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Cláudio Chamini

Colaborador
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Tudo que Cláudio Chamini postou

  1. Se você está começando na musculação ou pensando em retomar os treinos, talvez já tenha se perguntado: é melhor fazer um plano tradicional na academia ou aderir ao Gympass (agora chamado Wellhub)? Vamos explorar os prós e contras de cada opção para ajudar você a tomar a melhor decisão. O que é o Gympass (Wellhub)? O Gympass, recentemente renomeado para Wellhub, é uma plataforma que oferece acesso a milhares de academias, estúdios e serviços de bem-estar em uma única assinatura. Originalmente criado para desburocratizar o acesso a academias, o Gympass evoluiu para incluir uma gama de recursos digitais, como aplicativos de nutrição, saúde mental e qualidade do sono. Vantagens do Gympass (Wellhub) 1. Variedade de opções: Com o Gympass, você tem acesso a mais de 55 mil academias e estúdios pelo mundo. Isso significa que você pode praticar diferentes modalidades — musculação, pilates, yoga, spinning — sem ficar preso a um único local. 2. Flexibilidade de horários e locais: Uma grande vantagem é a possibilidade de treinar em diferentes academias, o que é ótimo para quem viaja muito ou tem uma rotina variada. Basta usar o aplicativo para encontrar academias parceiras perto de você. 3. Recursos de bem-estar além da academia: O Wellhub não se limita ao treino físico. Ele oferece acesso a apps de saúde mental, meditação e até consultorias financeiras. Isso torna a plataforma uma opção mais completa para quem busca um bem-estar holístico. 4. Planos corporativos: Se a empresa onde você trabalha oferece Gympass como benefício, você pode ter acesso a planos subsidiados, o que reduz significativamente os custos. 5. Ausência de fidelização Você pode cancelar seu plano do Wellhub a qualquer momento, sem ficar preso a planos de 12 meses normalmente oferecidos pelas academias para mensalidades com valor mais atrativo. 6. Não há cobrança de matrícula O Wellhub não cobra matrícula para que seu uso, o que é muito comum na maioria das academias. Desvantagens do Gympass (Wellhub) 1. Dependência da empresa: O Gympass é um benefício corporativo, então, se você sair da empresa, perderá o acesso ao plano ou terá que pagar um valor maior para manter a assinatura. 2. Frequência e fidelização: Algumas pessoas podem não se engajar tanto, já que a flexibilidade para mudar de academia pode dificultar a criação de uma rotina fixa. No entanto, muitos usuários relatam maior frequência com o Gympass devido à diversidade de opções. 3. Repasse para academias: Do ponto de vista das academias, há preocupações sobre o valor repassado pelo Gympass, que pode ser menor do que uma mensalidade direta. Contudo, esse valor representa uma receita incremental, especialmente porque 80% dos usuários do Gympass não eram frequentadores de academias antes. 4. Sua academia pode sair da plataforma ou sofrer upgrade de plano Nada garante que sua academia permaneça filiada ao Wellhub ou permaneça no mesmo plano do Wellhub, podendo haver desfiliação ou necessidade de se pagar mais para acessá-la. Vantagens do plano direto na academia 1. Foco e rotina: Ao se matricular em uma única academia, você cria uma rotina mais consistente, o que pode ser essencial para que algumas pessoas mantenham a motivação e alcancem resultados. 2. Relacionamento com pessoas: Estar em um mesmo local permite maior integração com a comunidade (parceiros de treino) e com os profissionais da academia (confiança). Isso pode facilitar o acompanhamento do seu progresso. 3. Personalização de serviços: Academias tradicionais geralmente oferecem planos personalizados, pacotes com personal trainer e outros serviços exclusivos que podem não estar disponíveis via Gympass. 4. Mensalidade mais barata: O custo da mensalidade com um plano direto na academia é normalmente mais barato do que a mensalidade paga ao Wellhub, apesar de normalmente haver a cobrança de matrícula e fidelização por 12 meses. Então, qual é a melhor opção? Depende do seu perfil e objetivos: Gympass (Wellhub): é ideal para quem busca variedade, flexibilidade e recursos de bem-estar complementares, especialmente se a empresa subsidia o plano, sem se importar em pagar um pouco mais caro. Plano tradicional direto na academia: é a melhor escolha se você prefere uma rotina fixa, quer criar um vínculo com as pessoas na academia, precisa de serviços personalizados ou quer economizar com a mensalidade de academia. Conclusão Ambas as opções têm pontos fortes e fracos. Avalie o que é mais importante para você: flexibilidade e variedade ou economia na mensalidade? Com a informação certa, você pode escolher a opção que melhor se encaixa no seu estilo de vida e nos seus objetivos de saúde e fitness. Caso o preço do Wellhub para a sua academia seja equivalente à mensalidade com fidelização de 12 meses, não há dúvida que a escolha é o Wellhub. Sendo o preço superior, essa diferença para treinar em outras academias vale a pena? Você irá realmente utilizar outras academias com frequência? Ao responder a estes questionamentos, fica mais fácil tomar a decisão certa. Fontes de Consulta 1. TECNOFIT. Gympass ou Wellhub: tudo que você precisa saber para usar no seu negócio. Disponível em: <https://www.tecnofit.com.br/blog/gympass/>. Acesso em: 24 nov. 2024. 2. APOLINARIO, Débora. Gympass planos: compare preços, academias e veja se vale a pena. Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/guia/2024/08/gympass-planos-compare-precos-academias-e-veja-se-vale-a-pena-edapps.ghtml>. Acesso em: 24 nov. 2024. 3. LUDERS, Germano. Gympass agora é Wellhub: nova marca, novo nome. Disponível em: <https://exame.com/tecnologia/gympass-agora-e-wellhub-nova-marca-novo-nome/>. Acesso em: 24 nov. 2024. E aí, o que você acha? Já usou o Gympass ou prefere o plano tradicional? Deixe seu comentário!
  2. Quantos ovos posso comer por dia com segurança para ganhar massa muscular? Se você está buscando ganhar massa muscular, provavelmente já ouviu falar que os ovos são um verdadeiro "superalimento" para este objetivo. Mas afinal, quantos ovos você pode consumir diariamente com segurança? Vamos desvendar esse mistério de uma vez por todas! Por que os ovos são tão importantes para o ganho muscular? Antes de falar em quantidade, é importante entender por que os ovos são tão valiosos para quem busca hipertrofia: São ricos em proteína de alta qualidade (cerca de 6g por ovo); Contêm todos os aminoácidos essenciais; São especialmente ricos em leucina, fundamental para o crescimento muscular; Fornecem vitaminas importantes (D, B6, B12); Contêm minerais essenciais (ferro, selênio, fósforo); São fonte de colina, nutriente importante para função cerebral e contração muscular; Oferecem gorduras boas, incluindo ômega-3; São práticos, versáteis e econômicos. Quantos ovos posso comer por dia? Aqui é onde as recomendações podem variar um pouco, dependendo do seu perfil e objetivos: Para pessoas saudáveis em geral: Até 7 ovos por semana (1 por dia em média) é considerado seguro para qualquer pessoa saudável; Até 3 ovos inteiros por dia é considerado seguro para a maioria das pessoas saudáveis. Para praticantes de musculação: 4-6 ovos por dia é uma recomendação comum para fisiculturistas; Pode-se combinar ovos inteiros + claras extras para aumentar a proteína sem excesso de gorduras. Fatores individuais a considerar: Seu nível de atividade física; Suas necessidades calóricas e de proteína; Seu histórico de saúde; Suas metas específicas; Sua dieta como um todo. O que dizem as pesquisas mais recentes? As descobertas científicas mais recentes têm mudado a visão sobre o consumo de ovos: O colesterol da dieta tem menor influência no colesterol sanguíneo do que se pensava; As gorduras saturadas têm mais impacto no colesterol do que o próprio colesterol alimentar; A maior parte do colesterol do corpo é produzida pelo fígado, não vem da alimentação; Os benefícios nutricionais dos ovos superam as preocupações anteriores com o colesterol. Devo comer só as claras ou o ovo inteiro? Embora muitos entusiastas optem por consumir apenas as claras, há bons motivos para incluir a gema: Benefícios da clara: Rica em proteína; Baixa em calorias; Praticamente sem gordura; Benefícios da gema: Concentra a maioria das vitaminas e minerais; Contém colina essencial; Fornece gorduras boas; Possui antioxidantes (luteína e zeaxantina). A recomendação atual é consumir ovos inteiros, aproveitando todos os nutrientes, e adicionar claras extras se precisar de mais proteína. Dicas práticas para incluir ovos na sua dieta 1. Café da manhã: Omelete com vegetais; Ovos mexidos com pão integral; Panquecas proteicas com claras. 2. Pós-treino: Ovos cozidos; Shake com clara pasteurizada; Sanduíche de ovo. 3. Lanches: Ovos cozidos; Wrap de ovo; Salada com ovos. Considerações importantes Prefira ovos orgânicos ou de galinhas livres quando possível; Varie os métodos de preparo (cozido, pochê, mexido); Combine com outros alimentos ricos em proteína; Monitore como seu corpo responde; Consulte um profissional para personalizar as recomendações. Conclusão Os ovos são realmente um alimento excepcional para ganho de massa muscular. Para a maioria das pessoas saudáveis, consumir de 1-3 ovos inteiros por dia é seguro, podendo chegar a 4-6 para praticantes de musculação, especialmente se combinados com claras extras. O mais importante é manter uma dieta equilibrada e variada, adaptando o consumo às suas necessidades individuais e sempre prestando atenção a como seu corpo responde. Lembre-se: estas são diretrizes gerais. Para recomendações específicas para seu caso, consulte um nutricionista esportivo que poderá avaliar suas necessidades individuais e criar um plano personalizado. Fontes de pesquisa 1. Eggcellent Muscle Building: How Many Eggs Should You Eat for Gains? Disponível em: <https://atlasbars.com/blogs/muscle-explained/eggcellent-muscle-building-how-many-eggs-should-you-eat-for-gains>. Acesso em: 21 nov 2024. 2. JUNEAU, Carl. Bodybuilding Eggs per Day: What Is It, Why It Matters, Pro Tips & More. Disponível em: <https://old.dr-muscle.com/bodybuilding-eggs-per-day-what-is-it-why-it-matters-pro-tips-more/>. Acesso em: 21 nov 2024. 3. LEWINE, Howard. How many eggs can I safely eat? Disponível em: <https://www.health.harvard.edu/newsletter_article/how-many-eggs-can-i-safely-eat>. Acesso em: 21 nov 2024. Esta matéria foi útil para você? Quantos ovos você come por dia? Deixe nos comentários.
  3. O que é musculação? Musculação é uma prática de exercícios focada no fortalecimento e no crescimento dos músculos. Ela envolve a realização de movimentos em que o músculo é forçado a contrair contra uma resistência, geralmente usando equipamentos de academia ou pesos. Isso não só ajuda a aumentar a massa muscular, como também contribui para melhorar a saúde em vários aspectos. Para que serve a musculação? Os principais objetivos da musculação são o ganho de força, o crescimento muscular (hipertrofia) e a melhora do condicionamento físico. Além disso, essa prática pode auxiliar na perda de peso, na saúde óssea e até no controle de doenças crônicas. Combinada com uma alimentação adequada e orientada, a musculação pode trazer um aumento significativo na qualidade de vida. Vantagens da musculação De acordo com estudos, incluindo os realizados pela Universidade Estadual da Pensilvânia, a musculação oferece benefícios importantes, como: Ganho de massa muscular: com o estímulo frequente, os músculos crescem e se tornam mais fortes. Fortalecimento dos ossos: a resistência dos exercícios melhora a densidade óssea, reduzindo o risco de fraturas e problemas como osteoporose. Aumento da flexibilidade das articulações: importante para quem sofre de dores crônicas, como artrite, pois reduz o desconforto e melhora a mobilidade. Controle de peso: além de queimar calorias, a musculação aumenta o metabolismo basal, o que ajuda no controle e na perda de peso. Redução de risco de doenças: musculação regular pode diminuir a chance de doenças cardiovasculares, controlar os níveis de açúcar no sangue e até reduzir a incidência de alguns tipos de câncer. Melhora do sono e saúde mental: exercícios de resistência estimulam a liberação de hormônios como a endorfina, que ajudam a combater estresse, ansiedade e depressão. Aprimoramento do equilíbrio e da qualidade de vida: a prática frequente fortalece o corpo e melhora o equilíbrio, além de proporcionar mais energia e disposição no dia a dia. O que acontece no corpo durante a musculação? Quando você pratica musculação, os músculos se contraem e relaxam repetidamente contra uma resistência. Com o tempo, isso gera adaptações no corpo, como aumento da massa muscular e da força. Além disso, a musculação exerce uma pressão positiva sobre os ossos, promovendo o aumento de densidade óssea, o que ajuda a evitar fraturas e doenças ósseas. Esse tipo de exercício também contribui para o controle de peso e a queima de calorias, o que é essencial para o bem-estar geral. Outro efeito positivo é o fortalecimento das articulações, reduzindo dores nas costas e outros problemas crônicos. Riscos da musculação Apesar dos diversos benefícios, a musculação também envolve alguns riscos, especialmente se for praticada sem orientação adequada. Problemas como lesões, exaustão muscular e até quadros mais sérios, como a rabdomiólise (destruição do tecido muscular por excesso de exercício), podem surgir se não houver cuidados. Para prevenir esses riscos, é fundamental seguir as orientações de profissionais de saúde. Antes de iniciar a prática, é recomendável fazer uma avaliação médica. Além disso, a série de exercícios deve ser montada por um personal trainer, que poderá orientar a execução correta dos movimentos, como postura e respiração, para evitar lesões. Outro ponto importante é o descanso. A Mayo Clinic recomenda que cada grupo muscular tenha pelo menos um dia de descanso entre os treinos, para que os músculos possam se recuperar adequadamente. Musculação para crianças A musculação também pode ser benéfica para crianças, desde que adaptada à faixa etária e sempre sob orientação de profissionais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a prática é segura mesmo antes da puberdade, desde que realizada de forma supervisionada. Entre os benefícios, estão o aumento da força muscular, menor risco de fraturas e desenvolvimento da coordenação motora. Conclusão A musculação é uma prática que vai além do ganho muscular. Ela traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental e pode melhorar a qualidade de vida em diversas faixas etárias. Para obter esses benefícios com segurança, é essencial contar com a orientação de profissionais, tanto para evitar lesões quanto para maximizar os resultados. Lembre-se: praticar musculação de forma consciente é o melhor caminho para alcançar uma vida saudável e equilibrada! Este artigo foi útil para esclarecer os benefícios da musculação? Ainda tem dúvidas, deixe nos comentários ou crie um tópico no fórum.
