Ir para conteúdo
View in the app

A better way to browse. Learn more.

FISIculturismo.com.br

A full-screen app on your home screen with push notifications, badges and more.

To install this app on iOS and iPadOS
  1. Tap the Share icon in Safari
  2. Scroll the menu and tap Add to Home Screen.
  3. Tap Add in the top-right corner.
To install this app on Android
  1. Tap the 3-dot menu (⋮) in the top-right corner of the browser.
  2. Tap Add to Home screen or Install app.
  3. Confirm by tapping Install.

O que é pior para a saúde? Usar esteroides anabolizantes para ficar muito musculoso ou comer sem limites e ser obeso?

Featured Replies

Postado

Nem usar esteroides anabolizantes para “ficar monstro”, nem comer sem limites e ficar obeso é “menos pior”. São dois jeitos diferentes de machucar o corpo.

Do ponto de vista de saúde pública, a obesidade grave mata muito mais gente no mundo, porque é muito mais comum: aumenta o risco de infarto, AVC, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer e encurta a expectativa de vida, especialmente quando começa cedo. Já existem grandes estudos mostrando que quem se torna obeso antes dos 30 anos tem um aumento importante no risco de morte precoce.

Por outro lado, o uso de esteroides em doses altas, por muito tempo, é um “ataque concentrado” ao organismo. Os estudos mais recentes mostram:

  1. Coração e vasos: mais risco de cardiomiopatia (coração dilatado ou rígido), arritmias, hipertensão, trombose, infarto e morte súbita, mesmo em gente jovem aparentemente “em forma”.

  2. Fígado: risco de inflamação, colestase, tumores hepáticos e alteração importante de enzimas.

  3. Hormônios e fertilidade: queda da produção natural de testosterona, atrofia testicular, queda de espermatozoides, dificuldade para ter filhos e, em algumas pessoas, hipogonadismo definitivo depois que param.

  4. Cérebro e saúde mental: piora de humor, irritabilidade, depressão, dependência, alterações cognitivas.

  5. Perfil metabólico: colesterol “bom” (HDL) despenca, colesterol “ruim” (LDL) sobe, triglicerídeos sobem, o que acelera ainda mais aterosclerose.

Na obesidade, o problema é mais “difuso” e de longo prazo: inflamação crônica, resistência à insulina, sobrecarga das articulações, apneia do sono, piora de testosterona em homens, alterações hormonais em mulheres, além do impacto psicológico e social.

Então, qual é pior?

  1. Em termos de número de mortes na população: a obesidade (especialmente obesidade grau 2 e 3) é responsável por um volume muito maior de doença e mortalidade, porque atinge milhões de pessoas.

  2. Em termos de risco individual em curto e médio prazo: um obeso ativo, que melhora a alimentação e perde peso aos poucos, pode reduzir bastante o risco com mudança de estilo de vida. Já um atleta jovem, usando doses altas de esteroides por anos, pode ter um coração e vasos sanguíneos seriamente danificados mesmo com “shape perfeito” e exames normais por um tempo.

O ponto chave é: isso NÃO é uma escolha entre “ser obeso” ou “usar bomba”. A melhor opção é a terceira via:
– dieta minimamente processada,
– treino de musculação regular,
– sono decente,
– peso saudável (não precisa ser shape de palco),
– zero abuso de drogas (incluindo esteroides sem indicação médica).

Se você está obeso, o foco imediato é mudar estilo de vida, buscar ajuda profissional e, se necessário, tratamento médico estruturado de obesidade.
Se você usa ou pensa em usar esteroides, o mínimo é falar com um endocrinologista/cardiologista, entender riscos reais e lembrar que não existe dose “100% segura” para uso estético.

Quer se desenvolver no fisiculturismo ou só ter saúde por muitos anos? Construa um corpo forte com base em consistência, não em atalho químico nem em comida sem controle.

Perguntas comuns sobre o tema

  1. “Então é melhor ser magro usando esteroide do que obeso sem usar nada?”
    Não. Um corpo magro ou musculoso não garante saúde. Esteroides em doses suprafisiológicas aumentam risco de doença cardiovascular, hepática e psiquiátrica. A meta é ser o mais magro possível com saúde, sem abuso de drogas.

  2. “Se eu fizer ciclo curto, com exame, não tem perigo, né?”
    Exame normal não significa ausência de dano, principalmente em coração e vasos. Muitos efeitos são silenciosos e acumulativos. O uso médico de testosterona (TRT) por indicação clínica é outra história; já o uso estético em doses altas continua sendo de risco, mesmo com exame.

  3. “Obesidade é só falta de vergonha na cara?”
    Não. Obesidade é uma doença crônica, influenciada por genética, ambiente, hormônios, sono, stress e acesso a comida ultraprocessada barata. Comportamento conta muito, mas reduzir tudo a “força de vontade” atrapalha o tratamento e aumenta estigma.

