Atualmente, somos bombardeados pela mídia especializada, com estereótipos de pele e ossos e pela cultura exacerbada à magreza. Cada vez mais os praticantes do fisiculturismo são relegados a um submundo, quase uma “tribo” de aberrações.
Na mídia televisiva, principalmente, quase que diariamente são transmitidos eventos de esportes ditos saudáveis e como exemplos temos a corrida, o ciclismo, a natação, o futebol e outros mais.
Cada vez mais o culto ao corpo magro parece ser uma máxima, uma febre, quase uma religião! Milhares de eventos já possuem datas fixas e alguns são amplamente transmitidos pela TV.
Posso estar enganado ou assistindo ao canal errado, mas não consigo encontrar na TV eventos ligados a força, ao levantamento básico, strongman ou mesmo ao fisiculturismo. Não temos transmissão ao vivo de eventos como o Mister Olímpia, o Mister Universo, o Arnold Classic, afinal quem quer ver aberrações musculosas e “exageradas”!?
Essa corrida desenfreada pela boa forma, leia-se magreza, às vezes beira ao insano de degradar a massa muscular. Sim, o tão temido catabolismo muscular ocorre em alguns e é até cultuado por outros que alegam que a massa muscular “pesa” muito e atrapalha o desempenho esportivo de caráter aeróbio! Um professor uma vez me falou: “Não adianta nada ter um motor de BMW numa carcaça de fusca”.
Na maioria das vezes, dietas hipocalóricas, treinamento exacerbado são fatores que contribuem para a sarcopenia.
A massa muscular humana constitui de 40% a 50% do peso corporal total. As células musculares constituem de 70 a 80% das nossas células e representam, aproximadamente, 50% das nossas proteínas. Por este motivo, uma grande perda muscular é incompatível com a vida.
A força muscular é a adaptação funcional que sempre acompanha os níveis de massa muscular, sendo importante no dia-a-dia de todas as pessoas para a realização das mais diversas tarefas. A perda de força muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo.
O pico da força no ser humano é atingido entre os 20 e 30 anos de idade. Após este período tem início uma redução gradual e progressiva, tornando-se clinicamente perceptível a partir dos 60 anos.
Indivíduos saudáveis entre 70 e 80 anos tem perda 20% a 40% da sua força física. Essa perda gradativa é conhecida como sarcopenia, que indica a perda da massa, força e qualidade do músculo esquelético e que tem um impacto significante na saúde.
Sendo assim, é incompatível pensar em saúde e qualidade de vida sem massa muscular e pior ainda, pensar em alguém que faça questão de perder massa magra!!!
Popularizar o fisiculturismo, divulgar os benefícios para a saúde em todas as faixas etárias, massificar a musculação como esporte popular, mudar o foco da mídia a nosso favor, poderão ser alternativas positivas para que preconceitos e tabus caiam por terra, elevando nosso esporte, o fisiculturismo ao patamar que ele merece.
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