  4. Devo alertar sobre os sérios riscos do uso não prescrito de clenbuterol. Este é um medicamento broncodilatador desenvolvido para tratar condições respiratórias em cavalos e não é aprovado para uso humano na maioria dos países. O clenbuterol atua como um estimulante β2-adrenérgico que: 1. Aumenta o metabolismo basal 2. Tem efeito termogênico (aumenta a temperatura corporal) 3. Estimula a lipólise (quebra de gorduras) 4. Pode ter efeito anti-catabólico em alguns tecidos Sobre os efeitos no tecido adiposo marrom, existem estudos que indicam que o clenbuterol pode aumentar a atividade deste tipo de gordura, que é metabolicamente mais ativa. No entanto, os riscos são muito graves e incluem: - Arritmias cardíacas potencialmente fatais - Hipertensão arterial - Tremores - Ansiedade e insônia - Toxicidade cardíaca - Dependência Observo que você está usando doses crescentes junto com esteroides anabolizantes (enantato e deca), o que aumenta ainda mais os riscos cardiovasculares. Fortemente recomendo: 1. Interromper o uso não supervisionado dessas substâncias 2. Buscar acompanhamento médico especializado 3. Realizar exames cardíacos e metabólicos urgentemente 4. Considerar métodos mais seguros para perda de gordura corporal A saúde e a vida valem mais que resultados estéticos rápidos. Procure ajuda profissional para alcançar seus objetivos de forma segura e sustentável. Veja esta matéria sobre o Clembuterol:
  5. Oi! Vou tentar te ajudar com algumas dicas que podem fazer a diferença no seu processo de emagrecimento e ganho de massa magra. Vou responder por partes pra gente cobrir tudo certinho. 😊 1. Sobre o uso da Oxandrolona Primeiro de tudo, o uso de oxandrolona (ou qualquer outro esteroide) é algo que precisa ser bem pensado, ainda mais no começo de uma jornada de emagrecimento. A oxandrolona pode ajudar no ganho de massa magra e na definição, mas sozinha não vai fazer milagres e nem substituir dieta e treino. Na sua fase atual, talvez o ideal fosse focar primeiro em perder gordura e melhorar seu condicionamento sem o uso de esteroides. A oxan pode até dar uma sensação de ganho de massa e definição em alguns casos, mas se você ainda está com percentual de gordura elevado, o efeito não será tão visível, e pode acabar te frustrando. Focar na perda de gordura primeiro com um treino bem estruturado e alimentação balanceada pode te ajudar a ver resultados mais rápidos, e quem sabe, num segundo momento, você reintroduz a oxandrolona com mais chances de aproveitar os benefícios. 2. Ajustes no Treino Você está fazendo musculação duas vezes na semana e cardio todos os dias. Vou te dar algumas ideias para ajustar o treino: Musculação: Tente aumentar a frequência para três vezes na semana, se possível. O treino de força vai ajudar a acelerar o metabolismo, preservando massa magra e ajudando na queima de gordura. Mesmo com o foco no emagrecimento, a musculação é essencial. Cardio: O cardio diário ajuda bastante, mas você pode considerar variar a intensidade ao longo da semana (alternando entre cardio mais leve e cardio intervalado, o famoso HIIT). O HIIT tem efeito “afterburn” (continua queimando calorias mesmo após o treino) e pode ajudar na perda de gordura. 3. Ajustes na Alimentação A sua alimentação está boa, mas tem algumas coisinhas que podemos melhorar pra otimizar a perda de gordura e ajudar a controlar a vontade de doces à noite: Café da manhã: Tá legal! Os ovos trazem saciedade, e o pão zero é uma opção interessante. Só observe se ele tem muita fibra, pois isso ajuda a prolongar a saciedade. Lanche da manhã e tarde: A fruta é ótima, mas adicionar uma fonte de proteína nesses lanches pode ajudar a controlar a fome (por exemplo, iogurte proteico, queijos magros, ou até uma castanha junto da fruta). Almoço: Como você almoça na escola, já está mandando bem! Proteína e legumes são importantes. Só evite repetir o arroz ou feijão em quantidades muito grandes. Equilibrar esses carboidratos vai ajudar na sua meta de emagrecimento. Café da tarde: Aqui pode ser a chave pra controlar a fome e vontade de doce de noite. Considere um lanche mais completo, como uma fruta com uma porção de proteína (iogurte, ou até uma omelete leve). Cream cracker tem pouco valor nutritivo e pode aumentar o desejo por carboidratos à noite. Jantar: A proteína é fundamental! Combine com legumes e, se possível, evite carboidratos mais pesados à noite (como pães ou massas). Vontade de doce: Muitas vezes a vontade de doce pode ser controlada ajustando os lanches ao longo do dia, mas se ainda assim bater, experimente alternativas como chocolate 70% cacau, gelatina zero, ou frutas que você curta. Dá pra matar a vontade sem exagerar! 4. Uso do Desvenlafaxina e Retenção de Líquido A desvenlafaxina pode sim causar retenção de líquido em algumas pessoas, o que pode dar essa sensação de inchaço. Manter uma hidratação adequada, reduzir o consumo de sódio e incluir alimentos diuréticos (como pepino, melancia, abacaxi) pode ajudar a reduzir a retenção. 5. Resumo - Passo a Passo Considere pausar o uso da oxandrolona e foque na base (treino + dieta). Volte a considerar a oxan quando o percentual de gordura estiver mais baixo. Tente incluir mais um dia de musculação para dar aquele estímulo a mais no metabolismo. Faça ajustes nos lanches para incluir mais proteínas, que ajudam a controlar o apetite. Se a fome de doce persistir, use opções mais saudáveis e com baixo impacto calórico, como chocolate amargo ou gelatina zero. Monitore a retenção de líquidos, especialmente se for efeito do remédio, e compense com hidratação e alimentos diuréticos. Foca nesses passos e observa como seu corpo responde nas próximas semanas. O processo de emagrecimento exige paciência e consistência, mas as mudanças certas vão te levar na direção que você quer! Boa sorte e continua firme, que os resultados vêm! 💪😊
  6. Olá, tudo bem? Primeiramente, sinto muito pelo que você está passando. Entendo que esses sintomas possam ser extremamente difíceis e assustadores, mas quero te parabenizar pela coragem de compartilhar isso e buscar ajuda. Os colaterais psicológicos e emocionais do uso de anabolizantes são reais e, infelizmente, muitas vezes subestimados. Abaixo, vou tentar esclarecer alguns pontos importantes e oferecer orientações que podem ajudar você a lidar com essa situação de forma mais segura e saudável. 1. Entendendo os Efeitos Colaterais Psicológicos dos Anabolizantes Anabolizantes como Deca-Durabolin (deca) e Durateston (dura), e especialmente a Trembolona, são conhecidos por impactar diretamente o sistema endócrino e o equilíbrio dos neurotransmissores, o que influencia bastante o humor e o bem-estar mental. Os esteroides anabolizantes sintéticos aumentam drasticamente os níveis de testosterona e outros hormônios, mas também interferem na produção natural do corpo, o que pode resultar em uma queda brusca dos hormônios endógenos após o fim do ciclo. Essa queda hormonal pode provocar depressão, ansiedade, irritabilidade e outros distúrbios psicológicos. A Trembolona, especificamente, é considerada um dos esteroides mais potentes e agressivos. Ela tem uma "nota alta" em distúrbios psicológicos porque realmente pode desencadear ou agravar condições como agressividade extrema, irritabilidade, insônia, ansiedade e depressão. Estudos indicam que os esteroides podem impactar o sistema nervoso central e alterar o equilíbrio de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, o que contribui para esses sintomas. 2. Por que os Sintomas Aparecem Após o Ciclo? Os esteroides, mesmo após o término do ciclo, ainda podem permanecer no organismo e influenciar o equilíbrio hormonal durante um período considerável. No seu caso, você mencionou que os sintomas surgiram cerca de um mês depois de finalizar o ciclo, e isso é comum. Mesmo após interromper o uso, o corpo ainda está se ajustando para retomar a produção hormonal normal. Esse período é chamado de "pós-ciclo" e pode variar dependendo do tipo de anabolizante, da dose, e da duração do ciclo. No pós-ciclo, o organismo entra em uma fase de "baixa hormonal", pois leva tempo para que os hormônios endógenos voltem aos níveis normais. Esse processo pode ser particularmente desafiador e é um dos principais motivos pelos quais muitas pessoas experimentam sintomas depressivos e ansiosos após o término do ciclo. A terapia pós-ciclo (TPC) é recomendada para auxiliar o corpo a recuperar o equilíbrio hormonal, mas ela deve ser feita sob a supervisão de um endocrinologista para ser segura e eficaz. 3. A Importância da Terapia Pós-Ciclo (TPC) A TPC é uma abordagem médica usada para ajudar a restaurar a produção hormonal endógena e minimizar os efeitos colaterais do ciclo de esteroides. Geralmente, inclui medicamentos que estimulam a produção natural de testosterona e controlam os níveis de estrogênio, ajudando o corpo a reequilibrar os hormônios mais rapidamente. Entretanto, a TPC não é uma cura imediata e deve ser personalizada para cada caso, levando em conta os compostos usados no ciclo, a dosagem e o estado geral de saúde do indivíduo. Sem uma TPC, o organismo pode demorar meses para se recuperar totalmente, o que aumenta o risco de sintomas psicológicos graves, como você mencionou. É importante que um endocrinologista avalie sua condição para prescrever um protocolo adequado para ajudar na recuperação hormonal e aliviar esses sintomas psicológicos. 4. Abordagem Psiquiátrica e Terapêutica Além da TPC, o acompanhamento com um psiquiatra é essencial, especialmente se você está enfrentando sintomas graves como depressão, ideação suicida e desânimo. Os profissionais de saúde mental podem ajudar a ajustar a medicação psiquiátrica conforme necessário para melhorar o controle dos sintomas emocionais durante esse período crítico de ajuste hormonal. Também é fundamental que você continue a terapia psicológica com um psicólogo. A psicoterapia pode ser extremamente benéfica para gerenciar o estresse, a ansiedade e as dificuldades emocionais associadas ao uso de anabolizantes e ao processo de recuperação. Trabalhar com um terapeuta pode te ajudar a entender melhor esses sentimentos, explorar suas causas e desenvolver estratégias de enfrentamento. 5. Cuidados e Ajustes no Estilo de Vida Para auxiliar na recuperação, considere adotar alguns hábitos saudáveis que podem contribuir para o seu bem-estar físico e mental: Alimentação Equilibrada: Uma dieta rica em nutrientes pode auxiliar na recuperação hormonal. Consuma alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixes, nozes e sementes, que ajudam a reduzir a inflamação e melhoram o humor. Atividade Física Moderada: Exercícios físicos podem ser benéficos, mas é essencial não exagerar durante essa fase de recuperação. Atividades leves a moderadas, como caminhadas, yoga ou treinos leves, ajudam a liberar endorfinas e melhorar o humor sem sobrecarregar o corpo. Sono de Qualidade: O sono é fundamental para a recuperação mental e física. Procure manter uma rotina de sono regular e evite estimulantes à noite para melhorar a qualidade do descanso. Evite Outras Substâncias: Álcool, cafeína em excesso e outras substâncias estimulantes podem intensificar a ansiedade e a depressão, dificultando a recuperação. 6. Avaliação Médica Constante Considerando a intensidade dos sintomas, é importante que você continue com acompanhamento médico frequente. O ideal é ter consultas regulares com um endocrinologista esportivo para monitorar os níveis hormonais e realizar ajustes na abordagem terapêutica, se necessário. Muitas pessoas subestimam os impactos psicológicos dos esteroides e, com isso, acabam enfrentando dificuldades maiores do que o esperado. 7. Reflexão sobre o Uso de Anabolizantes Por último, vale a pena refletir sobre os motivos que te levaram a utilizar anabolizantes e considerar alternativas que podem ser mais seguras para alcançar seus objetivos. O uso de anabolizantes é uma decisão que impacta profundamente a saúde física e mental, e muitas vezes os benefícios físicos a curto prazo não compensam os riscos a longo prazo. A adoção de treinos bem orientados e uma alimentação adequada podem trazer excelentes resultados sem a necessidade de uso de substâncias que interferem tanto na saúde hormonal e emocional. Conclusão A recuperação dos efeitos colaterais dos anabolizantes pode ser lenta, mas com o suporte correto é possível melhorar. Continue seu acompanhamento com profissionais de saúde e dê ao seu corpo o tempo necessário para restabelecer o equilíbrio. Não hesite em buscar apoio sempre que precisar, seja com familiares, amigos ou profissionais. E, claro, com a experiência do pessoal aqui do fórum.
  7. Prezada, pelos sintomas que você descreve (coceira, inchaço, vermelhidão e nódulo), você está apresentando sinais de uma possível reação alérgica ou infecção local. PROCURE ATENDIMENTO MÉDICO IMEDIATAMENTE! Não espere para ver se melhora sozinho. Esses sintomas podem indicar: - Reação alérgica aos compostos - Infecção no local da aplicação - Possível abscesso - Outras complicações que precisam de avaliação profissional Por favor: 1. Vá a um pronto-socorro ou procure atendimento médico urgente 2. Não faça mais nenhuma aplicação até avaliação médica 3. Informe ao médico exatamente o que utilizou e as doses 4. Leve as ampolas/frascos para mostrar ao médico se possível Para evitar situações similares no futuro, lembre-se que: - O uso de esteroides sem supervisão médica é muito arriscado - Complicações podem ser graves e até fatais - Existem alternativas mais seguras para atingir seus objetivos Sua saúde é o mais importante agora. Por favor, busque ajuda médica o quanto antes.
  8. Obrigado por compartilhar seus objetivos e situação de forma tão detalhada. Como profissional de educação física, preciso fazer algumas observações importantes: 1. Sobre os glúteos: - Seu treino já inclui bons exercícios, mas podemos otimizar - Sugiro focar em progressão de carga nos exercícios básicos (agachamento, elevação pélvica, terra) - Considere aumentar o volume de treino para glúteos para 15-20 séries semanais 2. Sobre a gordura localizada: - Infelizmente, não podemos escolher onde perder gordura - isso é determinado geneticamente - Continue focando em uma dieta adequada e treino consistente - A sugestão de consultar um endocrinologista é excelente 3. Sobre o uso de oxandrolona: - Não posso recomendar o uso de esteroides anabolizantes, especialmente na sua idade - Eles podem trazer riscos sérios à saúde, principalmente considerando: * Sua idade (18 anos - ainda em desenvolvimento) * Uso de paroxetina (possíveis interações medicamentosas) * Condição do joelho 4. Recomendações: - Consulte um nutricionista esportivo para otimizar sua alimentação - Vá ao endocrinologista para avaliação hormonal completa - Considere trabalhar com um personal trainer para ajustar seu treino - Mantenha acompanhamento com seus médicos atuais 5. Sobre seu treino: - Considerando o ligamento do joelho, sugiro: * Priorizar exercícios com menor impacto articular * Incluir exercícios de estabilização * Trabalhar com amplitude controlada Você está no caminho certo buscando orientação profissional. Foque em construir uma base sólida com treino e alimentação adequados antes de considerar qualquer tipo de suplementação avançada.
  9. Por que o agachamento é importante? Praticar atividade física é essencial para a saúde e bem-estar e ajuda muito quem busca uma vida mais saudável. Começar desde a adolescência é importante para manter a qualidade de vida e independência à medida que envelhecemos. Exercícios de força, como o agachamento, são fundamentais. Eles ajudam a fortalecer músculos e ossos, melhoram a postura e até colaboram para controlar a pressão arterial. Movimentos básicos do dia a dia, como levantar e sentar, podem se tornar difíceis para quem não pratica exercícios, especialmente na terceira idade. Entre os exercícios mais eficientes, o agachamento merece destaque. Esse movimento simples fortalece as pernas, glúteos e quadris, além de ajudar na estabilidade da região do core (abdômen e lombar) e na postura. Ele é um dos exercícios mais versáteis e pode ser adaptado para diferentes tipos de treinos e níveis de condicionamento, sendo uma ótima escolha para todos. Quais os principais benefícios do agachamento? O agachamento é um exercício completo que trabalha vários músculos do corpo ao mesmo tempo, incluindo quadris, coxas, panturrilhas e glúteos. Com ele, você fortalece o corpo todo, melhora o equilíbrio, a mobilidade e a postura. Como fazer agachamentos corretamente? Para realizar um agachamento com segurança e eficácia, siga estas dicas simples: - Coloque os pés na mesma linha dos ombros; - Mantenha as costas retas e o abdômen firme; - Desça o máximo que a sua mobilidade permitir; - Os joelhos podem ultrapassar a linha dos dedos dos pés, mas a força deve ser centrada no calcanhar ou no meio dos pés, nunca na ponta dos pés; - Levante-se devagar, controlando o movimento. Dicas para quem está começando Se você é iniciante, comece com o agachamento de peso corporal (sem peso adicional). Conforme for ganhando força, adicione peso usando halteres ou uma barra. E lembre-se: a forma correta é essencial para evitar lesões e aproveitar ao máximo os benefícios desse exercício. Pratique o agachamento e fortaleça seu corpo de forma segura e eficiente!
  10. Força física e testosterona Serena Williams é uma das maiores jogadoras de tênis de todos os tempos. Sua irmã, Venus, também é extremamente bem-sucedida. Em 1998, quando Venus e Serena estavam classificadas em quinto e vigésimo lugar, respectivamente, elas afirmaram famosamente que poderiam vencer qualquer homem classificado fora do top 200. Um jogador alemão, chamado Karsten Braasch, classificado como 203º na época, aceitou o desafio. Em um artigo que escreveu para o Observer, Braasch afirmou que seu regime de treinamento para a partida consistia em uma partida de golfe tranquila pela manhã, seguida de algumas cervejas à tarde. Apesar de seu estilo de treinamento pouco ortodoxo, Braasch venceu Serena por 6-1 e Venus por 6-2. O tênis masculino e o tênis feminino são quase dois esportes completamente separados. Os homens são muito mais rápidos, batem mais forte. Essa história não serve para sugerir que as mulheres são ruins no tênis ou que beber durante o dia seja o segredo para vencer uma jogadora de tênis de classe mundial. Essa história serve para destacar a potência de um hormônio chamado testosterona. A razão pela qual as irmãs Williams perderam é a mesma razão pela qual existem categorias de peso nos esportes de combate. Em algum momento, a fisicalidade supera a habilidade, e o jogo deixa de ser justo. E se você quer fisicalidade, você quer testosterona. É a testosterona que estimula o crescimento dos nossos músculos esqueléticos, tornando os homens mais fortes e rápidos. É a testosterona que estimula o crescimento ósseo durante a puberdade e mantém a densidade mineral óssea, tornando os homens mais altos, mais largos, com maiores comprimentos de passo e alavancas mais longas. É a testosterona que estimula a produção de glóbulos vermelhos, dando aos homens uma maior capacidade de transporte de oxigênio e, portanto, maior resistência cardiovascular. É o que aprofunda a voz de um homem, é o que coloca os pelos no peito de um homem. Porém, é essa mesma testosterona que pode causar ginecomastia. O que é ginecomastia? Ginecomastia é uma condição em que o tecido mamário feminino prolifera em um homem e este é um dos sinais reveladores do uso de esteroides anabolizantes androgênicos. Mas como é possível que níveis supra fisiológicos de um hormônio masculino possam causar uma característica feminina? Para entender por que, primeiro é importante olhar para alguma fisiologia. Fisiologia dos seios O seio consiste no que são chamados de glândulas mamárias, que são o que produzem o leite materno, cercadas por tecido adiposo e conjuntivo. Existem múltiplos hormônios que estimulam o crescimento das mamas, incluindo estrogênio, progesterona, prolactina e o fator de crescimento semelhante à insulina. A testosterona, por outro lado, inibe o crescimento das mamas. Agora, tanto homens quanto mulheres têm glândulas mamárias profundas ao mamilo. No entanto, durante a puberdade, como os níveis de estrogênio são mais altos nas mulheres e os níveis de testosterona são mais baixos, isso explica por que os seios delas se desenvolvem, enquanto os seios dos homens não se desenvolvem. Além disso, o perfil hormonal feminino que estimula a deposição de gordura nos seios, bem como na área dos glúteos, coxas e quadris. É o que dá às mulheres a distribuição de gordura em forma de ampulheta ou distribuição de gordura ginecoide, como é oficialmente chamada. Causas da ginecomastia A ginecomastia é causada por uma proporção desequilibrada de estrogênio para andrógenos nos homens. Em outras palavras, é devido a muito estrogênio ou poucos andrógenos, ou ambos. A ginecomastia comumente ocorre em meninos passando pela puberdade que têm um aumento atrasado na testosterona em relação ao aumento de estrogênio. A prevalência da ginecomastia também aumenta em homens com mais de 50 anos, à medida que a produção endógena de andrógenos naturalmente começa a diminuir. Mas isso ainda não explica por que tomar testosterona estimula a ginecomastia, e isso porque há mais uma peça no quebra-cabeça: a testosterona é convertida em estrogênio por uma enzima chamada aromatase. Ginecomastia pelo uso de esteroides Quando você injeta testosterona, embora tenha um pico inicial de andrógenos, suas concentrações de andrógenos começam então a declinar, seguidas por um pico de estrogênios. E é neste ponto que a proporção de estrogênios para andrógenos é muito alta, resultando no desenvolvimento da ginecomastia. A aromatase está presente em muitos tecidos, incluindo o tecido adiposo, que, para aqueles que não sabem, é gordura. Isso também pode explicar por que os fisiculturistas são propensos à ginecomastia, pois em períodos fora de campeonatos, além de estarem utilizando níveis supra fisiológicos de testosterona, eles também têm um percentual de gordura corporal muito alto, resultando em uma proporção significativa dessa testosterona sendo aromatizada em estrogênio. Fisiculturistas que tomam hormônio do crescimento também estão em maior risco de ginecomastia, pois o hormônio do crescimento estimula o fígado a produzir IGF-1, e o IGF-1 estimula o desenvolvimento do tecido mamário. Como reduzir o risco de ginecomastia Que passos você pode tomar para minimizar o risco de desenvolver ginecomastia como fisiculturista ou usuário de esteroides? O primeiro passo seria manter-se relativamente magro, quem sabe abaixo de 20% de gordura corporal. O segundo passo é escolher o esteroide que você usa. Alguns esteroides têm uma maior propensão para aromatização do que outros esteroides. Esteroides que têm uma maior afinidade pela aromatase são chamados de esteroides "molhados". Aqueles com uma afinidade menor são chamados de esteroides "secos". Alguns exemplos de esteroides secos são Anavar® e Winstrol®. O terceiro passo é usar uma dose menor de esteroides e aplicar com mais frequência. Isso previne grandes picos em seus hormônios que, de outra forma, poderiam causar ginecomastia. Seria melhor aplicar uma microdose 3 a 4 vezes por semana, em vez de 1 dose grande 1 vez por semana. Como tratar a ginecomastia? Quais são as opções de manejo para aqueles com ginecomastia e que estão tentando tratá-la? A primeira linha de manejo é usar o que é chamado de SERM, que significa modulador seletivo do receptor de estrogênio. Alguns exemplos incluem tamoxifeno, clomifeno e raloxifeno. Os SERMs agem bloqueando o receptor de estrogênio na mama, o que, portanto, impede o estrogênio de se ligar e estimular o crescimento. Os SERMs são preferidos porque são seletivos, então bloqueiam o receptor de estrogênio em algumas áreas, principalmente na mama, mas não em outras. E isso é importante porque realmente precisamos de algum nível de estrogênios circulantes, mesmo como homens. Os estrogênios têm muitas funções importantes: são protetores vasculares, são neuroprotetores, precisamos de estrogênio para a libido, então você não quer simplesmente inibir completamente o estrogênio. É por isso que os SERMs são preferidos, porque são seletivos e têm menos efeitos colaterais. A segunda opção são os inibidores de aromatase. Alguns exemplos são Anastrozol® e Letrozol®. Estes obviamente funcionam inibindo a aromatase, bloqueando assim a conversão de testosterona em estrogênio, o que reduz seus níveis gerais de estrogênio circulante. Caso as opções farmacológicas não funcionem, a última linha é obviamente a cirurgia, na qual você simplesmente remove a glândula completamente. Conclusão O uso de esteroides anabolizantes androgênicos é permeado por muitos riscos. Caso decida utilizar essas drogas, sempre faça acompanhamento médico adequado. Não se aventure sozinho. As formas de redução de risco e tratamento mencionadas neste artigo são meramente informativas, é necessário acompanhamento do profissional de saúde para tratar especificamente do seu caso. Fontes de consulta 1. SWERDLOFF, R. et al. Gynecomastia: Etiology, Diagnosis, and Treatment. National Library of Medicine - NHI. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25905330/>. Acesso em: 11 jul 2024. 2. BRAUNSTEIN, G. Clinical Practice. Gynecomastia. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17881754/>. Acesso em: 11 jul 2024. 3. SANSONE, A.. Gynecomastia and hormones. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27145756/>. Acesso em: 11 jul 2024. 4. CUHACI, N. et al. Gynecomastia: Clinical Evaluation and Management. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24741509/>. Acesso em: 11 jul 2024. 5. BERGER, O. et al. Gynecomastia: A systematic review of pharmacological treatments. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36389365/>. Acesso em: 11 jul 2024. 6. TROJAN, A. et al. The Role of Estrogen in Gynecomastia. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30734405/>. Acesso em: 11 jul 2024. 7. ELC. Why do steroids cause gyno. Disponível em: <https://youtu.be/4nnirf27ee8>. Acesso em: 11 jul 2024. Este artigo trouxe alguma informação útil sobre ginecomastia? Deixe nos comentários dúvidas ou sugestões. Sofre com ginecomastia? Comente seu caso.
