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Avaliação Física: Pra Quê?


Demetrius Brandão
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Avaliação Física: Pra Quê?

 

Certa vez escutei essa pergunta de um colega que estava concluindo o seu curso de graduação em educação física e estava iniciando o treinamento para uma competição de modelagem física (fisiculturismo), perguntei: Você já fez avaliação antes de iniciar o teu programa? Ele respondeu: Avaliar para quê? Imagino o quanto distante da realidade fora o treinamento dele e de muitos outros que desprezam a avaliação física e uma reavaliação do treinamento. Para justificar, discorremos alguns autores que corroboram e estudam o treinamento físico e a fisiologia nas diversas modalidades. 
    
No cenário atual da atividade física, o profissional de Educação Física encontra algumas questões que possibilitam formatizar um trabalho criterioso e respaldado nos princípios da cientificidade. Dentre estas questões faz-se importante saber que: a)A estimativa precisa da composição corporal constitui um componente importante em um programa abrangente de aptidão física; B) a importância da avaliação do aluno ou atleta para a elaboração e montagem de um programa de treinamento, Katch & McArdle (2003)e Carnaval (2000). Carnaval (2000, pág.17) cita “A Antropometria é uma ciência que vem se desenvolvendo desde os antigos egípcios e hindus, os quais já possuíam a curiosidade de medir seus corpos, empregando partes do corpo como unidade de medida, como o dedo médio, o polegar, o pé e etc.”.  “Antropometria é a ciência que estuda e avalia as medidas de tamanho, peso, e proporções corporais do ser humano”, (FERNANDES FILHO,1999, pág17). Apresenta informações valiosas no que se refere a predição e estimação de vários componentes corporais de sedentários ou atletas no crescimento, desenvolvimento e envelhecimento,(POLLOCK,1993). Torna-se necessário, de acordo com os referidos autores a realização do estudos antropométricos para que se possa planejar um treinamento baseado nas necessidades do cliente/atleta.
    
A Antropometria com suas variáveis serve como fator de avaliação para o treinamento físico, como medidas de perímetro diâmetro e etc. Onde, através desta, pode-se saber o atual estado físico do avaliado e qual a evolução que o mesmo obteve com o treinamento. Bompa (2000) e Fernandes (1999), consideram importante definir, antes de iniciarmos um treinamento, além da condição física e dos testes neuromusculares, a predição da massa corporal gorda e magra. Desta forma podemos averiguar, antes e após o período de treinamento, os resultados obtidos com este.
   
Sendo assim, como se pode averiguar o efeito do treinamento sem uma prévia avaliação? Como se pode saber se há aumento de massa magra, redução da massa gorda se não se sabia como estava antes do treino? Como se pode saber a evolução obtida no treinamento sem a realização de uma reavaliação? Começa-se a compreender que é imprescindível uma avaliação física com os protocolos adequados ao avaliado, e com testes adequados ao treinamento a ser realizado. Só para avaliação da composição corporal existem mais de 42 protocolos que vão desde crianças com cor de peles diferentes até idosos, de universitários até adultos, de atletas comuns até paraplégicos. Além do mais, são necessários ainda os parâmetros neuromusculares de flexibilidade, força e resistência de abdômen, membro superior e inferior, além da condição cardiovascular. Se possível, deve-se acompanhar também uma avaliação clínica e nutricional. Na clínica, faz-se importante averiguar as dosagens hormonais principalmente de testosterona, GH e cortisol, sendo este último de suma importância para o crescimento muscular. Já que o excesso de cortisol provoca o catabolismo protéico, que impede o crescimento muscular.
    
Ao se planejar um treinamento de força, um aspecto muito importante é a relação volume/intensidade (percentual da carga vs. repetições) (WEINECK, 1999). Badillo e Auesterán (2001) citam o número de repetições por séries, como expressão da intensidade de trabalho, uma das formas mais eficazes e precisas de aproximar-se da intensidade ótima de treinamento. Existem diversas formas e protocolos para avaliação da carga de trabalho, desde tabelas de conversão e até o famoso teste de 1 Repetição máxima(1 RM).  Estes testes devem ser realizados a cada 12 semanas, pelo menos, já que esta expressa o período de adaptação neural e o início do período de crescimento muscular. Além de possibilitar averiguar o ganho de força e a prescrição da nova carga. Estes testes devem ser realizados nos exercícios que serão executados, visando uma maior fidedignidade da testagem.
    
O teste de cardiovascular visa não só averiguar a capacidade máxima (VO2Máximo) do sistema cardiorrespiratório, mas possibilita também prescrever uma correta velocidade nos trabalhos cardiovasculares e saber também o gasto calórico da atividade,(WILMORE & COSTILL,2001).
 
Considerações finais    
    
Parece que diversos autores concordam e corroboram no destaque da importância de uma avaliação e reavaliação do treinamento como fator preponderante para o sucesso e resultados esportivos, estéticos e profiláticos. Agora que já se sabe a necessidade de uma avaliação e reavaliação, procure marcar a sua com um profissional experiente e habilitado que escolherá os protocolos mais adequados a suas necessidades.
 
REFERÊNCIAS
BADILLO JJG; AUESTERÁN EG. Fundamentos do treinamento de força : aplicação ao alto rendimento desportivo. Editora Artmed. São Paulo. 2° edição. 2001
 
BOMPA, Tudor O ./Cornacchia, Lorenzo, Treinamento de Força Consciente, São Paulo 2000, Ed. Phorte.
 
CARNAVAL, Paulo Eduardo. Medidas e Avaliações em Ciências do Esporte, Rio de Janeiro 2000, 4ªEdição, Editora Sprint.
 
FERNANDES, José Filho. A Prática da Avaliação Física; Ed. Shape, Rio de Janeiro 1999.
 
McARDLE, William et al. Fisiologia do Exercício, nutrição e desempenho humano. 5a.Edição, Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2003.
 
POLLOCK ,ML, WILMORE ,JH. Exercícios na Saúde e na doença, avaliação e prescrição para a prevenção e reabilitação. Ed.Medsi, Rio de Janeiro: 2º.ed.,1993.
 
WILMORE, Jack H; COSTILL, David L. Fisiologia do Esporte e do exercício. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001
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