O físico ideal: ciência revela o percentual de gordura corporal que as mulheres preferem em homens
O que torna o corpo masculino atraente? Essa pergunta tem gerado inúmeras teorias e debates, muitos deles baseados em suposições e experiências pessoais. No entanto, a ciência tem investigado essa questão, e as descobertas mostram que a preferência feminina por um corpo masculino não é um mistério, mas sim um padrão evolutivo e de saúde bem definido.
Uma pesquisa aprofundada confirmou que os argumentos apresentados no vídeo, baseados em um estudo científico, são precisos e bem fundamentados. O ideal não é ser o mais magro nem o mais musculoso, mas sim encontrar um ponto de equilíbrio.
O ponto de equilíbrio: o estudo de Fan Xia
Uma pesquisa foi de fato conduzida por Fan Xia e colaboradores, publicada na renomada revista Personality and Individual Differences. O estudo, que analisou a preferência de mulheres da China, Lituânia e Reino Unido, chegou a uma conclusão surpreendente e consistente: a atratividade masculina atinge seu pico quando o percentual de gordura corporal está entre 13% e 14,2%.
A pesquisa utilizou imagens de densitometria (DXA) de homens com percentuais de gordura confirmados e pediu que as participantes os classificassem por atratividade. O estudo revelou que a atratividade diminui drasticamente para corpos com pouca gordura (abaixo de 8%) e também para corpos com percentuais mais elevados (acima de 20%). A "zona de ouro" de 13% a 14,2% foi consistentemente a mais bem avaliada.
Por que a preferência faz sentido?
A ciência por trás dessa preferência é multifacetada e se baseia em argumentos de saúde, evolução e psicologia.
1. Saúde e aptidão
De um ponto de vista de saúde, um percentual de gordura corporal de 13% a 14,2% é considerado ideal para a maioria dos homens. Ele representa um equilíbrio entre ter reservas de energia e ser atlético. Ser extremamente magro (abaixo de 8%) pode indicar desnutrição ou um estado insalubre, enquanto um percentual de gordura muito alto está associado a uma série de riscos para a saúde, como doenças cardiovasculares e diabetes. A preferência feminina, portanto, se alinha a um indicador de saúde e longevidade.
2. Vantagem evolutiva: o físico formidável
O estudo de Fan Xia e outras pesquisas corroboram a teoria evolutiva de que as mulheres preferem parceiros que demonstrem aptidão física e capacidade de proteção. Um físico com 13% de gordura corporal, especialmente para homens que treinam, é um corpo com massa muscular visível e pouca gordura. Pesquisas mostram que a força e a musculatura são os indicadores mais consistentes de sucesso reprodutivo em homens, mais até do que a masculinidade facial. Esse corpo não é apenas saudável; ele projeta uma imagem de força e capacidade atlética, características que seriam altamente valorizadas em um contexto de sobrevivência.
3. O paradoxo da aparência extrema
Há uma questão fascinante: por que alguns homens extremamente magros e musculosos, como fisiculturistas no palco, relatam receber muita atenção, mesmo que o ideal médio não seja esse? A pesquisa psicológica explica esse fenômeno como o "Paradoxo da Atração".
Isso ocorre porque a expressão de um traço extremo (como um percentual de gordura de 5% ou 6%) é muito mais rara do que a preferência por esse traço. Mesmo que apenas uma pequena porcentagem de mulheres prefira um físico hiper-definido, a raridade e o "status" desse visual podem fazer com que esses homens recebam atenção desproporcional. Essa atenção atípica pode criar a falsa impressão de que a preferência por esse físico é universal.
Uma observação final
Embora o estudo de Fan Xia utilize imagens estáticas, que podem não capturar a realidade de um encontro, a pesquisa mostra que as classificações de atratividade feitas a partir de fotos e vídeos são altamente correlacionadas. Isso sugere que os resultados do estudo são robustos e válidos.
Em conclusão, a pesquisa é cientificamente sólida. O físico que as mulheres preferem não é uma ilusão, mas uma combinação de saúde, força e equilíbrio. Para a maioria dos homens, o ideal não está em um extremo, mas sim na saudável "zona de ouro" que é, de fato, a mais atraente.
Fontes de consulta
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