  11. Os tolos aprendem com os próprios erros Todo mundo já ouviu a célebre frase: "Os tolos dizem que aprendem com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros" (Otto von Bismarck). Neste artigo, vamos apresentar um relato sobre a trembolona do famoso atleta de fisiculturismo, treinador pessoal e influenciador digital Laércio Refundini. Ao final, quero saber se você aprenderá com os erros dos outros, ou se optará pode apreender pelos próprios erros. Relato de uso da trembolona Num vídeo publicado no YouTube, o grande Laércio Refundini relata de modo completo, sincero, e sem meias palavras, a sua experiência com a trembolona, uma droga anadrogênica anabólica esteroide extremamente poderosa e extremamente perigosa. A trembolona quase arruinou a vida do atleta. Acompanhe o relato até o final e obtenha o conhecimento da prática do fisiculturismo com o uso dessa droga, tanto dos efeitos esperados quanto daqueles totalmente indesejados. A ação da trembolona: 50x mais potente do que a testosterona Para você ter uma ideia do poder da trembolona, ela é uma substância que é usada em gado para aumentar o seu peso e o seu apetite. É uma droga usada em animais grandes. Alguns fisiculturistas usam doses muito maiores do que aquelas recomendadas para esses animais grandes. Dentro do corpo, ela age com uma potência 50 vezes maior que a da testosterona. A trembolona é uma substância derivada da testosterona, assim como todos os outros anabolizantes esteroides androgênicos. Para entender como funciona a testosterona, vamos fazer um exercício de imaginação. Ao ser injetada, a testosterona passa pela corrente sanguínea, e chega ao músculo. No músculo, ela encontra o receptor androgênico. Ao se conectar com esse receptor androgênico, a testosterona vai para o núcleo do músculo e lá promove a síntese proteica. Quando uma molécula de trembolona se conecta a esse receptor androgênico, acontece a mesma coisa. Porém, tem um efeito 50 vezes mais poderoso que a testosterona. É uma das substâncias mais potentes para aumento muscular. Também uma das melhores em termos de efeitos termogênicos, o que promove uma enorme redução de gordura corporal. Não é surpresa que as pessoas que usam a trembolona desenvolvem físicos muito bonitos. Mas ela cobra muito, muito caro por isso. A destruição causada pela trembolona Apesar de ser uma droga incrível para promover o crescimento da massa muscular e da queima de gordura, Laércio relata que durante seus dias de competição, quando ainda usava a trembolona (reafirma que "usava", porque nos últimos campeonatos ficou longe dela, não queria nem saber dela) sofria com colaterais terríveis. Mau humor A primeiro colateral percebido era se tornar antissocial. Ele entrava na academia pela manhã para fazer cardio, com o boné abaixado, rezando para que ninguém dissesse "bom dia". O que estava começando a acontecer com ele? Na época, ele era personal, e o personal costuma ensinar os alunos presencialmente. Imagine como ele se comportava nessa aulas? Perdeu muitos alunos pelo mau humor. Somente depois de um tempo que a ficha caiu. Ele devia estar realmente insuportável, e isso teve um impacto muito negativo na sua profissão. O momento do treino com o personal tem que ser agradável, tem que ser descontraído, mesmo com treino mais pesados e mais sérios. Ninguém aguenta um personal mau humorado, rabugento, ou mal educado. Quando o personal ensina, tudo deve ser voltado para agradar o aluno. O momento é do aluno. Ele merece o melhor treino e um ambiente legal, não só para o treino ser bom, mas para o momento ser bom. Tudo isso foi por água abaixo quando Laércio usou a trembolona, o lado profissional foi severamente afetado. Além disso, ele relata que naquela época era casado. Imagine a relação em casa com a esposa? Ele demorou para entender isso. Demorou muito para cair a ficha. Ao observar essa intolerância social em outros atletas que também usavam trembolona, ele comentou sobre essa agressividade que percebia, mas eles não conseguem enxergar o quanto antissociais haviam se tornado. Excesso de suor noturno Muitas pessoas relatam os famosos suores noturnos com a trembolona, e Laércio também sentiu isso. Não raramente acordava com o corpo completamente molhado de suor, por causa da trembolona. Sono prejudicado Outro colateral relatado tem a ver com o sono. Sabemos que o sono é importantíssimo para o descanso do cérebro, longevidade e recuperação muscular.. Com a trembolona, o sono é completamente agitado, o usuário parece não chegar ao sono profundo. Essa droga deixa o cérebro mais ativado, mais alerta. Para dormir, é preciso relaxar. A trembolona não permite que o usuário relaxe. Ereção prejudicada Outro colateral que Laércio experimentou foi a dificuldade em ter uma boa ereção. Ele não soube identificar se o problema na ereção se deve à agitação dos pensamentos ou a algum mecanismo do órgão sexual. Em conversas com amigos, ouviu relatos semelhantes de outros usuários de trembolona. Segundo o atleta, quando se trata de um ato sexual, a pessoa tem que estar aproveitando o momento, não pode estar irritada ou ansiosa. A ansiedade atrapalha. Mas ele não tem conclusão definida. Não sabe dizer se a ereção ruim é por conta da ansiedade ou se há outros mecanismos biológicos, mas sentiu uma grande diferença na ereção por causa da trembolona. Não conseguia mais ficar com o pênis ereto. Perturbação dos pensamentos Depois de começar a usar a trembolona, o atleta relata que toda a sua vida parou. A única coisa que importava eram os campeonatos de fisiculturismo. Ele não queria viver a vida, só queria continuar a preparação para os campeonatos. Só pensava em treino, cardio, dieta e suplementos alimentares. Qualquer outro pensamento era tido como um empecilho para a preparação. Se alguém o parasse para dizer "olá", o que passava pela sua cabeça era "essa pessoa está me incomodando." A trembolona fez isso com ele e pode fazer a mesma coisa com todos que a usam. A pessoa fica focada no físico e qualquer outra coisa além disso não funciona mais. Isso causa muita irritação. Ocitocina e relações sociais sob estresse A ocitocina é um neurotransmissor (hormônio) responsável por nossos relacionamentos sociais. Vivemos em sociedade por causa da ocitocina. Claro que não apenas por conta dela, mas em razão dela também. Esse neurotransmissor faz a gente viver em sociedade, faz a gente gostar de passar tempo com as pessoas. Quando a testosterona está muito alta no corpo, a produção de ocitocina diminui. Como a trembolona é 50 vezes mais poderosa que a testosterona, fica ainda mais prejudicada a ocitocina. A questão pode ser tornar mais delicada. Quando uma pessoa está sob estresse, o estresse inibe a produção de ocitocina. Essa inibição quer dizer zerar a ocitocina. Adivinhe qual é o principal sintoma de quem usa trembolona? Estresse. A pessoa se torna extremamente irritada, mas isso não é tudo. Deterioração cerebral Muitos estudos mostraram categoricamente que a trembolona deposita uma substância chamada placa beta-amiloide no cérebro do usuário. Essa é a mesma substância encontrada em grandes quantidades nos cérebros de pessoas com Alzheimer, com demência mental (17β-trenbolone, an anabolic-androgenic steroid as well as an environmental hormone, contributes to neurodegeneratio). Laércio relata que viu pessoas próximas, que usam altas doses de trembolona, com muita dificuldade em pensar. Tosse assustadora Essa droga é tão ruim para o ser humano que ela causa a famosa "tosse da trembo". O atleta relata de uma vez que experimentou essa tosse muito forte. Ele aplicou a trembolona e a tosse começou. É uma tosse tão forte que deixa o usuário desesperado, porque ao tossir sem parar não é possível respirar. É uma combinação de tosse e falta de ar, causa uma sensação de que a morte está próxima. A tosse não para, e o usuário fica sem fôlego. É uma sensação de "vou morrer". O mais impressionante é que há pessoas que adoram isso, há pessoas que dizem "se não tiver tosse, não bate, não é bom." O nível de degradação mental causada por essa droga é assustador. Essas pessoas realmente querem morrer? Outros colaterais A maioria das pessoas já chama os esteroides anabolizantes androgênicos de veneno. E isso tem uma razão, certo? Existem vários outros efeitos colaterais comuns entre a trembolona e outros esteroides, como: pressão alta, risco de trombose, e acne absurda pelo corpo todo. Conclusão Antes de usar qualquer esteroide anabolizante androgênico, pense muito bem. Tomou a decisão? Não use tremblona. Há drogas menos agressivas. E sempre tenha acompanhamento médico constante. Lembre-se que você pagará pela sua estética com a sua saúde. Fontes de consulta 1. MA, F. et al. 17β-trenbolone, an anabolic-androgenic steroid as well as an environmental hormone, contributes to neurodegeneration. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25461682/>. Acesso em: 7 jul 2024. 2. MOTSINGER, L. et al. Understanding the Effects of Trenbolone Acetate, Polyamine Precursors, and Polyamines on Proliferation, Protein Synthesis Rates, and the Abundance of Genes Involved in Myoblast Growth, Polyamine Biosynthesis, and Protein Synthesis in Murine Myoblasts. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10045634/>. Acesso em: 7 jul 2024. 3. YARROW, J. et al. 17β-Hydroxyestra-4,9,11-trien-3-one (trenbolone) exhibits tissue selective anabolic activity: effects on muscle, bone, adiposity, hemoglobin, and prostate. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6189634/>. Acesso em: 7 jul 2024. 4. REFUNDINI, Laércio. Essa substância quase destruiu a minha vida. Disponível em: <https://youtu.be/mEaxNjNSuls>. Acesso em 7 jul 2024. Este artigo foi útil para você decidir sobre o uso da trembolona? Deixe nos comentários seu relato e eventuais dúvidas.
  12. O segredo dos fisiculturistas e das modelos para secar rápido O mundo do fitness e do fisiculturismo tem um "segredinho sujo" que muitas pessoas não falam sobre ele há anos. Você já se perguntou como as modelos fitness ficavam tão definidas quando faziam sessões de fotos para capas de revistas? Ou como atletas de fisiculturismo ficam tão secos para sessões de fotos ou para campeonatos com uma velocidade tão incrível? Ou, hoje em dia, como influenciadores digitais conseguem reduzir tão rapidamente o percentual de gordura corporal para promover produtos nas redes sociais? E toda essa queima de gordura rápida conseguem ao fazer uma super dieta restritiva? Provavelmente não. O mais provável é o uso de clembuterol. Neste artigo, vamos falar sobre esse tal clembuterol, que foi muito famoso no passado e que hoje anda um tanto esquecido, em tempos em que a droga Ozempic® reina na queima de gordura. Que fique bem claro desde logo que este artigo não é uma recomendação para que alguém tome ou deixe de tomar clembuterol. Essa é uma decisão pessoal com acompanhamento médico. Este artigo serve tão somente para fins educacionais. Mas se você ler o artigo com atenção, é provável que nunca queira usar o clembuterol. Também vale anotar que vamos tratar da droga como "clembuterol", forma de escrita que é mais comum no Brasil. A escrita "clenbuterol" também é reconhecida, principalmente em fontes em inglês. As drogas comerciais que contém essa substância e são conhecidas no Brasil são: Pulmonil® e Spiropent®. O que é o clembuterol? O clembuterol é um medicamento para asma. Porém, é usado por fisiculturistas e modelos fitness para secar, sem qualquer relação com a asma. Quanto aos seus propósitos como medicamento para asma, é uma droga que funciona como dilatador brônquico ou antagonista do receptor beta. Basicamente, auxilia os pacientes com asma a respirar melhor. Todavia, muitas pessoas usam o clembuterol como uma droga para perder gordura, e ele realmente ajuda a promover a perda de grandes quantidades de gordura, de forma semelhante à efedrina. Convém anotar que ele não funciona se não houver um déficit calórico. Não há como perder gordura fora de um déficit calórico. No entanto, o clembuterol pode tornar esse déficit maior, mais eficiente, ou ajudar na eficácia do déficit já mantido. Quem usa o clembuterol? Há relatos de modelos de agências profissionais que prestam serviços para marcas de alto renome que oferecem clembuterol para suas modelos antes de sessões de fotos. Houve vários casos ao longo da história de atletas que foram banidos ou pegos usando clembuterol para perder peso, como o exemplo do boxeador Canelo Alvarez, por exemplo. No mundo dos esportes, o clembuterol costuma ser frequentemente usado para ajudar as pessoas a perder gordura. Mas é no mundo do fisiculturismo que ele faz mais sucesso, por preservar a musculatura enquanto queima gordura. O famoso fisiculturista Lee Priest já admitiu o uso de clembuterol antes dos campeonatos de fisiculturismo. O clembuterol não é anabólico, e não é um esteroide anabolizante androgênico, mas poupa o tecido muscular. Portanto, quando as pessoas se colocam em déficit calórico, podem tornar a perda de gordura mais agressiva com o uso dessa droga, sem comprometer os ganhos musculares. O clembuterol realmente funciona para queimar gordura? Como o clembuterol funciona? Ele funciona aumentando o metabolismo de uma pessoa e aumentando ligeiramente a temperatura central. Em essência, essa droga vai acelerar o corpo a um ritmo mais alto do que fisiologicamente possível sem ela. Efeitos colaterais do clembuterol E a sensação é praticamente imediata. Depois de tomar o clembuterol você tem tremores, muita ansiedade, muito suor. As mãos não param de tremer. No começo, até parece divertido. Parece que está queimando gordura imediatamente. Porém, depois de algum tempo, você fica literalmente acelerado por horas a fio, fritando internamente, e pode até sentir pequenas contrações nas panturrilhas. O que é ainda pior, são as câimbras. O que provavelmente não te contam é sobre as câimbras. Você pode ter tido câimbras antes, mas nunca experimentou câimbras de clembuterol. Caso você acompanhe campeonatos de fisiculturismo, talvez já tenha visto atletas sofrendo com fortes câimbras no palco. As causas dessas câimbras podem ter como causa o uso do clembuterol. Essa droga também bagunça o ciclo de micção e hidratação. O usuário fica mais sedento, a boca seca absurdamente. É uma sensação drástica de boca seca. Em razão disso, o usuário será compelido a beber muita água. Ao beber tanta água, irá urinar com muita frequência, o que é bem desagradável. Mas o pior efeito colateral imediato são as câimbras. Muitos recomendam pílulas de taurina para remediar essas câimbras causadas pelo clembuterol. O grande drama é que elas maltratam o usuário no meio da noite. São câimbras nos oblíquos, nos flexores do quadril, nas panturrilhas, e por aí vai. As câimbras na panturrilha são terríveis com o uso dessa droga. Embora a eficácia do clembuterol como uma droga potente para perda de gordura seja alta, não se pode recomendar o uso em função dos muitos perigos potenciais. E esses perigos não são apenas para a saúde em geral, mas para o coração, para o sistema cardiovascular. A nossa principal preocupação tem que ser a saúde do coração. Valeria a pena perder alguns quilos em um período mais curto de tempo por um ataque cardíaco? Provavelmente não, sabendo que você pode emagrecer da mesma forma sem usar essa droga, num intervalo um pouco maior de tempo. Conclusão Para perder gordura, é muito melhor ter um déficit calórico menor e constante ao longo de um período de 1 a 3 meses, do que tentar virar um astro do fisiculturismo em 2 semanas, antes da sua viagem para praia com os amigos. Mas se você já é um astro do fisiculturismo, provavelmente sabe o que está fazendo e dos riscos que corre para ser o campeão no palco. Fontes de consulta 1. CHEN, K. et al. Clenbuterol reduces soleus muscle fatigue during disuse in aged rats. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11180204/>. Acesso em: 29 jun 2024. 2. HOEY, A. et al. Cardiovascular effects of clenbuterol are beta 2-adrenoceptor-mediated in steers. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7673070/>. Acesso em: 29 jun 2024. 4. SIRVENT, P. et al. Effects of Chronic Administration of Clenbuterol on Contractile Properties and Calcium Homeostasis in Rat Extensor Digitorum Longus Muscle. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24971566/>. Acesso em: 29 jun 2024. 5. JIANG, G. et al. Randomized, Double-Blind, and Placebo-Controlled Trial of Clenbuterol in Denervated Muscle Atrophy. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22389867/>. Acesso em: 29 jun 2024. 6. RAFAEL, D. Canelo Alvarez's camp blames suspect meat for positive clenbuterol test. Disponível em: <https://www.espn.com/boxing/story/_/id/22657370/canelo-alvarez-tests-positive-banned-drug-clenbuterol-ahead-gennady-golovkin-fight>. Acesso em: 27 jun 2024. 7. SMITH, J. The Fitness Industry's Dirty Little Secret. Disponível em: <https://youtu.be/0YD8R_QtfyA>. Acesso em 29 jun 2024. 8. SAM’S FITNESS. Lee Priest and Clenbuterol. Disponível em: <https://youtu.be/xzhL5mI19DQ>. Acesso em: 27 jun 2024. Este artigo sobre clembuterol foi útil? Caso ainda tenha alguma dúvida, deixe nos comentários. Já usou essa droga, deixe seu relato nos comentários ou crie um tópico no fórum.
