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Acidose Muscular - Parte III


Gustavo Barquilha Joel
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ACIDOSE MUSCULAR – PARTE III

Nessa terceira parte do artigo sobre acidose muscular, iremos discorrer sobre alguns possíveis recursos para diminuir a acidose muscular e seus efeitos negativos para a performance.

INTRODUÇÃO

Vimos na matéria anterior que o aumento na concentração de lactato decorrente de uma sessão de musculação pode ser benéfico, devido a relação do lactato com hormônios anabólicos como testosterona e GH. Por sua vez, esses hormônios possuem uma forte correlação com o aumento na força e hipertrofia muscular.

È comum também observarmos o aumento do lactato (e um conseqüente quadro de acidose muscular) após a realização de uma prática esportiva (especialmente em uma situação competitiva). O lactato aumenta conforma aumenta o ritmo da glicólise, e em situações competitivas, a acidose muscular pode ser ainda mais aumentada devido ao stress causado pela ansiedade antes/durante a competição. Lembrando que o stress pode causar aumentos de hormônios como adrenalina, cortisol, entre outros.

Beta-alanina

Pesquisas recentes indicam que a suplementação de Beta-alanina pode diminuir o quadro de acidose muscular. Esse aminoácido, juntamente com o aminoácido histidina, é responsável pela síntese de um aminoácido essencial para o tamponamento do lactato, chamado de carnosina.

Este aminoácido parece exercer certas vantagens com relação a outros tamponantes de lactato, como o bicarbonato.

A carnosina possui uma maior concentração no músculo, o que aumenta a sua capacidade tamponante. Estudos realizados com a suplementação de Beta-alanina têm indicado aumentos significantes na performance em exercícios principalmente com características de alta intensidade. Além disso, parece não haver efeitos colaterais com a utilização desse aminoácido como forma de tamponamento do ácido lático, ao contrário da utilização de outros tamponante de lactato, como o bicarbonato, que pode causar desconfortos gastrintestinais severos. Porém, existem algumas ressalvas a serem feitas quanto a suplementação com Beta-alanina, principalmente quanto a quantidade a ser utilizada, tempo de uso, entre outros questionamentos que precisam ser elucidados com mais pesquisas científicas. O fato é que a suplementação com Beta-alanina parece ser uma boa alternativa para diminuir a acidose muscular e evitar seus efeitos indesejáveis.

Controle sobre o stress

O stress competitivo pode causar aumentos na concentração de lactato antes e/ou durante a realização de uma prática esportiva. Neste sentido, atletas de alto rendimento têm utilizado técnicas para o controle da ansiedade, como Yoga, meditação, entre outras. Essas práticas podem ser de extrema importância para a redução da acidose muscular, sendo que atletas de Jiu Jitsu e MMA têm relatado uma melhora na performance com essas práticas.

Treinamento de resistência a fadiga

Nosso organismo tem uma capacidade impressionante de se adaptar a situações estressantes (como em um quadro de acidose muscular). Uma das maneiras de se diminuir os efeitos negativos da acidose muscular durante uma competição (dor, cansaço, falta de atenção, desconforto gastrintestinal, entre outros) é aumentando a tolerância do atleta à acidose. Uma das maneiras de se fazer isso é justamente realizar treinamentos em situações de “acidose muscular” durante o período de treinamento. Neste sentido, é comum a utilização de circuitos (pouco ou nenhum intervalo de recuperação) de intensidade moderada/alta, com o objetivo de aumento nas concentrações de acido lático. È importante ressaltar que as concentrações de lactato não devem ficar abaixo das concentrações encontradas durante a prática competitiva do atleta. Por exemplo, um atleta de Jiu Jitsu aumenta sua concentração de lactato de 2 Mmol de lactato (pré luta) para 9 Mmol de lactato (pós luta), tendo um aumento de 7 Mmol de lactato. Caso o objetivo do treino seja o de provocar acidose muscular, as concentrações de lactato não devem ficar abaixo de 7 Mmol de lactato (esses valores são fictícios).

Prof. Mestrando Gustavo Barquilha

Membro do ICAFE – Universidade Cruzeiro do Sul

Pesquisador do GEPEFFA – Unifieo

Preparador Físico da Equipe Black Belt JJ Club (Jiu Jitsu e MMA)

Site: www.gustavobarquilha.com.br

Referências

Harris RC, Tallon MJ, Dunnett M, Boobis L, Coakley J, Kim HJ, Fallowfield JL, Hill CA, Sale C, and Wise JA. The absorption of orally supplied beta-alanine and its effect on muscle carnosine synthesis in human vastus lateralis. Amino Acids 30: 279-289, 2006.

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