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Ginecomastia: homens podem evitá-la durante o uso de esteroides anabolizantes androgênicos

Não corra o risco de sofrer com ginecomastia usando esteroides anabolizantes. Saiba tudo neste artigo.


Ginecomastia: homens podem evitá-la durante o uso de esteroides anabolizantes androgênicos

Nunca tive um paciente com ginecomastia

Vamos falar sobre ginecomastia e o uso de esteroides em homens. Muitos homens que usam esteroides sem acompanhamento médico adequado acabam desenvolvendo ginecomastia. 

Para quem ainda não me conhece, eu sou a Dra. Monique Leinig, sou médica, e vou explicar neste artigo como nunca tive um paciente com ginecomastia no meu consultório.

Uso de hormônios e ginecomastia

O uso de hormônios pode, sim, desencadear ginecomastia em homens. É crucial que o indivíduo saiba exatamente o que está tomando, seja de forma oral ou intramuscular. 

É importante verificar a procedência da droga (esteroides do mercado paralelo podem conter substâncias diversas das desejadas ou em quantidades diversas) e realizar acompanhamento clínico e laboratorial. Não faça nada sem orientação médica, pois a chance de não dar certo é enorme.

Exames laboratoriais antes do início do ciclo de esteroides

Antes de iniciar um ciclo de esteroides, como testosterona, estanozolol, oxandrolona ou hemogenin, realizamos exames para avaliar a saúde do paciente. 

Verificamos hemograma, ferro, ferritina, perfil hepático, função renal e exames de imagem para avaliar tireoide, testículos e abdômen. 

Também dosamos estradiol, testosterona e prolactina. Se o paciente toma medicações que podem aumentar a prolactina, como antidepressivos ou ansiolíticos, isso também é levado em consideração.

Anastrozol, estradiol e ginecomastia

Muitos homens têm medo do aumento do estradiol ao usar testosterona. A testosterona em doses supra fisiológicas, comuns em atletas, aumenta o estradiol. Para evitar a ginecomastia, alguns utilizam anastrozol. 

Este medicamento diminui a ação da enzima aromatase, que converte testosterona em estradiol. O problema é que o uso desnecessário de anastrozol pode reduzir o estradiol a níveis perigosos, afetando a retenção de líquidos, ereção, desejo sexual, função cardiovascular e saúde geral.

Se os exames mostram um aumento excessivo do estradiol, ajustamos a dosagem do anastrozol. A dose usual de farmácia é 1 mg, uma dose alta. 

A meia-vida do anastrozol é de 48 horas, por isso alguns usam 1 mg dia sim, dia não, para manter a meia-vida. Mesmo com a meia-vida de 48 horas, a dose de 1 mg é alta. 

Quando o estradiol aumenta um pouco, costumo prescrever 0,1 ou 0,2 mg de anastrozol por dia. É essencial monitorar o estradiol e associar o tratamento apenas se necessário.

Tamoxifeno e sensibilidade no mamilo

Se um homem sente sensibilidade no mamilo, o que não deveria acontecer, pode ser necessário o uso de tamoxifeno. 

Essa medicação age no receptor do estradiol no mamilo, bloqueando a ação do estradiol e prevenindo ginecomastia sem reduzir a aromatase. 

Em casos de sensibilidade exacerbada do mamilo, prescrevemos tamoxifeno em dose de ataque: 20 mg três vezes ao dia (totalizando 60 mg por semana), depois reduzindo para 20 mg diários até a realização de exames laboratoriais ou até a resolução dos sintomas.

Combinar tamoxifeno com anastrozol é possível, mas deve haver uma indicação específica. 

O uso de anastrozol e tamoxifeno não é automático

Não é correto iniciar o uso de hormônios e automaticamente tomar anastrozol ou tamoxifeno sem necessidade. A dosagem de estradiol em nossos pacientes é feita a cada 50 a 60 dias, dependendo da medicação utilizada, para uma regulação adequada.

Prolactina e a ginecomastia

A prolactina é outro fator crucial. Ela pode aumentar devido a drogas de ação progestagênica, mas qualquer droga pode alterar esse valor. 

Se um homem está usando testosterona com estanozolol ou deca e tomando anastrozol 1 mg dia sim, dia não, ele pode zerar seu estradiol e perder libido e ereção em 3 a 4 meses. Assim, é vital monitorar a prolactina.

Se a prolactina está alta, a ginecomastia pode ser causada por ela, não pelo estradiol. 

Quem faz o acompanhamento adequado não enfrenta esses problemas. Monitorar a clínica e o laboratório permite resolver problemas antes que se tornem significativos. 

Se a prolactina aumenta por causa de deca ou outro hormônio, comparamos com a prolactina basal medida antes do início do tratamento. Se o valor inicial era 7 e agora é 30, haverá alterações mamilares. É crucial comparar os valores da prolactina para decidir o próximo passo.

Dependendo do caso, pode ser necessário ajustar a dose ou verificar a medicação que você está tomando. 

Cabergolina

Associar anastrozol com cabergolina, um medicamento disponível em farmácias sem receita, pode ser uma opção. 

No entanto, deve haver uma indicação precisa para seu uso, pois o excesso pode zerar a prolactina.

Geralmente, usamos cabergolina 0,5 mg uma vez por semana, por duas a quatro semanas, e reavaliamos a prolactina. Isso ajuda a resolver problemas e evita significativamente a ginecomastia.

Estrona

Outro exame muito importante é a estrona, que é raramente dosada. Se seu estradiol está normal e sua estrona está alta (por exemplo, 490 com estradiol normal e testosterona proporcional), você precisa usar anastrozol. 

No entanto, a dosagem de anastrozol deve ser manipulada conforme os resultados dos exames.

Exames regulares durante o ciclo

Além disso, é essencial dosar regularmente a testosterona total e livre, estradiol, prolactina, estrona, hemoglobina, ferro e ferritina. 

Isso ajuda a monitorar possíveis desbalanços, inflamações ou estresse oxidativo no corpo. O segredo é fazer tudo corretamente, com acompanhamento médico adequado, para evitar alterações laboratoriais e clínicas.

A ginecomastia e a cirurgia de remoção podem ser evitadas

Muitos homens acabam precisando de cirurgia de ginecomastia, que poderia ser evitada com cuidados adequados e conscientes no uso de esteroides.

Conclusão

A ginecomastia não é um efeito colateral que necessariamente afeta o homem que usa esteroides. Esse efeito colateral só ocorre naqueles homens que fazem o uso incorreto dos hormônios.

Fontes de consulta

1. LEINIG, Monique. Como evitar a ginecomastia pelo uso de esteroides anabólicos androgênicos. Disponível em: <https://youtu.be/Q9UzStigygY>. Acesso em: 7 ago 2024.

Esse artigo foi útil para tirar as suas dúvidas sobre o uso de esteroides e ginecomastia? Deixe suas experiências ou dúvidas nos comentários.

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