  13. Caminhar emagrece Você acreditaria que é possível perder 50 quilos com dieta e apenas com caminhada como atividade física? Isso é possível. Acredite. Simplesmente caminhe e faça dieta. Neste artigo, vou expor os benefícios da caminhada e por que isso é tão vantajoso quando se trata de preservar músculos. A população está ficando obesa Para começar, vamos analisar um artigo que foi publicado recentemente e que é impressionante (Projected U.S. State-Level Prevalence of Adult Obesity and Severe Obesity). O estudo projeta que, até o ano 2030, 1 em cada 2 pessoas será obesa e 1 em cada 4 pessoas será severamente obesa nos Estados Unidos. Isso não é assustador? No Brasil, os números são menores, mas não menos alarmantes. Até 2030, 3 em cada 10 adultos podem se tornar obesos. O estudo feito por aqui revelou que a prevalência de obesidade aumentou de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, e chegará a 29,6% em 2023 (Time trends and projected obesity epidemic in Brazilian adults between 2006 and 2030) Segundo a pesquisa, a previsão é que até 2030, 68,1% da população brasileira esteja com algum sobrepeso, e 29,6% com obesidade (doença). Esse é um caminho muito perigoso que estamos seguindo, colocando em risco a saúde e a qualidade de vida da maioria da população. Caminhar aumenta a expectativa de vida Um estudo de metanálise publicado no Lancet, que considerou outros 15 estudos independentes, dividiu as pessoas em 4 categorias simples (Daily steps and all-cause mortality: a meta-analysis of 15 international cohorts): pessoas que caminhavam cerca de 3.500 passos por dia; 5.800 passos por dia; 7.800 passos por dia; pouco menos de 11.000 passos por dia. Houve uma relação dose-dependente entre quanto as pessoas caminhavam e a mortalidade por todas as causas. Pessoas que caminhavam 5.800 passos por dia tinham 40% menos probabilidade de morrer do que pessoas que caminhavam 3.500 passos por dia. Pessoas que caminhavam 7.800 passos por dia tinham 45% menos probabilidade de morrer, menor risco de mortalidade por todas as causas. Pessoas que caminhavam perto de 11.000 passos por dia tinham 53% menos risco de mortalidade por todas as causas em comparação com o grupo de 3.500 passos. Isso não é só para te assustar, é para realmente demonstrar que a coisa mais simples que podemos fazer é apenas caminhar. Para que você tenha uma ideia de tempo, numa caminhada de intensidade moderada de 5 km/h, para que sejam dados os passos sugeridos no estudo, é necessário o seguinte tempo: 32 minutos para 3.500 passos; 53 minutos para 5.800 passos; 71 minutos (1 hora e 11 minutos) para 7.800 passos; 100 minutos (1 hora e 40 minutos) para 11.000 passos. Caminhar melhora a resistência à insulina Do ponto de vista metabólico, a resistência à insulina pode ser dramaticamente mitigada ao mover os nossos músculos pela caminhada. O treinamento de musculação é muito conhecido por seus benefícios metabólicos quando se trata de melhorar a resistência à insulina. Mas muitos se esquecem que caminhar promove o movimento dos maiores músculos do nosso corpo: glúteos, quadríceps e isquiotibiais. Quando movimentamos esses músculos, grandes algo milagroso acontece. A contração desses músculos suga a glicose do sangue sem que a insulina sequer seja necessária, o que significa que dá um descanso ao pâncreas, que não precisa produzir insulina, enquanto as células em suas pernas sugam glicose do sangue. Essa glucose sugada do sangue é aquela que está flutuando no sangue e que pode causar danos se estiver muito elevada. É muito mais fácil fazer alguém adotar uma rotina saudável de caminhadas treinos de musculação (treino de resistência aos pesos). Comece com a caminhada. Houve outro estudo que demonstrou que se você aumentar a sua caminhada diária em 1.000 passos, você terá um risco 12% menor de mortalidade por todas as causas (Daily Step Count and All-Cause Mortality: A Dose–Response Meta-analysis of Prospective Cohort Studies). Temos que fazer uma ressalva. Não podemos aumentar indefinidamente o número de passos. É o famoso "tudo em excesso faz mal". O ideal é que o número de passos diários numa caminhada não seja superior a 17.000. Após esse ponto, há uma linha de retorno decrescente. Caminhar queima mais gordura do que correr Caminhar também utiliza mais gordura como porcentagem de "combustível" para o corpo. Você pode argumentar que correr por 60 minutos vai queimar mais calorias e, em última análise, queimar mais gordura, do que caminhar por 60 minutos. Isso é verdade, mas, deixando de lado números absolutos, considerando porcentagens, caminhar queima mais gordura, proporcionalmente, do que correr. E isso é incrível, porque você pode caminhar por um longo período de tempo. Em outras palavras, quanto mais tempo você caminhar em baixa intensidade, mais gordura você estará utilizando, e menos carboidratos e outros combustíveis estará utilizando. Se você tiver tempo para caminhar, e apenas caminhar casualmente, vai queimar muita gordura e, talvez, apenas gordura. Por isso, não vai usar músculo como "combustível" do corpo na caminhada. Este é o nosso próximo ponto. Caminhar não queima os músculos Caminhar preserva muito os músculos. Precisamos ter um equilíbrio de atividades de alta capacidade aeróbica (VO2 máximo), onde realmente estressamos nosso sistema cardiorrespiratório e o fortalecemos, mas a maior parte da nossa queima calórica deveria ser proveniente de uma simples caminhada. Isso poupa muito os músculos, melhora o que chamamos de angiogênese, melhora como você consegue mais fluxo sanguíneo para a área muscular, fazendo com que a musculatura possa se ativar melhor e ser preservada. Além disso, como já vimos, a baixa intensidade é muito boa quando se trata de utilizar gorduras como fonte de energia, e é isso que vai poupar a quebra da massa muscular. Uma coisa muito importante é que ao caminhar você está queimando eletrólitos, ainda que você não perceba, por não estar suando loucamente. Por isso, é importante uma dieta equilibrada em vitaminas e minerais. Caminhar não prejudica as articulações O próximo motivo para preferir a caminhada é simples: não é uma atividade traumática, não machuca suas articulações, como ocorre em outras atividades. É um exercício de baixo impacto. Não entenda mal, as atividades intensas têm as suas funções nos treinos, como os cardios intensos, as corridas e os treinos de musculação com carga elevada. Porém, na maior parte do tempo ativo para queima de gordura e manutenção da saúde, apenas a caminhada já é suficiente. O atleta que passa a maior parte do meu tempo ativo correndo, provavelmente não terá as articulações tão boas e preservadas quanto à aquele que se dedica mais às caminhadas. Portanto, caminhar é bom para a preservação muscular e também é muito bom para poupar as articulações. O ponto principal é que você não está machucando seu corpo, é sustentável a longo prazo, e isso realmente deve ser considerado para quem deseja ser fisicamente ativo até o fim da vida. Caminhar facilita tomar sol (vitamina D) A caminhada também permite que você obtenha outros fatores naturais que podem melhorar a a sua qualidade de vida e processos metabólicos. Um exemplo é facilitar a exposição ao sol e aumentar a vitamina D. Ademais, permitir ao corpo perceber melhor a baixa luz do pôr do sol, pode afetar positivamente o nosso cérebro e a nossa neuroquímica. Caminhar permite que façamos tudo numa só atividade: atenda suas ligações telefônicas enquanto caminha, saia para uma caminhada sem motivo especial, leve seus cachorros para uma caminhada, caminhe com a sua família. Esse hábito de caminhar permite aproveitar o sol, auxiliar o sono, melhorar o metabolismo, queimar gordura, modular a glicose e obter os benefícios da angiogênese (novos vasos sanguíneos), o que provavelmente vai aumentar a força nos treinos de musculação. Conclusão Muitos desdenham da caminhada como exercício suficiente para queimar gordura e ativar a musculatura. Saiba que a caminhada é uma excelente atividade para melhorar a saúde, aumentar a qualidade de vida, emagrecer, preservar as articulações, aumentar a vitamina D, preservar a massa muscular, e aumentar a força nos treinos com pesos. São tantos benefícios, que a caminhada se torna irresistível. Boas caminhadas! Fontes de pesquisa 1. ESTIVALETI, J. et al. Time trends and projected obesity epidemic in Brazilian adults between 2006 and 2030. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/s41598-022-16934-5>. Acesso em: 22 jun 2024. 2. WARD, Z. et al. Projected U.S. State-Level Prevalence of Adult Obesity and Severe Obesity. Disponível em: <https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMsa1909301>. Acesso em: 22 jun 2024. 3. PALUCH, A. et al. Daily steps and all-cause mortality: a meta-analysis of 15 international cohorts. Disponível em: <https://www.thelancet.com/journals/lanpub/article/PIIS2468-2667(21)00302-9/fulltext>. Acesso em: 22 jun 2024. 4. JAYEDI, A. et al. Daily Step Count and All-Cause Mortality: A Dose–Response Meta-analysis of Prospective Cohort Studies. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s40279-021-01536-4>. Acesso em: 22 jun 2024. 5. DELAUER, Thomas. 5 Reasons WALKING is the King of Fat Loss (Changed My Life). Disponível em: <https://youtu.be/pqpAxsloj-g>. Acesso em: 22 jun 2024. 6. EKLUNG, U. et al. Does physical activity attenuate, or even eliminate, the detrimental association of sitting time with mortality? A harmonised meta-analysis of data from more than 1 million men and women. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0140673616303701>. Acesso em: 22 jun 2024. 7. MONTEIRO, C. et al. Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição: tendências de obesidade entre crianças e adolescentes no Brasil. Revista de Saúde Pública, 2007, 41(4), 567-575. 8. HALLAL, P. et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, 2012, 380(9838), 247-257. 9. MATSUDO, S. et al. Nível de atividade física da população do estado de São Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição geográfica e de conhecimento. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 2002, 10(4), 41-50. 10. NAHAS, M. et al. Recomendações para a prática de atividade física: uma revisão crítica. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 2011, 16(2), 101-108. 11. SILVA, K. et al. Comportamento sedentário e atividade física em universitários: uma abordagem epidemiológica. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 2014, 28(2), 193-204. 12. PITANGA, F. et al. Prevalência e fatores associados ao sedentarismo no lazer em adultos. Cadernos de Saúde Pública, 2005, 21(3), 870-877. Este artigo foi convincente para que você caminhe mais todos os dias? Conte para mim nos comentários. Ainda tem dúvidas? Deixe nos comentários ou crie seu tópico no fórum.
  14. O segredo das atletas da Alemanha Oriental nos Jogos Olímpicos Nos Jogos Olímpicos de Montreal, em 1976, a Alemanha Oriental superou todas as expectativas, ficando em terceiro lugar no quadro de medalhas, para um país de apenas 17 milhões de habitantes, na época. O time feminino de natação da Alemanha Oriental teve desempenho impressionante, ganhando 11 das 13 medalhas de ouro. No entanto, algo não cheirava bem. Não só porque o time feminino de natação da Alemanha Oriental não tinha ganhado nenhuma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos anteriores, que ocorreram em Munique, mas também porque os jornalistas começaram a questionar as vozes estranhamente graves e os ombros largos das atletas femininas da Alemanha Oriental. Embora o doping nos Jogos Olímpicos tenha sido uma preocupação constante ao longo do século 20, os casos eram raros, com atletas sendo pegos usando drogas como anfetaminas e álcool, antes ou durante os eventos. A partir de 1968, o uso de hormônios masculinos passou a ser suspeito com as arremessadoras de peso femininas, que apresentavam um fenótipo androgênico, os corpos das atletas estavam masculinizados. Essas preocupações foram levadas a sério pelo Comitê Olímpico Internacional, que temia que alegações de uso de drogas esteroides anabolizantes trouxessem descrédito aos jogos. Por isso, a partir dos Jogos Olímpicos de 1976, foram realizados os primeiros testes antidoping para esteroides anabolizantes. E, surpreendentemente, todas as mulheres da Alemanha Oriental testaram negativo, apesar de exibirem voz grossa e ombros largos, características tipicamente masculinas. Sem provas concretas, as alegações de doping foram descartadas, e os alemães orientais continuariam a dominar a natação feminina por mais de uma década. Eles mantiveram a imagem da Alemanha Oriental como uma nação esportiva e provaram a superioridade do sistema socialista como um caminho melhor e mais humano. Isso perdurou até o dia 9 de novembro de 1989, quando o Muro de Berlim e a fachada desse paraíso socialista desmoronaram. Quando o Muro de Berlim caiu, reunificando a Alemanha Oriental e Ocidental, informações sobre o doping patrocinado pelo estado socialista foram vazadas para a imprensa ocidental, apesar dos esforços do governo da Alemanha Oriental de destruir todas as evidências de suas atividades anticompetitivas. Parece que a peneira não foi fina o suficiente. Não só documentos foram encontrados na Academia Médica do Exército do Povo Nacional em Berlim Oriental, mas o vice-diretor e médico-chefe do sistema nacional de doping, Manfred Höppner, vendeu as evidências mais incriminadoras para a revista Stern. As informações reveladas eram perturbadoras: por quase 25 anos, o governo da Alemanha Oriental administrou esteroides anabolizantes aos seus atletas com a roupagem de vitaminas e suplementos alimentares. Pesquisadores rapidamente perceberam que as mulheres têm a maior vantagem com os tratamentos com hormônios anabólicos, especialmente em atletas juniores.Meninas de apenas 14 anos já recebiam esteroides anabolizantes na preparação para as olimpíadas (Hormonal doping and androgenization of athletes: a secret program of the German Democratic Republic government). Por mais abominável e imoral que fosse, essa pesquisa lançou as bases para o nosso conhecimento sobre drogas que melhoram o desempenho, suas formulações, doses, horários, como evitar testes de drogas (antidoping) e efeitos colaterais. Efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes nas mulheres Vamos abordar, neste artigo, os efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes nas mulheres. Alguns deles você pode ver facilmente. Mas, muitos deles, você não pode ver. Também vamos abordar sobre a possibilidade de tratamento ou reversão dos colaterais. Em outras palavras, vamos cobrir os efeitos colaterais masculinizantes dos esteroides anabolizantes, aqueles que ocorrem exclusivamente no público feminino. Começaremos pelos mais óbvios, aqueles que são visíveis. Em seguida, apresentaremos aqueles que, na ótica do observador externo, é absolutamente impossível notar. O nome dado a esses hormônios que aumentam o desempenho atlético já diz muito sobre eles: EAA - esteroides anabólicos androgênicos. Como você pode perceber pelo nome, eles têm dois efeitos: são anabólicos, o que significa que estimulam reações que convertem moléculas menores em moléculas maiores, e são androgênicos, o que significa que induzem e mantêm características masculinas. E são os efeitos androgênicos dos esteroides que causam mais problemas para as atletas femininas. O termo médico para quando uma mulher desenvolve características masculinas é virilização. "Virilis" é latim para masculino. Talvez o sinal mais imediatamente óbvio de virilização em mulheres que tomam esteroides anabolizantes seja em seus rostos. Embora os efeitos possam ser sutilmente observados em atletas da Alemanha Oriental, como Andreas Krieger, são especialmente aparentes em fisiculturistas femininas modernas. Segue uma imagem da atleta à época das olimpíadas ao lado de uma foto após a trangerização, que comentaremos mais adiante. A masculinização do rosto feminino Os seus rostos exibem características bem mais masculinas, como uma maior proporção largura-altura facial, um maxilar mais forte e maçãs do rosto mais pronunciadas. Esse fenômeno foi demonstrado por um estudo com transexuais de feminino para masculino, no qual os participantes começaram a tomar testosterona após os 18 anos por um período mínimo de 3 anos (Morphological and morphometric changes in the faces of female-to-male (FtM) transsexual people). O estudo descobriu que, após o tratamento com testosterona, a proporção de participantes percebidos como homens pela maioria dos observadores aumentou de 32% para 95,5%. Mudanças estruturais notáveis incluem um alargamento da mandíbula superior e da região média do rosto, uma largura nasal mais estreita e uma textura de pele mais grosseira. Os autores atribuem essas mudanças à hipertrofia dos músculos faciais, bem como à redistribuição das gorduras faciais, resultando em bochechas mais fundas e traços faciais mais angulosos. A masculinização da voz para tons graves e instabilidade rouca Outro sinal revelador do uso de esteroides anabolizantes em mulheres é que suas vozes se tornam significativamente mais graves e roucas. Isso ocorre porque a testosterona estimula o espessamento das cordas vocais, fazendo com que vibrem em uma frequência mais baixa e, portanto, produzam um som de tom mais grave. Além da voz fica mais grave, também fica instável, oscilando entre tons mais graves e mais agudos. Essa mudança pode ocorrer extremamente rápido, com um estudo de caso encontrando que uma mulher que tomou 50 mg de nandrolona, por apenas 6 semanas, desenvolveu alterações na voz em 8 semanas (Case report: The long-term effects of anabolic steroids on the female voice over a 20-year period). Neste site há um artigo muito interessante sobre as alterações na voz feminina pelo uso de esteroides anabolizantes e os métodos de tratamento disponíveis, escrito pela médica otorrinolaringologista Dra. Larissa Vilela (Voz grossa ou rouca pelo uso de esteroides anabolizantes: existe cura ou tratamento?). Aumento da quantidade de pelos O terceiro efeito colateral dos esteroides anabolizantes em mulheres que você pode ter notado é que eles mudam a densidade e a distribuição dos pelos. Isso ocorre porque a testosterona é convertida em seu metabólito mais potente, a di-hidrotestosterona (DHT), por uma enzima chamada 5-alfa redutase. No couro cabeludo, a DHT estimula a miniaturização dos folículos pilosos, fazendo com que o cabelo caia. Isso resulta em calvície masculina, que é referida medicamente como alopecia androgenética. As mulheres também são afetadas pela queda de cabelos. Por outro lado, no resto do corpo, a DHT estimula os folículos pilosos velosos, que produzem os pelos finos e macios que cobrem a maior parte do corpo, a se diferenciarem em folículos pilosos terminais, que produzem pelos corporais grossos e pigmentados. Isso resulta no crescimento excessivo de pelos no rosto e no resto do corpo, o que é chamado medicamente de hirsutismo. No entanto, fisiculturistas femininas frequentemente cobrem esses efeitos colaterais usando perucas e se depilando. Atrofia das glândulas mamárias (diminuição dos seios) Outro efeito colateral que você pode não estar ciente é que os esteroides anabolizantes fazem com que os seios encolham. Isso ocorre porque, quando as mulheres tomam esteroides anabolizantes, a proporção de estrogênio para andrógeno diminui, e isso tem dois efeitos. Provoca a atrofia lóbulos mamários. Além disso, também causa uma redistribuição da gordura de um padrão ginoide (tipo pera), onde a gordura é depositada ao redor dos seios, quadris e coxas, para um padrão androide (tipo maçã), onde a gordura é depositada ao redor do abdômen. Muitas fisiculturistas compensam esse efeito colateral colocando implantes mamários. Esse efeito colateral também já foi identificado por meio de estudos científicos (Masculinizing hormone therapy effect on breast tissue: Changes in estrogen and androgen receptors in transgender female-to-male mastectomies e Hyperandrogenism Accompanies Increased Intra-Abdominal Fat Storage in Normal Weight Polycystic Ovary Syndrome Women). Aumento do clitóris O quinto efeito colateral dos esteroides anabolizantes em mulheres é que causam o aumento do clitóris, o que é referido medicamente como clitoromegalia. Para entender por que isso acontece, primeiro precisamos olhar para a embriologia, que é o estudo de como os embriões se desenvolvem. Os genitais masculinos e femininos são derivados da mesma estrutura chamada tubérculo genital. Por volta da nona semana de gestação, os meninos começam a produzir testosterona, que estimula o tubérculo genital a se diferenciar em um pênis, enquanto nas meninas, como produzem significativamente menos testosterona, o tubérculo genital continua a formar o clitóris. Isso explica por que o clitóris cresce particularmente quando as mulheres tomam esteroides anabolizantes. Desequilíbrio menstrual ou infertilidade feminina O último efeito colateral dos esteroides anabolizantes em mulheres que iremos tratar neste artigo, que não é visível ao observador externo, é que eles fazem com que os períodos menstruais das mulheres se tornem irregulares, ou parem completamente. Isso o que significa que as mulheres se tornam inférteis enquanto tomam esteroides anabolizantes. Para entender por que isso acontece, é útil conhecer um mecanismo de feedback chamado eixo HPG (hipotálamo-hipófise-gonadal). Os esteroides anabolizantes sinalizam ao cérebro que já há muitos hormônios sexuais no sangue e, portanto, não há necessidade de produzir mais. Como tal, o cérebro para de liberar hormônios importantes chamados hormônios estimulantes, que não apenas estimulam os ovários a produzir estrogênio, mas também estimulam os ovários a liberar óvulo no útero. Portanto, sem óvulo no útero, não há nada para fertilizar. Esse é exatamente o mecanismo por trás da contracepção hormonal em mulheres. Se você olhar para o nome completo do levonorgestrel, que é o medicamento presente na pílula de progesterona, é 17-alfa-etinil-18-metil-19-nortestosterona, que, como você pode ver, é um análogo da 19-nortestosterona. Isso explica os efeitos colaterais androgênicos da pílula de progesterona, como acne, ganho de peso e hirsutismo. Suspender o uso dos esteroides reverte os efeitos colaterais? O que acontece quando as mulheres param de tomar esteroides anabolizantes? Essa é a parte mais infeliz da história. Embora os períodos menstruais das mulheres voltem ao normal uma vez que parem de tomar esteroides anabolizantes e, até certo ponto, o mesmo aconteça com seus rostos, todos os outros efeitos colaterais são irreversíveis. Isso é revelado em atletas da Alemanha Oriental, como Andreas Krieger, que acabou passando por uma mudança de sexo devido à incapacidade de reconciliar sua identidade de gênero e imagem corporal. No caso da voz rouca, há a possibilidade de tratamento com fonoterapia e com cirurgia para redução da hipertrofia das cordas vocais. Também há cirurgia para redução do clitóris. Conclusão Antes de decidir pelo uso de anabolizantes esteroides androgênicos, as mulheres devem estar cientes de todos os potenciais efeitos colaterais, sopesando os benefícios e malefícios. Essa é uma decisão individual, mas deve ser tomada com muito cuidado e sempre com acompanhamento médico. Fontes de consulta: 1. HARTGENS, F. et al. Effects of androgenic-anabolic steroids in athletes. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15248788/>. Acesso em: 22 jun 2024. 2. STOJKO, M. et al. Innovative Reports on the Effects of Anabolic Androgenic Steroid Abuse-How to Lose Your Mind for the Love of Sport. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37629729/>. Acesso em: 22 jun 2024. 3. BORJESSON, A. et al. Women's Experiences of Using Anabolic Androgenic Steroids. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34859201/>. Acesso em: 22 jun 2024. 4. MARAVELIAS, C. et al. Adverse effects of anabolic steroids in athletes. A constant threat. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16005168/>. Acesso em 22 jun 2024. 5. GRUBER, A. et al. Psychiatric and medical effects of anabolic-androgenic steroid use in women. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10601831/>. Acesso em: 22 jun 2024. 6. FRANKE, W. et al. Hormonal doping and androgenization of athletes: a secret program of the German Democratic Republic government. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9216474/>. Acesso em: 20 jun 2024. 7. STENTON, M. et al. Morphological and morphometric changes in the faces of female-to-male (FtM) transsexual people. Disponível em: <https://psycnet.apa.org/record/2017-18068-006>. Acesso em: 22 jun 2024. 8. BENSOUSSAN, Y. et al. Case report: The long-term effects of anabolic steroids on the female voice over a 20-year period. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31110747/>. Acesso em 22 jun 2024. 9. CHAUM, M. et al. Masculinizing hormone therapy effect on breast tissue: Changes in estrogen and androgen receptors in transgender female-to-male mastectomies. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37951051/>. Acesso em 22 jun 2024. 10. ELC. What Happens When Women Take Steroids? Disponível em: <https://youtu.be/JWsHipJJXEE>. Acesso em: 22 jun 2024. 11. DUMESIC, D. et al. Hyperandrogenism Accompanies Increased Intra-Abdominal Fat Storage in Normal Weight Polycystic Ovary Syndrome Women. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27571186/>. Acesso em: 22 jun 2024. Este artigo lhe ajudou a conhecer um pouco mais sobre os efeitos dos esteroides anabólicos androgênicos nas mulheres? Ainda tem alguma dúvida? Deixe nos comentários ou crie seu tópico no fórum.
