia: Saunders, 2001

2. Smith EL, Hill RL, Lehman IR, Lefkowitz RJ, Handler P, White A. Bioquímica: mamíferos. 7a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985.

3. Hardman JG, Gilmann AG, Linbird LE, editors. Godman and Gilman's. The pharmacological basis of therapeutics. New York: McGraw-Hill, 1996.

4 - Sex hormone-binding globulin response to the anabolic steroid stanozolol: Evidence for its suitability as a Biological androgen sensitivity test. G Sinnecker, S Kohler. Journal of Clin Endo Metab. 68: 1195,1989.

5 -  Corrigan B. Anabolic steroids and the mind. Med J Aust 1996 6 - Rang HP, Dale MM, Ritter JM. Farmacologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997

7 - Strauss RH, Liggett MT, Lanese RR. Anabolic steroid use and perceived effects in ten weight-trained women athletes. JAMA 1985

8 - Council on Scientific Affairs. Drug abuse in athletes: anabolic steroids and human growth hormone. JAMA 1988

9 - De Rose EH, Nóbrega ACL. Drogas lícitas e ilícitas. In: Ghorayeb N, Barros TO. Exercício. São Paulo: Atheneu, 1999

10 - Catlin DH, Murray TH. Performance-enhancing drugs, fair competition, and Olympic sport. JAMA 1996

11 - Di Belo V, Giorgi D, Bianchi M, Bertini A, Caputo MT, Valenti G, et al. Effects of anabolic-androgenic steroids on weight-lifters' myocardium: an ultrasonic videodensitometric study. Med Sci Sports Exerc 1999.

12 - William Llewellyn’s, Anabolics E-Book Edition 2011.

13 - Unique steroid congeners for receptor studies. Ojasoo, Raynaud. Cancer Research 38 (1978):4186-98.


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