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Brazilian Jiu-Jitsu III – Estratégia


Rodrigo Poderoso de Souza
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Brazilian Jiu-Jitsu III – Estratégia

Brazilian Jiu-Jitsu

Muito se tem especulado sobre assuntos que se relacionam sobre artes marciais, principalmente o jiu-jitsu, modalidade esportiva em destaque, mormente nos eventos de MMA (Mixed Martial Arts).

Pois bem, o jiu-jitsu é uma arte marcial que é originária do Japão contudo, modernamente tem-se desenvolvido tecnicamente em nosso país, por isso é conhecido internacionalmente como Brazilian Jiu-Jitsu.

Tomando-se a história das artes marciais japonesas, podemos dividí-las em 03 períodos: Bujitsu, Buguei e Budo.

O primeiro período, BUJITSU, começa nos primórdios da civilização japonesa e vai ate o século VIII, caracterizando-se por lutas tecnicamente primitivas, devido às constantes batalhas que o povo travava. Em virtude dessa época o Japão ter um maior contato com a cultura chinesa, isso favoreceu a difusão do budismo, vindo as artes marciais dessa época ter sofrido grande influência das técnicas de lutas dos monges budistas chineses.

Face essa influência da cultura chinesa no Japão, as habilidades nas artes marciais passam por um período de desenvolvimento, e como conseqüência começa a adotar um sistema hierarquizado, seguindo o modelo de castas militares. As escolas começam a tomar formas próprias, com técnicas e estratégias de combates singulares. Ai, começam a surgir os estilos (Ryus), com organização própria e que se da o nome de BUGUEI, que vai até o final do século XVI.

Com o domínio da dinastia Tokugawa, a partir do século XVII, o Japão conhece um período de grande paz e tranqüilidade, e o Buguei passa a ser adotado como uma forma de educação física e mental, ao invés do uso em combate real. Organizam-se os chamados Katas para o aperfeiçoamento pessoal, pois não há mais razão para a pratica das lutas militares. E o uso da razão em ‘’luto para me aperfeiçoar e não me aperfeiçôo para lutar’’.

Passa-se a treinar exaustivamente para atingir o grau máximo de perfeição em cada arte marcial. Alcança-se assim, o ideal de dominar o adversário sem o destruir, de conter o espírito da agressão. É o que Miyamoto Musashi fala do ‘’vazio’’. Esse movimento e a essência das artes marciais: é o denominado BUDO. É a técnica aplicada à filosofia ou a filosofia aplicada à técnica.

Por isso, a meta do praticante de Brazilian Jiu-Jitsu é atingir o máximo de perfeição pessoal, esportiva e profissional. Nunca deve estar contente com o estágio mental que se encontra. Luta-se consigo mesmo para prosseguir no caminho da conquista do mais alto grau de perfeição.

Brazilian Jiu-Jitsu II

No Brazilian Jiu-Jitsu não existem somente regras para as competições, isto é, o comportamento pessoal perante a sociedade é tão importante quanto ser campeão em um torneio. Os sábios que determinam a conduta moral das artes marciais, ensinam que é muito fácil ser um bom grande guerreiro, porém é muito difícil ser um bom ser humano e, esse deve ser o objetivo principal de um verdadeiro guerreiro moderno e atual.

A maior parte dos princípios das artes marciais estão consubstanciadas no BUDO, que traduzindo literalmente é “o caminho para a guerra’’, todavia definitivamente é uma filosofia de aversão as batalhas, as guerras. Tem-se definido como o caminho das artes marciais, todavia é difícil encontramos uma definição exata para esse termo. A complexidade do Budo e suas definições ultrapassam a questão dos estilos e variedades das artes marciais, compreendendo e englobando todas num só mundo.

Dentro desse caminho é vencedor quem tiver um bem estar físico e mental em total equilíbrio, tanto no aspecto marcial, que seria a disciplina, o respeito, a humildade, como no aspecto esportivo onde se aprimora a conduta quando submetido a pressão do oponente, da torcida dos amigos. O que mais importa é saber conhecer seus limites.

Dentro dos mais variados tratados, que versam sobre diversos temas, citamos os mais famosos: BASENSHUKAI, NIMPIDEM e SHONINKI.

Delas extraímos a sua essência em termos de virtude e faltas graves:

Virtudes (11): Lealdade, Valentia, Sabedoria, Honradez, Boa Saúde, Responsabilidade, Integridade, Diligência, Estratégia, Talento Oratório e conhecer os ensinamentos dos Mestres, Budas e Deuses.

Faltas graves (11): Insolência, Excesso de Confiança, Avareza, Ira, Medo, Dúvida, Desconfiança, Vacilação, Desdenho, Orgulho e Vaidade.

Assim, como leitor, com base no descrito acima você poderá a cada mês fazer um calendário e desenvolver virtudes, e combater as faltas graves.

Isso também é Brazilian Jiu-Jitsu.

“conhecer a si mesmo é descobrir o bem que reside no interior’’.

Faltas = falhas morais, transgressões ou ausência de lealdade total.

Referência: HAJIME

Brazilian Jiu-Jitsu III – Estratégia

Sempre que falamos em artes marciais, nos preocupamos em exaltar a técnica de cada estilo e, mais ainda no condicionamento físico, sendo esse dueto os responsáveis pelo êxito do praticante. Deixamos de lado, talvez, a mais importante qualidade: a estratégia.

A estratégia está diretamente ligada à guerra, todavia, qualquer combate de artes marciais, pode e deve ser considerada como tal, pois envolve uma série de situações que somente uma luta pode protagonizar. Qual a atividade hoje que não pode ser considerada uma competição vital? Até mesmo a geração de um ser é um combate real, pois milhões de espermatozóides disputam uma corrida frenética para alcançar a fecundação. Partindo desse principio, nossa vida toda é um combate, imagine só uma luta de artes marciais.

Tomemos como exemplo a luta de boxe entre George Foreman e Muhammad Ali, pela disputa do titulo mundial dos pesos pesados, que foi realizada no Zaire. O vencedor usou de toda sua inteligência e astucia para vencer, ora sua estratégia começou bem antes do combate, usando para isso todas as minúcias que cercavam aquele evento. Muhammad Ali venceu, mas Foreman era o campeão, favorito mais forte, porém não usou de estratégia.

Hoje a estratégia é estudada tomando-se por base ensinamentos dos livros de "A Arte da Guerra", de Sun Tzu e "O Livro dos Cinco Anéis" de Miyamoto Musashi, o primeiro escrito por volta de 500 A.c. e, o segundo em 1.643. São antigos, contudo sua leitura e ensinamentos são modernos, dando ao lutador uma visão otimizada de sua situação.

O estudo da estratégia é complexo e intrigante, todavia podemos abreviá-la para uma competição de artes marciais, o que implica em possuir rigorosa observação de tudo.

Abaixo, alguns mandamentos a serem observados pelo praticante:

- conhecer profundamente as regras,

- conhecer a arena do combate,

- conhecer minuciosamente seu oponente,

- conhecer seus pontos positivos e negativos,

- treinar exaustivamente,

- evitar pensamentos traiçoeiros,

- detectar as sutilezas e detalhes que poucos conseguem se aperceber,

- dar atenção especial a esses menores detalhes, pois tudo tem importância,

- conhecer outras artes,

- saber admitir a verdade em tudo,

- nada fazer de inútil,

- saber usar ambas as mãos com a mesma eficiência,

Comece obedecendo 03 (três) itens e, assim por diante você vai se aprimorando mental e fisicamente.

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