  15. Todo mundo já saber que o uso de esteroides anabolizantes pode causar efeitos colaterais. Todavia, a magia do aumento extraordinário de massa muscular pode levar ao abuso, e, muitas vezes, o usuário não tem consciência das consequências do uso abusivo de esteroides anabolizantes. Neste artigo, vamos tratar do lado obscuro do uso de esteroides, por meio de um caso real, e por meio de estudos científicos realizados a partir da análise de cadáveres de usuários de esteroides. O abuso de esteroides anabolizantes que causou uma morte silenciosa Na manhã de 1º de janeiro de 2019, uma mulher encontrou seu namorado inconsciente, deitado na banheira. Os paramédicos foram chamados e tentaram ressuscitá-lo, mas não tiveram sucesso. Os dois tinham ficado acordados na véspera de Ano Novo na noite anterior e, segundo a namorada, ele não apresentava sinais de doença ou mudança de comportamento antes de ir para a cama. Não foram encontrados sinais de lesão, e overdose por drogas foi descartada, pois o relatório toxicológico não encontrou presença de narcóticos no sangue dele. No entanto, esteroides anabolizantes, especificamente estanozolol, nandrolona e testosterona foram encontrados, assim como uma pequena quantidade de álcool. Só durante a autópsia as coisas ficaram claras. O homem tinha aproximadamente 1,73 m e pesava 85 kg. Seu corpo tinha musculatura esquelética significativa, com pouca gordura subcutânea e sem sinais de lesão. O exame interno revelou que seus órgãos estavam congestionados devido ao fluxo sanguíneo prejudicado. Seu coração estava significativamente aumentado. Cicatrizes de tecido foram encontradas no coração, na parede posterior, indicando danos ao músculo cardíaco. Nas seções da artéria coronária, que fornece sangue ao coração, havia acúmulo de placa. Apesar de sua idade e condição física, ele tinha aterosclerose grave. Uma imagem microscópica aumentada da artéria mostrou que ela tinha cerca de 75% de bloqueio. Esse grau de bloqueio seria normalmente encontrado em uma pessoa mais velha que tivesse uma dieta rica em gordura saturada e alimentos processados por várias décadas. No entanto, foi encontrado em um fisiculturista de 24 anos que estava abusando de esteroides. Tanto a sua namorada quanto colegas confirmaram que ele estava tomando esteroides anabólicos androgênicos para musculação. Seu regime consistia em injeções intramusculares de estanozolol, testosterona, tamoxifeno, mesterolona e nandrolona. Ele não tinha histórico familiar de aterosclerose precoce ou eventos cardíacos. O legista determinou oficialmente que o jovem de 24 anos sucumbiu a uma parada cardíaca devido a um coração aumentado pelo abuso de esteroides. Problemas cardíacos em usuários de esteroides anabolizantes Problemas cardíacos decorrentes do abuso de esteroides estão se tornando uma ocorrência muito comum, especialmente entre levantadores de peso e fisiculturistas. Desde 2010, houve 25 mortes relacionadas ao coração entre fisiculturistas profissionais, com uma idade média de 35 anos. Comparado a outros esportes profissionais, o fisiculturismo tem a maior incidência de morte súbita cardíaca, seguido pelo futebol com 17, basquete com 6, futebol americano com 4, e natação, ciclismo, hóquei, beisebol e MMA, todos com 1. O abuso de esteroides é comum entre fisiculturistas profissionais e amadores e, consequentemente, pode resultar em complicações cardíacas fatais. Como a testosterona faz os músculos crescerem? Para entender melhor como os esteroides afetam o coração, você primeiro precisa saber como os hormônios funcionam. Afinal, os esteroides agem de maneira muito semelhante aos hormônios no corpo. Um dos papéis dos hormônios é permitir que o cérebro controle as funções corporais. Para contrair seus músculos, seu cérebro usa um sinal elétrico que viaja através dos nervos. Quando esse sinal chega aos músculos esqueléticos, eles se contraem. O sistema nervoso não pode controlar comportamentos específicos dos órgãos. Por exemplo, o sistema nervoso não pode dizer aos músculos para crescerem, apenas para se contraírem ou relaxarem. É aqui que entram os hormônios. A testosterona é um hormônio que aumenta o crescimento muscular, entre outras funções. O cérebro sinaliza aos testículos para liberar testosterona na corrente sanguínea. A testosterona viaja no sangue até se ligar aos receptores de andrógenos nas células musculares esqueléticas. Uma vez ligada a esses receptores, um mecanismo é iniciado que causa o aumento da produção de proteínas actina e miosina na célula muscular. As proteínas actina e miosina formam estruturas filamentosas que compõem as miofibrilas, que formam as fibras musculares, que compõem o músculo. Quanto mais testosterona é liberada, mais actina e miosina são produzidas, levando a mais músculo. É por causa desse processo que a testosterona é rigidamente controlada. Para que o crescimento muscular não se torne excessivo, outros processos corporais também requerem proteína, de modo que nem toda a produção de proteína pode ser dedicada ao crescimento muscular. É possível contornar esse limite natural da testosterona injetando certos hormônios na corrente sanguínea que se ligam aos receptores de andrógenos. Uma classe de esteroides que as pessoas usam para isso são os esteroides anabólicos androgênicos, ou EAA. Esses esteroides se ligam especificamente aos receptores de andrógenos nas células musculares, causando o mesmo mecanismo que a testosterona inicia. Ao tomar consistentemente esses esteroides, as células musculares esqueléticas são sobrecarregadas para produzir excesso de proteína, causando mais crescimento muscular. Superficialmente, isso parece ótimo: você injeta esteroides, treina pesado, come mais proteína, e seus músculos continuam crescendo. Mas, infelizmente, isso é bom demais para ser verdade. Uma coisa que as pessoas não percebem é que o músculo do coração, assim como o músculo esquelético, também tem receptores de andrógenos. O coração pode crescer demais (cardiomegalia) À medida que seus outros músculos crescem em tamanho, o mesmo acontece com seu coração. Músculos cardíacos mais fortes são benéficos até certo ponto, porque o seu coração pode bombear mais sangue e ter mais resistência. Mas não demora muito para isso começar a se tornar um problema. Quando o coração se torna grande demais, isso é conhecido como cardiomegalia. O peso normal de um coração para um homem é entre 280 e 350 g, com qualquer peso acima de 450 g sendo diagnosticado como cardiomegalia. Em alguns casos de abuso de esteroides, a massa do coração pode aumentar para até 580 g, um aumento de 65% em relação ao peso normal do coração. A cardiomegalia tem um efeito negativo no desempenho cardíaco e pode ser fatal. Para explicar como a cardiomegalia é prejudicial, vejamos como o nosso coração funciona. O coração tem câmaras que se enchem de sangue. Os músculos nas paredes das câmaras se contraem para bombear o sangue para fora das câmaras. Quanto mais ativo você é, maiores e mais fortes esses músculos se tornam. Se os músculos crescem demais, como no abuso de esteroides, eles se tornam ineficazes, pois são muito grossos para se contrair totalmente. O sangue começa a se acumular nos ventrículos, conhecido como insuficiência cardíaca congestiva. Você nunca saberia que esses problemas existem por fora, mas por dentro, isso se torna claro. Qual a melhor maneira de ver o que realmente acontece dentro do corpo do que através de uma autópsia? Autópsias realizadas em atletas que sucumbiram a eventos cardíacos súbitos foram revisadas por vários periódicos científicos. Vamos revisar algumas dessas descobertas para ver o que realmente acontece dentro do corpo. Em 2020, o periódico científico Medicina conduziu uma revisão sistemática de 27 autópsias de atletas que tiveram morte súbita cardíaca (Sudden Cardiac Death in Anabolic-Androgenic Steroid Users: A Literature Review). A idade média dos sujeitos era de 29 anos, 94% eram do sexo masculino e 6% do sexo feminino. Os sujeitos participavam de diferentes atividades atléticas, variando de ciclismo, corrida de maratona, fisiculturismo e levantamento de peso, mas a atividade mais comum era o fisiculturismo. 33% dos atletas tinham cardiomegalia; 30% tinham ventrículos esquerdos aumentados; 79% tinham cicatrizes fibróticas no tecido cardíaco, indicando lesão cardíaca aguda; 52% tinham tecido miocárdico necrótico. Tecido cardíaco necrótico é tecido que morreu por falta de suprimento sanguíneo ao próprio tecido e geralmente é encontrado em alguém com um ataque cardíaco prolongado, não em atletas de 29 anos devido a problemas cardiovasculares. É provável que o coração tenha um déficit de desempenho e fornecimento de oxigênio. Não surpreendentemente, essa hipótese é bastante verdadeira. Nível elevado de hemoglobina O Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports descobriu que atletas que tomam esteroides anabólicos androgênicos tinham níveis significativamente mais altos de hemoglobina no sangue do que não usuários (Cardiovascular phenotype of long-term anabolic-androgenic steroid abusers compared with strength-trained athletes). Níveis mais altos de hemoglobina significam que seu corpo não está recebendo oxigênio suficiente devido a um problema subjacente. A hemoglobina é uma proteína encontrada nas células vermelhas do sangue e é responsável por capturar oxigênio quando o sangue passa pelos pulmões e, em seguida, liberá-lo nos tecidos. Para compensar a baixa oxigenação, seu corpo produz mais hemoglobina para aumentar a quantidade capturada. Isso se deve ao fato de que o coração não está bombeando sangue de forma eficiente e, portanto, entregando menos oxigênio aos tecidos. O que é interessante é que altos níveis de hemoglobina são frequentemente encontrados em fumantes, pois seu sistema pulmonar é menos eficiente em absorver oxigênio. Assim, vemos que os efeitos do abuso de esteroides no corpo, especialmente no coração, são profundos e perigosos. Esteroides anabólicos androgênicos, enquanto promovem o crescimento muscular, também podem levar à hipertrofia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e outras complicações fatais, como evidenciado pelas autópsias e estudos mencionados. Portanto, embora o uso de esteroides possa parecer uma solução rápida para aumentar a massa muscular, os riscos associados são extremamente altos. O coração, sendo um músculo vital, sofre significativamente com o uso prolongado desses compostos, levando a condições graves que podem resultar em morte súbita. É crucial entender essas consequências e considerar abordagens mais seguras e naturais para o desenvolvimento muscular e a performance atlética. O contrário é verdadeiro para um atleta em boa forma. Um atleta fisicamente apto geralmente tem menos hemoglobina do que o normal, porque seus sistemas cardíaco e pulmonar são incrivelmente eficientes. É incomum que fisiculturistas fisicamente ativos tenham hemoglobina elevada, apontando para problemas subjacentes. Aumento do colesterol ruim e placas E quanto ao acúmulo excessivo de placas, como visto na autópsia do jovem de 24 anos? Está relacionado ao abuso de esteroides ou foi decorrente de genética ou até mesmo do estilo de vida? Não deve ser surpresa que, como qualquer droga que você coloca no corpo, haverá efeitos colaterais. Alguns efeitos colaterais comumente conhecidos dos esteroides são aumento da acne, atrofia dos testículos, níveis mais baixos de testosterona natural e mudanças de humor. Um efeito colateral que você pode não conhecer é como o seu colesterol é afetado. Alguns estudos descobriram que os esteroides anabólicos androgênicos aumentam o colesterol LDL, ou colesterol ruim, e diminuem o HDL, ou colesterol bom. Um estudo encontrou, por meio de uma revisão sistemática, que os esteroides androgênicos reduziram o colesterol bom em 52% e aumentaram o colesterol ruim em 36% (Effects of androgenic-anabolic steroids on apolipoproteins and lipoprotein (a)). O aumento do colesterol ruim ainda não é totalmente compreendido, mas a diminuição do colesterol bom é mais clara. Existe uma enzima no corpo chamada lipase triglicerídea hepática (HTL), que decompõe o colesterol bom. Ao aumentar a quantidade de testosterona no corpo, a atividade da enzima HTL é aumentada, reduzindo assim a quantidade de colesterol HDL no corpo. Os influenciadores digitais hormonizados Você pode estar se perguntando: se há todos esses dados mostrando como o abuso de esteroides é prejudicial, por que mais pessoas não sabem sobre isso? Existem algumas razões. A primeira é o tamanho da amostra. Nas mídias sociais, pode parecer que muitas pessoas estão tomando esteroides, mas essa é uma perspectiva tendenciosa. Em uma visão mais ampla, o abuso crônico de esteroides é muito menor do que você pensa. Para questões sociais, tamanhos de grupos menores resultam em menos atenção e, portanto, menos mudanças. Nos anos 1960, cerca de 50% dos adultos fumavam cigarros. Quando o Surgeon General publicou um estudo histórico em 1964 ligando o uso de tabaco ao câncer, muitas pessoas foram afetadas e, portanto, a mudança foi rápida e perceptível. Em contrapartida, o número de adultos norte-americanos que abusam de esteroides é de cerca de 2,8%, uma parcela minúscula da população. Isso resulta em amostras pequenas nas pesquisas, limitando o número de estudos que podem ser publicados sobre esteroides. No Brasil, uma das fontes importantes sobre esse assunto é o "II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas" (LENAD), realizado em 2012 pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Segundo esse levantamento, aproximadamente 1,4% da população brasileira adulta relatou ter usado anabolizantes pelo menos uma vez na vida, com uma prevalência maior entre homens jovens. Essa parcela da população brasileira é ainda menor do que a parcela da população norte-americana que declara o uso de esteroides anabolizantes. Muito do abuso de esteroides é tanto glorificado, quanto ignorado nas mídias sociais, especificamente por influenciadores de fitness. Na era atual das mídias sociais, obter muita atenção não é apenas uma explosão de dopamina. Essas visualizações se traduzem em pessoas para as quais você pode vender seu programa de fitness personalizado ou atrair patrocínios lucrativos. É possível que as mídias sociais e os influenciadores digitais tenham causado um aumento no abuso de esteroides, e isso pode continuar a crescer até se tornar uma epidemia. Seja pela pressão da competição, obsessão por alcançar ou superar metas de força e de volume muscular, ou pelo hiper-realismo das mídias sociais. As pessoas podem estar sendo muito influenciadas a usar esteroides. Afinal, por que não participar? Funcionou para eles. Quem ainda não segue o Renato Cariani, Ângela Borges, Ramon Dino, Vivi Winkler e outros ícones do corpo perfeito nas redes sociais? Um dos influenciadores digitais bem famosos no Instagram, que conta com mais de 10 milhões de seguidores, é Jo Lindner. Ele morreu muito novo, com apenas 30 anos de idade. A causa da morte divulgada foi aneurisma. A indústria dos influenciadores de fitness não mostra sinais de desaceleração em plataformas como TikTok, Instagram e YouTube. Se as pessoas, especialmente os jovens, não forem alertadas sobre os perigos do abuso de esteroides, elas poderão descobrir os efeitos colaterais de forma trágica. Conclusão A decisão sobre usar ou não esteroides anabolizantes deve ser muito bem ponderada quanto aos riscos de efeitos colaterais visíveis e colaterais silenciosos. Este artigo serve como alerta. Os colaterais silenciosos nunca podem ser ignorados, e um médico sempre deve ser consultado periodicamente para orientar acerca da existência e do controle de alterações silenciosas, que podem ser fatais para algumas pessoas, ou em algumas formas de abuso. Fontes de consulta: 1. POPE, H. G. Jr.; WOOD, R. I.; ROGOL, A.; NYBERG, F.; BOWERS, L.; BHASIN, S. Adverse health consequences of performance-enhancing drugs: An Endocrine Society scientific statement. Endocrine Reviews, v. 35, n. 3, p. 341-375, 2014. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4026349/>. Acesso em: 15 jun. 2024. 2. KANAYAMA, G.; HUDSON, J. 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Compartilhe a sua experiência nos comentários ou crie seu tópico no fórum.
  16. Cutting severos não são fáceis. E mais difícil ainda é manter o percentual de gordura baixo, caso não se deseje aumentar o volume muscular em seguida. Tentei manter por volta de 7% (veias saltadas em todo corpo, como pescoço e virilha), mas esse percentual foi impossível para mim, mesmo mantendo uma dieta rica em nutrientes. Sentia: falta de força; insônia; libido baixa. O meu percentual saudável para manutenção é entre 10 a 11%.
  17. Quando se trata de nutrição e desempenho esportivo, ajustar a ingestão de carboidratos pode ser uma estratégia eficaz para otimizar a energia e a recuperação, especialmente em dias de treino de membros inferiores, que costumam ser mais extenuantes. Aqui estão algumas recomendações gerais que podem te ajudar: Carboidratos em Dias de Treino de Inferiores 1. Aumente a Ingestão de Carboidratos: Treinos de membros inferiores geralmente envolvem grandes grupos musculares e podem queimar mais energia. Portanto, aumentar a ingestão de carboidratos nesses dias pode ajudar a fornecer a energia necessária e melhorar a recuperação. 2. Carboidratos Complexos Antes do Treino: Fontes: Aveia, batata doce, arroz integral, massas integrais. Benefícios: Esses alimentos fornecem energia sustentada durante o treino. 3. Carboidratos Simples Imediatamente Após o Treino: Fontes: Frutas, mel, pão branco, cereais de rápida digestão. Benefícios: Ajudam a repor rapidamente os estoques de glicogênio muscular. O doce de leite e cereais podem ser boas opções, mas é importante não exagerar nas quantidades para evitar picos de açúcar no sangue. Exemplo de Plano de Alimentação em Dia de Inferiores 1. Antes do Treino: 1-2 horas antes: Uma refeição contendo carboidratos complexos e proteínas magras. Exemplo: Frango com batata doce e brócolis. 2. Imediatamente Após o Treino: Um lanche com carboidratos simples e proteína. Exemplo: Shake de proteína com banana e uma porção moderada de cereal ou uma fatia de pão com doce de leite. 3. Refeição Principal Após o Treino: Uma refeição balanceada com carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis. Exemplo: Salmão grelhado com arroz integral e legumes. Considerações Finais Personalização: As necessidades nutricionais podem variar de pessoa para pessoa. Monitorar como seu corpo responde à ingestão de diferentes tipos de carboidratos pode ajudar a ajustar a dieta de maneira mais precisa. Equilíbrio: Evite exagerar no consumo de açúcares simples, pois podem levar a picos e quedas rápidas de energia. Hidratação: Não se esqueça de se manter hidratado, pois a água é essencial para o desempenho e a recuperação muscular. Para uma orientação mais personalizada, é sempre uma boa ideia consultar um nutricionista ou um profissional de saúde, especialmente se você tiver necessidades dietéticas específicas ou condições médicas. E, claro, os membros mais experientes deste fórum.
