Para que possamos compreender os aspectos neurais do treinamento, se faz necessário relembrar conceitos básicos da fisiologia. O primeiro se ao conceito de aspectos neurais, este, compreende a inter-relação e comunicação entre o sistema nervoso central (SNC), medula espinhal, músculos, órgão tendinoso de golgi e fuso muscular. Esses dois últimos proprioceptores musculares tem as seguintes funções(MARRIEB,2009):
1. Fusos Neuromusculares: informam o córtex sobre o comprimento da fibra muscular e sua velocidade de alteração.
2. Órgão Tendinoso de Golgi: informam o córtex sobre a tensão nos tendões e sobre a velocidade de alteração da tensão.
São essas adaptações neurais que explicam, por exemplo, o aumento de força em crianças e mulheres na ausência da hipertrofia. Que para Simão (2003) os efeitos mais notáveis no treinamento de força são o aumento da própria força e o aumento no tamanho do músculo(Hipertrofia muscular).
A Hipertrofia é uma adaptação decorrente do treinamento, contribuindo assim para o aumento que ocorre na força posteriormente ao treinamento. Esse aumento após vários anos de treinamento é determinado pela habilidade do atleta em continuar respondendo ao treinamento pelo aumento do tamanho do músculo. Os iniciantes tendem a contrair vários músculos que deveriam estar relaxados ou com uma discreta contração, como no caso dos antagonistas. Porém isso não ocorre devido a realização de uma nova aprendizagem de um gesto motor(movimento), o qual Costiil e Wilmore(2001) denominou de engramas,quando você aprende uma nova habilidade motora, os períodos iniciais de prática exigem uma intensa concentração.
À medida que você se familiariza com a habilidade, você acha que não é preciso se concentrar tanto. Finalmente, quando você aperfeiçoa essa habilidade, ela pode ser realizada sem nenhum ou com pouco esforço. Como se chega a esse ponto? Chega-se através dos padrões motores armazenados no Encéfalo, denominado de programas motores.
Isto significa dizer que todas às vezes que modificamos o exercício, o implemento utilizado, ou o grau de execução do movimento ocorre uma nova aprendizagem pelo sistema nervoso. Por isso, é muito comum nos alunos iniciantes acharem a carga leve, esse período de adaptação neural que dura em média 10 a 12 semanas, só após esse período e que inicia a hipertrofia muscular.
Há uma grande importância do sincronismo dos músculos participantes- Agonista, antagonista, sinergista,- na sua ativação. Algumas unidades motoras de alto limiar de recrutamento são utilizadas quando uma pessoa faz um esforço voluntário máximo em desempenhar a contração. Daí vem a dificuldade dos alunos iniciantes em contrair os músculos agonistas adequadamente.
E como é uma nova habilidade, esse sincronismo leva certo tempo. Em indivíduos extremamente treinados, ocorre o mesmo. Estes alcançam um platô no qual não consegue mais resultados e/ou crescimento muscular, é nesse momento que a variação de exercícios oferece grandes ganhos neural que irão promover o aumento da força muscular e por conseqüência posteriormente a hipertrofia. Porém o rendimento máximo de um músculo necessita mais do que o recrutamento de todas as unidades motoras(UM). Quando o SNC recruta uma UM pode ativa-lá em diferentes frequências, essa depende do número de impulsos nervosos(excitação) por segundo que as fibras de uma UM recebem de seus motoneurônios. As UM de alto limiar de recrutamento podem ser ativadas a uma velocidade de 10 a 60 impulsos/segundos(COSTILL E WILMORE,2001).
Sendo assim, a partir de hoje, se for treinar e você tem mais de dois anos de treinos em musculação, procure varia a ordem do exercício ou o implemento, caso não esteja conseguindo mais resultados. Funcionaria mais ou menos assim: Se você faz um supino reto com barra, depois um inclinado e por último um declinado, na próxima sessão faça com halteres na outra utilize os cabos(polia) e depois reinicie com a barra, você terá três treinos com modelos de recrutamento diferentes, embora cinesiologicamente não ocorra modificações, fisiologicamente haverá adaptações.
REFERÊNCIAS
MARIEB, E.N. & HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia. 1ª.ed., Ed. Artmed,Porto Alegre, 2009.
SIMÃO, R. Fundamentos fisiológicos para o treinamento de força e potência. São Paulo: Phorte, 2003.
WILLMORE, J. H, COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício 2ª edição, São Paulo, ed Manole, 2001.
Comentários Destacados
Crie uma conta ou entre para comentar
Você precisar ser um membro para fazer um comentário
Criar uma conta
Crie uma conta 100% gratuita!
Crie uma nova contaEntrar
Já tem uma conta? Faça o login.
Entrar agora