Ir para conteúdo
  • Cadastre-se

Risco do Consumo Excessivo de Proteínas


consumo-excessivo-proteinas-300x190.jpg

Risco do consumo excessivo de proteínas

As proteínas são essenciais para o corpo humano, formando mais de 50000 compostos protéicos, dos quais 65% estão concentrados no tecido muscular. Dentre as proteínas corporais estão: hormônios, enzimas, anticorpos, proteínas de transporte (Ex.: hemoglobina, albumina, globulina), proteínas estruturais formadoras de pele, unhas, cabelos, tendões, ligamentos, músculos, órgãos e ossos. Além disso, depois de sua degradação ela pode ser desaminada e convertida em glicose e servir como fonte de energia para o corpo.

Carboidratos, proteínas e lipídeos compõem o grupo dos macronutrientes. Carboidratos e gorduras são compostos apenas de carbono e hidrogênio, enquanto as proteínas se diferenciam por possuírem também nitrogênio em sua composição. Em termos energéticos, as proteínas fornecem o mesmo que carboidratos, 4 kcal por grama, e os lipídeos 9 kcal por grama.

Estruturalmente as proteínas são compostas de uma combinação de aminoácidos. Estes estão em constante movimento no corpo, principalmente entre fígado, músculos e sangue, processo denominado de turnover protéico. Esse processo é necessário para que os aminoácidos desempenhem todas suas funções no corpo.

Sobrecarga dos rins e fígado:

Não é de hoje que se ouve frequentemente que o consumo excessivo de proteínas pode sobrecarregar o funcionamento do fígado e dos rins. Vamos discutir o que leva a essa sobrecarga.

Antes dos aminoácidos poderem servir como fonte de energia, eles necessitam perder seu grupo nitrogenado através de um dos dois processos seguintes:

1. Desaminação: trata-se da retirada do grupamento amino (NH3+) de um aminoácido, o qual é convertido em amônia e uréia no fígado. Estes, por sua vez, são removidos do corpo pelos rins e pelas glândulas sudoríparas. Quando o grupamento amino é retirado do aminoácido, o que sobra é um esqueleto de carbono, que irá ser convertido em glicose no fígado, processo denominado gliconeogênese. Esse processo é bastante ativo em dietas muito altas em proteína e em jejum prolongado (mais de 4 horas sem se alimentar).

2. Transaminação: é a conversão de um aminoácido em outro. Ocorre quando um grupamento amino (NH3+) de um aminoácido é transferido para um esqueleto de carbono formando um novo aminoácido. Esse processo necessita de vitamina B6 como cofator. Essas reações dependem basicamente de suas enzimas para acontecer: ALT ou TGP – alanina aminotransferase, e AST ou TGO– aspartato amino transferase. Essas duas enzimas são bastante utilizadas como marcadores de dano no hepatócitos (células do fígado). Em dietas hiperprotéicas esses valores podem aparecer elevados ao exame de sangue.

Uma ingestão excessiva de proteínas irá aumentar a utilização desses dois mecanismos, levando a uma maior sobrecarga do fígado e dos rins. Mas quanto seria uma ingestão excessiva?

Não há um consenso sobre isso, mas o que a maior parte das publicações científicas chegou e o que a International Society of Sports Nutrition recomenda é que dependendo do tipo de esporte praticado, a ingestão protéica deve oscilar entre 1,4 e 2,0 gramas de proteína por quilograma de peso corporal por dia. Para exercícios de resistência (Ex.: endurance) 1,0 a 1,6g/kg e exercícios resistidos ou de força 1,6 a 2,0g/kg.

Ingestões maiores do que 2 gramas por quilograma de peso corporal por dia não têm demonstrado ganhos adicionais na composição corporal de praticantes de exercícios físicos de força.Além disso, dietas muito hiperprotéicas podem trazer danos aos rins, fígado e aumentar a excreção de cálcio urinário.

Outro ponto importante é que este tipo de dieta pode aumentar o risco de desidratação, pois a uréia, produto do metabolismo das proteínas, que estará em maior quantidade no sangue em dietas hiperprotéicas, é eliminada via urinária e solubilizada em água. Com isso, uma maior quantidade de água é perdida pela urina.

Então, atletas e praticantes de exercícios físicos muitas vezes não têm que aumentar sua ingestão de proteína em relação à sua dieta habitual. Além da quantidade de proteína da dieta, outros fatores são de extrema importância para a melhora da performance e da composição corporal, como: quando ingerir essas proteínas e quais proteínas consumir. É sobre isso que falarei na próxima matéria.

É sempre bom lembrar que esses e outros aspectos devem ser avaliados pelo seu nutricionista, para o planejamento de uma dieta individualizada, voltada para o seu objetivo e que não traga riscos para a sua saúde.

(*)Dr. Renato França CRN/1 5340

Nutricionista Funcional e Esportivo

Graduado em Nutrição pela Universidade de Brasília – UnB

Membro do The Institute for Functional Medicine – EUA

Atendimento: Clínica Renato França - Setor Terminal Norte, bloco N, sala 117 - Edifício Jaime Leal

Contato: renatonutricao@gmail.com (61) 3349-1101 (61) 8152-6767

Publique seu conteúdo como colaborador

Comentários

Comentários Destacados

Não há comentários para mostrar.



Crie uma conta ou entre para comentar

Você precisar ser um membro para fazer um comentário

Criar uma conta

Crie uma conta 100% gratuita!

Crie uma nova conta

Entrar

Já tem uma conta? Faça o login.

Entrar agora

×
×
  • Criar novo...