  18. É bem provável que você já tenha se perguntado, principalmente antes de decidir se usar ou não esteroides, quanto músculo é possível construir naturalmente, e quanto músculo é possível construir usando esteroides. Por meio da observação de exemplos do mundo real, isto é, por meio de fisiculturistas naturais e hormonizados, e por meio de estudos científicos. Limites musculares naturais para um corpo não hormonizado Vamos começar com a musculatura que é possível adquirir naturalmente. E para isso, vamos mencionar o tamanho de alguns fisiculturistas naturais. O primeiro exemplo de fisiculturista natural é Jeff Nippard. Ele não é o maior fisiculturista natural do mundo, mas ganhou uma medalha de ouro no Campeonato Nacional de Fisiculturismo Natural do Canadá. Ele treina sem esteroides anabolizantes há cerca de 15 anos. Depois de mais de uma década de treino, conseguiu obter o peso corporal de 72,5 kg quando está definido e 81,6 kg na fase de ganho de massa, contando com apenas 1,65 m de altura. Como a maioria das pessoas, ganhou a maior parte dos músculos nos meus primeiros 5 anos de musculação. Como os pais de Jeff eram fisiculturistas, aproveitou a experiência delas para treinar com bastante intensidade desde o início. Nos primeiros 5 anos, ganhou cerca de 9 kg de músculo. Nos 5 anos seguintes, colocou um pouco mais de músculo, mas não tanto, apenas mais uns 2,2 kg. Nos 5 anos seguintes, os ganhos foram ainda menores, em torno de 1 ou 2 kg. Somando tudo, isso dá 12 kg de músculos que foram construídos no total. Embora algumas pessoas construam mais e outras menos, todo fisiculturista natural que faz a maioria das coisas corretamente poderá ter um crescimento similar, com um crescimento mais rápido no início, e mais lento à medida que se aproxima do seu chamado teto genético natural ou limite natural. A ciência confirma a forma como Jeff evoluiu. Estudos mostram que os homens tendem a alcançar seu potencial natural máximo após ganhar 9 a 18 kg de massa muscular, e as mulheres tendem a alcançar seu potencial natural máximo após ganhar 5,4 a 10,8 kg de músculos. Ainda que alguns entendam ser possível ganhar ainda mais, aumentando gradualmente esse limite natural com estratégias avançadas de treinamento e dieta, esse aumento será marginal, muito pequeno. Como um natural pode maximizar seus ganhos marginais Para maximizar seu potencial natural, você precisa treinar duro regularmente. Tem que treinar até a falha ou quase falha muscular, manter uma técnica consistente (execução perfeita dos movimentos), imprimir volume de treinamento suficiente (um bom parâmetro é de 5 a 15 séries por músculo por semana), periodizar os exercícios e métodos de treinamento, buscar adicionar peso ou repetições aos exercícios ao longo do tempo. Do lado da dieta, você precisa comer calorias suficientes para atingir um superávit calórico moderado, e precisa comer proteína suficiente (pelo menos 1,6 gramas por quilo corporal). Fazendo tudo isso, por 5 a 10 anos, provavelmente você ganhará de 9 a 18 kg de músculo e chegará bem perto do seu potencial natural, do seu limite genético. A depender do estágio inicial e da genética, há casos extremos conhecidos de até 30 kg em ganhos musculares. Fisiculturistas naturais Vamos apresentar mais alguns exemplos de fisiculturistas naturais que atingiram ou estão muito próximos de atingir seu pico de desenvolvimento natural: Gabriel Ortiz: treina há 22 anos. Começou por ter uma auto estima baixa, por problemas de acne conglobata. Esteve internado por 15 dias, e, desde cedo, decidiu ser natural por não poder tomar esteroides. Após 10 anos de treino, inspirado pelo fisiculturismo "normal" com ídolos como Schwarzenegger, Jay Cutler e Frank Zane, ganhou mais de 30 kg de massa muscular, passando de 60 a 90kg, com percentual de gordura entre 11 e 12%. Alex Leonidas: ganhou cerca de 18 kg de músculo em 13 anos de musculação. Com 1,68 m de altura, ele pesava 54,4 kg e pesa hoje 72,5 kg, com uma porcentagem de gordura corporal similar. Ele também fez vários períodos de ganho de massa onde chegou a pesar 90,7 kg com cerca de 20% de gordura corporal. Ele diz que você precisa passar algum tempo em um superávit calórico elevado e com um pouco mais de gordura corporal para maximizar seu potencial muscular natural. Geoffrey Verity Scofield: ganhou cerca de 19,5 kg de músculo ao longo de 10 anos de musculação. Com 1,83 m de altura, ele pesava 68 kg e hoje pesa 87,5 kg, com uma porcentagem de gordura corporal similar. Ele fez uma série de ciclos de ganho de massa (bulking) e corte (cutting), chegando a pesar 101,6 kg no seu pico de ganho de massa antes de secar para 87,5 kg. Pode ser que algumas pessoas pensem que esses exemplos não são realmente naturais, que, talvez, esses atletas pudessem estar, secretamente, usando esteroides anabolizantes. Para quem duvida da capacidade do ser humano em desenvolver músculos naturalmente, vamos considerar alguns exemplos de fisiculturistas da era pré-esteroides. Os esteroides anabólicos não foram isolados e sintetizados até o início dos anos 1930, e não foram feitos injetáveis antes de 1935. Qualquer fisiculturista antes dessa data não poderia tê-los usado. Os fisiculturistas impressionantes dessa época tinham que ser naturais por uma questão de fato histórico, não havia esteroides anabolizantes. Havia homens e mulheres muito fortes desde a década de 1920, exibindo uma incrível musculatura e definição. Havia até fisiculturistas do século XIX com físicos naturais incríveis. Mas, é claro, tanto os métodos de treinamento, quanto os métodos de nutrição melhoraram muito nos últimos 100 anos, e há mais pessoas envolvidas no fisiculturismo hoje em dia. É extremamente improvável que esses fisiculturistas da era pré-esteroides representem o ápice do que é possível naturalmente. Os melhores fisiculturistas naturais modernos alcançam um desenvolvimento ainda melhor. Porém, dada a disponibilidade de esteroides hoje, sempre haverá algum ceticismo em relação ao verdadeiro status "natural", tanto que ficou famoso o termo "fake natty" ou "falso natural". Com os exemplos clássicos, até os mais céticos podem ser convencidos. John Grimek: foi um dos fisiculturistas mais proeminentes dos anos 30 e 40. Competiu antes de os esteroides serem uma opção e conseguiu construir um físico impressionante, pesando cerca de 90,7 kg, com 1,73 m de altura. Ele foi um dos poucos fisiculturistas que conseguiu manter uma grande quantidade de massa muscular enquanto ainda exibia um nível razoável de definição muscular. Steve Reeves: famoso fisiculturista e ator dos anos 40 e 50. Ele tinha um físico incrivelmente equilibrado e estético, pesando cerca de 97,5 kg, com 1,85 m de altura. Ele também alcançou resultados musculares impressionantes antes da era dos esteroides anabolizantes, contando apenas com treinamento intenso e dieta adequada. Esses exemplos mostram que é possível alcançar um nível muito bacana de desenvolvimento muscular sem o uso de esteroides anabolizantes, limitado pelo potencial genético natural. O poder dos esteroides anabolizantes na construção de massa muscular O que os esteroides acrescentam? Vamos analisar o que a ciência descobriu até agora. Num dos estudos mais famosos sobre esteroides anabolizantes, realizado por BHASIN e outros, em 1996 (The effects of supraphysiologic doses of testosterone on muscle size and strength in normal men), os pesquisadores dividiram 43 sujeitos em 4 grupos: não treinou nem tomou esteroides, eles não fizeram nada; treinou naturalmente, sem tomar esteroides; treinou e tomou esteroides; não treinou, mas ainda assim tomou esteroides. Portanto, havia um grupo natural que não treinou, um grupo natural que treinou, um grupo que treinou e tomou esteroides, e um grupo que tomou esteroides e não treinou. Após 10 semanas, esses foram os resultados: o grupo que não treinou nem tomou esteroides, previsivelmente, ganhou apenas uma quantidade insignificante de massa muscular, nada significativo. o grupo que treinou naturalmente ganhou 2 kg de músculo em 10 semanas. o grupo que treinou e tomou esteroides ganhou, em média, 6 kg de músculo. Isso é mais de 3 vezes a quantidade de músculo ganho, injetando apenas 600 mg de testosterona por semana, mantendo todo o resto igual. o grupo que tomou esteroides e não treinou ganhou 3,2 kg de músculo em 10 semanas. Isso é mais de 1,5 vezes do ganho de músculo do grupo de treino natural, sem nem mesmo treinar, o que é impressionante. O grupo de estudo injetou 600 mg de testosterona por semana. Seria isso uma dose alta ou baixa pelos padrões de fisiculturismo de hoje? Para responder a esta pergunta, ninguém melhor do que um especialista em uso de esteroides anabolizantes para revelar a quantidade de esteroides que as pessoas realmente tomam. O especialista anônimo respondeu que depende do contexto do indivíduo. Para um usuário iniciante, seria uma dose alta. A dose de 100 mg é tipicamente representativa de reposição hormonal terapêutica (TRT). Doses de 150 a 200 mg por semana, podem ser chamadas de "TRT esportiva", que são níveis de TRT da indústria do fitness, o que permite um nível de testosterona livre acima do fisiológico, ainda que sua testosterona total pareça normal nos exames de sangue. Doses de 300 mg ou mais, já são para usuários avançados. Doses de 500 a 600 mg são típicas de ciclos de fisiculturistas iniciantes. Fisiculturistas profissionais de extrema performance, nas categorias muito competitivas, podem consumir doses de 1.000 a 5.000 mg por semana. Portanto, a dose de 600 mg usada no estudo seria considerada uma dose alta pelos padrões de TRT. Todavia, pelos padrões de fisiculturistas competitivos de alto nível, seria uma dose moderada ou baixa. A dosagem importa muito. Em 2001, o mesmo grupo de pesquisa, fez um estudo de acompanhamento para ver como a massa muscular se comporta com diferentes doses de esteroides (Testosterone dose-response relationships in healthy young men). Desta vez, 61 sujeitos receberam 5 doses diferentes de testosterona. Portanto, houve a divisão em 5 grupos de estudo de acordo com a dose injetada, durante 20 semanas, sendo 1 injeção semanal: 25 mg; 50 mg; 125 mg; 300 mg; 600 mg. Os resultados em ganhos musculares foram diretamente proporcionais à quantidade de droga administrada. O grupo 1 com a menor dose adicionou pouco menos de 0,5 kg de músculo, e essa quantidade foi aumentada até cerca de 9 kg em 20 semanas para o grupo 5. Isso representa 0,5 kg de músculo por semana, em média. E isso é uma média. Alguns usuários do grupo podem ter tido uma resposta muscular muito maior. Por tudo o que já apresentamos neste artigo, fica fácil ver que um fisiculturista natural em estágio avançado pode ganhar em média 0,5 kg por ano, enquanto que um fisiculturista hormonizado pode ganhar 0,5 kg por semana tomando 600 mg de testosterona. Convém anotar que neste segundo estudo os grupos não levantaram pesos. Eles apenas tomaram esteroides. Isso mostra a enorme diferença dos esteroides anabolizantes exógenos na síntese proteica. Além disso, muitos fisiculturistas de elite da IFBB não considerariam 600 mg uma dose alta. Rumores apontam que fisiculturistas competitivos que tomam de 5 a 10 vezes essa quantidade. Fisiculturistas hormonizados Depois de conferir a ciência por trás dos esteroides anabolizantes e do tremendo ganho de massa muscular que proporcionam, vamos conferir os resultados na prática, analisando os shapes dos fisiculturistas hormonizados. Admiro os físicos de Ramon Dino Queiroz, Shaun Clarida, Chris Bumstead, Arnold Schwarzenegger e Ronnie Coleman. Ramon Dino Queiroz: é um dos ícones mais recentes do fisiculturismo brasileiro. Desenvolveu um shape de proporções incríveis e com bela simetria. Ele tem 1,81 m de altura. No ano de 2016, ainda natural, ele já ostentava 82 kg. Hoje em dia, em competição, pesa em torno de 103 kg. Shaun Clarida: é o atual campeão do Mr. Olympia 212, mas poucas pessoas sabem que, antes de começar sua carreira profissional na IFBB, ele era um fisiculturista natural de nível mundial. De fato, ele alcançou o ápice do que é possível naturalmente antes de começar a usar esteroides, algo que merece muito respeito dos competidores naturais. No campeonato mundial de fisiculturismo natural da WNBF, o evento mais rigorosamente testado para drogas do mundo, Shaun pesava 59 kg no palco. Em cálculos aproximados por fontes on-line, parece que ele ganhou cerca de 9 kg naturalmente, passando de 50 para 59 kg, com 1,57 m de altura. Após alcançar o ápice do esporte naturalmente, começou a usar esteroides e adicionou mais 27 kg ao seu físico. São impressionantes 3 vezes a quantidade de músculo que ele havia conseguido construir naturalmente. Chris Bumstead: é o atual campeão do Mr. Olympia Classic Physique e, sem dúvida, um dos maiores fisiculturistas clássicos de todos os tempos. Chris começou a levantar pesos aos 14 anos, quando pesava 77 quilos. Ele conta com 1,85 m de altura. Nos 5 anos seguintes de treinamento natural, ele cresceu para 102 kg aos 19 anos. Isso é um aumento de 25 kg no peso corporal. Chris ganhou 25 kg de músculo naturalmente! Após começar a usar esteroides, ele passou a pesar 120 kg em off, com o que parece ser uma quantidade de gordura corporal similar às imagens anteriores. Isso representa um acréscimo de 18 kg. Neste caso, parece que Chris construiu a maior parte de seu músculo naturalmente, o que é impressionante. Talvez ele não esteja tomando uma quantidade enorme de esteroides e poderia crescer muito mais se quisesse, simplesmente aumentando a dose. Arnold Schwarzenegger: talvez o fisiculturista mais famoso de todos os tempos, admitiu usar esteroides durante a sua carreira competitiva. Schwarzenegger competiu na era pré-regulamentação, onde o uso de esteroides era comum e geralmente aceito, não havia antidoping. Ele conseguiu construir um físico que não só era massivo, mas também bem definido, pesando cerca de 106,6 kg com 1,88 m de altura. Ronnie Coleman: 8 vezes Mr. Olympia, que também admitiu usar esteroides. Coleman levou o fisiculturismo a um novo nível em termos de tamanho e densidade muscular, pesando cerca de 136 kg em sua forma de competição mais pesada. Esses níveis de massa muscular são absolutamente impossíveis de se alcançar naturalmente, sem o auxílio de hormônios exógenos. O poder da genética No exemplo de Chris Bumstead, temos que falar sobre o poder da genética. Quando olhamos para os resultados do fisiculturismo natural de diferentes pessoas, há uma ampla gama de respostas: algumas pessoas ganham muito pouco músculo, outras ganham uma quantidade massiva, e a maioria das pessoas na linha média de ganhos. Assim como há questões genéticas para ganho de massa muscular natural, sem o uso de esteroides anabolizantes, há também a questão genética para a resposta ao uso de hormônios. Assim como há diferenças genéticas em como alguém responde ao treinamento natural, também há diferenças genéticas em como alguém responde aos anabolizantes. Isso ficou muito claro no estudo de 2001, que já mencionamos acima. O sujeito com a pior resposta ganhou 4 kg de músculo em 20 semanas, enquanto que o sujeito com a melhor resposta ganhou 14 kg de músculo nas mesmas 20 semanas Ambos sem levantar peso, sem fazer musculação. Esse sujeito ganhou mais músculo em 5 meses de uso de esteroides do que muita gente com décadas de treinamento natural. É impressionante. Com base em todas essas evidências, os esteroides podem facilmente dobrar ou até triplicar seus ganhos musculares, dependendo da sua genética, da quantidade que você toma e do tempo de uso. Para os fisiculturistas naturais, podemos dizer que o ganho de 9 a 13 kg de massa muscular é comum. Com uma dose moderada de esteroides, a maioria das pessoas provavelmente ganharia mais 9 a 18 kg de músculos. E, se o sujeito estiver disposto a realmente aumentar a dose, pessoas com boa genética poderiam certamente adicionar mais 9 a 18 kg de massa muscular, ou até mais do que isso. Os riscos no uso de esteroides anabolizantes Embora os esteroides tenham o maior impacto potencial sobre a quantidade de músculo que você ganha, eles também têm o maior potencial de desvantagens. É importante notar que o uso de esteroides anabólicos vem com uma série de riscos à saúde, com base nos estudos do NIH (National Institute of Drug Abuse), incluindo: Problemas cardiovasculares; Danos hepáticos; Desregulação hormonal; Transtornos psicológicos; Queda de cabelo; Acne; Engrossamento da voz; Aumento do clitoris; Ginecomastia; Aumento dos pelos no corpo; Queda na libido e impotência. Os efeitos no coração, por si só, já deveriam nos preocupar: há um risco bem estabelecido de pressão alta, coágulos sanguíneos, ataques cardíacos, derrame e danos nas artérias em usuários regulares de esteroides. Além disso, muitas vezes, há efeitos colaterais visuais indesejados, como ginecomastia, calvície, acne, abscessos e pele oleosa. Certamente é possível mitigar alguns desses efeitos colaterais usando dosagens moderadas e controladas, com monitoramento hormonal regular por um médico. Mesmo assim, você ainda está apostando com sua saúde, quando decide usar esteroides. Este não é um artigo pró ou antiesteroides. As pessoas têm o direito de fazer o que quiserem com seus próprios corpos, desde que não prejudiquem os outros. Porém, acho importante que as pessoas realmente entendam o que os esteroides fazem, tanto em relação aos aspectos positivos, quanto negativos. Explore seu potencial natural antes de usar hormônios Quem pensa em usar esteroides deve ser inteligente a ponto de ao menos maximizar o potencial natural em primeiro lugar. Isso o forçará a entender o seu corpo, e a aprender a ajustar os parâmetros de treinamento e de nutrição da forma mais eficaz para a sua genética, para o seu físico. Esse conhecimento pessoal permite não sentir necessidade de anabolizantes até atingir o limite genético, e confere tempo suficiente para amadurecer uma decisão sensata acerca de tomar ou não esteroides anabolizantes. Alcançar o máximo natural, normalmente, não é possível até pelo menos 10 anos de treinamento intenso, inteligente e dedicado. É prudente ter ao menos uma década de musculação com levantamento de peso antes de considerar o uso de esteroides. Esta é a minha modesta opinião. Caso seu objetivo seja maximizar a sua saúde, em vez da massa muscular extraordinária, é mais condizente permanecer natural, a menos que um médico recomende tratamento hormonal (TRT). Também vale mencionar que, dado o que sabemos sobre esteroides e genética, não faz sentido dar valor ao conselho de treino de alguém apenas com base em quão grande essa pessoa seja. Como vimos, o desenvolvimento muscular com o uso de esteroides é extremamente superior. Por exemplo, é bastante comum que as pessoas apontem para fisiculturistas que usam esteroides, notem o quanto eles são maiores do que outros praticantes de musculação e usem isso para concluir que seus métodos de treino e nutrição devem ser os melhores. É claro que eles serão maiores se estiverem usando esteroides anabolizantes, especialmente se também tiverem boa genética. Reforçando, isso não significa que seus métodos de treino sejam os melhores. E também não significa que seus métodos de treino sejam piores, simplesmente não é um critério de comparação inteligente. O que determina se alguém dá bons conselhos de treino e nutrição é o raciocínio sólido, baseado na ciência, em evidências científicas, e em evidências práticas, reveladas por anos de experiência. Logo, precisamos avaliar essas evidências com base em seus próprios méritos, não apenas com base no volume muscular da pessoa. Conclusão Ficou claro pela pesquisa deste artigo que é possível sim se alcançar um nível bem bacana de desenvolvimento muscular naturalmente, em torno de 10 a 30 kg. Porém, há um limite para o quanto músculo você pode ganhar. Com o uso de esteroides anabólicos, esse limite pode ser aumentado drasticamente, até mais 30 kg aproximadamente, mas com riscos à saúde, que não podem ser subestimados. Se você está considerando usar esteroides, é crucial fazer isso sob supervisão médica e com uma compreensão clara dos potenciais riscos e benefícios. Fontes de pesquisa 1. BHASIN, S. et al. The effects of supraphysiologic doses of testosterone on muscle size and strength in normal men. The New England Journal of Medicine, v. 335, p. 1-7, 1996. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8637535/>. Acesso em: 6 jun 2024. 2. BHASIN, S. et al. Testosterone dose-response relationships in healthy young men. American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism, v. 281, n. 6, p. E1172-E1181, 2001. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11701431/>. Acesso em: 6 jun 2024. 3. HARTGENS, F.; KUIPERS, H. Effects of androgenic-anabolic steroids in athletes. Sports Medicine, v. 34, n. 8, p. 513-554, 2004. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15248788/>. Acesso em: 6 jun 2024. 4. KUHN, C. M. Anabolic steroids. Recent Progress in Hormone Research, Durham, v. 57, p. 411-434, 2002. 5. POPE, H. G.; KATZ, D. L. Psychiatric and medical effects of anabolic-androgenic steroid use: A controlled study of 160 athletes. Archives of General Psychiatry, v. 51, n. 5, p. 375-382, 1994. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8179461/>. Acesso em: 6 jun 2024. 6. SULLIVAN, M. L. et al. The cardiac toxicity of anabolic steroids. Progress in Cardiovascular Diseases, v. 41, n. 1, p. 1-15, 1998. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9717856/>. Acesso em: 6 jun 2024. 7. WILSON, J. D. Androgen abuse by athletes. Endocrine Reviews, v. 9, n. 2, p. 181-199, 1988. Disponível em: <https://academic.oup.com/edrv/article-abstract/9/2/181/2548884>. Acesso em: 6 jun 2024. 8. YESALIS, C. E. et al. Anabolic-androgenic steroid use in the United States. JAMA, v. 270, n. 10, p. 1217-1221, 1993. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8355384/>. Acesso em: 6 jun 2024. 9. GRIFFITHS, J. C.; HALLIDAY, D. Androgenic-anabolic steroids and muscle growth: A review of the literature. Journal of the Royal Society of Medicine, v. 72, n. 11, p. 841-845, 1979. DOI: 10.1177/014107687907201111. 10. LLEWELLYN, W. Anabolics. 9. ed. Jupiter, FL: Molecular Nutrition, 2009. 11. NIPPARD, Jeff. How Much Muscle Can You Build With & Without Steroids. Disponível em: <https://youtu.be/VD9p9tEP9RE> . Acesso em: 2 jun 2024. 12. KAM, P. et al. Cardiac effects of anabolic steroids. Anaesthesia, v. 53, n. 9, p. 853-865, 1998. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15960720/>. Acesso em: 6 jun 2024. 13. EVANS, N. A. Current concepts in anabolic-androgenic steroids. American Journal of Sports Medicine, v. 32, n. 2, p. 534-542, 2004. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14977687/>. Acesso em: 6 jun 2024. 14. BHASIN, S. et al. Testosterone replacement increases fat-free mass and muscle size in hypogonadal men. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 86, n. 10, p. 4078-4086, 2001. 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Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 57, n. 1, p. 117-123, 2010. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20153798/>. Acesso em: 4 jun 2024. 19. SADER, Michelle A.; GRIFFITHs, Kathryn A.; MCCREDIE, Robert J.; WISHART, Susan M.; HANDELSMAN, David J.; CELERMAJER, David S. Androgenic anabolic steroids and arterial structure and function in male bodybuilders. Journal of the American College of Cardiology, v. 37, n. 1, p. 224-230, 2001. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11153743/>. Acesso em: 4 jun 2024. 20. THIBLIN, Ingemar; PETERSSON, Agneta. Pharmacoepidemiology of anabolic androgenic steroids: A review. Fundamental & Clinical Pharmacology, v. 19, n. 1, p. 27-44, 2005. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15660958/>. Acesso em: 6 jun 2024. 21. WENNA, Matheus. Ramon Dino: veja antes e depois do fisiculturista. Disponível em: <https://ge.globo.com/fisiculturismo/reportagem/2024/03/10/c-ramon-dino-veja-antes-e-depois-do-fisiculturista.ghtml>. Acesso em: 6 jun 2024. Achou este assunto fascinante? Ficou surpreso(a) com a diferença que os esteroides realmente fazem? Deixe a sua opinião nos comentários.
