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Agachamento: Breve Relato do Exercício Resistido


Agachamento: Breve Relato do Exercício Resistido

Treino de força, ou treino resistido, é o mesmo que a realização sistematizada daquele exercício que envolva movimento dinâmico e/ou estático contra alguma resistência (halter, máquina ou próprio corpo) para qualquer grupamento muscular(1-4). E para melhorar diversas metodologias e compreensão de respostas e ativações musculares, em treinamentos resistidos, considera-se o método mais utilizado a Eletromiografia de Superfície (EMGs), que desde 1940 é utilizada para verificar ativação, torque e fadiga muscular(5).

E o presente relato, abordará um exercício muito polêmico dentro dos ginásios de treinamento, principalmente em academias, que é o Agachamento. Inúmeros conceitos vêm sendo empregado à execução dos exercícios que agacham, mesmo quando diversos desses sem base ou evidência alguma. No entanto, verifica-se que tais conceitos, não passam de “intuições místicas”, das quais jamais foram analisadas ou estudadas.

Consta entre os leigos, alguns levantamentos ridículos quanto ao uso de tal exercício e o surgimento de problemas no joelho, coluna, dores, etc. Portanto, quando recorremos as respostas cientificamente testadas com tal movimento, nada se encontra, confirmando ainda mais que tais levantamentos não passam de falácias. Pois, podemos perceber que quanto ao joelho, estudos realizados (6) evidenciam que o agachamento pode ser considerado mais seguro que a cadeira extensora, e não obstante a caminhada(7). Quanto a dores na coluna, estudo realizado com lutadores, levantadores basista e um grupo controle, verificaram que o grupo dos basistas apresentavam menor incidência de lombalgias quando comparados ao outros grupos( 8 ).

Outra questão muito bem descrita pela literatura é de que o agachamento profundo, não traz malefício para nenhuma estrutura, quer seja óssea, articular ou muscular, muito pelo contrário, mostra-se muito mais eficiente quanto aos resultados benéficos(9). E para completar, outro assunto que ainda perdura dentro das academias, é de que no momento da execução do exercício, o alinhamento do joelho, não pode passar o dos pés, e quando se recorre à literatura sobre tal assunto, encontra-se literalmente o contrário, que este fator de tentar limitar o movimento natural do corpo, evitando que o joelho passe naturalmente, este sim atrapalha na ativação articular e capacidade motora da execução(10), acarretando distribuição anormal das cargas.

Portanto, fica cristalino entender que o exercício de agachamento além de não apresentar dano algum ao sistema musculoesquelético, pode auxiliar de maneira significativa no desenvolvimento e manutenção de diversas aptidões físicas. Podendo também contribuir para o emagrecimento de maneira saudável, assim como qualquer treino que seja desenvolvido utilizando como base exercícios contra resistência(11).

ANÁLISE DO MOVIMENTO

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Imagem do Próprio autor. Coleta do Grupo de Pesquisa Biomecânica do Movimento Humano (UGF/RJ, 2013).

O exercício de agachamento faz movimento de Flexão de quadril e joelhos (fase excêntrica) e Extensão também de quadril e joelho na fase concêntrica. Ficando assim simples de listar a musculatura primária envolvida, pois, o motor principal da extensão de joelho é o quadríceps, e motor primário da extensão de quadril é o glúteo(12). Mas, embora seja tão evidente, ainda existem alguns desinformados, que passam tal exercício dizendo que a ênfase é quadríceps, e que o glúteo trabalha menos “pega pouco”. O que a partir de agora se pode ter certeza que é um mito. Ainda para completar, Segundo Esquerdo (2010) podemos listar a musculatura secundária (isquiopoplíteos, lombares, paravertebrais, adutores, gastrocnêmios) e Antagonista (Psoas, ilíacos, e Sartório).

REFERÊNCIAS

1. Fleck SJ, Kraemer WJ. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Artmed; 2006.

2. Fleck SJ, Kraemer WJ. Otimizando o treinamento de força: programas de periodização nã linear. Brarueri: Manole; 2009.

3. Santarem JM. Musculação em todas idades: começe a praticar antes que seu médico recomende. Barueri: Manole; 2012.

4. Marques Junior NK, Silva Filho JN. Treino de força para o karateca do estilo Shotokan especialista no Kumite. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. 2013;7(41):506-33.

5. de Sá Ferreira A, Guimarães FS, Silva JG. Aspectos metodológicos da eletromiografia de superfície: Considerações sobre os sinais e processamentos para estudo da função neuromuscular. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. 2010;31(2).

6. Escamilla RF. Knee biomechanics of the dynamic squat exercise. Medicine and science in sports and exercise. 2001;33(1):127-41.

7. Kvist J, Gillquist J. Sagittal plane knee translation and electromyographic activity during closed and open kinetic chain exercises in anterior cruciate ligament-deficient patients and control subjects. The American journal of sports medicine. 2001;29(1):72-82.

8. Granhed H, Morelli B. Low back pain among retired wrestlers and heavyweight lifters. The American journal of sports medicine. 1988;16(5):530-3.

9. CATERISANO A, MOSS RE, PELLINGER TK, WOODRUFF K, LEWIS VC, BOOTH W, et al. The effect of back squat depth on the EMG activity of 4 superficial hip and thigh muscles. The Journal of Strength & Conditioning Research. 2002;16(3):428-32.

10. Fry AC, Smith JC, Schilling BK. Effect of knee position on hip and knee torques during the barbell squat. The Journal of Strength & Conditioning Research. 2003;17(4):629-33.

11. Silva Filho JN. Treinamento de força e seus benefícios voltados para um emagrecimento saudável. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. 2013;7(40):329-38.

12. Uchida MC. Manual de musculação: uma abordagem teórico-prática ao treinamento de força: Phorte; 2006.

Imagens anexadas

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