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O DHT(di-hidrotestosterona), sempre foi acusado por muitos como vilão do câncer de próstata e da queda de cabelo. Mas hoje já se sabe que a essa associação do DHT com o câncer e a queda de cabelo não é mais tão alarmante assim.

Uma pesquisa recente publicada1 já comenta sobre o fato do câncer de próstata causado pela exposição longa de Testosterona não ser assim tão alarmante, e também, como veremos abaixo, não podemos crucificar o DHT acusando-o totalmente dos problemas de queda de cabelo.

Outros especialistas3,4 hoje em dia, já não associam mais também problemas de Próstata com a terapia com Testosterona.

Apenas uma ressalva feita ao câncer de próstata, é que quando uma hipertrofia de próstata já está em curso, ou mesmo um tumor instalado na próstata já existe, medidas de inibição da Testosterona em DHT devem ser tomadas como prioridade. E em casos extremos, podendo até chegar a uma castração química ou até mesmo cirúrgica com a retirada dos Testículos visando a diminuição da Testosterona endógena(Natural) do homem.

Testosterona é convertida em DHT(di-hidrotestosterona) através da ação da enzima 5-alfa redutase.

Essa enzima liberta a ligação dupla c-4-5 da testosterona, via adição de dois átomos de hidrogênio na sua estrutura, então daí surge o nome di-hidro2.

A Finasterida tem o potencial de inibir essa enzima 5-alfa redutase, o que ocasiona em uma menor conversão de Testosterona em DHT, mas isso não é totalmente satisfatório e eficiente contra a prevenção da queda de cabelo.

Com relação ao câncer de próstata, eu já citei acima a referência do estudo1 e opiniões que explicam a ideia, e com relação à queda de cabelo, vamos explicar mais abaixo.

Em alguns sítios receptores, o DHT tem um potencial androgênico bem maior que a própria Testosterona, o que torna o DHT a forma mais ativa andrógena nesses locais.

Problemas como a  Acne, por exemplo, é muitas vezes causada pela atividade do DHT nas glândulas sebáceas, e a ação do DHT no couro cabeludo, geralmente é a responsável pelo padrão de queda de cabelo masculino2.

Mas não é apenas o DHT que age nesses locais causando esse inconveniente, pois os Esteroides Anabolizantes e a própria Testosterona com seus perfis Androgênicos agem também nesses locais2.

Mas a ênfase negativa do DHT é muito maior do que seu potencial positivo quando tratada pelas pessoas, que acabam esquecendo da sua parcela de contribuição ao praticante de musculação.

Estudos tem demostrado que o DHT pode desempenhar um papel muito mais ativo do que a Testosterona no Sistema Nervoso Central, e muitas células do Sistema Nervoso Central tem receptores androgênicos ativos, e a interação entre o Sistema Nervoso Central e os músculos esqueléticos, forma o sistema neuromuscular, que é de fundamental importância para o atleta2.

Não parece ter muita discordância no fato de haver uma capacidade do corpo para se adaptar ao treinamento ativando as terminações nervosas no tecido muscular, causando assim a uma dependência do bom funcionamento do sistema neuromuscular.

E diminuindo com a Finasterida a concentração de DHT, pode-se durante um ciclo de testosterona, portanto, acabar por interferir com os ganhos de massa muscular e força. Isso talvez explique o relato de alguns fisiculturistas que relatam a diminuição de ganhos e de força em ciclos onde se usa a Finasterida.

Outro fator dado a importância do DHT, cita o fato do potencial de ligação forte do DHT ao SHBG, proteína plasmática que a Testosterona usa para se ligar na corrente sanguínea2.

Quando ocorre então uma forte ligação de algo ao SHBG saturando essa proteína plasmática, menos Testosterona poderia se ligar ao SHBG, sobrando assim mais Testosterona na forma livre para agir ativamente2. Esse assunto foi descrito por mim em uma Matéria anterior que fala sobre a importância da manipulação correta do SHBG para se obter otimizar o rendimento dos ciclos em algumas situações.

Elaborado por Mestre fórum FISIculturismo

Referências:

1 - The Journal of Urology - http://dx.doi.org/10.1016/j.juro.2015.05.099. Long-term Exposure to Testosterone Therapy and the Risk of High Grade Prostate Cancer - 2015

2 - William Llewellyn’s, ANABOLICS, E-Book Edition 2011

3 - Dr. Miguel Srougi médico, professor de Urologia na Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo, e autor do livro “Próstata: Isso É Com Você”, lançado pela Publifolha e dirigido ao público leigo.

4 - Abraham Morgentaler, MD, FACS Testosterone Therapy for Life - June 2010


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