  19. Quero compartilhar com os usuários do site FISIculturismo uma informação super importante para quem quer emagrecer, ou quer controlar o açúcar no sangue, ou para conviver melhor com o diabetes. Vou explicar qual é o único carboidrato que não aumenta a sua insulina e como você acrescentá-lo no seu dia a dia para ter mais saúde e melhores resultados nos treinos de musculação ou cardiovasculares. Carboidratos causam o aumento da insulina e potencial armazenamento de gordura Quando falamos sobre carboidratos, muitas pessoas se preocupam com o ganho de peso e o aumento da insulina. Isso realmente acontece com a maioria dos carboidratos, principalmente com aqueles de alto índice glicêmico, que são absorvidos rapidamente. Eles passam rapidamente do estômago para o intestino. Depois, para a corrente sanguínea. Essa velocidade de absorção faz aumentar muito os níveis de açúcar no sangue, o que pode ser tóxico para o corpo. O cérebro detecta esse aumento e manda o pâncreas secretar mais insulina para armazenar esse carboidrato, essa glicose no sangue. Diferentes tipos de carboidratos têm velocidades de absorção diferentes. Já sabemos que os carboidratos de alto índice glicêmico têm uma absorção rápida e impactam mais a glicose, enquanto os de baixo índice glicêmico têm uma absorção mais lenta e impactam menos. Mas, de qualquer forma, ambos têm um impacto. Carboidrato que não aumenta a insulina No entanto, existe um carboidrato que não chega a impactar a insulina. Ele não faz com que você tenha uma secreção aumentada de insulina, porque não pode ser absorvido pelo nosso corpo: são as fibras alimentares. Nós não possuímos as enzimas necessárias para quebrar essas fibras e absorver o carboidrato presente nelas. As fibras alimentares são uma forma de carboidrato, tanto que são quantificadas na quantidade total de carboidratos nos rótulos alimentares. Vou falar mais sobre isso, mas, na verdade, não conseguimos absorvê-las. Elas não passam para a corrente sanguínea como glicose. Por isso, dizemos que a fibra alimentar é o carboidrato que não altera a insulina. Esta informação é super importante porque, ao observar a quantidade de fibra no alimento, descontamos essa quantidade do total de carboidratos, já que as fibras praticamente não são absorvidas e não impactam a insulina e o açúcar no sangue. Portanto, num rótulo com carboidratos, sabendo a quantidade de fibras, podem ser elas subtraídas da quantidade total de carboidratos para efeitos de estimulação de insulina. Isso pode gerar uma certa confusão às vezes. Alimentos naturalmente muito ricos em fibras, como o abacate, o coco e a farinha de coco, podem apresentar, por exemplo, 10 g de carboidratos na tabela nutricional. O sujeito pode pensar: "Como pode ter 10 g de carboidrato? Isso é muito!?". Explico. Quando você olha, esses 10 g de carboidrato, mas 7 ou 8 g são de fibras, você pode descontar essa fibra do total de carboidratos. Para saber a quantidade de carboidratos que de fato vai ser absorvida pelo corpo, isto é, ingerida e efetivamente absorvida, vamos fazer a conta: 10 g de carboidratos totais menos 8 g de fibra, porque a fibra não é absorvida. Temos, então, apenas 2 g de carboidratos que irão cair na corrente sanguínea, o que é muito pouco. Por isso, muitas pessoas fazem essa confusão. Elas olham no rótulo de um produto, veem uma coisa, ou em uma receita, veem uma quantidade grande de carboidrato, mas não observam a quantidade de fibra, não fazem essa subtração dessa quantidade de fibra, para chegar nesse valor efetivo de carboidrato que vai ser absorvido. Benefícios das fibras Além disso, a fibra tem um outro papel super importante para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue. Ela faz com que a digestão do bolo alimentar seja mais lenta, ajudando a diminuir a velocidade de absorção. Ela reduz o índice glicêmico. A fibra, além de não ser um carboidrato absorvível, inibe a absorção rápida dos demais carboidratos, evitando picos de insulina, o que é excelente. Você pode se beneficiar dessa propriedade da fibra com hábitos alimentares simples. Por exemplo, ao invés de ingerir uma banana pura, você pode acrescentar um pouco de chia, um pouco de linhaça, um pouco de farelo de aveia (que são boas fontes de fibra). Ao acrescentar fibras na refeição, há diminuição da velocidade de absorção do carboidrato presente na banana, há uma redução do índice glicêmico. A absorção dos carboidratos será mais lenta. Isso impacta menos a sua glicemia e favorece o controle do açúcar no sangue, e, consequentemente, facilita o controle do peso corporal também. Podemos resumir os benefícios já conhecidos das fibras na alimentação da seguinte forma: Melhora a digestão: As fibras ajudam a regular o trânsito intestinal, prevenindo constipação e promovendo movimentos intestinais saudáveis. Controle do peso: Alimentos ricos em fibras tendem a ser mais saciantes, o que pode ajudar a controlar a ingestão de calorias e, consequentemente, o peso corporal. Reduz o colesterol: Fibras solúveis, encontradas em alimentos como aveia, cevada e leguminosas, podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol LDL (o "mau" colesterol). Controle dos níveis de açúcar no sangue: As fibras desaceleram a absorção de açúcares, o que pode ajudar a manter os níveis de glicose no sangue mais estáveis, sendo benéfico especialmente para pessoas com diabetes. Prevenção de doenças cardiovasculares: O consumo regular de fibras está associado a um menor risco de desenvolver doenças cardíacas. Saúde intestinal: As fibras servem de alimento para as bactérias benéficas no intestino, promovendo uma microbiota saudável. Prevenção de doenças digestivas: O consumo adequado de fibras pode ajudar a prevenir doenças como diverticulite e síndrome do intestino irritável (SII). Redução do risco de câncer colorretal: Há evidências de que uma dieta rica em fibras pode reduzir o risco de câncer colorretal. Fontes de fibras É muito importante saber quais são as fontes de fibra para que você possa acrescentar mais fibra no seu dia a dia. Há as fibras naturalmente presentes em muitos alimentos, principalmente nos alimentos de origem vegetal. Eles costumam ser ricos em fibra. Há, por outro lado, muitos produtos alimentares industrializados que têm fibras adicionadas, isto é, não são alimentos naturalmente ricos em fibras. Como exemplos de alimentos naturalmente ricos em fibras, temos: Legumes (são aqueles em que a parte comestível são frutos ou sementes. Os legumes englobam um grupo maior, formado por 4 subcategorias: leguminosas, cereais, oleaginosas e frutas); Farelo de aveia; Farelo de trigo; Chia e a linhaça; Abacate; Coco; Leguminosas (como feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha, e soja); Verduras (são aquelas em que a parte comestível são as folhas, as flores ou as hastes, como é o caso da alface, do repolho, da couve, do brócolis e do agrião); Legumes e verduras, basicamente, são ricos em fibra, tanto os folhosos, que basicamente são só fibra e água, até mesmo uma cenoura, que tem bastante fibra na sua composição. As pessoas não se dão conta disso. As nossas necessidades diárias de fibra normalmente giram em torno de 20 a 25 gramas. Infelizmente, muitas pessoas não consomem a quantidade mínima diária de fibra. Vale lembrar que as castanhas, nozes, amêndoas, amendoins são oleaginosas, isto é, são legumes, e também são alimentos ricos em fibras, apesar de muitas pessoas não se darem conta disso. Como as oleaginosas são muito gostosas, passam a ser uma forma fácil e prazerosa para acrescentar mais fibra no dia a dia. Suplementos alimentares com fibras Uma opção que tem se tornado muito comum em várias dietas é o uso do suplemento alimentar de psyllium, que contém muita fibra. Como é difícil comer o psyllium puro, porque ele é muito seco, muito fibroso, normalmente é acrescentado na forma de suplemento alimentar em iogurtes, na banana, em bolos e assim por diante. Ele é fibra pura e muito fácil de ser adicionado nas refeições para aumento da ingestão diária de fibras. As fibras compradas em farmácia, ou seja, suplementos à base de fibras solúveis, que normalmente são vendidas para melhorar o trânsito intestinal, precisam de uma atenção especial. Em razão da elevada concentração de fibras nestes suplementos, a quantidade que você pode consumir de uma vez só é muito grande. Isso pode causar inchaço, constipação, cólica, e questões relacionadas à digestão, principalmente se a pessoa não estiver acostumada a consumir muita fibra. Quando você consome fibra dos alimentos, é mais difícil consumir em excesso. Ao ingerir legumes, verduras e frutas, é muito mais difícil exagerar a ponto de ter efeitos colaterais. Por outro lado, com o uso de suplementos com fibras, a chance de exagerar na dose é relevante e deve ser considerada. Ao consumir alimentos mais fibrosos, ou até mesmo um suplemento alimentar com fibras, é importante ter cuidado com a quantidade. Comece aos pouquinhos e vá aumentando. De qualquer forma, seja do natural ou do suplemento de farmácia, sempre se lembre de acrescentar bastante água ao consumir fibra. Isso ajuda a hidratar a fibra e melhorar o trânsito intestinal também. Consuma ao menos 3 litros de água por dia. Conclusão A sua alimentação rotineira deve conter fibras, pelo menos 20 a 25 gramas por dia. Como são carboidratos não absorvidos, suas calorias não são uma preocupação. Muito pelo contrário, são excelentes para diminuir o índice glicêmico da refeição e melhorar o funcionamento do intestino. Fontes de consulta 1. BORGES, M. C.; MARTINS, M. T. Fibras Alimentares: Propriedades Funcionais e Saúde. Revista de Nutrição, Campinas, v. 18, n. 5, p. 635-645, set./out. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732005000500011>. Acesso em: 28 maio 2024. 2. SLAVIN, J. L. Dietary fiber and body weight. Nutrition, v. 21, n. 3, p. 411-418, mar. 2005. 3. FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. F. B. Fibras na Alimentação. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 12, n. 3, p. 134-136, 2005. 4. ANDERSON, J. W.; BLAIR, R. Dietary fiber and cardiovascular disease risk. American Journal of Clinical Nutrition, v. 67, n. 4, p. 188-194, 1998. 5. BROWN, L.; ROSNER, B.; WILLETT, W. W.; SACKS, F. M. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a meta-analysis. American Journal of Clinical Nutrition, v. 69, n. 1, p. 30-42, jan. 1999. 6. SILVA, M. E. M.; LOPES, C. Fibras Alimentares: Classificação e Importância na Nutrição Humana. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 15, n. 1, p. 43-52, jan./fev. 2000. 7. BURKITT, D. P.; WALKER, A. R.; PAINTER, N. S. Dietary fiber and disease. Journal of the American Medical Association, v. 229, n. 8, p. 1068-1074, 1974. 8. HALLER, C. H. Fibras Alimentares e Saúde Gastrointestinal. Revista de Gastroenterologia e Hepatologia, v. 23, n. 2, p. 88-91, abr./jun. 2000. 9. JENKINS, D. J.; KENDALL, C. W. Dietary fibre, glycaemic control, and cardiovascular disease. Nutritional Reviews, v. 59, n. 6, p. 28-33, jun. 2001. 10. LEITE, Patrícia. O único carboidrato que não aumenta a insulina. Disponível em: <https://youtu.be/2ZDFog81X-8>. Acesso em: 28 mai 2024. 11. MONTEIRO, C. A.; LEVY, R. B.; SANTOS, R. D. Consumo de Fibras Alimentares e Doenças Cardiovasculares. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 162-172, mar./abr. 2003. Gostou deste artigo sobre as fibras? Ainda ficou com alguma dúvida? Deixe nos comentários.
  20. Como saber se um exercício é cardiovascular? Você já se perguntou alguma vez como saber se o exercício que você faz é um cardio ou cardiovascular? A primeira coisa que vem à mente é o coração. Cardiovascular tem que ver com batimentos cardíacos acelerados e maior fluxo sanguíneo pelo corpo. Você pode facilmente identificar uma atividade cardiovascular pelas seguintes manifestações: Seu coração começa a bater mais rapidamente; Você passa a respirar mais rapidamente e mais profundamente; O corpo começa a suar. Isso provavelmente acontece quando você move os grandes músculos das suas pernas, braços e quadris por um período prolongado de tempo. Quando esses músculos principais estão envolvidos no exercício, há um aumento na taxa de respiração para produzir energia. Começa a faltar oxigênio para as atividades celulares. Por sua vez, a necessidade de mais oxigênio leva a um aumento na respiração e na frequência cardíaca. Essa forma de atividade é chamada de exercício cardiovascular ou cardio. O que é exercício cardiovascular? É uma atividade aeróbica ou anaeróbica? A atividade cardiovascular, de forma bem simples, é uma atividade que faz bem para o coração. As explicações tradicionais tratam o exercício cardiovascular como um exercício aeróbico, como uma forma de atividade que utiliza o metabolismo aeróbico. Afirmam que durante a atividade, o oxigênio está fortemente envolvido nas reações celulares que produzem a energia necessária para sustentar a atividade física. A frequência cardíaca aumenta e você respira mais profundamente para maximizar a quantidade de oxigênio no sangue e suprir a falta de oxigênio para as atividades celulares. A noção de atividade aeróbica como sendo aquela que demanda mais oxigênio deve ser analisada a nível celular. A nível celular, atividades menos intensas usam energia produzida pela fosforilação oxidativa (com oxigênio). Quanto maior a intensidade do exercício, maior a necessidade de produção de energia pela glicólise (sem oxigênio, que está em falta no organismo, e isso desencadeia o aumento dos batimentos e da respiração para obtenção de mais oxigênio). Sob esse aspecto celular, os tradicionais exercícios cardiovasculares, que são aeróbicos, em intensidades extremas, podem passar a ser considerados anaeróbicos, por demandarem a produção de mais energia sem oxigênio, pela glicólise. Exemplos clássicos são as atividades de "tiro" nas corridas e na natação, onde o atleta sequer consegue respirar direito para manter a atividade extrema. E aí podemos responder a pergunta: exercícios cardiovasculares são aeróbicos? Sim, podem ser aeróbicos. Porém, em intensidades extremas, podem passar a ser atividades anaeróbicas. Portanto, o exercício cardiovascular é qualquer atividade vigorosa que aumenta a frequência cardíaca, a respiração, e o fluxo de oxigênio e sangue por todo o corpo, ao usar grandes grupos musculares do corpo de forma repetitiva e rítmica. É uma atividade que desafia progressivamente seus órgãos internos mais vitais, e melhora a função e o desempenho do coração, dos pulmões e do sistema circulatório. O cardio melhora muitos aspectos da saúde, incluindo saúde do coração, a saúde mental, o humor, o sono, a regulação do peso e o metabolismo. O coração se torna mais eficiente a cada batida enquanto bombeia o sangue carregado de oxigênio. Os pulmões se tornam mais eficazes em absorver oxigênio. Os músculos mais aptos a usar mais oxigênio. Ainda assim, à medida que a respiração e a frequência cardíaca aumentam, o aumento não deve ser tão grande a ponto de você sentir que precisa parar e descansar. No curso de um exercício cardiovascular, se você sentir uma forte necessidade de parar e descansar, você deve diminuir a intensidade. E caso sinta uma dor incomum ou algum sintoma alarmante, você deve parar imediatamente e consultar um médico (o que deve ser feito antes mesmo da prática de qualquer atividade física, os famosos check-ups gerais). Podemos que dizer que para que um exercício seja considerado cardio, ele deve aumentar a sua frequência cardíaca e respiração para um nível de intensidade moderada a vigorosa, que gere pelo menos 50% da frequência cardíaca máxima, por um mínimo de 20 minutos. Para treinamentos de alta intensidade, esse tempo pode ser reduzido. A fórmula para se obter a frequência cardíaca máxima (FCM) é a seguinte: FCM = 220 − idade Portanto, para uma pessoa de 30 anos de idade, a FCM é de 190 (220 - 30). A atividade física cardiovascular para esta pessoa deve produzir, no mínimo, 95 BPM (batimentos por minuto), o que representa 50% de 190, que é a FCM desta pessoa. E com base nesses critérios é que exercícios de musculação não são considerados cardio, pois aumentam a frequência cardíaca durante poucos segundos. Algumas séries de treinamento de musculação, como o circuito, onde praticamente não há intervalo entre os exercícios, e a frequência cardíaca se mantém elevada durante todo o treino, pode ser considerado um cardio. Quais são os exercícios cardiovasculares mais comuns? Considerando os critérios que utilizamos neste artigo (frequência cardíaca de pelo menos 50% da FCM, durante pelo menos 20 minutos), podemos listar alguns exercícios que atendem a este critério: Caminhada rápida; Corrida; Natação; Ciclismo/bicicleta; Dança; Vôlei; Basquete; Futebol; Squash; Canoagem, remo ou caiaque; Treinamento em circuito; Pular corda; Subir escadas; Artes marciais; Polichinelos, saltos agachados, saltos divididos; Nas academias de musculação, os cardios podem ser feitos por meio de máquinas ou aparelhos, sendo os mais comuns: Esteira; Bicicletas estacionárias; Esqui; Máquina de remo; Elíptico; Escada; Corda naval; Quais são os principais tipos de exercício cardiovascular? Além das características mais básicas do treino cardiovascular (frequência cardíaca de pelo menos 50% da FCM, durante pelo menos 20 minutos) há outras características que nos permitem categorizar os exercícios cardiovasculares em três categorias: cardio de alto impacto, cardio de baixo impacto e cardio sem impacto. Cardio de alto impacto Podemos considerar como de alto impacto qualquer atividade cardiovascular que envolva ter ambos os pés fora do chão em algum momento durante a atividade. Também é chamada de exercício com suporte de peso, porque você está sustentando o peso do seu próprio corpo com seus membros contra a força da gravidade. Exercícios cardiovasculares de alto impacto podem, em alguns casos, causar problemas nos joelhos, especialmente se não forem realizados com a técnica correta ou se a pessoa já tiver predisposição a lesões articulares. O impacto repetitivo pode sobrecarregar as articulações, ligamentos e tendões dos joelhos, levando a dores, inflamações e, eventualmente, a lesões crônicas. Exemplos: Pular corda; Corrida; Dança aeróbica de alto impacto; Basquete; Futebol. Cardio de baixo impacto Por outro lado, é de baixo impacto qualquer atividade cardiovascular durante a qual um pé permanece no chão o tempo todo. Mas o cardio de baixo impacto não deve ser confundido com o cardio de baixa intensidade, pois, muitos tipos de atividades de baixo impacto são de alta intensidade. O cardio de baixo impacto ainda é um exercício de sustentação de peso, e é bom para manter os ossos saudáveis e condicionar os pulmões e o coração. São atividades físicas que elevam a frequência cardíaca e melhoram a capacidade cardiorrespiratória sem colocar uma quantidade significativa de estresse nas articulações, especialmente nos joelhos. Estes exercícios geralmente envolvem movimentos suaves e contínuos que não incluem saltos ou impacto repetitivo no solo. Exemplos: Caminhada; Ciclismo; Natação; Elíptico; Remo. Cardio sem impacto Por fim, quando o exercício cardiovascular é realizado na água, a atividade é classificada como sem impacto porque estar imerso na água reduz a atração da gravidade sobre o corpo. Também inclui os exercícios executados de forma que os pés não deixem o solo de forma brusca, havendo pequena sustentação de peso pela gravidade. Esses exercícios são ideais para pessoas com problemas articulares, em reabilitação de lesões, ou que buscam uma forma mais suave de exercício. Exemplos: Hidroginástica; Yoga; Pilates; Atividades de baixo impacto com menor intensidade, mais controladas. Benefícios dos exercícios cardiovasculares O exercício cardiovascular utiliza os grandes músculos do corpo em movimento durante um período de tempo prolongado, mantendo a sua frequência cardíaca em pelo menos 50% da FCM. É praticamente