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É muito comum as pessoas acharem o Estrogênio como um grande vilão, quando se trata de pessoas que praticam musculação visando uma melhoria no contexto muscular.

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Alguns pensam assim, pois temos o famigerado problema da Ginecomastia que acaba afetando alguns usuários de Esteroides Anabolizantes, e também a história que se formou que o Estrogênio é o responsável pela retenção hídrica e acúmulo de gordura, fato que é mesmo realidade1.

Portanto algumas pessoas que fazem ciclo com Testosterona, tentam evitar a qualquer custo uma ação biológica normal do corpo, que é a aromatização da Testosterona, onde através de um processo da enzima aromatase que ocorre em várias regiões do corpo masculino, incluindo o tecido adiposo e fígado2,3, as gônadas e sistema nervoso central4,5, na Musculatura esquelética6, e que acaba dando origem ao Estrogênio.

O Estrogênio na verdade é bem parecido com a Testosterona em sua estrutura molecular, onde uma pequena mudança é feita na Testosterona através da enzima aromatase, dando origem assim ao Estrogênio2,3,4,5,6.

Mas muitas pessoas usuárias de ciclos de Esteroides Anabolizantes com Testosterona, acabam por usar de forma agressiva substâncias que inibem a aromatização que daria origem ao Estrogênio, e entre essas substâncias podemos citar o Anastrozol, Letrozol e o Exemestano.

Mas esse Estrogênio não seria assim tão maléfico às pessoas que visam crescimento muscular, pois existem fatores diretos e indiretos que acabam por influenciar o desenvolvimento muscular relacionados ao Estrogênio, e não só apenas a ação da Testosterona e dos outros Anabolizantes em seus receptores específicos, afim de nos dar o tão esperado crescimento muscular.

Muitas pessoas que acabam por achar o Estrogênio um vilão da boa forma física, quando estão fazendo um ciclo onde se usa a Testosterona com intenção de crescimento muscular, abusam de substâncias que visam a impedir o processo de aromatização da Testosterona, diminuindo assim a conversão dessa Testosterona em Estrogênio.

Para o espanto de muitos, o Estrogênio pode sim causar um quadro Anabólico favorável, por afetar os níveis e a disposição da Glicose 6-Fosfato Desidrogenase(G6PD), uma enzima diretamente ligada à utilização de glicose e para o crescimento do tecido muscular e recuperação7,8.

Logo após um treino, a recuperação muscular é algo muito importante e valioso, e durante o período de regeneração pós treino, os níveis de G6PD acabam por aumentar drasticamente e, acredita-se que representa um mecanismo para o corpo melhorar a recuperação quando necessário. Surpreendentemente, encontramos que o Estrogênio está diretamente ligado ao nível de G6PD que deve ser disponibilizado para as células nesta janela de recuperação.

Outra nota favorável ao Estrogênio, é com relação ao IGF-1, pois o Estrogênio também pode desempenhar um papel importante na produção do Hormônio do Crescimento(GH) e IGF-1.

O IGF-1, que é um fator de crescimento semelhante à insulina, é um hormônio anabólico lançado no fígado e vários tecidos periféricos através do estímulo do Hormônio do Crescimento, o IGF-1 é responsável pela atividade anabólica do Hormônio do Crescimento como o aumento do nitrogênio e retenção de proteína9.

Onde foi conduzido um estudo10, onde se constatou que a diminuição da ação do estrogênio e a também diminuição da aromatização da Testosterona em Estrogênio, acabaram por diminuir os níveis de GH e IGF-1.

Mas não param os benefícios que o Estrogênio, que é tido por muitos como vilão, pode oferecer ao praticante de Musculação.

Um estudo acabou por demostrar a relação entre o Estrogênio e o Receptor Androgênico.

Através desse estudo11, acabou sendo sugerido que o Estrogênio deve ter diretamente estimulado, nos testes feitos, a produção de receptores androgênicos, ou talvez diminuído a taxa de esgotamento do receptor.

Portanto é de se pensar ao fazer um ciclo de Testosterona visado o crescimento muscular, se vamos ou não incluir um inibidor de aromatase de forma agressiva, para impedir a aromatização da Testosterona em Estrogênio, ou se vamos lidar com os inconvenientes que sabemos que o Estrogênio pode causar, como, aumento da retenção hídrica e aumento do percentual de gordura1.

Mas claro que em ciclos de Cutting, e quando a pessoa quer mesmo e sente a necessidade de evitar uma possível ginecomastia, diminuir a aromatização e conversão de Testosterona em Estrogênio, ou bloqueá-la, se torna sim uma prática aceitável.

Elaborado por Mestre fórum FISIculturismo


Referências:

1 - Glenville, Marilyn PhD, Fat arround the middle. 2011

2. Aromatization of androgens by muscle and adipose tissue in vivo. Longcope C, Pratt JH, Schneider SH, Fineberg SE. J Clin Endocrinol Metab. 1978

3. The aromatization of androstenedione by human adipose and liver tissue. J Steroid Biochem. 1980 

4. Aromatase expression in the human male. Brodie A,Inkster S, Yue W. Mol Cell Endocrinol. 2001 

5. A review of brain aromatase cytochrome P450. Lephart ED. Brain Res Brain Res Rev. 1996

6. Aromatization by skeletal muscle. Matsumine H, Hirato K, Yanaihara T, Tamada T, Yoshida M. J Clin Endocrinol Metab. 1986

7. Pentose Cycle Activity in Muscle from Fetal, Neonatal and Infant Rhesus Monkeys. Arch Biochem Biophys. 1966

8. The pentose phosphate pathway in regenerating skeletal muscle. Biochem. 1978

9. Activation of the somatotropic axis by testosterone in adult males: Evidence for the role of aromatization. J Clin. Endocrinol Metab. 1993

10. Influence of tamoxifen, aminoglutethimide and goserelin on human plasma IGF-1 levels in breast cancer patients. J steroid Biochem. 1992

11. Modulation of the cytosolic androgen receptor in striated muscle by sex steroids. Endocrinology. 1984


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Interessante. De qualquer forma, nunca seria recomendado o aumento exógeno de estrogênio, seja por homens ou mulheres, para hipertrofia, certo?

Eu acho que nesse caso não se trata de administrar de forma exógena o estrogênio, o ideia é deixar que o próprio corpo crie seu equilíbrio entre as doses de Testosterona e Estrogênio através do processo Natural que o corpo coordena na aromatização da Testosterona. 

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