  4. “Se eu sou obeso e começo a treinar pesado, já compensa?”
    Treinar melhora muito o risco cardiovascular, mesmo sem grande perda de peso, mas não resolve tudo. O ideal é combinar treino de resistência (musculação), aeróbio e ajuste alimentar, de preferência com nutricionista e médico acompanhando.

  5. “Dá para chegar num físico muito bom sem esteroides?”
    Para a maioria das pessoas, dá para construir um físico bem acima da média com treino sério, dieta bem feita e anos de consistência. Pode não ser um shape de nível profissional, mas será saudável e sustentável, sem o custo de mexer pesado no eixo hormonal e no coração.

Referências

AUNE, D. et al. Body mass index, abdominal fatness and the risk of all-cause mortality: systematic review and non-linear dose–response meta-analysis of prospective studies. BMJ, v. 353, i2156, 2016. Disponível em: https://www.bmj.com/content/353/bmj.i2156 (Ovid)

BJØRNEBEKK, A. et al. Long-term Anabolic–Androgenic Steroid Use Is Associated with Deviant Brain Aging. Biological Psychiatry: Cognitive Neuroscience and Neuroimaging, v. 6, n. 4, p. 437–447, 2021. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2451902221000197 (ScienceDirect)

BOROWIEC, A. et al. Impact of Anabolic–Androgenic Steroid Abuse on the Cardiovascular System. International Journal of Molecular Sciences, v. 26, n. 22, 11037, 2025. Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/26/22/11037(MDPI)

DI ANGELANTONIO, E. et al. Body-mass index and all-cause mortality: individual-participant-data meta-analysis of 239 prospective studies in four continents. The Lancet, v. 388, n. 10046, p. 776–786, 2016. Disponível em: https://www.thelancet.com/article/S0140-6736(16)30175-1/fulltext (The Lancet)

FADAH, K.; ALENEZI, F.; ALSAIF, H. Anabolic androgenic steroids and cardiomyopathy: an update. Frontiers in Cardiovascular Medicine, v. 10, 1214374, 2023. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fcvm.2023.1214374/full (Frontiers)

FLEGAL, K. M. et al. Association of All-Cause Mortality With Overweight and Obesity Using Standard Body Mass Index Categories: A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA, v. 309, n. 1, p. 71–82, 2013. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/1555137 (PMC)

HORWITZ, H.; ANDERSEN, J. T.; DALHOFF, K. Health consequences of androgenic anabolic steroid use. Journal of Internal Medicine, v. 285, n. 3, p. 333–340, 2019. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/joim.12850(Wiley Online Library)

KANAYAMA, G. et al. Long-term psychiatric and medical consequences of anabolic-androgenic steroid abuse: A looming public health concern? Drug and Alcohol Dependence, v. 98, n. 1–2, p. 1–12, 2008. Disponível em: https://europepmc.org/article/med/18599224 (Europe PMC)

KAUFMAN, M. J. et al. Supraphysiologic-dose anabolic-androgenic steroid use: a risk factor for cardiovascular disease. Current Opinion in Endocrinology, Diabetes and Obesity, v. 26, n. 3, p. 219–224, 2019. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6451684/ (PMC)

LIU, J. D.; WU, Y. Q. Anabolic-androgenic steroids and cardiovascular risk. Chinese Medical Journal, v. 132, n. 18, p. 2229–2236, 2019. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6797160/ (PMC)

NOWAK, M. M. et al. Impact of Body Mass Index on All-Cause Mortality in Adults: A Systematic Review and Dose–Response Meta-Analysis of Cohort Studies. Journal of Clinical Medicine, v. 13, n. 8, 2305, 2024. Disponível em: https://www.mdpi.com/2077-0383/13/8/2305 (MDPI)

THE GUARDIAN. Becoming obese under age of 30 ‘raises risk of early death by at least 75%’. The Guardian, 12 maio 2025. Disponível em: https://www.theguardian.com/society/2025/may/12/becoming-obese-under-age-of-30-raises-risk-of-early-death-by-at-least-75 (The Guardian)

WEELDREYER, N. R. et al. Cardiorespiratory fitness, body mass index and mortality: a systematic review. British Journal of Sports Medicine, 2025. Disponível em: https://bjsm.bmj.com/content/59/5/339 (British Journal of Sports Medicine)

WINDFELD-MATHIASEN, J. et al. Cardiovascular Disease in Anabolic Androgenic Steroid Users: A Nationwide Cohort Study. Circulation, 2025. Disponível em: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.124.071117 (ahajournals.org)

  • Visualizações 2
  • Criado
  • Última resposta

Crie uma conta ou entre para comentar

Configure browser push notifications

Chrome (Android)
  1. Tap the lock icon next to the address bar.
  2. Tap Permissions → Notifications.
  3. Adjust your preference.
Chrome (Desktop)
  1. Click the padlock icon in the address bar.
  2. Select Site settings.
  3. Find Notifications and adjust your preference.