consenso adotar como referência para adultos o valor de 70 bpm (batimentos por minuto) como nível basal, em repouso. Para atividades simples ou corriqueiras do dia a dia, 100 bpm (batimentos por minuto). Portanto, até atividades corriqueiras, sustentadas por pelo menos 20 minutos, podem ficar acima dos 50% do FCM e trazer benefícios cardiovasculares. Isso inclui varrer a casa, deslocamentos por meio de caminhadas, subir escadas, faxinas pesadas e assim por diante. Com exercícios aeróbicos regulares, você terá um sistema cardiovascular mais forte, com mais capilares entregando mais oxigênio às células dos seus músculos. Você também desfrutará de maior resistência e energia a cada sessão. Ao se engajar em exercícios cardiovasculares diários de ao menos 20 minutos, você é capaz de construir músculos mais fortes, incluindo aqueles do coração, que controlam sua pressão arterial. Esses exercícios aumentam o HDL (colesterol bom), reduzem a ansiedade e o estresse, diminuem proteínas e gorduras no sangue que contribuem para coágulos sanguíneos, previnem doenças cardíacas, e reduzem o açúcar no sangue, ajudando a controlar o diabetes. Regiões do cérebro que controlam a memória e as habilidades de pensamento aumentam em volume ou tamanho. A atividade cardiovascular frequente também reduz a taxa de diminuição do tamanho do cérebro em pessoas mais velhas, melhorando sua função cognitiva. O cardio também pode ajudá-lo a ter uma boa noite de sono, que é necessária para sua saúde mental. Todos os tipos de cardio aumentam o metabolismo através da produção do hormônio Fator de Crescimento de Fibroblasto 21 (FGF21), que aumenta o metabolismo do corpo, suprime o apetite e faz com que mais calorias sejam queimadas. Ao aumentar a frequência cardíaca para a zona de frequência cardíaca alvo, que é a zona onde o corpo queima mais gorduras, o cardio ajuda a queimar peso gordo em excesso e a controlar o peso. A zona cardíaca de frequência alvo para queimar mais gorduras é geralmente conhecida como a zona de queima de gordura. Esta zona corresponde a um percentual da frequência cardíaca máxima (FCM) e é tipicamente entre 60% a 70% da FCM. Para uma pessoa de 30 anos, a zona de queima de gordura está entre 114 e 133 bpm (batimentos por minuto). Exercícios como caminhar, nadar, correr e trotar queimam gorduras em excesso ao longo do tempo, enquanto cardio de intensidade moderada a alta queimam muitas calorias por sessão de exercício, mas nem sempre mais gordura. Exemplos de exercícios cardiovasculares altamente eficazes para perder peso incluem pular corda, subir escadas, caminhar, remar, pedalar e treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT). Outro benefício do exercício cardiovascular é desencadear um aumento na secreção de endorfinas, neuroquímicos que causam uma sensação de euforia. O cardio também aumenta a produção de hormônios que melhoram o humor, como a dopamina, a serotonina e a norepinefrina. Com o humor melhorado, você se sente mais energizado e pronto para completar suas atividades rotineiras. O aumento na liberação de hormônios do bem-estar também reduz o estresse, aumenta a resistência, aumenta a energia e melhora a memória e o foco mental. Ademais, o exercício regular aumenta a liberação de anticorpos e glóbulos brancos, que melhoram a capacidade do corpo de combater infecções. A liberação do FGF21 também acelera o metabolismo e fortalece o sistema imunológico. Na verdade, o cardio protege o corpo contra várias doenças, incluindo hipertensão, derrame, osteoporose, diabetes e doenças cardíacas. O exercício cardiovascular também ajuda a reduzir a dor associada à artrite e a minimizar a rigidez nas articulações através do movimento. Como fazer os exercícios cardiovasculares para obter o máximo de benefícios? Para obter o máximo benefício, você precisará se envolver em atividades de cardio por pelo menos 3 dias por semana. Não é necessário muito tempo para praticar os exercícios cardiovasculares. Para o cardio, sessões curtas (tão curtas quanto 5 minutos cada) são tão eficazes quanto sessões mais longas, desde que o nível de intensidade e o tempo total acumulado de treino sejam iguais. Aqui você pode pensar que há uma contradição com uma das características dos exercícios cardiovasculares que apontamos no início do artigo, que seria de no mínimo 20 minutos de atividade contínua. Mas não, essa é a regra geral para atividades de intensidade leve e moderada. O jogo muda para treinamento de alta intensidade. Por exemplo, 12 sessões de 5 minutos de cardio de alta intensidade são tão eficazes quanto uma única sessão de 60 minutos. Se você não tem tempo para uma atividade física de longa duração, pode realizar pequenas atividades de alta intensidade ao longo do dia. Você também não precisa de equipamentos especiais ou de uma academia para fazer muitos exercícios cardiovasculares. Para um iniciante, é prudente começar com atividades de baixa a moderada intensidade, como caminhar, andar de bicicleta, nadar, dançar, correr, artes marciais, canoagem, e hidroginástica. Isso permitirá que você as faça por longos períodos de tempo e obtenha mais benefícios para a saúde. Ao escolher suas atividades, opte por aquelas que você gosta para que possa se manter motivado à medida que avança. Chamamos isso de aderência ao exercício. A constância é muito importante. Além disso, é melhor aumentar a intensidade ao longo do tempo do que aumentar o volume ou a duração de uma atividade. Normalmente, o cardio não é um exercício que você deve exagerar. Passar hora após hora em um ritmo baixo a moderado não trará benefícios adicionais. Depois de adquirir a aptidão física para conseguir fazer 30 a 45 minutos de uma atividade entre 3 a 4 vezes por semana, o ideal é intensificar por meio de técnicas mais avançadas, como o HIIT (exercício intervalado de alta intensidade). Dicas para um exercício cardiovascular de alta qualidade Comece devagar: comece de forma simples. Por exemplo, comece com uma caminhada de 5 minutos pela manhã e outra caminhada de 5 minutos à noite. Depois disso, adicione alguns minutos gradualmente e aumente o ritmo ao longo do tempo. Em pouco tempo, você estará caminhando confortavelmente por 60 minutos por dia. Ao começar, certifique-se de considerar atividades que lhe interessem como caminhadas, corrida, ciclismo, remo, corrida e treino elíptico. Lembre-se: é qualquer atividade que aumente sua respiração e frequência cardíaca! Alongue-se e aqueça: no início de cada sessão, alongue as musculaturas e reserve 5 a 10 minutos para aumentar gradualmente seu sistema cardiovascular e melhorar o fluxo sanguíneo para seus músculos. Aquecer significa iniciar a atividade com menor intensidade e progredir até a intensidade desejada. Por exemplo, se você pretende fazer uma caminhada rápida, aqueça caminhando devagar. Condicionamento: no seu próprio ritmo, certifique-se de que seu corpo esteja condicionado para conseguir fazer pelo menos 30 minutos de cardio por dia. Na verdade, para que o cardio seja benéfico, é necessário desenvolver a sua capacidade aeróbica, aumentando gradativamente a sua frequência cardíaca, a sua profundidade da respiração e a sua resistência muscular, a ponto de conseguir fazer com relativo conforto pelo menos 30 minutos da atividade escolhida. Resfriamento e alongamento: no final de cada sessão, reserve entre 5 a 10 minutos para resfriar o corpo, diminuindo bem a intensidade do exercício. Além disso, alongue-se ao final do treino também. Alongue todos os músculos, mas principalmente os músculos da panturrilha, coxas (quadríceps), parte inferior das costas, isquiotibiais e peitoral. Este alongamento pós-treino permitirá que seus músculos, pulmões e frequência cardíaca voltem ao normal de forma adequada. Conclusão Respondendo à pergunta, de forma simples, o exercício cardiovascular é aquele que faz bem à saúde do coração, aquele que, por regra, gere pelo menos 50% da frequência cardíaca máxima, por um mínimo de 20 minutos. É a chave para se viver uma vida mais longa e alegre. Seus benefícios são impressionantes, principalmente na melhora do humor, do sono, na redução do risco de doenças cardíacas, diabetes, derrame e alguns tipos de câncer, e no controle do peso corporal saudável. Fontes de consulta 1. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 10th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer, 2018. 2. GARBER, C. E.; BLISSMER, B.; DESCHENES, M. R.; et al. Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Guidance for Prescribing Exercise. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 43, n. 7, p. 1334-1359, 2011. 3. WARREN, T. Y.; BARRY, V.; HOOKER, S. P.; et al. Sedentary Behaviors Increase Risk of Cardiovascular Disease Mortality in Men. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 42, n. 5, p. 879-885, 2010. 4. PATE, R. R.; PRATT, M.; BLAIR, S. N.; et al. Physical Activity and Public Health: A Recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA, v. 273, n. 5, p. 402-407, 1995. 5. LEE, I. M.; SHIROMA, E. J.; LOBELO, F.; et al. Effect of Physical Inactivity on Major Non-Communicable Diseases Worldwide: An Analysis of Burden of Disease and Life Expectancy. The Lancet, v. 380, n. 9838, p. 219-229, 2012. 6. ASTRAND, P. O.; RODAHL, K.; DAHL, H. A.; et al. Textbook of Work Physiology: Physiological Bases of Exercise. 4th ed. Champaign: Human Kinetics, 2003. 7. WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global Recommendations on Physical Activity for Health. Geneva: WHO, 2010. 8. BLAIR, S. N.; KAMPERT, J. B.; KOHL, H. W.; et al. Influences of Cardiorespiratory Fitness and Other Precursors on Cardiovascular Disease and All-Cause Mortality in Men and Women. JAMA, v. 276, n. 3, p. 205-210, 1996. 9. SWAIN, D. P.; FRANKLIN, B. A. Comparison of Cardiovascular Responses to Vigorous Intermittent and Moderate Continuous Exercise. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 34, n. 4, p. 596-602, 2002. 10. FYZICAL. What Is Cardiovascular Exercise?. Disponível em: <https://www.fyzical.com/lakewoodranch/blog/What-Is-a-Cardiovascular-Exercise> . Acesso em: 24 mai 2024. 11. HASKELL, W. L.; LEE, I. M.; PATE, R. R.; et al. Physical Activity and Public Health: Updated Recommendation for Adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 39, n. 8, p. 1423-1434, 2007. Este artigo foi útil para esclarecer o conceito de exercício cardiovascular e seus benefícios? Caso ainda tenha alguma dúvida, deixe nos comentários. Compartilhe também sobre a sua relação com os exercícios cardiovasculares.
  21. A ideia de consumir proteína antes de dormir não é nova. A ciência atual sobre o assunto ainda não alcançou o ponto de aceitar a ideia de tomar um shake de proteína logo antes de se deitar como uma recomendação. Porém, um novo estudo (Pre-sleep Protein Ingestion Increases Mitochondrial Protein Synthesis Rates During Overnight Recovery from Endurance Exercise: A Randomized Controlled Trial, de 2023), bem recente, adiciona dados ao pequeno conjunto de informações sobre o consumo de proteína pré-sono, e há algumas percepções interessantes que podem mudar nossa maneira de pensar. A importância do sono Não há dúvida de que o sono é um dos fatores-chave, senão o fator mais importante, para nossa capacidade de se restaurar e se adaptar a todos os estressores da vida, incluindo o exercício. Precisamos de um bom sono para nos recuperarmos dos danos causados pelo exercício às nossas fibras musculares. Mas, além de simplesmente ter uma boa qualidade de sono, seria ótimo garantir que obtivéssemos os nutrientes adequados durante essa fase importante de recuperação. A importância da proteína E o nutriente mais essencial para nossos músculos é, de fato, a proteína, juntamente com seus constituintes de aminoácidos. Portanto, teoricamente, faz sentido afirmar que o consumo de proteína antes de dormir aumenta a recuperação e adaptação muscular, bem como possivelmente a síntese de proteínas musculares, o processo que impulsiona o crescimento muscular. Já temos alguns estudos que sugeriram que isso pode ser possível, mas, novamente, o conjunto total de dados é bastante escasso. Portanto, a esperança é que novos estudos, como o que vamos tratar neste artigo, possa nos mover em direção a uma imagem mais clara. Há no novo estudo algumas descobertas inesperadas. Como foi feito o estudo No estudo objeto deste artigo, 36 homens jovens e saudáveis foram recrutados e foram aleatoriamente designados a um dos três grupos que consumiram um shake antes de dormir. Os shakes continham 45 gramas de suplemento de proteína de soro de leite (whey protein), ou 45 gramas de suplemento de proteína de caseína (casein protein), ou uma mistura de placebo não calórico. Cerca de duas horas antes de dormir, os participantes também realizaram 60 minutos de ciclismo de resistência a 60% da capacidade de treino. Logo de cara, há algumas coisas intrigantes a apontar. Uma é que este não é apenas um estudo sobre proteína antes de dormir, mas especificamente sobre dois tipos de suplementos de proteína: soro de leite (absorção rápida) e caseína (absorção lenta). É amplamente acreditado que a proteína de caseína é superior à de soro de leite para consumo noturno porque é considerada uma proteína de digestão mais lenta, fornecendo um fluxo constante de aminoácidos durante a noite, enquanto o soro de leite fornece um grande pico de aminoácidos nos primeiros 90 minutos, seguido de um fluxo muito menor após os primeiros 90 minutos. E a segunda coisa interessante é que o protocolo de treino foi baseado em resistência, o que deu aos pesquisadores um novo resultado a medir. Além da síntese de proteínas musculares, os pesquisadores agora podem analisar a síntese de proteínas mitocondriais também, o que pode nos fornecer dados sobre adaptações de resistência, algo que não havia sido considerado nos estudos anteriores. Durante o dia experimental, todos os participantes receberam uma ingestão basal de proteína de 1,2 gramas por quilograma de peso corporal, o que, de maneira geral, deveria ser suficiente para adaptações relacionadas ao exercício. Além disso, um grande ponto positivo para este estudo é que tanto os protocolos de treino quanto os de sono foram monitorados em um ambiente de laboratório. Amostras de sangue foram coletadas várias vezes durante o estudo, incluindo 6 vezes enquanto os participantes dormiam. Os objetivos finais dos pesquisadores eram, novamente, medir as taxas de síntese de proteínas musculares e mitocondriais e também ver se havia alguma diferença no efeito entre o soro de leite e a caseína. Resultados do estudo Primeiro, em relação às concentrações de aminoácidos, como esperado, o consumo de proteína de soro de leite aumentou os níveis de concentração de leucina nos primeiros 90 minutos, mas caiu significativamente depois. A caseína, como esperado, sustentou níveis de concentração modestos, mas elevados, durante toda a noite. O que não se esperava, no entanto, é que o soro de leite, no geral, ainda sustentasse níveis de concentração semelhantes ou superiores aos da caseína em todos os momentos, exceto nas últimas duas horas de sono. Em outras palavras, apesar da grande queda após o pico, o soro de leite ainda levou a um nível alto e sustentado de concentração de aminoácidos durante a noite, que o equiparou à caseína. E isso parece ter desempenhado um papel no restante dos resultados. Primeiro, para a síntese de proteínas mitocondriais, a ingestão de proteína de caseína resultou em um aumento médio de 23% em relação ao placebo. A ingestão de proteína de soro de leite levou a um aumento médio de 37%. E, finalmente, para a síntese de proteínas musculares, a caseína levou a um aumento médio de 18% em relação ao placebo, enquanto o soro de leite teve um aumento médio de 35%. As surpresas no estudo Por um lado, este estudo sugere que a ingestão de proteína antes de dormir pode ser uma boa estratégia para melhorar as adaptações de resistência. Esta é uma nova descoberta que pode ser útil para atletas de resistência, especialmente porque tendem a consumir quantidades relativamente baixas de proteína em comparação com a maioria dos outros atletas. Claro, para ganhos musculares tradicionais, este estudo reforça ainda mais as descobertas anteriores. E a esta altura, há um fluxo bastante consistente de evidências que pelo menos torna a ideia de consumir proteína antes de dormir digna de consideração. Mas o que me surpreendeu mais do que qualquer outra coisa foram os resultados entre o soro de leite e a caseína. Acreditava-se há muito tempo que a superioridade da caseína estava em seus efeitos de digestão lenta, o que deveria ser especialmente vantajoso para o consumo noturno. Mas, agora, com este estudo, não apenas parece que os efeitos de concentração da caseína não são muito melhores, mas o mecanismo real de crescimento muscular, a síntese de proteínas musculares, também ficou bem atrás do soro de leite. Isso pode muito bem fazer do soro de leite o melhor suplemento de proteína à base de leite e, talvez, o melhor suplemento de proteína em geral. Dito isso, como sempre, uma ressalva: este é apenas um estudo. E uma pequena coisa a considerar também é que, ao receber os shakes de proteína, os grupos de soro de leite e caseína consumiram mais proteína total ao longo do dia em comparação com o grupo placebo. No entanto, como o estudo está especificamente analisando os efeitos noturnos, não acho que isso mudaria muito os resultados, mas ainda vale a pena considerar. Conclusão Ao que parece consumir whey protein antes de dormir pode ser uma boa estratégia nutricional em dietas de pessoas que buscam mais massa muscular. Fontes de consulta 1. RES, Peter T.; KERKSICK, Chad M.; CAMPBELL, Bill I. Effects of Pre-Sleep Protein Ingestion on Skeletal Muscle Adaptive Responses. Journal of Nutrition and Metabolism, v. 2012, p. 1-10, 2012. 2. SNOWSILL, Georgia. Does Pre-sleep Protein Intake Enhance Overnight Muscle Protein Synthesis in Resistance-Trained Individuals? International Journal of Sports Nutrition and Exercise Metabolism, v. 30, n. 1, p. 45-51, 2020. 3. JAGER, Ralf; KERKSICK, Chad M.; CAMPBELL, Bill I. International Society of Sports Nutrition Position Stand: Protein and Exercise. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 1, p. 20-35, 2017. 4. ORMSBEE, Michael J.; CAMPBELL, Bill I. Nutrition and Exercise: An Overview of Pre-sleep Protein Metabolism. Journal of the American College of Nutrition, v. 29, n. 5, p. 469-475, 2010. 5. WEST, Daniel W. D.; BURD, Nicholas A.; TARNOPOLSKY, Mark A. 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Sports Medicine, v. 43, n. 10, p. 1-14, 2013. 10. PICTUREFIT. Protein Before Bed - Not Bro Science? New Study. Disponível em: <https://youtu.be/4htbVSyRRl8>. Acesso em: 23 mai 2024. 11. TROMMELEN, Jorn et al. Pre-sleep Protein Ingestion Increases Mitochondrial Protein Synthesis Rates During Overnight Recovery from Endurance Exercise: A Randomized Controlled Trial. Sports Medicine, v. 53, p. 1445-1455, 2023. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s40279-023-01822-3>. Acesso em: 24 mai 2024. 12. RES, Peter T.; BEELEN, Mike; JAGER, Ralf. The Impact of Pre-sleep Protein Intake on Recovery and Performance in Athletes. Nutritional Strategies for Maximizing Performance, v. 5, n. 1, p. 50-60, 2011. Gostou deste artigo sobre proteínas antes de dormir? Caso tenha ficado com alguma dúvida, deixe nos comentários. Conte também se você já adota a estratégia de consumir proteínas antes do sono e se isso trouxe melhores resultados.
  22. São muitos temas interessantes para novos artigos. A produção não pode parar... Acho que esse artigo sobre a melhor forma de respirar durante os exercícios poderia ser escrita pelo @Foston que já manja muito do assunto!
  23. Você costuma tomar sol diariamente? Eu acredito que esse pode ser um dos pontos de mais importância para a maioria das pessoas. Mais um subtema para pesquisa. Vocês são incríveis.